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Meninos perdidos

Jimin's POV

Cinco dias tinham se passado até então, mas não havia nada para reportar no relatório, estar ali chegava quase a ser entediante, nada acontecia, não que eu estivesse procurando por ação o tempo todo ou quisesse ver coisas catastróficas surgindo de repente, porém estando numa colônia de seres mágicos, imaginava ao menos ver as coisas sendo um pouco mais agitadas, mas permanecia pacato.

Pelo menos eu podia ocupar meu tempo ajudando Namjoon a cuidar das plantas e fazendo entregas pela vila, alguns habitantes ainda me olhavam estranho, mas mesmo com encaradas carregadas de antipatia às vezes, ninguém dizia coisas rudes ou agia ferozmente, em certos momentos parecia que eu nem estava lá, falavam diretamente com Namjoon e ignoravam minha presença.

Fora esses raros acontecimentos, na maior parte do tempo tudo ficava calmo demais, os sobrenaturais se ocupavam em suas tarefas diárias e agiam como qualquer outra civilização de uma cidade pequena, não havia nada suspeito acontecendo, talvez o único que tivesse comportamentos suspeitos ali fosse eu mesmo.

Às vezes sentia aquele lugar tirando sarro da minha cara, rindo do tempo que levei para aprender sobre cada criatura, pois nada daquilo servia naquele local, sempre se mostravam diferentes, chegava a dar a impressão de que todos estavam enfeitiçados, agindo de forma silenciosa e automática o tempo todo, quase desconcertante.

— Jimin, já terminou de podar aqueles ali? — Namjoon perguntou, apontando para uma série de vasinhos de barro em cima de uma bancada em seu jardim.

Nós trabalhávamos a maior parte do tempo nesse jardim, pois ficava atrás da cabana dele, longe do fluxo de passagem dos moradores, mas perto o suficiente para sempre ter alguém aparecendo para fazer pedidos ou pegar as plantas que haviam encomendado com Namjoon.

— Sim, está tudo pronto. — Assenti, continuando a plantar algumas sementes em outros vasos.

— Ok, depois eu coloco as etiquetas com os nomes dos clientes que pediram. — Namjoon chamava todos de clientes, soava meio engraçado, porque ninguém comprava nada, tudo era de graça.

Namjoon era sem dúvidas alguém muito calmo, talvez viver em meio a tantas plantas o fez ser tão quieto quanto elas, mas era de se esperar de um leshi, eles não costumavam mostrar personalidades agressivas, nervosas ou qualquer coisa do tipo, mas claro, desde que você não destrua suas preciosas plantinhas.

Porém nesse caso, eu também ficaria puto da vida se alguém bagunçasse minhas coisas. Fora isso, os leshis são categorizados como seres pacíficos, mas existem outras classificações variadas, vou explicar um pouco melhor cada uma delas:

Primeiro vem os seres inofensivos, como Namjoon é, pois são aqueles que não atacam, não criam desordem e alguns chegam ao ponto de nem sabem se defender, os caçadores apenas ficam de olho dependendo da situação, mas não se importam muito com eles, afinal, a maioria vive escondido nas matas ou bem longe das cidades.

Em seguida tem os racionais, os mais meticulosos, aqueles que planejam, formam grupos e compactuam, a maioria apresenta características cruéis e sádicas. Queria descobrir se o líder daquele lugar era um, pois no meu segundo dia, me falaram que ele era um lobisomem, o que o deixa no grupo dos racionais, mas não tinha o visto mostrar esses comportamentos, ou talvez ele somente fosse manipulador demais para me fazer notar.

O último grupo e também o pior, são os brutais, aqueles que não pareciam usar de raciocínio, apenas atacavam por atacar, talvez por fome de sangue e violência, são os mais temidos, porque com eles nem ao menos se tem conversa ou se entende seus movimentos, agiam como bestas selvagens.

Pensando nesses grupos que os caçadores usam para classificar os sobrenaturais, eu tinha chegado a conclusão que aquela vila era quase inteiramente formada por inofensivos, suas características mansas até me faziam sentir mais seguro estando ali dentro do que nas ruas da cidade, porque eu sabia que não seria atacado de repente por alguma coisa.

Com isso, calculei que se o clã realmente estivesse planejando um ataque em massa, não faria muito sentido pegar os seres mais pacíficos para colocar em batalha, podiam até ser fortes e ter poderes, mas não eram soldados e lutadores. Isso me fazia ter cada vez mais certeza de que aquele vampiro estava mentindo, porque se não fosse isso, a única outra possibilidade era de que Yongguk tinha um esconderijo no subterrâneo onde transformava pessoas em lobisomens.

— Bom dia, Jiji. — Uma voz animada soou de repente por trás de mim, mas nem precisava me virar para saber quem era.

Não sei em qual momento Jungkook começou a me chamar por aquele apelido, mas agora tinha virado um hábito para ele. Jeon possuía uma facilidade assustadora em conseguir intimidade com as pessoas, por isso vi nele um risco a minha missão, tentei evitar ele ao máximo naqueles quatro dias, mas no final, não adiantou muito, tanto que agora ele já tinha até um apelidinho para mim.

Jungkook era bem peculiar, acho que ele gostava de conversar comigo, ou simplesmente sentia dó por causa da minha história inventada, mas seja como for, o médico veio jogar conversa fora todos os dias naquele meu período ali.

Não foram diálogos duradouros, talvez não tenha chegado nem a cinco minutos de duração, porque eu sempre dava uma desculpa para ir embora, porém isso não parecia lhe fazer perder o interesse em puxar papo comigo.

— Oi, doutor. — O cumprimentei, virando-me de frente para ele.

— Vim pegar uma encomenda de ervas medicinais. — Afirmou, mostrando seus dentes brancos ao sorrir largamente.

— Hm, ok... Já vou pegar pra você... — Murmurei, mas fiquei apenas olhando para os lados, completamente perdido, ainda não havia aprendido quais plantas eram essas exatamente.

— É aquele pacote em cima da mesa, Jimin. — Namjoon veio me salvar, dizendo em alto tom onde estava as tais ervas.

Fui até lá, sendo seguido pelo médico, mas percebi que ele não fez isso de imediato, ficou parado olhando eu me afastar, deu um passo para frente, hesitou mais uma vez, deu outro passo, olhou para Namjoon e só depois veio comigo. Quando chegamos na mesa, eu abri o pacote para conferir se tudo estava ali dentro, e percebi Jungkook parar ao meu lado, começando a batucar seus dedos no tampo da mesa.

Ele abriu a boca algumas vezes, parecia querer falar algo, mas não dizia, me deixava inquieto e curioso, pois de alguma maneira, eu pressentia que seu motivo para ter ido na cabana de Namjoon não era somente pegar sua encomenda, Jungkook estava inquieto, como quando você quer falar muito alguma coisa mas não sabe por onde começar.

— Como está se adaptando, Ji? — E enfim ele deixou as palavras saírem de sua boca.

— Estou indo bem, eu acho. É divertido trabalhar com o Namjoon, mas além dele, não conversam muito comigo. — Falei a verdade, dando de ombros. — Ainda me sinto bem distante dos habitantes daqui.

Havia conversado rapidamente com Tzuyu e Hoseok também, mas ambos não tinham tempo sobrando para papo furado, estavam sempre concentrados no trabalho e cheios de tarefas para fazer, algo bem comum na cultura do povo feérico, viviam para o trabalho, então tirando Jungkook e Namjoon, eu realmente não tinha interagido muito, algo bem negativo para alguém que estava numa missão como um espião disfarçado.

— Esse distanciamento social parte de você ou deles? — Jungkook perguntou, apoiando seu cotovelo sobre a mesa do jardim

— De ambos, eu fico com medo de estar incomodando, então não me aproximo, e eles não as vezes me encaram desconfiados, não parecem querer chegar perto. — A verdade era que eu ficava receoso de sair fazendo perguntas e atrair desconfianças, então acabei ficando parado na estaca zero.

— Se quer fazer novas amizades, vem encontrar a gente mais tarde então. — Ele sugeriu, me pegando de surpresa.

— Como assim? — Questionei, aquele lugar não parecia ter uma vida noturna badalada ou algo assim, mas eu poderia me surpreender ainda.

— Os jovens adultos da vila quase sempre se reuniam nas noites de sexta. — Explicou, começando a me deixar mais interessado nisso, eu poderia fazer um bom estudo de comportamento dos sobrenaturais os vendo em sua própria "balada".

— Mas o que fazem nessas noites? — Indaguei, mostrando meu interesse.

— Fazemos uma fogueira e improvisamos uma área para reunir todo mundo, digamos assim, é apenas uma noite com os amigos, para relaxar, beber, comer, jogar, conversar... Até flertar se tiver a oportunidade... — Desviou o olhar para a mesa, brincando de fazer desenhos invisíveis sobre a madeira. — Essas coisas, sabe?

— Mas eu posso mesmo ir? — Perguntei, tentando soar preocupado e tímido, mas uma ideia havia acabado de acender em minha cabeça.

Naqueles cinco dias eu tentei me afastar de Jungkook por achar que ele poderia comprometer meu disfarce com seu jeito amigável e atrevido, mas não tinha me dado conta de que ele seria capaz se tornar o meu passe de entrada para os grupos sociais da vila, afinal, Jungkook era amigo de todos, e poderia fazer a ponte entre eles e eu.

— Sim, podemos ir juntos se preferir. — Jungkook sugeriu, e eu sorri, assentindo no mesmo momento.

— Tudo bem, eu aceito. — Falei, enquanto entregava a sacola com suas ervas medicinais.

— Eu passo na sua cabana para te buscar lá pelas nove, ok? — Perguntou, dando uma olhada dentro da sacola para conferir sua encomenda também.

— Está ótimo para mim. — Confirmei em seguida.

— Até lá então, Jiji. — Jungkook se despediu, acenando e sorrindo para mim antes de andar em direção a saída do jardim.

Fiquei observando suas costas se afastarem, com alguns pensamentos começando a rondar em minha mente, Jungkook era legal, mas ainda uma incógnita, eu não sabia como classificar ele, pois tinha tudo para estar entre os inofensivos, mas tinha características de um racional também, e eu sabia pouquíssimo sobre a espécie dele, os strzygis.

Talvez tivesse a chance de fazer mais perguntas a ele durante a noite, estava curioso para descobrir também como os Jeon's se formaram em medicina, tinham frequentado uma faculdade comum ou existiam universidades secretas somente para sobrenaturais por aí?

— Ah, o doutor Jeon é um bom rapaz, depois de tudo que ele passou, fico feliz em vê-lo sorrindo assim. — Namjoon chegou ao meu lado falando.

— O que ele passou? — Indaguei num impulso.

— Acho que é melhor ouvir da boca do próprio, pergunte a ele, Jungkook é quem pode contar essa história corretamente. — Respondeu simplesmente, parecendo querer criar um clima de mistério.

Automaticamente me vi mais ansioso para ver a noite cair.

~x~x~x~

Meus dois colegas de quarto não falavam muito, passavam o dia inteiro fora também, só retornavam à noite para dormir, mas fora os cumprimentos cotidianos e as apresentações formais quando nos conhecemos, nunca houve mais do que três palavras numa conversa entre nós. Namjoon havia me dito que eles eram irmãos, descendentes dos duendes europeus, mas não possuíam exatamente todos os poderes que seus parentes distantes.

Porém uma característica que eles mantinham forte eram as travessuras, dizem que quando um duende não vai com a sua cara, ele costuma pregar peças ou ficar te atazanando, no meu caso, os irmãos curtiam mudar meus objetos pessoais de lugar, por isso demorei muito para me arrumar naquela noite, perdi boa parte do tempo procurando pelas minhas roupas.

Quando Jungkook chegou para me buscar, eu ainda estava arrumando o cabelo, mas o doutor não se importou em esperar, isso também me deu a chance de poder conferir o que ele usava e saber como deveria me vestir. Felizmente eram vestimentas comuns, nada que me faria ter que ir atrás de alguma coisa nova com Hoseok.

— Está pronto? — O moreno perguntou, quando me viu sair do banheiro, enfim.

— Sim. — Assenti, parando em sua frente. — Como estou?

— Está lindo como sempre. — Respondeu rápido, mas nem havia descido o olhar para encarar minha roupa, continuava fitando meu rosto unicamente.

— Obrigado. — Agradeci, sorrindo levemente. Já havia percebido esse jeito galante dele, mas não era algo exclusivo comigo, ele era assim com todo mundo.

— Vamos agora? — Questionou, parecendo ficar um pouco sem jeito também, não sei exatamente o porquê.

— Claro. — Afirmei, me apressando para sair da cabana

Não precisamos andar muito, o encontro dos jovens do clã acontecia no centro de uma clareira na mata, porém era perto da vila, mas não tão próxima as cabanas, para não atrapalhar quem estivesse dormindo, presumo eu.

Haviam feito uma fogueira e vários estavam sentados em grupinhos por todos os lados, com copos na mão e espetinhos de vários tipos, não tinha música tocando, mas não acho que estava fazendo falta para eles de qualquer forma.

— Vamos sentar ali. — Jungkook disse, apontando para um grupinho reunido próximo a uma árvore frondosa.

— Tem certeza? — Indaguei, pois vi olhares nada interessados quando comecei a andar em direção deles, o que eu menos queria era causar o afastamento daqueles com quem eu precisava coletar informações.

— Sim, vem. — Respondeu, segurando a barra da minha jaqueta e me puxando com ele.

Nos sentamos nas raízes grossas da árvore, Jungkook foi cumprimentando automaticamente por vários, uns somente sorriram e acenaram de longe, outros já chegavam oferecendo comidas ou bebidas estranhas, as quais o doutor parecia conhecer muito bem. Não tinha se passado nem cinco minutos, e a atenção de todos naquele grupinho se virou na direção dele.

E foi quando eu comecei a me sentir muito esquisito, talvez fosse alguma coisa no cheiro dos drinks fortes e desconhecidos que haviam ali, ou talvez fosse somente o barulho de tantas vozes juntas, e o meu lado antissocial incomodado com tudo aquilo.

Em resumo, a noite dos jovens sobrenaturais não diferia muito dos encontro dos jovens humanos, porém mesmo assim, me sentia completamente perdido e alheio a tudo. Ainda mais quando alguns olhares vieram em minha direção, era diferente da forma como me encaravam durante o dia na vila, ali parecia muito mais julgador, como se estivessem enxergando através de todos os meus pecados.

Automaticamente comecei a suar, ainda mais por perceber que talvez aquilo fosse somente coisa da minha cabeça e não a real forma como me olhavam, eu estava nervoso e começando a ficar paranoico, uma mistura bem perigosa.

A verdade era que eu nunca havia ido em algo assim, me sentia até constrangido por ter ficado tão travado quando chegamos na fogueira, foi um lapso de segundo em que o Jimin atual quebrou e mostrou o Jimin inseguro de antigamente.

Minha adolescência toda foi dentro do orfanato, não tínhamos esse tipo de festa lá, e quando passei para a maioridade, fui treinar para me tornar um caçador, e na base não existia tempo para confraternizações entre os novatos, as regras eram rígidas, até havia os que davam uma fugidinha para curtir baladas e barzinhos, mas nunca aceitei em ir com eles, eu gostava de ser o aprendiz exemplar e tinha medo de ser dispensado caso ficasse quebrando as regras.

— Você quer beber o quê? — Jungkook perguntou, mas olhei confuso, eu não conhecia aqueles coquetéis que estavam servindo.

— Não quero nada por enquanto. — Falei, optando por não experimentar daquelas bebidas místicas ou sei lá o que.

— Tudo bem, eu já volto. — Disse se levantando, enquanto eu assistia, mas quase pedi para ele não sair do meu lado.

Não queria ficar me comportando como uma criança esperando a mãe voltar na fila do supermercado, mas estava me sentindo mal, era como retornar ao colégio, ver os populares interagindo, as panelinhas conversando, enquanto eu me sentava distante deles, sozinho. De alguma forma aquele ambiente acabou despertando alguns gatilhos antigos em mim.

Meus pensamentos gritavam comigo, dizendo que aquela era uma oportunidade perfeita para interagir com vários sobrenaturais, me enturmar nos grupinhos, conseguir novas informações, porém continuei parado no mesmo lugar, todos os meus impulsos e habilidades em manter-me no papel haviam sumido de repente, queria agir como o caçador, o agente, o espião que fui treinado para ser, mas não estava conseguindo.

Eu precisa apenas continuar mantendo meu papel, não estava ali para fazer amigos de verdade ou algo assim, somente para finalizar minha pesquisa sobre a vida naquele lugar sem levantar suspeitas, e depois ir embora, mas por alguma razão meu lado racional não estava querendo funcionar naquele instante.

— Jiji, você está me ouvindo? — A voz distante de Jungkook me tirou daqueles pensamentos, nem havia notado quando ele retornou.

— O quê? — Perguntou, franzindo o cenho.

— Você ficou parado aí, olhando para o nada. — Afirmou, voltando a se sentar ao meu lado, agora com uma taça em sua mão. — Está sentindo alguma coisa?

— Não foi nada, só... — Murmurei, não sabendo exatamente o que dizer, não queria que aquele meu conflito interno tivesse ficado aparente. — Me senti meio ansioso de repente.

— Ah, entendo. — Proferiu, sorrindo levemente. — Não se preocupe, vou ficar do seu lado e te ajudar a se enturmar com a galera, eu conheço todo mundo aqui, afinal.

— Há quanto tempo mora aqui? — Tentei conseguir ao menos uma resposta naquela noite.

— Acho que vai fazer um ano, por aí. — Respondeu, dando de ombros e se levantando novamente, me estendendo a mão em seguida: — Vem, vamos pra mais perto da fogueira.

Jungkook era muito comunicativo, isso eu havia notado desde o início, e pude comprovar mais uma vez ao vê-lo adentrar o meio de um grupinho sentado próximo a fogueira e chegar puxando papo, me trazendo para sentar em meio a todos também, eles me olhavam meio curiosos dessa vez, mas preferiam usar Jungkook de intermediário para interagir comigo também.

Recobrei o controle e entrei no meu personagem novamente após isso, voltando a me sentir mais seguro em seguir em frente com o que havia planejado. Com alguns minutos de conversa, entendi logo que todos ali estavam tão duvidosos sobre mim quanto eu era sobre eles, e isso abriu brechas para que perguntas fossem feitas, mas eu precisava ir com calma.

Jungkook, mesmo sem saber, estava me ajudando bastante, ele jogava temas no diálogo e todos seguiam respondendo, me passando pequenas informações que eu precisava, não demoraria muito para que eu pudesse passar meu relatório a Hajun, afirmando que ele não precisava se preocupar com os moradores desse ninho, eram todos inofensivos afinal.

— Como descobriu que era um sangue raro? — Jihyo perguntou, ela era uma das jovens bruxas que eu tinha visto no meu primeiro dia.

— E-eu... — Gaguejei falsamente, olhando para Jungkook, forçando uma expressão de pedido de ajuda, como se tivesse vergonha de contar o que realmente aconteceu comigo. Durante toda aquela conversa, eu havia notado uma certa lealdade de Jeon comigo, queria testar para saber se estávamos realmente nos conectando.

— Ele foi atacado por um vampiro na rua, quando voltava pra casa. — Jungkook respondeu por mim, repetindo aquela primeira história que contei, achando que eu estava com vergonha de revelar que realmente pedi para ser transformado em vampiro e fui enganado por um. — Quando chegou aqui, vimos logo que não estava se transformando, então fizemos exames para comprovar as suspeitas de um sangue raro.

— Oh, sinto muito pelo ocorrido, ouvimos falar mesmo que muitos humanos estavam sendo transformados aleatoriamente pelas cidades. — Chaeyoung, a outra bruxinha, disse em seguida.

— Mas como descobriu sobre esse lugar? — Yongsun, a quieta sílfide, resolveu dizer algo, depois de vários minutos em silêncio durante aquela conversa.

— Achei que iria me transformar realmente, mas eu precisava de ajuda, então procurei por um grupo de vampiros conhecido em minha cidade, eles disseram sobre esse lugar e que eu encontraria outros recém transformados aqui. — Repeti a primeira história inventada por mim.

— Não temos nenhum vampiro, eles raramente se desgarram do seu clã, além de precisar de sangue constantemente, não acho que o povo aqui se voluntariaria para tirar sangue todo dia. — Hoseok falou, rindo soprado.

Mas já tinha percebido a ausência de vampiros, porém agora, conhecendo um pouco mais do dia-a-dia na vila, fazia sentido não existir sobrenaturais brutais naquele lugar, era um lar pacifico, além dos vampiros serem mal vistos até dentro da própria comunidade mística, ninguém ali era a favor da presença deles em seu convívio sempre tão tranquilo.

— Vamos ser sinceros, a gente nem aceitaria vampiros aqui. — Tzuyu explanou. — Além do que fizeram contra nossa comunidade, eles são muito instáveis, é difícil confiar que não vão pular no seu pescoço a qualquer momento.

— Eles são tão descontrolados assim? — Perguntei com minha melhor expressão de humano ingênuo e curioso.

— Vampiros são seres sem alma, a transformação não muda somente o corpo, mas sim toda a natureza daquele ser, o veneno amplia todas as características ruins da personalidade e os dominam por inteiro. — Hoseok me explicou brevemente.

— Os vampiros centenários são até mais calmos, mas os novatos são completamente descontrolados, seria complicado conviver com um deles aqui. — Wheein falou, e era a primeira vez que eu ouvia sua voz até então, ela só andava com Taehyung normalmente, e naquela noite ele nem estava ali.

— Mas já tivemos outros sangues raros. — Jungkook afirmou, me fazendo arregalar os olhos com essa afirmação.

— Sério? — Questionei, talvez um tanto mais animado do que deveria aparentar.

— Muitos sangue raros acham que vão adquirir poderes com o tempo ou que já são sobrenaturais, por isso nos procuram, mas nunca ficam, ainda mais depois que percebem que ser um sangue raro não os fazem super poderosos. — Jihyo confirmou em seguida.

— Como conseguem o endereço daqui? — Perguntei, pois a existência daquela cúpula mágica parecia mais secreta antes.

— Da mesma forma que você conseguiu, com algum sobrenatural. — Hoseok continuou. — Para descobrir que é um sangue raro, você tem que ter contato com seres sobrenaturais, e muitos sabem da existência dessa vila, a informação vai indo de boca em boca, mas ainda mantemos isso longe dos caçadores, não todos, porque seria impossível, mas a maioria desconhece nossa existência.

— Mas se tantas pessoas conseguem o endereço desse lugar, não é perigoso que tentem invadir? — Indaguei, querendo saber se algo assim já havia acontecido antes.

— Nós cuidamos para que o feitiço que cerca esse lugar seja impenetrável a quem vem de fora, sem contar que o feitiço também rastreia qualquer aproximação, sempre sabemos quando alguém está vindo. — Chaeyoung explicou brevemente.

— Mas como abriram para eu entrar? — Perguntei, precisava obter um pouco mais de informações sobre a barreira.

— O Jin tem o controle da abertura do portal, demos a ele um colar que ajuda nisso, mas somente ele pode abrir, já que é o chefe dos seguranças. — Jihyo não hesitou em me responder.

— Nosso escudo também tem um feixes de luz que podem te analisar, um para ter certeza que ninguém está por perto e outro para ter a certeza de que você é a criatura que diz ser. — Chaeyoung concluiu logo após sua amiga.

— Mas e se outro feiticeiro quebrar a barreira? — Indaguei, mas elas somente riram levemente.

— Somente a própria bruxa que conjurou a magia pode quebrar e isso nós não vamos fazer. — Jihyo me confirmou.

— Como sabem que todos aqui são confiáveis? Tem muitos moradores. — Perguntei, mesmo que soubesse a resposta de certa forma.

— Yoongi nos ajuda nisso aí, já deve saber, afinal, só vira morador daqui quem já passou por uma análise dele. — Tzuyu proferiu, dando um gole em sua bebida.

— Por que decidiu ficar, Jimin? — Dahyun disse, essa era uma das ninfas d'água que eu também havia avistado no meu primeiro dia, a de cabelos verde clarinho.

— Eu não tinha nada fora daqui, me viro sozinho desde que saí do orfanato em que cresci. — Declarei, optando por dizer uma verdade antes: — Vim aqui pedir por ajuda, mas me encantei completamente por essa vila, e implorei para Yongguk me deixar ficar.

— Não é atoa que chamam esse lugar de Terra do Nunca às vezes, os meninos perdidos sempre vem parar aqui. — Tzuyu mencionou, rindo soprado.

— Todos nós somos meninos perdidos na verdade, com nossas histórias trágicas, cicatrizes de guerra e marcas de saudade, e por ai vai. — Hoseok falou, num tom melancólico. — Mas aqui nos sentimos seguros de verdade.

— E bem longe dos caçadores. — Jeongyeon, a ninfa d'água de cabelos azuis, fez sua voz ser ouvida enfim.

— Mas os caçadores só vão atrás de quem ataca os humanos, não? — Perguntei, tentando entender porque precisavam se proteger dos caçadores sendo que obviamente eram sobrenaturais inofensivos.

— Essa história de que caçadores só vem atrás de quem ataca os humanos não é verdade, Jimin. — Jungkook disse, levando minha atenção até ele. — Se você despertar a desconfiança de um deles, pode ter certeza que ficará no seu pé, te investigar e tudo mais, nunca dão o benefício da dúvida a um sobrenatural.

— Sei que há uns sessenta anos atrás eles caçavam a todos, mas agora não são somente os que atacam diretamente? — Perguntei, vendo todos me olharem quase com um ar de riso.

— Se fosse realmente assim, nós não sentiríamos a necessidade de nos esconder e viver em redomas mágicas para não sermos hostilizados. — Wheein pontuou, me deixando pensativo. — Os humanos têm medo de nós, e respondem a esse medo com violência.

— Continuam achando que todos nós somos maus, e ok, eu sei que muitos da minha família e da de todos aqui fizeram coisas muito ruins, mas não é todo mundo que age dessa forma. — Jihyo expressou logo em seguida. — Não é justo que as gerações de hoje paguem pelo que os antepassados irresponsáveis fizeram.

— Estou um pouco confuso. — Murmurei, talvez mais para mim mesmo.

— Existem vários tipos de criminosos entre os humanos, certo? Ladrões, assassinos e por aí vai. — Yongsun começou a explicar calmamente, como uma professora tentando ensinar algo complicado aos seus alunos pequenos. — Da mesma forma existe uma galera assim entre os sobrenaturais, mas não significa que todos ajam dessa maneira, mesmo que os humanos pensem que sim.

— E ao contrário dos humanos, quando um de nós é acusado de ter feito algo errado, não passamos por um júri, não há uma investigação, não é necessário provas, unicamente a palavra de um humano contra nós basta, e somos caçados, sem qualquer direito de argumentação ou defesa. — Hoseok falou, com raiva em sua voz.

— Os humanos não estão errados em se defender dos ataques, criar grupos especializados nessas defesas é importante para manter a segurança da população, mas o que fazem com a gente é segregação, nos tiraram do convívio com a sociedade e tratam a situação como se todos nós estivéssemos prontos para acabar com a raça humana ou algo hediondo assim. — Wheein discursou, e os demais assentiram.

— O erro de alguns fez todos pagarem caro. — Dahyun expressou baixinho.

— Entendo que sentem medo de nós, somos diferentes deles, temos poderes, vivemos culturas divergentes e possuímos características místicas, tanto que escolheram a palavra "sobrenatural" para nos definir porque ela significa "fora das normas naturais" para os humanos, certo? — Hoseok continuou, agora olhando unicamente para mim. — Mas nós estamos nesse mundo, convivendo com eles, desde o começo dos tempos, a diferença é que antes não sabiam da gente.

— Mas então, o que aconteceu anos atrás? Por que tantas criaturas começaram a atacar as pessoas? — Questionei, ainda meio anestesiado pelas coisas que estava escutando e pelo sentido que faziam em minha cabeça.

— Não sabemos a motivação de todas, mas sabemos que tudo começou com os vampiros. — Jungkook pegou sua vez de explicar. — Eles se expuseram primeiro, machucando pessoas inocentes e depois revelando a existência de muitos de nós, o resto da história você já deve saber, estamos vivendo ela até hoje, afinal.

— Alguns só atacavam de volta para se defender, já que os humanos estavam vindo com tudo para cima deles... Mas vi outros que só estavam finalmente liberando suas bestas interiores mesmo. — Yongsun garantiu, meio pensativa.

— Sempre achei que fúria fazia parte dos instintos de algumas raças mágicas, mas isso não é uma desculpa para fazer o que fizeram. — Chaeyoung comentou também.

— Na minha opinião, ninguém nasce mau, você se torna, seja aprendendo a ser, sendo corrompido, sendo obrigado ou desencadeando essa maldade por alguma outra razão. — Jeongyeon se pronunciou. — Alguns de nós são assim, da mesma maneira que muitos humanos são assim, mas todo yin tem o yang certo? Existem humanos bondosos e sobrenaturais bondosos, mas ninguém é 100% uma coisa só, somos perfeitamente imperfeitos, e está tudo bem.

Ter uma conversa pacífica com um sobrenatural, ouvir a história dele, ser ouvido também, conhecê-los em seus cotidianos e descobrir que havia muito mais luz do que sombras ali, eram coisas que eu jamais imaginava fazer na minha vida algumas semanas antes, não acho que eu já tenha parado para pensar sobre o outro lado daqueles seres malignos que sempre ouvíamos falar, porque nunca fui ensinado ou instigado a procurar.

Sentir medo e odiá-los eram as únicas coisas que me mostravam ser o certo, desde criança eu ouvia o pior daquelas criaturas, no noticiário, nos jornais, nas revistas, na internet e onde mais estivesse, somente catástrofes eram contadas, e então, sendo treinado pelos caçadores, eu escutava as histórias mais horripilantes todos os dias, e também via as denúncias de ataques chegando o tempo todo, não havia espaço para pensar em bondade vendo somente crueldade sendo mostrada.

Fiquei pensativo, porque Jeongyeon tinha toda razão, mas continuava sentindo receio dentro de mim, com meu cérebro me dando alertas, me dizendo para ser cuidadoso com meus pensamentos, afinal, fui ensinado a duvidar sempre, dos meus olhos e ouvidos principalmente, pois podiam ser ludibriados com magia e palavras convincentes. Eu apenas precisava continuar conversando com eles, para aprender mais.

— Nunca perguntaram aos vampiros por que eles fizeram isso? — Trouxe o assunto de volta, deixando para fazer análises mais tarde, depois de ter todo o material necessário.

— Eles não falam sobre isso hoje, nem sei se um dia já falaram. — Tzuyu me respondeu primeiro.

— Se sair perguntando por aí, vai escutar respostas diferentes, mas muitos vão apenas enfatizar a maldade dos vampiros e dizer que somente cansaram de se esconder nas sombras. — Jungkook falou também. — Mas eu não sei, eles realmente não são as criaturas mais benevolentes, porém acho que houve um motivo mais concreto.

— Qual sua opinião sobre isso, Jimin? — Dahyun perguntou, me pegando de surpresa.

— Não sei, nunca pensei muito sobre isso, para mim eles somente queriam o sangue humano e fim. — Falei para ela, sendo bem sincero em minha resposta, nunca havia indagado muito sobre aquilo.

— Talvez seja um motivo banal e egoísta realmente, mas explicações simples às vezes não me parecem suficientes. — Ela continuou, me olhando com os olhos semicerrados.

— É, eu entendo. — Falei nervosamente, me sentindo analisado dos pés à cabeça pela ninfa.

Aquele diálogo acabou por ali mesmo, o grupo começou a entrar em outras conversas após isso, mas agora sendo assuntos corriqueiros do cotidiano, nada que me interessasse realmente, ainda mais quando as vozes começaram a se cruzar, sendo difícil entender o que cada dupla ou trio falava, por isso me afastei um pouquinho, vendo que comecei a ficar alheio.

— Por isso fiquei duvidosa sobre você. — Dahyun sussurrou assim que veio para o meu lado. — Todos nós ficamos na verdade.

— Mesmo? Mas o Yoongi... — Tentei me defender, temendo pelo meu disfarce, mas ela me interrompeu antes disso.

— É, sabemos que ele liberou sua permanência, mas ainda sim, você é um humano, a minha geração foi ensinada a nunca confiar em um, sempre duvidar e fazer perguntas. — Ela afirmou, me fazendo perceber que a gente tinha algo em comum.

— Fui ensinado da mesma maneira, pode imaginar. — Falei, e Dahyun sorriu de lado.

— Mas sempre teve curiosidade, não é? — Sua pergunta me pegou desprevenido mais uma vez.

— Oi? — Retruquei, não entendendo muito bem ao que ela se referia.

— Se você quis ficar aqui mesmo sabendo que o veneno do vampiro não te mudaria, significa que não tem medo dos sobrenaturais, né? — Indagou, agora me fazendo compreender sua linha de raciocínio. — Você quis vir morar com a gente mesmo tendo todo o seu mundo lá fora.

— Sim, esse lugar é muito lindo e eu não tinha mais nada que me prendesse a minha cidade, nunca tive na verdade. — Respondi, mas me senti mal pelas palavras sem verdade e sem valor que proferi.

— Para as ninfas, os sangue raro são abençoados, mas ainda sim são humanos, então eu sempre tive receio, porque eu sei como eles nos veem. — A garota continuou a falar. — Estou feliz de conhecer um humano que não me enxerga como um monstro terrível e que não tem medo de conviver comigo.

Não respondi nada, acho que nem poderia, minha mente ficou em branco por alguns segundos, e depois, sua voz começou a se repetir em looping, enquanto Dahyun ainda me olhava com aquelas íris brilhantes e profundas.

— Ei, o que estão falando aí? — Jungkook surgiu de repente, cortando a tensão quase palpável no ar.

— Nada demais, doutor. — Dahyun disse, sorrindo de lado e dando um tapinha no ombro do Jeon antes de se afastar de perto da gente.

— Dahyun é uma tagarela, adoro isso nela, acho que é porque me identifico. — Jungkook expressou, mas eu nem estava prestando atenção realmente.

Fiquei calado, observando a brasa da fogueira queimando a madeira, os estalos que vinham dela e os sons das conversas em minha volta não abafavam meus pensamentos, estavam rodando para todos os lados, com as palavras que escutei sendo repetidas centenas de vezes, me sentia perdido.

— Tá tudo bem, Ji? — Ouvi Jungkook usar um tom mais ameno, parecia preocupado.

— Sim, está... — Falei quase no automático.

— Tem certeza? Você parece tenso. — Afirmou, me olhando mais minuciosamente, como se procurasse o que estava errado somente me ao me encarar.

— Está me fazendo um check-up, doutor? — Brinquei, tentando mudar de assunto.

— Não, não estou numa consulta agora, estou somente te lendo um pouco. — Disse, rindo baixinho.

— Há quanto tempo você é médico, Jungkook? — Perguntei, tentando trazer um novo assunto.

— Me formei há cerca de um ano e meio atrás. — Respondeu, sorrindo orgulhoso ao afirmar tal coisa.

— Numa faculdade comum? — Continuei, não sabendo se teria brechas para continuar tirando minhas dúvidas sobre ele ou não.

— Ainda não existem universidades sobrenaturais, sabia? — Indagou, rindo divertido. — Sim, eu fiz faculdade, e para não levantar suspeitas sobre o meu lado místico, eu agi como um humano por anos, até perceber que meu povo precisava de ajuda, então vim morar aqui, com minha mãe, que já conhecia o lugar há um tempo.

— Mas como... — Tentei continuar, agora ainda mais curioso para saber como ele fingiu por tanto tempo na faculdade e provavelmente na escola, o diálogo acabou não fluindo como eu desejava, queria saber mais, principalmente sobre o ponto que Namjoon havia tocado mais cedo, porém Jungkook foi chamado por um outro grupo e acabou passando bons minutos sendo ocupado pela conversa deles.

Eu sabia que muitos sobrenaturais viviam entre os humanos, se disfarçando e tentando nunca revelar sua verdadeira natureza, e saber que Jungkook foi um desses levantava muitas teorias em minha cabeça, de como foi sua vida antes de vir parar ali e qual era sua história, porém não consegui arranjar uma nova oportunidade para ficarmos sozinhos para que eu pudesse lhe perguntar mais.

Infelizmente também existia um certo limite de horário estipulado por Yongguk para aquelas reuniões, poderia chamar de toque de recolher inclusive, por isso tudo chegou ao fim bem rápido, pouco tempo depois já estávamos a caminho da minha cabana mais uma vez, em clima de fim de festa.

— Você gostou de hoje? — Jungkook perguntou assim que paramos em frente a minha cabana.

— Sim, eu gostei bastante. — Afirmei, sorrindo levemente. — Conversar com todos foi divertido, não tinha me dado conta o quanto eu estava me sentindo solitário esses dias.

— Fico feliz que tenha gostado. — Sorriu ao dizer, desviando suas íris escuras para o chão e depois as erguendo até mim de novo. — Deveríamos fazer isso mais vezes.

— Ir na próxima fogueira juntos? — Questionei curioso.

— Passar um tempo juntos. — Respondeu, causando um franzir de testa em mim e um nervosismo imediato nele, já que começou a gaguejar logo em seguida: — S-se voc... Se você quiser, é c-claro.

— Quero sim, pode ser legal. — Confirmei, soltando um riso nasalado, ao vê-lo soltar um suspiro, quase como se tivesse ficado com medo d'eu rejeitá-lo. Jungkook era um cara muito intrigante e divertido.

— A gente se vê amanhã então? — Perguntou em seguida, colocando as mãos nos bolsos de sua calça.

— Claro, doutor. — Afirmei, sorrindo mais uma vez.

Jungkook sorriu de volta, e se aproximou um pouco mais de mim, inclinando-se um pouco como se pretendesse me dar um abraço de despedida, mas ele parou no meio do caminho, vi uma certa dúvida passar diante de seus olhos por alguns segundos, mas não me mexi, curioso e instintivamente em alerta.

Automaticamente me lembrei que Namjoon tinha dito algo sobre a espécie de Jungkook, os strzygs costumavam ser comparados com os vampiros, e eu não sabia exatamente porquê, mas esse fato me deixou aflito quando recordei sobre, e ver Jungkook tão próximo assim me fez subir a guarda, pronto para revidar qualquer coisa.

Mas ele veio me desestabilizar de outra forma, ao quebrar a distância entre nós depositando um beijinho rápido em minha bochecha antes de ir praticamente sair saltitando pela rua da vila, dando um último tchauzinho todo sorridente em minha direção antes de ir embora.

Não sei nem se posso chamar de beijo na bochecha, porque mal senti seus lábios tocarem meu rosto, o selar veio tão rápido quando acabou, porém me fez rir feito um idiota, por ver que eu havia sentido receio todo aquele atoa, Jungkook era gentil e caloroso, apenas isso.

Ou talvez não tão caloroso assim, pois quando se aproximou, foi a primeira vez na noite que eu percebi o quanto ele estava frio, literalmente falando, somente gelo emanava do seu corpo, nenhum calor corporal como de costume, foi quase como sentir uma brisa de inverno entrando em contado com minha pele, causando arrepios sobre a derme.

O que estava acontecendo com ele?

~♥~

hihihi até o próximo (* ^ ω ^)

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