Malignos
Jimin's POV
Fiquei calado, pensativo, talvez fosse até possível ouvir o maquinário dentro da minha cabeça trabalhando naquele momento, afinal, sempre tive curiosidade de descobrir porque eu era imune ao veneno dos vampiros, mas nunca nem cogitei alguma coisa como aquilo que Hyejin contava, parecia surreal demais, a história de um espírito dimensional que transformava as pessoas completamente, mal conseguia acreditar nas palavras de Hyejin.
E segundo suas explicações, eu até podia não estar possuído como as primeiras pessoas que foram afetadas por esses espíritos, mas mesmo assim existia algo dentro de mim, não importava se era somente algumas células, aquilo compunha os meus genes, eu também fui infectado, quando era somente um feto no ventre de minha mãe.
Era aquele tipo de revelação que te faz pensar que toda a sua vida foi um mentira ou incompleta, até aquele momento eu imaginava que a guerra entre humanos e sobrenaturais começou por conta dos vampiros, que se revelaram aos olhos de todos quando começaram a atacar as pessoas por conta do sangue, e isso levou os humanos a temerem e tentarem se defender, atacando de volta.
Quando os vampiros começaram a contar sobre a existência de outros seres místicos, os humanos, temendo que ondas de ataques ainda maiores acontecessem, começaram a ir atrás desses outros seres, e a única alternativa que os sobrenaturais encontraram foi se defender, lutando de volta, porém os humanos, crendo que todos os sobrenaturais eram monstros, só contavam o seu lado da história, fazendo se espalhar o mito de que todo sobrenatural era traiçoeiro e maligno.
Porém agora havia um terceiro lado nesse conto, o dos humanos e sobrenaturais que nem ao menos sabiam o que estava acontecendo com seu corpo e mente, tinham atitudes condenáveis e agiam por impulso, causando destruição não somente para si próprios, mas também para aqueles que estavam em sua volta, sobrenaturais revelaram seus segredos e humanos mostraram seus lados mais cruéis.
O que existia hoje em dia era somente os frutos dessa bagunça que começou há setenta anos atrás, quando os vampiros decidiram provar do sangue humano e os primeiros malignos atravessaram a fenda dimensional, situações que coincidiram para mudar completamente o mundo que conheciam.
Porém, as pessoas que estavam infectadas pelos malignos ao menos tinham uma explicação para suas atitudes, mas e os outros que faziam o mesmo? Os caçadores e os demais humanos que demonizam os sobrenaturais não estão possuídos por nenhum ser maligno, pois a falta de informação, o medo, o preconceito e a raiva criaram a minha geração, e estava criando a próxima.
Assim como os sobrenaturais que tinham atitudes hediondas também não são mais vítimas dos malignos, existe sim muita maldade real por ai, mas também há muita bondade, e era por isso que precisávamos fazer alguma coisa para mudar aquela realidade, para que inocentes parassem de ser condenados injustamente, e que os culpados fossem julgados honestamente.
— Isso significa que em algum momento ele pode começar a agir da mesma forma que os outros infectados? — Escutei alguém perguntar de repente, se referindo a mim.
— Segundo as pesquisas, os descendentes não possuem as mesmas intenções malignas provocadas pelos seus genes, mas pra esse tipo de coisa não temos como dar certeza, o nosso estudo ainda está no começo. — Hyejin respondeu primeiramente.
— É perigo para ele ou para nós? — Outra pergunta, mas eu ainda estava de cabeça baixa, pensativo, não olhei para ver quem falava.
— Eu entendi que foi por causa desses espíritos zombeteiros que toda essa guerra se iniciou, mas será mesmo que não existem alguns fazendo isso até hoje? — Mais uma voz soou preocupada. — Talvez os descendentes tenham o poder de causar discórdia e maldade mesmo sem saber que estão fazendo isso.
— Você disse que os espíritos não conseguiam viver na nossa dimensão, por isso possuíam as pessoas. — E novamente, mais uma indagação. — Então o Jimin sendo um descendente, significa que ele é um maligno que se adaptou a nossa dimensão? Ele não pode vir a desenvolver os mesmos poderes?
— Então ele poderia começar a influenciar, mesmo que sem saber, as pessoas a sua volta a ter atitudes ruins? — Mais um questionamento, e eu sentia vontade de correr dali.
— Com licença... — Expressei, me levantando da cadeira em que estava e caminhando até a saída da sala, sendo seguido por vários olhares.
Eu precisava tomar um ar, minha cabeça estava a mil por hora, sentia que iria explodir se eu não desse um tempo para ao menos tentar colocar as coisas em ordem aqui dentro. Alguém veio atrás de mim assim que me retirei do escritório, mas eu não olhei para trás, somente continuei andando até pisar do lado de fora, enxergando a calmaria da vila com a qual eu já estava familiarizado.
— Jiminie... — A voz preocupada de Jungkook soou em minhas costas.
— É isso que eu sou, então? Uma espécie de demônio de uma outra dimensão? — Indaguei incrédulo, me virando para ele.
— Não, Jiji... — Jungkook murmurou, dando um passo à frente. — Como a Hye falou, eles viram que os descendentes normalmente nem notam nada diferente em si durante a vida, você não vai começar a fazer as pessoas agirem de formas ruins, você somente tem um tiquinho de sobrenaturalidade em seu DNA, e isso te faz um sangue raro, mas não um ser maligno.
— Mas e se fizer? — Questionei de volta. — E se eu desenvolver o mesmo poder que fazia esses espíritos causarem reações horríveis nas pessoas?
— Escuta... — Proferiu, segurando minhas mãos. — Eu sei que você está assustado, eu sei que tudo isso foi muito chocante, mas confia na Hye e nas meninas, elas não estariam nos dizendo nada que já não tivessem confirmado antes.
— Todos lá pareciam estar com medo de mim... — Afirmei, desviando o olhar para o chão.
— Ficaram com medo porque tudo isso ainda é muito novo para todos nós, é normal temer o desconhecido. — Continuou a falar. — Segundo as lendas e mitos que os humanos contam, todos os seres aqui já foram julgados e criticados previamente, por isso se julgarem você com preconceito também, estariam sendo hipócritas, então eu serei obrigado a dar uma bronca em todo mundo.
— Faria isso mesmo? — Perguntei, em tom manhoso, de brincadeira, fazendo Jungkook rir.
— Claro, não permitiria que ninguém aqui fosse menosprezado ou rejeitado apenas por sem quem é, somos uma família que acolhe a todos, afinal. — Expressou confiante.
Um sorriso foi inevitável, ele tinha esse poder de acalmar meu coração e minha mente barulhenta, porque Jungkook era assim, mesmo com todas as suas marcas e cicatrizes, ele ainda acreditava em tempos melhores, era otimista e acolhedor com todos, chamava aquele grupo de família, o que me fazia ver que Jungkook seria um bom líder, se assim quisesse, e com certeza Yongguk sentiria orgulho dele.
— Obrigado por ter vindo atrás de mim. — Agradeci, ainda sorrindo.
— Não tem que me... — Tentou dizer, mas eu continuei antes:
— Tenho sim. — O interrompi, colocando dois dedinhos em frente aos seus lábios e o impedindo de ser o modesto de sempre. — Não só por agora.
— Mas, Jiji... — Eu sabia que viria mais alguma resposta singela e virtuosa de Jungkook, por isso o cortei antes, segurando seu rosto delicadamente e me erguendo para deixar um beijo em sua testa.
— Vamos voltar lá pra dentro, ok? — Questionei, sorrindo levemente ao ver as bochechas de Jungkook começarem a corar após o meu gesto.
Jungkook somente assentiu, levando sua mão até a minha e a segurando enquanto entrávamos novamente dentro da casa de Hwasa, porém ele ia um pouco mais na frente, quase como se fizesse um escudo entre mim e quem quer que viesse pela frente dizendo coisas que me causariam todo aquele nervosismo novamente, tive que soltar uma risadinha baixa, o achando um fofo.
— Jimin! — Hyejin veio ao meu encontro assim que entramos na sala da cabana. — Me desculpe por aquilo, não pensei que jogariam as perguntas de uma maneira até insensível com você.
— Tudo bem, é normal que todos fiquem confusos e nervosos. — Tentei ser compreensível, mesmo que tudo aquilo tivesse me deixado apavorado.
— As meninas e eu já tiramos todas as dúvidas deles, ninguém precisa mais se preocupar com isso, fechamos a fenda e os descendentes são inofensivos. — Hyejin disse mais uma vez. — Você também não precisa se preocupar, mas qualquer pergunta que tenha, saiba que estarei sempre a disposição.
— Obrigado... — Expressei, vendo um sorriso sutil surgir em seu rosto cansado: — Hyejin, você não precisa se desdobrar desse jeito, sabe?
— Oi? — Ela indagou, me olhando desentendida.
— Você está passando por muita coisa, mas ainda sim está a frente da vila, exercendo o seu papel como líder, e eu entendo que isso é muito importante, mas tenho certeza que as meninas e outros também poderiam assumir esse espaço por um tempinho, porque você precisa descansar também. — Afirmei, mas ela negou com a cabeça.
— Agradeço toda a preocupação, querido, mas mesmo enfrentando esse furacão, é melhor que eu esteja aqui, porque acho que se eu ficar longe de tudo num momento tão critico, me sentirei pior. — Explicou brevemente. — Não vou descansar até que os meninos da matilha estejam a salvo e que nossa casa deixe de ser um alvo para esse tal de Hajun, e isso não é somente o meu dever como líder, quero todos os meus amigos bem.
— Sim, eu entendo perfeitamente. — Respondi, mesmo que ainda achasse que ela precisava de um descanso.
— Bem, vamos voltar à reunião, ainda temos muito para conversar. — Hyejin falou, olhando para Jungkook também.
Andamos novamente até o escritório, todos ainda estavam lá, mas não houve nenhum silêncio esquisito, muitos me pediram desculpas pela falta de tato, por não terem se dado conta de quanto aquelas perguntas poderia soar desestabilizante para mim, ainda mais numa situação como aquela, em que eu havia acabado de descobrir sobre a existência desses tais malignos e do fato d'eu ter um pouco do DNA desse ser em mim.
Eu não estava magoado, talvez apenas assustado, mas entendia aquele desespero e medo melhor do que ninguém, no lugar deles estariam com as mesmas dúvidas, na verdade eu ainda as tinham, e uma dessas minhas perguntas levava a uma outra pessoa naquela sala:
— Vocês disseram que os malignos vem da mesma dimensão que as fênix e os dragões vieram, certo? — Eu perguntei em seguida. — Talvez isso explique porque o Tae e eu sentimos uma coisa estranha quando nos tocamos uma vez.
— Sim, até comentei com alguns de vocês, mas ninguém sabia o que poderia ter causado uma reação assim. — Taehyung continuou, também se lembrando do ocorrido. — Bem, o Jimin pode não ser um maligno completamente, mas ainda sim existe uma pequena essência nele, algo que veio da mesma dimensão que meus antepassados.
— Talvez os malignos também sejam uma praga nessa outra dimensão, e seus antepassados tentaram te avisar que eu tenho um pouco desses seres em mim. — Eu completei logo após a fala dele.
— Não sei, você fez a árvore genealógica da minha família brilhar pela primeira vez, eu estou considerando qualquer coisa. — Taehyung disse, rindo soprado. — Cheguei até a pensar que éramos almas gêmeas ou algo assim.
— Talvez a gente seja. — Disse, num tom brincalhão.
— Mal começamos, e está me trocando, Jiji? — Jungkook murmurou num tom falsamente penoso, fazendo um biquinho ao me olhar, me fazendo rir.
— Ai, Jungkook... — Murmurei, entrelaçando nossos dedos por baixo da mesa do escritório de Hyejin, ficando um pouco corado pela presença de tantos em nossa volta, por isso tratei de voltar ao assunto: — Mas a nossa teoria tem embasamento, Hyejin?
— Sim, tem chances do Jimin ter causado esse efeito no Tae pelos dragões daqui descendem dos primeiros espíritos dragônicos que vieram para nossa dimensão. — Ela proferiu. — Não sabemos muito sobre a realidade onde os malignos surgiram, sendo assim, não sabemos que ligação eles têm com os dragões lá.
— Podemos fazer alguns testes depois, se quiserem. — Jihyo sugeriu.
— Por mim tudo bem. — Taehyung respondeu primeiro.
— Por mim também. — Falei, assentindo após ele.
— Alguém aqui conheceu alguém possuído por um desses espíritos naquela época? Ou ao menos acha que sim... — Chaeyoung quis saber, nos olhando curiosa.
— Acho que convivi com alguém que estava infectado por um maligno na minha juventude, mas só fiquei sabendo disso agora, depois de conversar com vocês... — Namjoon afirmou, arrancando olhares de surpresa de todos.
— Tem certeza? — Jungkook indagou.
— Sim, pelas características que elas apresentaram, eu posso comprovar. — Namjoon afirmou. — Isso aconteceu cerca de sessenta anos atrás, o meu irmão mais velho começou a ficar muito rude e violento, foi da noite para o dia, ele sempre era doce e gentil com todo mundo, mas de repente, parecia outra pessoa.
— Você morava numa floresta um pouco perto do lugar onde a fenda se abriu, então faz sentido, seu irmão provavelmente foi mais uma das vítimas desses malignos. — Hyejin confirmou.
— Ele faleceu, assim como os demais que foram infectados? — Solar perguntou também.
— Sim, eu mesmo encontrei seu corpo, mas naquela época, eu não fazia ideia do porquê dele ter uma morte súbita assim... — Namjoon continuou. — Havíamos discutido naquele dia, o meu irmão tinha tentado atacar uma família que estava fazendo piquenique perto da cachoeira de onde vivíamos, eu o impedi, e nós brigamos... Fiquei com tanta raiva dele por tentar fazer algo assim, mas cerca de duas horas depois eu tentei conversar com ele, porém somente encontrei seu corpo em nossa casa.
— Minha família morava na mesma floresta que o Nam, a história do irmão dele era famosa, muitos diziam que ele parecia ter enlouquecido do nada. — Tzuyu falou em seguida.
— Sim, nossas mães falavam pra gente ficar longe dele. — Hoseok falou, me fazendo entender que ele também viveu no mesmo lugar que a pixel e o leshi.
— Por que tiveram que sair dessa floresta? — Eu perguntei a eles
— Cerca de dois anos atrás, os humanos descobriram que aquela floresta era lotada de seres mágicos, então alguns colocaram fogo na mata para nos afugentar. — Hoseok se pôs a explicar. — Namjoon era nosso principal protetor, ele tentou defender nossa floresta, mas chamaram os caçadores para ele, então tivemos que fugir, todos nós.
— Minha mãe conhecia Yongguk, ela sabia que ele protegia muitos nessa tal redoma mágica que a gente ainda não entendia bem como funcionava, mas pedimos ajuda. — Tzuyu completou.
— E assim viemos para cá. — Hoseok finalizou.
Ninguém ali tinha uma história de vida fácil, nascer com raízes sobrenaturais em nosso mundo atualmente era praticamente um atestado para sofrer de diversas formas, não havia paz, isso tinha ficado num passado muito distante, e aqueles que deveriam ajudar a população a manter o equilíbrio e tranquilidade na verdade só ajudavam a tornar tudo ainda mais caótico, mas havia chegado a hora de parar de sofrer em silêncio.
— Pessoal, estamos nos desviando do assunto, precisamos planejar uma forma de ajudar nossos lobos. — A matriarca das ninfas expressou, e ela tinha razão.
— Eu tive uma ideia, a Hyejin já aprovou, mas vamos precisar da ajuda do Jimin e da Solar. — Hoseok levantou a mão ao dizer.
— Seja o que for, eu aceito. — Afirmei rapidamente.
Dali em diante, nós tivemos cerca de uma hora para montar o plano, com Hoseok explicando todos os detalhes do que havia imaginado, seu plano não era algo fácil, mas estávamos esperançosos, claro que havia margens para erros, porém agora já não era questão de contar com a sorte, precisávamos ser o mais cautelosos e detalhistas possíveis, vidas estavam em jogo novamente, e não perderíamos mais ninguém, foi o consenso silencioso em que entramos.
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— Eu gostaria tanto de pedir para você não ir, mas seria egoísta da minha parte. — Ouvi Jungkook dizer ao meu lado, enquanto eu terminava de arrumar a mochila que levaria.
— Eu também preferia não ter que enfrentar nada disso, mas é necessário. — Afirmou, fechando o zíper da bolsa.
— Por favor, tome cuidado... — Jungkook expressou assim que levantei os olhos até ele. — Quase perdi meu segundo coração quando ele quase saiu pela boca quando te vi chegando machucado. — Disse, sorrindo sem humor. — Eu só tenho mais esse coração, então por favor, cuide bem dele.
— Irei cuidar com minha vida. — Falei, ficando de frente para ele e segundo suas mãos, porém seu olhar não se prendeu ao meu, Jeon mirou o chão, e ficou assim por alguns segundos: — Jungkook, o que foi?
— Não ter mais o Yongguk aqui está sendo muito doloroso, eu tento manter as forças e manter o otimismo vivo em todos, mas está sendo muito difícil... — Começou a falar baixinho. — De repente eu me pego pensando nele e em tudo que aconteceu.
— Não reprima o que você está sentindo, pode colocar pra fora, eu estou aqui para te ouvir. — Proferi, firmando o aperto entre nossas mãos.
— Ele havia se tornado uma figura paterna para mim, sabe... E eu acabei de ver meu segundo pai indo embora, sem poder fazer nada para salvá-lo, mais uma vez... — Expressou, com sua voz começando a embargar.
Não havia nada que eu poderia dizer naquele momento, palavras não apaziguariam a dor que ele estava sentindo, por isso somente lhe abracei forte, permitindo que meu ombro fosse seu esconderijo por alguns minutos e minha roupa fosse o manto em que ele derramaria suas lágrimas, queria poder fazer mais do que isso, mas acho que Jungkook apenas precisava colocar pra fora tudo o que segurou durante dias.
— Volte inteiro pra mim, ouviu bem? — Jungkook murmurou, me prendendo forte entre seus braços.
Houve um enorme aperto em meu coração quando nos distanciamos da vila, alguns minutos depois daquele abraço, o olhar preocupado de Jungkook estava cravado em minha mente, a situação era tão tensa, e eu sequer poderia fazer promessas a ele, eu não sabia o que iria acontecer assim que nós cruzássemos a linha do inimigo, o plano de Hoseok era bom, mas não infalível.
Nosso grupo era bem pequeno, somente eu, Solar, Hyejin e mais dois lobisomens, um deles inclusive me carregava em suas costas, já que eles estavam em suas formas lupinas, assim como a sílfide também adotou a forma sobrenatural, seu corpo humano havia desaparecido, transmutando-se numa nuvem branquinha, ela agora parecia uma neblina guiando nosso caminho, enquanto a fênix voava acima de nós, podendo ter a visão do que vinha à nossa frente.
Para que aquele plano funcionasse, precisávamos ser discretos, por isso decidimos ir ser a ajuda de algum automóvel, isso faria a gente ter mais de uma hora de caminhada, mas havia um carro nos esperando na cidade, graças a alguns conhecidos de Hyejin que moravam por lá, eles nos trariam de volta depois que resgatássemos os lobisomens e a Moonbyul.
O som das patas dos grandes lobos batendo contra o solo eram o único som durante a viagem, pois o percurso foi completamente silencioso, a tensão atravessava minha pele e me fazia ter calafrios, e essa sensação ruim apenas aumentou quando o meu celular começou a tocar, me fazendo o atender rapidamente, nervoso:
— Jimin, pessoas mandadas pelo Hajun vieram aqui. — Foi a primeira coisa que ouvi Bambam dizer assim que atendi.
— O quê? — Expressei, confuso com todo o barulho que soava no fundo da ligação.
— Eles abriram o escudo! — Bambam exclamou ofegante, ele parecia estar correndo.
— Como isso é possível? Eles pegaram o Jin? — Indaguei, com minha voz soando alta e alarmada.
— Não, eles abriram pelo lado de fora. — Bambam respondeu, me deixando ainda mais confuso.
— O que está acontecendo? — Hyejin surgiu em sua forma humana em cima do lobo que andava ao meu lado.
— Os caçadores invadiram a vila. — Avisei, fazendo todos pararem de andar e Youngsun voltar a sua forma humana.
— Como é que é? — Ela expressou arregalando os olhos.
— Os guardas e as bruxas conseguiram os conter, certo? — Ouvi um dos lobos questionar, me dando um leve susto pelo quão grave suas vozes soavam quando estavam na forma lupina.
— Bambam? — Chamei pelo meu amigo, que estava calado do outro lado da ligação até então, mas ainda era possível escutar ruídos altos ao fundo.
— Não acho que eram apenas caçadores... — Bambam falou de repente, assim que coloquei a ligação no viva-voz.
— Não entendi, como assim? — Respondi, franzindo a testa.
— Eles tinham poderes, Jimin. — Bambam afirmou, e nós nos entreolhamos confusos. — Jogaram um feitiço sobre toda a vila, todo mundo ficou paralisado até que eles fossem embora, sumiram feito fumaça, e ninguém conseguia se mexer, a Chaeyoung disse que era um feitiço de contenção, faz a pessoa ficar imóvel por alguns minutos.
— Está me dizendo que havia sobrenaturais aliados aos caçadores? — Hyejin indagou, assustada.
— Sim. — Bambam disse em seguida.
— Mas eles só colocaram terror em todo mundo e depois foram embora? O que eles queriam, afinal? — Eu perguntei, completamente desentendido.
— Não era "o que" eles queriam, mas sim "quem" eles queriam... — E ele continuou. — Levaram o Jungkook, o Namjoon, o Taehyung e a Wheein.
~♥~
Esse capítulo foi mais curtinho porque o próximo será num momento crucial, então deixei todo o resto da aventura do Jimin nessa parte para o próximo mesmo hasuahsuahsu
Até o próximo ♥♥
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