Quem é Brunna?
Pov' Brunna
Flashback on
- Sabe qual é o problema Philips? - questionei para o homem a minha frente, que me olhava com um misto de curiosidade e aflição - Eu não estou preparada para ter uma pessoa na minha vida, entende?!
- Bubu! - ele suspirou - Você nunca vai estar preparada, se não deixar alguém curar essa tristeza que percorre o seu interior.
- Mas eu não posso depender de uma outra pessoa para curar a minha feria. - argumentei - E pra sua informação, eu não estou tão machucada assim.
- Como não? - questionou com a sobrancelha erguida - Bubu, não estou querendo me gabar, mas eu sou "o cara" da faculdade. Olha como sou bem sucedido, e não estou falando só sobre bens materiais, porque você me conhece e sabe como eu sou uma pessoa boa. - sorriu - Ainda mais pra você... E ainda assim você não quer me dar uma chance de tentar te fazer feliz.
- Eu preciso ser feliz sozinha, pelo menos nesse momento. Não quero me decepcionar com as pessoas, ainda mais com você que é esse cara tão bom. - fiz um leve carinho em seu ombro musculoso.
- Eu não acho que você "precisa ser feliz sozinha". Você precisa ser feliz, mas é com essa pessoa que você deixou no Brasil. - disse o nome do país com um sotaque engraçado e eu não consegui conter um sorriso.
- Tudo bem, já passou da sua hora de dormir e você não está em um estado lúcido. - tentei me levantar, mas ele segurou minha mão.
- É sério, Bubu. Eu não te conheço a muito tempo e nem sei como era sua vida no outro lado do atlântico, mas você está aflita. Como se estivesse deixado uma parte de você por lá, e eu não estou falando sobre a sua família. - sorriu me confortando - Eu só queria preencher esse vazio que está no seu coração, pelo menos por quando você estiver aqui.
- Infelizmente toda essa distância, milhares de quilômetros e até uma parte do oceano me separando dela, não seria capaz de anula todo o amor que tenho. - levantei meu olhar na falha tentativa de conter uma lágrima.
- Eu sabia que estava certo. - sorriu vitorioso - Fico feliz por você ter assumido isso, já é um avanço. Mas ainda assim quero tentar te ajudar.
- Você não vai conseguir, Philips. Sinto muito te dizer isso, porque eu nunca amaria, ou ao menos gostaria de alguém, como amei e gostei dela. - suspirei - Eu te vejo como um amigo, e aquela nossa noite, foi um erro.
- Não diz isso, Bubu. - ele sorriu divertido - Você só diz isso porque não se lembra.
- Sou grata por isso.
Flashback off
Tentei me distrair e afastar esse lembrança e me sentei a frente do espelho, para pentear os meus cabelos que eu havia acabado de lavar. Distribuí um pouco de creme em minhas mãos e passei nas mechas divididas, logo em seguida peguei a escova e passei por uma pequena quantidade de cabelo. Como se a última lembrança não fosse suficiente, mais uma me veio a tona.
Flashback on
- Sempre tive o sonho de conhecer Paris. - o engenheiro falou segurando gentilmente a minha cintura enquanto admiramos a torre Eiffel.
- É, eu também. - suspirei pesadamente. Não menti em minha resposta em dizer que era o meu sonho conhecer aquele lugar. Aquela cidade do amor, mas os meus planos eram ter conhecido com uma outra pessoa que estava a milhares de quilômetros de distância de mim. E que talvez já tivesse uma outra pessoa para lhe fazer feliz.
- Não fique triste, minha linda. - Philips sorriu cansado - Tentei se esforçar! Estamos em uma cidade linda, vivendo coisas que muitas pessoas queriam viver.
- Eu sei, só me lembrei... - quando iria falar ele me interrompeu, gentilmente.
- Eu sei de quem você se lembrou. Mas tente esquecer. Agora é o nosso momento, eu e você. - ele beijou minha testa.
- Você tem razão, me desculpa por isso. Eu só ainda não consigo me convencer de que tudo acabou. - resmunguei apoiando meus braços em torno do pescoço do mais alto.
- Pois acabou, Bubu. Agora você está morando em Londres, fazendo a faculdade do seu sonhos e namorando um cara incrível como eu. - beijou meus lábios.
- Exagerado. - revirei os olhos - Você sabe que eu gosto de você, mas não como você gostaria, não é?
- Sei, mas estou confiante que um dia irei te fazer me amar. - deu de ombros - Mesmo sabendo que nesse momento, seu coração está no Brasil.
Flashback off
Será que eu deveria ter ficado em Londres, e ter me convencido de que essa seria a minha nova vida? Será que se eu tivesse mesmo me entregado a ele, eu o amaria como eu ainda a amo?
Fui afastada dos meus pensamentos com a porta do meu quarto sendo aberta e o meu pai adentrando o cômodo, com um sorriso no rosto. Ele se sentou em minha cama e me observou pelo reflexo do espelho. Sorri em sua direção e me dei conta de que eu não conseguiria ser a mesma Brunna, em um outro lugar, sem as pessoas que eu amo, e não é apenas sobre ela.
- O que foi, papai? - perguntei divertida. Até porque ele me olhava como uma criança que acabou de aprontar algo escondidos dos pais.
- Nada. - deu de ombros e tirou um pequeno papel do bolso da sua calça jeans - Mas tive uma visita ontem a noite, enquanto você ainda estava no plantão. - balançou o papel.
- E quem era? - perguntei confusa e curiosa.
- Sua namorada. - falou óbvio e eu consegui me engasgar com a própria saliva. Ficando de pé sobre o chão frio do quarto - Calma, filha. Quer um copo de água?
- Não. - dei leves tapas em meu peito, na tentativa de me desengasgar, mesmo sabendo que isso seria em vão e que se eu estivesse morrendo isso iria de fato acontecer já que ninguém ali além de mim sabe socorrer alguém em perigo - Que papo é esse de namorada, Jorge Gonçalves?
- Ah, qual foi, princesa do papai. - ele sorriu entendendo a mão com o papel em minha direção e eu pude ver que se tratava de um ingresso para o show da Ludmilla - Sua mãe me contou, que você e ela estão voltando a serem como antes. Pensei que estivessem namorando.
- Pai, não! Obviamente não. - apressei para lhe contrariar - A única coisa que minha mãe viu, foi ela fazendo a gentileza de me trazer em casa depois de um favor que fiz a ela. Não acredito que vocês já estão cobrando isso pra todo mundo. Tem noção de que nada está acontecendo entre eu e ela e que agora ela é uma pessoa famosa e que se alguém errado saber sobre isso que vocês estão inventando, vai ser horrível para ela? - falei de uma só vez, e o senhor chegou a me olhar surpreso. Talvez pensasse que eu estivesse brava, ou talvez eu realmente estivesse.
- Calma, Bru. - ele se levantou constrangido - Eu só pensei que estivesse mesmo acontecendo algo, sabe como sua mãe é, me contou com tanta emoção.
- Eu sei muito bem como a Miriã é. - suspirei - O senhor não tem culpa. Mas agora pode me deixar sozinha?
- Claro, princesa. - ele se aproximou para deixar um beijo em minha testa - Está tudo bem.
Ele saiu do quarto, após dizer essas três palavras e eu aproveitei a oportunidade para pegar meu celular e procurar pela conversa com Ludmilla, ainda pelo Instagram, já que não tenho o seu contato. Iniciei uma ligação, que foi atendida no quinto toque, quando eu já estava quase desistindo.
📱
- Olha aqui, Ludmilla. Da próxima vez que você vier aqui em casa, e fazer meus pais acreditarem que temos algo, eu juro que te bloqueio e nunca mais olho na sua cara. - falei de uma só vez e passado longos minutos escutei sua risada, do outro lado da linha.
- Bom dia, Brunna. - escutei sua voz rouca, denunciando que ela havia acabado de acordar - Porque está tão brava assim as oito da manhã?
- Porque você é ridícula. - resmunguei - Não serve nem pra fazer um convite. E pra sua informação, já está tarde demais pra você está dormindo.
- Então vamos lá, eu te convido pro meu show, faço o favor de entregar o convite em mãos e ainda assim sou xingada? - perguntou e gargalhou ainda mais alto - Ah, vai se foder, Brunna.
- Ludmilla, eu não estou brincando. - aumentei meu tom de voz - O que deu na sua cabeça de aparecer aqui em casa? E pra melhorar, quando eu ainda não estou.
- Eu não tinha como saber que você não estava em casa, Brunna. - falou séria - E eu não fiz nada além de entregar o ingresso do show que você quer ir.
- Queria. - falei brava - Agora eu também não vou em lugar nenhum.
- Faça o que você quiser, Brunna. - disse simples e isso me deixou ainda mais brava.
- É assim?
- Você está percebendo o que está fazendo? Brigando comigo na manhã de um sábado, por causa de um ingresso. - falou - Desde quando você é assim tão chata?
- Vai se foder, Ludmilla. - desliguei a ligação.
📱
Garota irritante. Joguei meu celular sobre a cama e voltei a me sentar enfrente o espelho para terminar de pentear meu cabelo. Minhas sobrancelhas estão franzidas, e em meus lábios, um bico, demonstrando o tamanho da minha irritação. Tento pentear meu cabelo com mais agilidade possível e desço em direção a sala, onde supostamente minha mãe estaria, e assim como Ludmilla ouviria minhas broncas.
Pov' Ludmilla
- Quem é Brunna? - escutei a voz da Rebeca ao meu lado na cama e me assustei, porque não me lembrava da presença da mulher ali e minha cabeça ainda doía, pela ressaca da noite anterior - Quem é Brunna, Ludmilla?
- Bom dia, pra você também. - forcei um sorriso - Pensei que estivesse dormindo.
- E eu estava, até você começar a gargalhar, feito palhaço em circo. - segurei a risada pela sua comparação - Não vai me dizer quem é Brunna?
- A Brunna é a Brunna. - dei de ombros e me aproximei dela, deixando um beijo em seu pescoço exposto - Minha cabeça está doendo, podemos falar disso outra hora?
- Sua cabeça não estava doendo pra falar com ela, não é? - alfinetou.
- Rê, você sabe que não temos nada além de sexo casual, né? - me ajeitei na cama de seu quarto - Nada além. - resfriei.
- Você sempre faz questão de me lembrar disso, todos os dias. - falou contra gosto mas acabou sorrindo. Distribuí beijos por todo o seu rosto e ela pareceu se esquecer desse assunto Brunna, e eu agradeci ao céus por isso.
Ela voltou a pegar no sono um tempo depois dessa nossa conversa e eu não consegui a acompanhar. Apenas fechei meus olhos e me permitir voltar a uma época feliz da minha vida.
Flashback on
- Ela está te olhando muito. - os dedos firmes da minha namorada tocou o meu rosto, não me permitindo ter contato visual com a mulher que estava do outro lado da praça de alimentação do shopping.
- Aí, Bru. Isso doeu. - resmunguei, mas ela pareceu não se importar - Eu não estava olhando pra ela.
- E eu sou o homem aranha. - sorri com a sua fala e ganhei um tapa forte - Ludmilla, eu não estou brincando com você.
- Vida, deixa de ser brava assim. Fica arrumando motivo pra brigar comigo. - arrumei minha blusa que ela já tinha amarrotado - Eu não estava olhando pra ela e pronto. Se eu tenho você aqui do meu lado, pra que eu vou querer ter outra?!
- Eu acho muito bom você não querer mesmo. - falou séria e novamente eu gargalhei, mas dessa vez não recebi nenhum tipo de agressão - Se um dia eu morrer e você arrumar outra mulher, Ludmilla eu juro que ressuscito das cinzas.
- Brunna, meu amor. - falei assustada - Deixa de ser boba, quando você morrer eu vou arrumar um homem, você foi a primeira e única mulher da minha vida.
- Eu poderia ficar brava, porém eu te amo muito e fico feliz de saber que sou a única mulher da sua vida. - sorriu fofa.
- Acho incrível sua capacidade de ser brava e fofa, ao mesmo tempo. - comentei.
- É pra você ficar esperta. - beijou meus lábios - Agora vamos embora, tenho que chegar em casa antes das dez.
Flashback off
Existem coisas que o tempo não muda, e com certeza isso é uma dessas coisas. Afastei esses pensamentos e me levantei da cama na intenção de vestir minha roupa e voltar para casa, até porque hoje a noite tenho uma viagem para fazer e tudo que preciso é estar bem disposta para fazer um bom show.
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