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Plantões

15 dias depois...

Pov' Brunna

Pensando por um outro lado, eu realmente poderia ter continuado em Londres. Minha carreira estava praticamente pronta, eu já tinha me acostumado com a vida agitada do hospital e meus pacientes já sabiam como eu iria os recepcionar. Estar de volta ao Brasil e trabalhar em um hospital diferente, digamos que é uma realidade assustadora, ainda mais por se tratar de um lugar público, não que os pacientes sejam menos importante, mas não existe toda aquele conforto para eles. E meu consciente não aceita isso. Deveria ser o mesmo tratamento para todos, não só os ricos receberem mais atenção só por terem dinheiro o suficiente para comprar o hospital.

Ontem durante a manhã recebi a proposta de um hospital público, do centro do Rio de Janeiro, capital. Não pensei duas vezes antes de aceitar, até porque já faziam dias que eu estava enviando meu currículo para todos os lugares possíveis desse estado carioca. Eles me deram todas as introduções para que eu começasse a trabalhar no dia seguinte, hoje. Então aqui estou eu, tentando me organizar no meio de toda essa bagunça. A verdadeira bagunça está em minha mente, que tenta a todo custo entender o motivo de todas as paredes do hospital terem a mesma cor, inclusive no pronto socorro, onde estou nesse exato momento, cobrindo o plantão de um médico que se ausentou, sem motivo.

- Doutora, tem um paciente procurando pela senhora lá na recepção. - Mateus, um enfermeiro me informou, depois de abrir a porta da pequena sala usada de consultório.

- Já estou indo. - falei o olhando. Me levantei com cuidado e caminhei até a recepção, encontrando um homem, um pouco agitado andando por todos os lados, o recepcionista apontou em sua direção, dizendo que era ele que estava me esperando - Bom dia. No que eu posso te ajudar?

- Bom dia, doutora. - ele se virou assutado e suspirou pesado, tirou o boné da cabeça e coçou seus cabelos sujos de tinta - É que o meu menino está internado desde ontem. Já faz um tempão que o soro já acabou e ninguém tá indo lá ver ele. - falou com seu sotaque do interior.

- Qual o seu nome? - questionei antes de lhe dar uma resposta.

- Vitor, Vitor Hugo. - estendeu as mãos, mas foi rápido em encolher, ao ver que estavam sujas, assim como o cabelo. Mas eu lhe estendi a minha, para lhe cumprimentar.

- Vitor, eu sinto muito por isso. Esse é o meu primeiro dia, e o médico que estava de plantão pela noite não me informou o caso clínico dos pacientes. - expliquei - Mas eu irei até lá ver o seu filho, não se preocupe. Em qual quarto ele está?

- Está na observação faz cinco dias. Não tem um quarto disponível pra ele. - falou um pouco nervoso - Minha esposa já está com dor nas costas.

- Vou resolver isso também, me de só um momento. - sorri sem mostrar os dentes e voltei em direção a minha sala. Peguei um par de luvas, máscara, um telescópio e minha pranceta. Chamei o mesmo enfermeiro que veio me anunciar a presença do homem - Mateus, porque o menino que está na sala de observação ainda não está no quarto, já que está internado?

- Não tem quarto disponível, doutora. Aí o doutor Vinícius pediu pra deixar ele por lá mesmo, pra ter que ocupar um leito particular. - deu de ombros enquanto empurrava um pequeno carrinho cheio de medicamentos.

- Pois bem, transfira ele para esse quarto. E caso alguém reclame, diga que eu mandei. - ele me olhou assustado - O que houve?

- A senhora vai ocupar um leito particular com o menino? - questionou.

- Não é um leito particular, é um leito pra um paciente que está precisando. - falei séria - Eu vou passar na observação e transferir ele e a família. Espero que até lá, tudo já esteja pronto.

Para um primeiro dia, está sendo um pouco menos pior que eu estava imaginando, ou talvez realmente esteja ruim. Caminhei até a observação e encontrei o mesmo homem de antes, Vitor, brincando com um menino de aparentemente 7 anos. Sorri em direção a eles e deixei a prancha sobre um pequeno sofá desocupado que tinha ali. Rapidamente ao me ver, alguns pacientes fizeram outras reclamações e eu pedi para que eles esperassem por pelo menos mais alguns minutos, para que eu primeiro atendesse o menino.

- Bom dia, moço bonito. - falei com o menino que tentava sorrir - Qual o seu nome? - me sentei na beirada da cama, ficando ainda mais próxima dele.

- Yan. - disse em um tom baixo, rodando as rodinhas da moto que o pai está segurando.

- Que nome mais bonito. Quem escolheu? O papai ou a mamãe? - olhei em direção aos responsáveis e a mãe sorriu, denunciando que a escolha partiu dela - Muito bom gosto.

- Hoje eu vou embora? - o menino perguntou cansado - Eu quero dormir na minha cama.

- Como é a sua cama? - perguntei enquanto retirava o acesso dele, que já estava com um pouco de sangue acumulado.

- Tem um colchão. - falou sincero e eu não consegui segurar uma gargalhada - O que foi tia?

- Nada, Yan. - neguei com a cabeça ainda sorrindo - Me diz, como você está se sentindo?

- Ele reclamou de dor nas costas nessa noite e hoje de manhã, dor abdominal. - a mãe me contou preocupada e eu assenti, verificando seu caso na prancheta.

- Eu foi pedir uma ultrassom e mais uma radiografia. - suspirei vendo que ele estava com pneumonia e agora poderia ter dado outra infecção - Depois dos exames vocês podem ir pro quarto. O enfermeiro vai passar pra vocês, o lugar certinho.

- Obrigada viu, doutora. - o pai falou sorrindo, um tanto quanto aliviado, por poder dar um conforto melhor ao filho que já não estava muito bem.

- Precisando é só falar.

Terminei o atendimento com eles e me direcionei até os outros pacientes que estavam por ali, atendendo todos eles, para só então voltar até minha sala e saber que já estava no horário do meu almoço. Guardei todas as minhas coisas e caminhei até o estacionamento do hospital. Mesmo podendo almoçar por ali, eu queria ir para casa, descansar pelo menos por uma hora, para poder voltar e aguentar o meu plantão que vai até a manhã de amanhã. Coloquei a mochila nas costas e engatei a chave na minha pcx, que comprei na semana passada ao perceber que o trânsito brasileiro é muito demorado.

Cheguei em São Conrado em quinze minutos depois de cortar todos os caminhos possíveis e pegar pouco trânsito. Deixei a moto na porta do prédio e subi de elevador até o andar do apartamento dos meus pais. Abri a porta e encontrei Brunno jogado pelo sofá, jogando um jogo no vídeo game. Revirei os olhos ao ver ele sorrir com meu uniforme e procurei a almofada mais próxima para jogar em seu rosto, mas acabei errando a mira e acertando um os lustres da minha mãe, o quebrando em vários pedaços.

- Mas que porra. - reclamei ao ver o chão repleto de vidros. Meu pai apareceu segundos depois, um tanto quanto assustado pelo barulho.

- O que aconteceu? - perguntou.

- A Brunna quebrou o lustre da mamãe. - Brunno falou o óbvio, e eu senti ainda mais raiva dele.

- Culpa sua, fica me atentando. - resmunguei tirando a mochila das costas e deixando sobre o sofá - Eu vou limpar, papai. Fica de boa.

- Eu estou de boa. - sorriu divertido - Quero ver se sua mãe vai ficar...

- Não ajudou muito. - falei me abaixando para recolher os cacos de vidro maior.

- Brunno, meu filho... - minha mãe apareceu na sala, usando um dos seus roupões de cetim. Ao ver aquele pequeno desastre ela paralisou, tentando analisar a situação - O que aconteceu por aqui?

- A Brunna quebrou seu lustre. - meu irmão gêmeo disse, se controlando para não gargalhar - Aquele que a senhora tinha comprado mês passado.

- Desculpa, mãe. - mordi o canto do lábio - Eu prometo que compro outro pra senhora, não tive intenção de quebrar...

- Está tudo bem. Eu não gostei desse lustre mesmo, comprei porque na loja não tinha muitas opções. - deu de ombro - Você se machucou?

- Não. - respondi simples.

- Então deixe esses vidros por aí e vamos almoçar. Daqui a pouco você tem que voltar para o hospital. - me puxou pelos braços na intenção de me levar pra cozinha. Mas antes, fiz questão de mandar um beijo no ar, pro Brunno que me olhava indignado por não ter levado um esporro da nossa mãe.

O almoço já estava todo preparado e posto sobre a mesa da cozinha. Tinha arroz, feijão, macarronada, legumes e frango a passarinho e de bebida, suco de uva espumoso. Mia se sentou ao meu lado para me acompanhar na refeição e conversar sobre como havia sido o meu primeiro dia no serviço. A contei tudo o que aconteceu e ela pareceu fica entediada ao me ouvir falar nome de medicamentos ou o caso clínico do paciente. Quando o relógio marcou duas horas da tarde, voltei para o hospital, para terminar o meu atendimento e por sorte tudo ficou calmo pela tarde, meu único trabalho foi verificar se todos os pacientes estavam bem e escrever os formulários para o próximo médico que vai ficar de plantão.


Pov' Ludmilla

- Essa batida não está boa, China. - falei com o meu produtor musical, vulgo o meu tio.

- Você que é chata. - ele revirou os olhos - Eu já te mostrei uns quinze acordes diferentes e nenhum está bom. Estamos em um plantão nesse estúdio, por causa de uma música.

E não é mentira. Pela manhã tive uma rápida reunião com meus empresários, para falar sobre o fim da minha turnê Hello Mundo e o início de um novo projeto. Assim que a reunião veio ao fim, segui para meu estúdio na Barra da Tijuca, e estou aqui até agora, tentando achar a batida perfeita para a minha nova música, Verdinha, que será o hit do carnaval, daqui um mes. China não mentiu quando disse que estamos em um plantão, pois já se passou das dez horas da noite e eu ainda estou tentando achar a batida perfeita pra música.

- Eu só quero que as coisas saem do jeito que eu estou imaginando. - suspirei - Vai ser um lançamento depois do meu álbum, não vai poder ser qualquer coisa.

- Você tem razão. Mas eu já te mostrei a maioria das gravações e ainda assim não está bom. - ele se ajeitou na cadeira, atrás da mesa de som - Você quer me mostrar como está na sua cabeça?

- É basicamente assim. - fiz o som com a boca, de como eu quero a música - Esse vai ser no refrão. Durante o início eu quero algo mais calmo, pra só depois chamar a atenção, na melhor parte.

- Não seria mais fácil ter explicado antes? - ele resmungou procurando algo em seu celular, e quando achou sorriu aliviado e conectou o aparelho na caixa de som - Eu já tenho algo parecido. O restante nós vamos ter que conversar com o DJ e pedir pra ele fazer e dividir os direitos autorais.

- Me mostra. - pedi e ele rapidamente soltou a batida, praticamente igual a que eu tinha dado de exemplo - É disso que eu estava falando, tio.

- Graças a Deus. - ele suspirou - Agora nós podemos ir embora.

- Mas e a gravação da minha voz? Gostaria de fazer isso ainda hoje. - comentei ficando de pé, junto com ele.

- Ludmilla, você precisa relaxar um pouco. As vezes parece que é uma máquina. Passou o dia todo dentro desse estúdio, mal bebeu água e se alimentou. - ele desligou os equipamentos - Nós podemos gravar amanhã, não precisa se preocupar. Descansa um pouco, está até com olheira.

- Mas é que... - eu ia falar mas escutei meu estômago roncar, pedindo por comida - Você tem razão. Preciso ir embora. Mas amanhã eu não desisto de gravar, ok?!

- Amanhã é um novo dia. - ele apagou as luzes do estúdio e me acompanhou até o lado de fora, onde tinham três fãs a minha espera - Onde está o Marcos?

- Deve ter se cansado de esperar. Vou ligar pra ele, não se preocupe. - deixei um beijo na sua bochecha - Quer uma carona?

- Não, eu já pedi um Uber. - retirou o celular do bolso - Já está chegando.

- Tudo bem, então.

Tirei o meu celular do bolso e liguei pro Marcos, que atendeu rapidamente dizendo que estava próximo dali, em uma loja 24 horas, comprando coisas desnecessárias. O Uber do meu tio chegou e ele se despediu, me deixando ali sozinha com os fãs que já tinham tirado fotos e faziam perguntas sobre o novo projeto. Conversei com eles por quase dez minutos, até meu irmão chegar e eu ser obrigada a me despedir deles. Adentrei o carro, já escutando uma música da Beyoncé tocar e coloquei os cintos de segurança. No banco de trás, estavam várias sacolas da lojas Americanas, muitas pelúcias, chocolates e coisas de papelaria, na qual ele não irá usar.

O moreno dirigiu tranquilo, até a Ilha do Governador, onde fica minha casa. Deixou o carro estacionado na grande garage e só então entramos para dentro da casa, encontrando Luane e minha mãe, conversando enquanto assistem um filme da Selena Gomes. Me juntei a elas e recebi um carinho da mais velha. Que fez questão de perguntar como havia sido o meu dia e se eu havia me alimentando direito, e por mais que eu tenha mentido, ela não acreditou e me fez comer a janta que Nete tinha preparado enquanto eu estava fora.

- Marcos e Luane esteve comentando que a Brunna está de volta. - ela disse, querendo saber o que eu estava achando da situação e eu apenas concordei com a cabeça - Vocês conversaram?

- Ah, mais ou menos. Foram só algumas palavras. - dei de ombros - Ela está muito diferente.

- Diferente ruim? - perguntou curiosa e eu dei o último gole no suco, antes de lhe responder.

- Não sei, mas está diferente. - suspirei - Até o jeito de falar. Não parece ser aquela Brunna.

- Ela deve ter amadurecido muito, foram quase dez anos, Lud. - ela sorriu - Você também está diferente.

- É. - falei simples - Acho que ela está com saudades da senhora. Vocês viviam unidas.

- Está mesmo. Marcamos um almoço amanhã. - deu de ombros e eu ergui minha sobrancelha, por não saber que ela e minha mãe conversavam ainda.

- E desde quando vocês conversam?

- Desde sempre. - sorriu como uma criança ao fazer bagunça - E amanhã iremos no Paris 6 almoçar. Ela vai levar a Miriam. Você não quer ir nos acompanhar? - perguntou como quem não queria nada.

- Claro que não, mãe. Além de eu ter que ir trabalhar, eu não sou amiga da Brunna e muito menos da Miriam. - me levantei da cadeira - E por favor, tentem não falar muito de mim, nesse almoço.

- Deixe de ser chata, Ludmilla. A menina que você tanto amou está de volta depois de dez anos e você agindo como se isso não fosse importante pra você. - resmungou - Pode deixar que nós vamos falar de coisas mais importantes que você.

- Ah, qual foi, Silvana?! - falei indignada - A senhora ainda muito abusada, sabia?

- Não quero saber. - falou brava - Sobe logo pra tomar um banho e descansar. Antes que eu esqueça que você é minha filha e faça um perfil no twitter pra jogar hater em você.

- Sinceramente... Você não é desse mundo, mãe. - gargalhei alto.

Subi as escadas correndo, e cheguei em meu quarto. Tirei toda a minha roupa e caminhei para o banheiro, tomando um banho quente e deitando, nua. Peguei meu celular e abri nas notificações. Respondi alguns amigos que haviam em mandado mensagem e fui para o Instagram. Verifiquei algumas postagem e marcações e suspirei pesado ao ver que eu já estava pesquisando pelo perfil da Brunna. Ela ainda estava bloqueada no meu Instagram, mas para ela, eu ainda era uma pessoa comum. Sem que eu percebesse, enviei uma solicitação para segui-la. E como se ela esperasse por isso, foi aceito no mesmo momento. Haviam no máximo oito postagens e nenhuma delas era as nossas fotos, com declarações escondidas ou frases pela qual ela me chamava de amiga para esconder o nosso amor. Suspirei pesado e a desbloqueei, recebendo logo em seguida sua notificação, anunciando que ela estava me seguindo e tinha curtido minha última foto que tirei no dia da balada.

Pensei em lhe enviar uma mensagem, mas para que eu iria fazer isso? Com qual intenção? Por qual motivo?

Desliguei meu celular e o coloquei debaixo do travesseiro. Para não correr risco de eu fazer uma outra bobeira durante a noite. Fechei meu olhos e quando menos percebi, já havia adormecido.

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