Nós vamos nos casar
Pov' Ludmilla
Passamos a noite fazendo questão de dizer o quanto nos amamos e o quanto esse dia foi especial. Brunna acordou bem antes de mim e se levantou rapidamente juntando as suas roupas, diferente de mim, que demorei para criar forças e me levantar. Não havia nada de comer por ali, então tivemos que parar em uma padaria do bairro, Brunna fez e foi até o balcão buscar os pedidos, já que seria impossível eu aparecer junto com ela sem antes dar uma explicação a minha família e ao público. Comemos dentro do carro e só então eu a deixei na porta do seu apartamento. Foi difícil me separar dela, eu queria que simplesmente não precisassemos nos despedir todas as manhãs ou todas as noites, mas assim como ela, eu também tinha os meus compromissos.
Cheguei em casa antes das sete horas da manhã e xinguei a médica mentalmente por acordar assim tão cedo. Pensei que não iria encontrar ninguém acordado, mas minha mãe já estava fazendo o café da manhã para que o Yuri fosse para a escola. Deixei um beijo na sua testa e ela sorriu, parando de fazer o que estava fazendo para me olhar curiosa. Suspirei, sabendo que preciso contar sobre os últimos eventos que vieram a acontecer na minha vida. Puxei uma das cadeiras e me sentei, virada de frente para ela. Passei alguns segundos pensando no que falaria e por fim, deixei o meu coração falar por mim.
- Eu vou me casar. - contei e vi os seus olhos se arregalarem, seguido de uma crise de tosse.
- Como assim se casar, Ludmilla? Até ontem você estava chorando de amor pelos cantos dessa casa. - me olhou séria, após se recompor - Desde quando você achou alguém pra se casar assim?
- Desde 2010. - falei óbvia - Eu vou me casar com a Brunna, mãe. - mordi meu lábio inferior, temendo que ela ficasse furiosa, mas isso não aconteceu, então continuei a me explicar - A gente conversou sobre tudo que aconteceu conosco, não tem porque a gente ficar separadas se a gente se ama. Eu sei que errei, mas isso não vai acontecer novamente.
- E aí você se decide casar com ela? A Brunna sabe dessa história, Ludmilla? - perguntou.
- Sabe, mãe, ela aceitou o meu pedido e nós vamos nos casar em breve. - contei animada - Ainda tem muitas coisas para resolver, mas isso a gente vê depois. De início, eu só queria que a senhora ficasse ciente disso.
- São muitas informações. - ela correu para desligar o café que estava no fogo - Não tenho nem palavras. Vou pensar sobre esse assunto e a gente conversa mais tarde.
Sorri com o seu jeito de falar e me despedi para ir até o meu quarto. Encontrei com meu irmão no caminho e lhe desejei um bom dia de aula. Já no meu quarto, me joguei sobre a cama e encarei o teto branco, como as coisas andam tão rápido? Não sinto que me precipitei em relação ao casamento, mas as coisas se ajeitaram rapidamente. Parece que foi ontem, que eu estava chorando com saudades da Brunna... E realmente foi. Sorri com o meu pensamento e tirei meu celular do bolso, para enviar uma mensagem para a médica, que provavelmente já está ocupada com o seu serviço.
📱
Lud: já estou com saudades...
Lud: poderíamos almoçar juntas...
📱
Desliguei o celular e não demorou muito para que o Marcos adentrasse o meu quarto com um semblante não muito agradável, provavelmente extrapolou na bebida nessa noite. Ele se sentou aos pés da minha cama e suspirou pesado.
- Você se lembra que a turnê começa na segunda feira, não é? - questionou e por breves segundos arregalei meus olhos. Eu havia me esquecido - Hoje tem ensaio com o ballet e a sua autorização para as roupas. Nós vamos passar o dia fora de casa.
- Marcos, eu estava tão focada em outras coisas que me esqueci da turnê. - suspirei pesado - Faltam apenas três dias. Passou rápido demais.
- Pois é. - coçou os olhos - Como foi a sua noite com a Brunna? Vocês voltaram? Estão bem de novo?
- Sim... - sorri ao me lembra - Nós vamos nos casar.
- Casar? - questionou assustado - Como assim vocês vão se casar de uma hora para a outra? Passaram meses sem se falar e do nada resolveram casar?
- É. - dei de ombros - Eu sei que pode parecer estranho, Marcos, mas eu estou certa disso. Nunca tive dúvidas de que a Brunna é a pessoa da minha vida. E eu não quero que essas situações imaturas continuem nos separando.
- Irmã, eu gosto da Brunna. Aquilo que veio a acontecer entre nós, foi um momento de estresse. - me olhou - Mas você sabe que um casamento é algo sério, não é? Você não pode se casar hoje e daqui três meses ter uma briga e se separar. Eu torço pra que vocês dêem certo, é notório que vocês se amam, mas é um casamento, Lud.
- Eu sei, irmão. Entendo tudo isso que você me disse. - sorri - Eu estou pronta para me casar com ela. Não vai ser amanhã, vamos resolver muitas coisas antes, vai levar um bom tempo, então fica tranquilo.
- Você é maluca. - gargalhou - Do nada vem com esses papos... Só você mesmo, Ludmilla. - se recompôs depois de minutos - Pelo menos agora o seu humor está ótimo e não vou ser obrigado a te escutar reclamando sobre tudo o dia todo.
- Não se acostuma, porque essa turnê sem ela vai ser o caos. - resmunguei - Queria poder levar ela dentro de uma mala...
- Deus me livre. - revirou os olhos - Ontem a Luanne estava falando sobre ela... Que está com saudades dela escolhendo as roupas pra poder sair.
- Engraçado, parecia odiar a Brunna nos últimos meses. - comentei - Espero mesmo que ela não maltrate a Brunna, até porque ela não fez nada com ela.
- Lulu não vai fazer nada, irmã, relaxa. A gente ama a sua noiva. - debochou da palavra noiva e eu lhe arremessei um travesseiro.
- Cara, porque você não sai daqui? Eu estou afim de dormir um pouco. Vou ter que aguentar a sua chatice o dia todo. - reclamei e ele se levantou.
- Só porque estou animado. Gosto de casamentos, comida chique de graça. - sorriu - Eu volto antes do almoço.
- Insuportável. - resmunguei depois que ele fechou a porta. Não demorou para que eu fechasse os olhos e conseguisse dormir.
Pov' Brunna
Cheguei em casa cedo. Bem mais cedo do que eu estava imaginando. Mas ainda assim encontrei minha mãe sozinha na cozinha, ajudando a fazer o café da manhã. Sorri com a cena e me sentei no balcão. Roubei um pão de queijo e o levei até a boca, sentindo o sabor maravilhoso do queijo. Ela me encarou brava, mas não resistiu e gargalhou baixinho, como se tivesse lembrado de algo.
- Você faz isso desde que é criança. - comentou - Uma vez chegou a queimar a boca, mas nunca aprendeu.
- Assim fica mais gostoso. - dei de ombros.
- Onde você estava? Mário disse que iria passar a noite fora... Dormiu na casa de uma amiga? - questionou curiosa.
- Dormi. - suspirei - Depois eu preciso conversar com a senhora sobre um assunto.
- É algo com que eu devo me preocupar? - Me perguntou com a sobrancelha erguida. Acho que no fundo, ela já imaginava tudo.
- Com certeza não. - dei de ombros - Vou subir. Quando eu acordar, conversamos!
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