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Pov' Narradora
O LudSession #5 já foi gravado há uns dias, posso me ousar dizer que fazem aproximadamente trinta dias. Ludmilla deu a sua vida por esse novo projeto. Todos as músicas foram escolhidas a dedos pela cantora, e bem, existem grandes chances da repercussão desse álbum ser maior que os anteriores, pois quando a primeira música soar pelos altifalantes dos celulares, todos saberem para quem a canção foi cantada. Mas Ludmilla não se importa com isso. Não é mais a mesma pessoa de três ou quatro meses atrás. Hoje, a carioca de Duque de Caxias faz questão de que todos vejam a sua fragilidade perante o seu antigo namoro que acabou de forma um tanto quanto trágica.
Porém, ela queria que isso causasse um impacto ainda maior perante os seus fãs. Escolheu um dia específico do mês, 07, o dia em que completaria seu 1 ano de relacionamento. Para que a sua escolha? Fazer uma live, para o lançamento do LudSession. Ela mostraria e provaria a todos que o seu coração ainda é da médica. Mas o que isso adiantaria? Brunna se quer resistiu a força contrária e desbloqueou a ex namorada. Embora o seu coração implorasse todos os dias para dar um passo atrás, abaixar a guarda e perdoar, verdadeiramente a mulher que está prestes a cantar as junções mais pesadas de todas as músicas.
• Pior que eu sinto falta ( Lexa )
Lembro bem, você me ganhou
Tudo maravilha quando começou
Eu tava sem ninguém e ele também
Foi rolando um clima e a gente ficou
Em pouco tempo a gente começou a se encontrar
Fizemos tantos planos, até em namorar
E de repente, veio contra a gente
Uma chuva de mentiras para nos separar
Inexplicavelmente o que era pra sempre
Foi desaparecendo, e se perdeu no ar
Até agora não entendi direito o que rolou
Foi cada um pra um lado, acabou
• Depois ( Marisa Monte )
Depois de sonhar tantos anos
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
• Anti-amor ( Gustavo Miotto )
Comecei a me tratar
De você quer e quer saber
Te esqueci
A uma semana atrás
E aquela loucura de mudar pra Salvador
Esquece
Eu nem gosto de calor
Se fez uma cozinha maior
Pra juntar a família ao redor
Esquece
Jantar fora é bem melhor
• Notificação Preferida ( Zé Neto e Cristiano )
Não tem mais eu e você
Tá facin de entender
Você me deu aula de como aprender te esquecer
Foi, mas não é mais a minha notificação preferida
Já foi, mas não é mais a número um da minha vida
Sinto em te dizer, mas eu já superei você
O ritmo da música é muito diferente do que a cantora estava acostumada a cantar. Mas esse essas ondas de sentimentos exigiam isso. Exigiam tanto, que Ludmilla enxugou disfarçadamente a lágrima que escapou dos seus olhos e sorriu para a câmera, ou pelo menos tentou, pois no fundo, ela queria, ela gostaria, que as duas últimas músicas fossem uma verdade, mas ela se quer tentou superar a Brunna. O seu sentimento é algo que não tem fim, mesmo tudo conspirando para que tenha.
- Ficou ótimo! - o empresário disse com um sorriso aberto no rosto. Ele sabia que teria muitos lucros com esse projeto - Está liberada, Lud. Já está no ar, se prepara porque vai ser sucesso.
- Eu sou um sucesso. - Ludmilla afirmou enquanto descia do banco posicionado ao centro daquela sala de gravações - Mas enfim, obrigada pela ajuda no projeto, foi importante.
- Você é perfeita. - o homem beijou a testa da cantora - Agora descansar, que daqui poucos dias vamos rodar esse Brasil. A sua turnê está mais perto do que antes.
- Tenho nem palavras pra esse momento. - Ludmilla fingiu estar animada, mas a verdade é que ela queria estar deitada na sua cama, assistindo uma série qualquer que está em alta na Netflix - Vou ir embora, estou cheia de coisas pra fazer. - mentiu.
- Pode ir, diva. - o homem sorriu - Até o próximo evento.
Ludmilla juntou as suas coisas que estavam por ali e se encaminhou até a Hand Houver, que estava parada na porta do estúdio. Em uma das poucas vezes, a cantora fez todo o trajeto sozinha. Marcos e Luane estão de férias, não porque quiseram, mas a cantora precisava de ficar sozinha, por pelo menos poucos minutos da sua vida. Chegou em casa bem e estacionou o carro na garagem, ao sair, caminhou direto pro quarto.
O tempo que ficou fora, Silvana já tinha ajeitado as coisas por ali. As coisas já estavam arrumadas no closet, a cama devidamente ajeitada e o ar climatizado em uma ótima temperatura. Ludmilla só se deitou sobre a cama e ligou a televisão. Isso têm sido o seu passatempo nesses últimos meses, foi a única coisa que lhe restou fazer. Muito diferente da Brunna em São Conrado.
A médica estava indo de um lado para o outro em busca de uma medicação para o seu paciente. O homem de quase quarenta anos está com Doença de Chagas e precisa de um remédio o quanto antes. Mas esse remédio só pode ser encontrado na Hungria. E com a ajuda da justiça, Brunna está tentando a todo custo transportar a medicação para salvar a vida do homem. Isso têm ocupado a sua mente, tanto que nos últimos dias mal teve tempo de chorar com tanta saudades da Ludmilla.
- Tem coisas que só complicam a vida da gente. - Lorenzo disse, ajeitando o cinto de seguranças no banco do carona do carro da médica.
- Sinceramente, eu não quero nem falar o que eu tô pensando, porque vou ser presa. - Brunna reclamou enquanto parou o carro no sinal vermelho.
Um silêncio confortável preencheu o carro. Mas não durou muito tempo, pois o rádio do carro estava ligado, em um volume baixo, mas ainda assim era possível identificar e escutar a voz da Ludmilla no fundo. A locutora anunciava a mais nova canção da mulher. Brunna tentou mudar rapidamente de rádio, mas a vontade de matar a saudade pelo menos da voz da cantora era enorme. Sentiu se formar um nó em sua garganta quando escutou a letra da música.
Será que ela realmente estava com tanta saudades igual aparenta?
- O sinal abriu. - Lorenzo trouxe a médica para a realidade, que logo deu partida no carro - Você quer falar mais sobre? - perguntou cuidadoso.
- Está tudo bem, amigo. - sorriu - Não falar sobre, me ajuda. É como se eu não tivesse solução e acabo me confortando. - explicou.
- Eu espero que isso melhore logo. - o homem suspirou - Ou vocês voltarem, ou...
- Não vamos voltar. - Brunna disse tranquila enquanto prestava atenção no trânsito - Acho que meus pais me matariam, Brunno e Mário também.
- Eu acho que você não deveria ligar pra opinião alheia, Bru. - Lorenzo comentou - Eu sei que eles se preocupam com você, mas só você está sentindo isso aí. - se referiu a dor de não ter mais a namorada.
- Mas o que adianta eu matar a saudade e voltar, sabendo como vai ser o final? - questionou.
- É como se fosse um livro, Bru. Você lê os primeiros capítulos e acha que já sabe o desvendar da história e imaginando o final. Mas bem ao meio tem uma mudança e surge um capítulo que muda tudo. Então você entende que não tem como descobrir o final se não passar por todos os capítulos. - refletiu e Brunna ficou em silêncio.
- Desde quando você entende de relacionamentos? Nunca namorou. - disse depois de longos minutos.
- Mas já observei relacionamentos alheios. - deu de ombros - Enfim, Bru... Para de ser influenciada por quem não sente o que você sente.
- Para de me deixar pior. - pediu gargalhando baixo - Eu vou te jogar pra fora desse carro.
- E depois vai ter que cuidar de mim. - ele balançou os ombros, como se não estivesse nem aí. Até porque ele realmente não estava, sabia que Brunna nunca faria isso - Podemos jantar naquele restaurante que Mário sugeriu da outra vez?
- Não estou afim. - disse simples - Podemos marcar pra um outro dia. Estou doida pra tirar essa roupa social, tomar um banho e vestir meu pijama.
- Então um vinho? - Lorenzo insistiu, pois a companhia da sua amiga estava lhe fazendo bem nos últimos dias.
- Muito obrigada. - voltou a negar - O máximo que posso fazer hoje, é te deixar em casa. Não estou afim de nada.
E ela cumpriu o que disse. Deixou o médico em casa e seguiu para o seu apartamento, tomou um longo banho e vestiu seu pijama, se jogando sobre cama de casal vazia. Não demorou muito para que o novo inquilino da casa, Mário Jorge, se deitasse ao seu lado pra assistirem uma série. Brunna preferiu não jantar hoje, ainda estava cheia do almoço.
- Você ouviu a nova música da Ludmilla? - Brunna perguntou de repente, e o moreno lhe olhou bravo. Não gostava de quando Brunna falava da mulher que lhe fez e faz sofrer.
- Eu estou pouco me fodendo para a Ludmilla, Brunna. E você deveria estar fazendo o mesmo. - disse sério e voltou a encarar a televisão.
- Não consigo. - Brunna disse simples - Eu ainda sinto a falta dela.
- Não repita isso. - Mário Jorge disse bravo - Você tem que conhecer pessoas novas, alguém legal que te valorize de verdade. - falou - Alguém igual o Lorenzo.
- Não comece com isso.
Brunna preferiu encerrar o assunto, sabia que não teria como falar da Ludmilla para o Mário Jorge, então se calou e voltou a encarar a televisão. Mas não estava prestando atenção na série, estava se lembrando dos ótimos momentos com a cantora.
Início do Flashback
- Está ficando louca? - Brunna afastou o seu contato físico, ficando apenas me olhando, sem entender a minha presença - O que faz aqui?
- Vim saber se você realmente estava brava ou aquilo tudo era só estresse pós plantão. - Ludmilla falou a olhando - E qual é esse de você nunca me cumprimentar?!
- Bom dia, Ludmilla. - disse séria - Será que agora você pode ir embora?! Você não acha que já me estressou o suficiente?
- Não. - deu de ombros - E você ainda não me respondeu, se realmente estava brava ou era só cansaço mesmo. Até porquê eu não fiz nada de extraordinário pra você ter me ligado daquele jeito.
- Ludmilla, você sabe bem como a Miriam é. E ainda fica dando motivos pra ela falar as coisas. - resmungou - E eu não quero que você fique vindo até a minha casa.
- Qual o problema de eu vim até aqui? - a olhou confusa - Eu sempre fiz isso antes.
- Antes. - frisou a palavra - E eu não quero que daqui uns dias meu nome esteja estampado em vários sites de fofoca, porquê você estava aqui.
- Tudo bem, Brunna. Eu não vou mais vir até a sua casa, se isso te incomoda tanto.
Fim do flashback
Será que ela era a errada em cobrar de Ludmilla, algo que a mesma pediu para não repetir?
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