Atendimento Particular 💌
Pov' Brunna
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Ludmilla: *foto na praia*
Ludmilla: aqui é lindo, mas se você estivesse presente, seria melhor ainda...
Brunna: dormi com você uma noite e fiquei mal acostumada
Brunna: onde está?
Ludmilla: recife
Ludmilla: cheguei há algumas horas
Brunna: queria estar na praia tbm
Brunna: mas olha onde eu tô:
Brunna: *foto de receitas*
Ludmilla: bem que vc poderia me receitar um remédio, né?!
Brunna: está passando mal?
Brunna: remédio para que?
Ludmilla: pra curar essa sdd que tô de vc
Ludmilla: mal cheguei aqui e já tô querendo ir embora
Ludmilla: inventar uma festa só pra vc dormir cmg de novo
Brunna: não precisa mais de desculpas
Brunna: é só me convidar que eu vou...
Ludmilla: então vem, bu...
Ludmilla: eu compro a sua passagem
Brunna: se eu pudesse, hahaha
Brunna: tá cheio de paciente hj
Brunna: Rj todo resolveu passar mal em plena terça feira
Ludmilla: com uma doutora dessas pra atender
Ludmilla: até eu se estivesse aí, iria fingir, só pra vc cuidar de mim...
Brunna: eu faria atendimento particular
Brunna: hahaha ❤️
Brunna: queria ficar aqui, lendo vc me elogiar, mas tenho que trabalhar de verdade agora
Ludmilla: mais tarde a gente se fala, então
Ludmilla: beijos, eu te amo...
Brunna: eu tbm me amo, fã
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Sorri com o meu péssimo humor e desliguei o celular, o deixando com a tela virada para baixo sobre a mesa do meu escritório. Evitando uma próxima distração com a cantora. Até porque eu não menti quando disse que todo o Rio de Janeiro resolveu ficar doente hoje. Só aqui em minha sala, já passaram mais de vinte e cinco pacientes, a sorte é que mais três médicos estão de plantão, se não eu já teria tomado o meu calmante.
Voltei a colocar a minha máscara e me levantei para chamar a próxima paciente. Jaqueline, que pela triagem, está com febre alta e persistente por alguns dias. Abri a porta do consultório e chamei pelo nome da mulher, que rapidamente caminhou em minha direção. Dei passagem para que ela entrasse e logo após fechei a porta na intenção de dar mais privacidade para a sua consulta. Dei a volta na mesa e me sentei na cadeira de frente para a mulher, que estava com o olhar cansado.
- Boa tarde, Jaqueline. - a cumprimentei com um tom tranquilo - Eu já li o seu prontuário, mas queria saber, o que você está sentindo, além da febre.
- Não estou sentindo muita coisa, doutora. - ela disse com dificuldade - Apenas cansaço e muita fraqueza. Não consigo ficar de pé por muito tempo, que me canso e sinto vontade de dormir.
- Está com febre a quatro dias, certo? - perguntei e ela concordou com a cabeça - Sabe me informar quando foi a última vez que fez um exame laboratorial? Hemograma completo, urina, fezes, hormônios...
- Não me lembro ao certo, doutora. Mas deve ser aproximadamente uns três anos. - me assustei com a informação.
- Eu vou fazer um encaminhamento para que esse exame seja feito ainda hoje. - falei enquanto escrevia no bloco de receitas - Não posso te medicar sem saber se está tudo bem com você. O máximo que posso fazer é passar uma dose de dipirona na veia, para abaixar a febre que está consideravelmente alta.
- Não faz efeito. - disse e eu levantei meu olhar para ver o seu rosto - Estou tomando dipirona desde o princípio da febre, já não faz mais efeito.
- Você se auto medicou? - questionei e ela concordou com a cabeça - Isso foi um erro muito grave. Poderia ter colocado a sua vida em risco. - voltei a escrever o encaminhamento dos exames - Mas obrigada por me informar, irei passar um outro medicamento.
- A senhora acha que pode ser algo muito grave? - perguntou preocupada e eu suspirei antes de responder.
- Senhorita, eu sou uma médica, a gente não pode dizer o que acha. - falei calma - Eu não sei o seu caso clínico, se a febre vem de uma infecção controlada, ou se algo ainda mais obscuro, que o exame não irá mostrar. Então não tem como eu te dizer o que acho. - retirei o papel do bloco e a entreguei - Mas vai ficar tudo bem. Depois que os exames ficarem prontos, eu irei analisa-los e saberei o que fazer com você.
- Esses exames serão feitos pelo hospital? Ou terei que pagar? - perguntou com um semblante de aflição.
- Se eu não me engano, o próprio hospital será responsável pelo seu exame, Jaqueline. Peço que você volte a recepção e entregue esse papel para o recepcionista, ele saberá o que fazer, tudo bem?! - sorri, mas provavelmente ela não viu, por conta da máscara.
- Tudo bem. - ela se levantou e eu fiz o mesmo, para a levar até a porta.
- Melhoras, viu?! Qualquer coisa estou a sua disposição. - falei gentilmente antes de a ver caminhar para fazer o processo que pedi.
Fechei a porta e soltei um suspiro. Com muito cuidado, retirei a máscara e joguei no lixo, mas antes de me sentar, escutei três batidas na porta e o recepcionista colocar a cabeça para dentro, com uma careta. Fiz o mesmo ato que ele, sem nem imaginar qual seria o problema da vez.
- Doutora, Brunna... - ele disse em um tom de resmungo - A sua paciente que acabou de ser atendida, veio me mostrar o seu pedido de exame. - balançou o papel.
- Primeiro, entra. Não vou conseguir ficar séria com você só com a cabeça para dentro. - pedi segurando a risada e ele me obedeceu - Houve algum problema com o pedido?
- Com o pedido não, mas com o hospital sim. - forçou um sorriso - Parece que está faltando alguma reação química para o exame de tireóide que a senhora pediu. Apenas a nossa área particular está com condições de fazer, mas a paciente informou que não tem como pagar pelo procedimento. - explicou - A senhora quer que ela faça o restante dos exames, ou esse é o mais importante?
- É tudo importante. - fiz uma careta.
- É sério, doutora. - foi a vez dele segurar a risada - O que eu faço? Marco os outros exames e coloco esse no agendamento?!
- Não. - suspirei - Marca todos os exames ainda para hoje. O que a área pública não está conseguindo cobrir, coloca no particular que depois eu arco com os custos.
- A senhora tem certeza, doutora? - perguntou confuso e eu concordei com a cabeça - Tudo bem, irei fazer isso.
- É só esse o problema? - ele confirmou - Sabe me dizer se ainda tem muita gente para ser atendida? Não fiz o meu horário de almoço e tô morrendo de fome.
- Ah, doutora. Na hora que eu vim pra cá, ainda tinham umas quinze pessoas lá fora. O nosso atendimento tá meio parado, porque o doutor Matias teve um probleminha lá no CTI e teve que se ausentar do plantão. Aí só ficou a senhora e o doutor Hugo. - disse.
- Eu também tô com um probleminha, mas é aqui. - apertei meu estômago que já estava doendo - Mas obrigada pela informação.
- Por nada, doutora. - sorriu gentil antes de fechar a porta do meu pequeno escritório.
Soltei um suspiro profundo e fechei meus olhos me lembrando da conversa que tive com o meu pai no início da semana passada. Seria esse o momento de considerar a sua proposta e ter um pouco de sossego psicológico, ou isso apenas é um mal acostume da minha antiga vida?! Uma chuva de pensamentos me atingiu em cheio e meu estômago não colaborou com a situação, me deixando ainda mais aflita. Porém eu ainda precisava trabalhar, então abri o nova ficha do paciente e encarei os sintomas que ele estava sentindo: dor de cabeça crônica e pressão arterial alta.
Fiz o mesmo trajeto de antes e abri a porta para chamar o homem de aproximadamente trinta anos de idade. Fiz o melhor atendimento que pude e o dispensei com uma lista de medicação e um pedido de acompanhamento com um cardiologista. Atendi mais oito pacientes e por fim me dei um próprio momento de pausa, deixando os outros pacientes para o segundo médico de plantão. Retirei meu jaleco e o dobrei colocando sobre a minha maleta e me retirei da sala, indo até a recepção bater o meu ponto e ir para o meu tão desejado almoço.
Pov' Ludmilla
Chegamos em Recife às oito horas da manhã. O vôo foi tranquilo, sem nada fora do desejado e o hotel já foi devidamente arrumado para mim e a minha equipe. Usei o meu quarto apenas para deixar as minhas malas e logo vim para a praia, acompanhada de algumas pessoas da minha equipe, incluindo Marcos e Luanne. Escolhemos a praia mais calma, e estamos todos sentados em volta de um pequeno buraco na areia, onde estão as cervejas.
A areia cristalina faz um contraste com a água verde-azul do mar. O canto dos passarinhos se mistura com o barulho das ondas, me causando um conforto gigantesco. Irei fazer uma semana intensa de shows aqui no Nordeste e também, além disso, tudo que eu mais quero são alguns dias de descanso, sem qualquer preocupação. Inclusive é exatamente isso que estou fazendo nesse momento, evitando qualquer problema ou preocupação. Seja qual for.
- Você não acha, Lud? - escutei Mateus, o meu baterista perguntar, enquanto sorria feito uma criança sapeca.
- O que? - deixei meu celular de lado e encarei ele.
- Que nós. - fez um sinal mostrando todos que estavam por ali, haviam no máximo vinte pessoas - Merecemos umas férias.
- Férias? - questionei segurando a risada - A gente precisa trabalhar, pra ganhar dinheiro, meu amor, ser rico, ir pros Estados Unidos, conhecer a Beyoncé. Só depois disso eu posso pensar em dar férias pra vocês.
- A gente te coloca no Procon. - Helena, uma das integrantes de montagens de palco, falou.
- Pode por, eu vou ganhar. - mandei um beijo no ar - Caso eu não pague, pago cesta básica pra vocês.
- Chamou a gente de pobre. - Gael abusou.
- Pobre não, sem condições. - Luane falou antes que eu respondesse, me fazendo soltar uma risada alta.
- Eu poderia demitir vocês, sabia? Um bando de gente chata, não sei o que fiz pra merecer isso, sinceramente. - revirei meus olhos, fingindo estar brava e dei um gole na minha cerveja puro malte.
- Se você me demitir, eu irei trabalhar pra concorrência. - Renato, ou melhor, Renatão, o meu segurança particular, disse.
- Pra que? Você vai trabalhar uma vez no mês, meu amigo. - debochei - Aqui comigo é todo dia e toda hora. Tem serviço pra todos os lados.
- Tá até sobrecarregada né?! - Marcos sorriu em minha direção e eu concordei com a cabeça.
- A minha sobrecarga é vocês. - me levantei e ajeitei o meu biquíni - Vou ir pro mar que ganho muito mais.
Caminhei sozinha até as ondas do mar molharem os meus pés, e logo fui acompanhada de mais três pessoas da equipe, que faziam um storys e eu acabei atrapalhando eles, causando uma risada alta no restante do pessoal que apenas observava a cena de longe. Percebemos que aos poucos a praia estava ficando cheia e fomos interrompidos frequentemente para tirar fotos, por fim decidimos encerrar o nosso passeio e voltar pro hotel, na tentativa de descansar ainda mais antes do primeiro show que acontece ainda nessa madrugada, as duas horas da manhã em uma cidade vizinha.
No hotel, Marcos dividiu o quarto comigo, para me acompanhar, já que eu odeio ficar sozinha. Pensei seriamente em continuar bebendo enquanto fazia uma live, mas desisti dessa programação nos primeiros dez minutos. Me joguei sobre a enorme cama de casal da suite master do hotel e fechei meus olhos, adormecendo rapidamente, bem mais rápido do que eu estava imaginando.
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Capítulo sem graça, mas prometo que amanhã no feriado, eu volto com mais capítulos e tento fazer a tão desejada maratona!
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