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Reflecting the Inner Self.

Notas iniciais do autor

Aviso que a obra se passa em um universo paralelo, onde tudo é fictício.
Foi complicado para eu conseguir escrever sobre alguns tópicos, pois são temas que consegui enfrentar melhor recentemente, então esta é uma forma de desabafar e mostrar pensamentos que me fizeram superar. Com isso, busco ajudar as pessoas que estão passando ou que já passaram pelas mesmas experiências.

Escrito por: @Kim_Kenji
Co-Autor: @PurpleGalaxy_Project
Betagem por: @Batata_Gouveia
Design por: @blurxvenom

Espero que esta obra lhe agrade. Obrigado e boa leitura! 💜

Durante um chá da tarde, Jin recebe a notícia de que um parente, um tanto distante, havia falecido a algumas horas. Procurou saber quem era o tal parente, e em meio a uma conversa com sua mãe, soube que o falecido era seu tio-avô, Kim Dae-Hyun, um homem misterioso que vivia recluso em uma antiga mansão no campo. Pouco se sabia sobre ele, apenas algumas histórias rasas e rumores que circulavam pela família.

   Dae-Hyun era conhecido por seu interesse em antiguidades e objetos esotéricos, colecionando itens raros e estranhos ao longo dos anos. Tanto que morreu em meio à eles. Seu corpo foi encontrado sem vida em sua imensa biblioteca, isso quando sua filha mais velha notou que não tinha notícias do pai, nem mesmo por telefone.

   Seu corpo não apresentava sinais de violência, mas a expressão em seu rosto era de puro terror, como se tivesse visto algo além da compreensão humana nos seus últimos momentos. Mas, mesmo com sua feição, o Serviço de Verificação de Óbito da região alegou que Dae-Hyun teria morrido por causas naturais, devido à sua idade avançada.

   Após seu falecimento, sua mansão foi vasculhada pelos poucos parentes que ainda se lembravam dele. Encontraram diversos objetos interessantes, alguns tinham seus dados e história escritos, enquanto outros não. Em sua escrivaninha, dentro de uma gaveta, foram encontrados alguns folhetos, e dois deles estavam grampeados, neles estavam palavras escritas. Ao serem lidos por cima das linhas, era notável que se tratava de um testamento, separando seus maiores e menores bens entre várias pessoas da família, já que tinha tanto a oferecer. Dinheiro, casas, mansões, livros antigos, móveis, quadros e artefatos de origem desconhecida, foram para o testamento, sendo repartidos entre membros de sua linhagem familiar. Enquanto produtos alimentícios foram doados para pessoas que necessitavam, assim era do agrado do falecido.

   Jin não esperava muito da leitura do testamento. Quando soube que herdara uma das mansões no campo e um espelho antigo de seu tio-avô, mal se importou. Mesmo que fosse afastado do tio-avô, sabia que aquele homem gostava dele, isso por conta de Dae-Hyun ser próximo de sua mãe e seu falecido pai, eram grandes amigos por terem trabalhado juntos por oito longos anos.

   Resolveu trazer o espelho para casa, e deixar a mansão de lado por um tempo. Por conta de morar longe da mansão que herdou, não conseguiria visitar o lugar tão cedo, apenas após alguns meses. Aquele espelho era um objeto imponente e sinistro, com moldura de madeira entalhada em padrões complexos e inquietantes.

   Logo após trazer o espelho para sua casa, Jin começa a notar eventos estranhos. Na primeira noite, enquanto passava pela sala onde colocara o espelho, um movimento em seu reflexo chamou sua atenção. Ele se virou rapidamente, mas não havia nada. Talvez tenha se confundido pela pouca luz no recinto. No entanto, ao voltar o olhar para o espelho, percebeu algo.

   Seu reflexo não o acompanhava com precisão, algo incomum. Em vez disso, parecia um pouco... Atrasado? Era como se houvesse uma… “Barreira temporal” entre ele e sua imagem refletida.

    Os dias seguintes só pioraram.

  Jin começou a ouvir sussurros no silêncio da noite, palavras indistintas que pareciam vir de todos os cantos da casa. Era como se algo o chamasse para algum lugar não específico. Uma sensação constante de estar sendo observado tornou-se sua nova realidade. Certa noite, próximo às onze, enquanto observava o espelho com uma mistura de fascínio e medo, viu claramente uma figura sombria por trás de seu reflexo.

   O pânico tomou conta do interior de Jin. Ele recuou, tropeçando e quase caindo. A figura no espelho parecia se aproximar cada vez mais, e os sussurros transformaram-se em um grito longínquo em sua cabeça. Entendeu, mesmo que tarde, que aquele espelho era mais do que um simples objeto antigo.

   Correu daquele cômodo, indo na direção de seu quarto. Entrou e trancou-se lá dentro, ainda apavorado, mas tentando acalmar-se. Não sabia se o que viu no espelho era apenas uma paranoia, muito bem articulada por sinal, de seu cérebro.

  Se fosse algo de sua mente, talvez devesse procurar algum especialista para conversar e se tratar. Mas, se aquilo fosse real… Ele realmente não sabia o que poderia fazer.

    Agora sentia-se uma criança com medo. Deitado na cama, coberto com o lençol dos pés à cabeça, sussurrando para si mesmo, repetidas vezes, “Dorme, dorme, dorme…”. E, aparentemente, deu certo.

  Jin acordou durante a manhã do dia seguinte. Acordou ao ouvir o som da campainha de sua casa ecoar em sua mente, lembrando-o do mundo real, fora de seus sonhos. Sentou-se na cama ainda desnorteado pelo sono. Coçou os olhos e olhou para o relógio ao lado de sua cama.

   Quem toca a campainha de alguém às 07:00 horas da manhã?

   Tinha uma leve noção de quem seria. Levantou da cama e saiu do quarto, descendo as escadas e olhando para onde o espelho estava, agora coberto por um lençol branco, que foi colocado por SeokJin pela madrugada quando acordou e não queria olhar para aquele objeto novamente.

   Com a roupa que dormiu foi abrir a porta. Seu pijama era de tecido confortável, mais adequado para lugares frios, mesmo que a parte de cima não tivesse mangas longas e a parte de baixo fosse um short, quase do tamanho de uma bermuda, mas não cobria os joelhos, parava apenas um pouco abaixo do meio das coxas. Tinha a cor inteiramente rosa, com alguns detalhes brancos na costura e pequenos desenhos brancos.

   Abriu a porta principal da casa, que dava diretamente à sala de estar. Quando a abriu viu os dois amigos mais próximos ali, Taehyung e Namjoon.

   — Oi, migo! Viemos te visitar — o mais alto disse enquanto o outro, um mais loirinho, passava pela porta.

   — Bom dia, meninos — Jin disse enquanto via Taehyung entrar, e Namjoon logo atrás. — Vocês vieram de Daegu até aqui?

   Viu o mais novo assentir em afirmação enquanto começava a falar.

   — Estávamos com saudades, Jin hyung — Sentou-se no sofá da sala e sorriu para ele.

    — O que é isso? — Namjoon perguntou olhando para o novo item na sala de Jin, item este que estava coberto.

   — Foi de um parente meu que morreu… Ganhei de herança — Olhou para o espelho. — Mas deixa assim mesmo. Não gostei muito dele.

   Aquilo aumentava mais a curiosidade de Namjoon, que queria ver como era o tal espelho.

[...]

   Namjoon, Jin e Taehyung passaram o restante do dia conversando animados, atualizando-se sobre as novidades em suas vidas. A conversa fluiu tão naturalmente que o tempo passou sem que eles percebessem. Quando finalmente olharam para o relógio, perceberam que já era tarde demais para seus amigos voltarem para Busan. Jin, para não deixar os mais novos irem embora por aquelas ruas perigosas, sugeriu que eles passassem a noite em sua casa, onde poderiam continuar a conversa pela manhã. Sem hesitar, os dois aceitaram a oferta, animados por poderem prolongar aquele momento de reencontro.

   Depois de mais um pouco de conversa, a noite já chegava por completo. Jin, sendo um bom anfitrião, ofereceu algumas roupas limpas e mostrou os quartos de hóspedes para Namjoon e Taehyung. Namjoon, cansado, agradeceu com um sorriso antes de se retirar para o quarto ao lado da sala.

   O mais novo, ainda um pouco enérgico, ficou um pouco mais para ajudar Jin a organizar as coisas na cozinha antes de seguir para o quarto que lhe fora mostrado antes, próximo ao quarto de Namjoon.

  Enquanto trocava algumas palavras finais com Taehyung na porta do quarto, Namjoon já estava se acomodando na cama macia. Com um "boa noite" sussurrado, Tae fechou a porta do seu quarto e deitou-se, pronto para dormir e descansar para o dia seguinte.

   Jin, por sua vez, apagou as luzes da casa e foi para o seu próprio quarto, satisfeito com o reencontro. O silêncio da noite envolveu a casa, e aos poucos, todos os três se deixaram levar pelo cansaço do dia, cada um em seus próprios pensamentos antes de finalmente caírem no sono.

[...]

   No silêncio da madrugada, Namjoon acordou subitamente, sentindo uma estranha inquietação. Algo o atraía, uma sensação inexplicável que o fez sair da cama e vagar pelos corredores da casa.

   A casa estava escura, exceto por um tênue feixe de luz da lua que entrava pelas janelas, iluminando suavemente o ambiente. Trazia consigo o próprio celular, então o usou para iluminar o caminho com a lanterna traseira. Enquanto caminhava, seus olhos foram atraídos pelo espelho coberto no canto da sala, o mesmo espelho que Jin não queria deixá-lo ver anteriormente.

   Namjoon se aproximou lentamente, notando que o espelho agora parecia maior que anteriormente. A aproximação do objeto fazia o Kim ouvir pequenos sussurros, mas não sabia de onde vinham. Ele hesitou por um momento, mas a curiosidade foi mais forte.

   Com um movimento cuidadoso, retirou o pano, revelando o espelho. A superfície refletia a luz que havia, mas algo no espelho parecia quase vivo, como se houvesse uma profundidade além do reflexo comum. Namjoon se aproximou, observando seu próprio reflexo.

   Havia algo intrigante na forma como se via, como se o espelho o estivesse chamando. Sem perceber, estendeu a mão para tocar a superfície fria do vidro. No momento em que seus dedos tocaram o item, uma sensação estranha o envolveu, como se o mundo ao seu redor tivesse mudado.

   De repente, uma força invisível começou a puxá-lo. Namjoon tentou resistir, mas era inútil; a atração era irresistível. Antes que pudesse gritar ou se afastar, sentiu-se sendo sugado pelo espelho, uma escuridão intensa envolvendo-o.

   Em um instante, ele desapareceu, deixando apenas o pano caído no chão, como se nada tivesse acontecido. O corredor voltou ao seu silêncio perturbador, com apenas o lençol branco e o celular com a lanterna ligada jogados no chão como testemunhas do que acabara de ocorrer. Apenas um som pôde ser ouvido ao longe: uma badalada de sino. Parecia ser uma igreja que ainda tocava sinos para sinalizar a hora. Enquanto tudo acontecia, foram tocadas 12 badaladas.

   Era meia noite.

  Jin acordou sobressaltado com o som abafado de algo caindo. Por um momento, ficou deitado na cama, ouvindo atentamente. O barulho, embora baixo, parecia estranho e fora do lugar. Preocupado, ele se levantou e saiu do quarto, indo em direção ao corredor.

   Primeiro, foi ao quarto de Taehyung, batendo suavemente na porta antes de abri-la. Ele estava sentado na cama, esfregando os olhos sonolentos. Jin entrou e perguntou baixinho:

— Você ouviu esse barulho? Era você? — Viu Taehyung balançar a cabeça negativamente, parecendo confuso.

   — Não, não fui eu. O que aconteceu?

  — Não sei... Vamos ver se Namjoon está bem — respondeu, tentando manter a calma. Os dois saíram do quarto e caminharam até o quarto onde ele estava hospedado naquela noite.

  Jin bateu na porta e chamou pelo amigo, mas não houve resposta. Preocupado, abriu a porta e acendeu a luz.

   A cama estava desfeita, mas não havia sinal de Namjoon. Os dois se entreolharam e a preocupação começou a crescer. Jin rapidamente olhou ao redor do quarto, mas não encontrou nada que indicasse para onde ele poderia ter ido.

   — Ele deve estar no banheiro — sugeriu Taehyung, com uma ponta de ansiedade na voz, mas ao olhar para a porta do banheiro mais próximo, viu que não estava ali, já que a porta estava aberta e a luz apagada. — Bom… Na sala, talvez?

   Juntos, saíram do quarto e seguiram pelo corredor até a sala. A luz fraca da lua ainda iluminava parcialmente o ambiente. Os dois olharam em volta, chamando por seu amigo em um tom de voz baixo, mas a sala estava vazia e silenciosa. A ausência de qualquer sinal de seu amigo deixou um clima de tensão no ar, enquanto os dois amigos tentavam entender o que poderia ter acontecido.

   Até que avistaram uma luz pequena no chão. O celular de Namjoon com a lanterna ligada e virada de cabeça para baixo.

  Jin sentiu um estranho calafrio subir pela espinha. Seu olhar foi atraído involuntariamente para o espelho coberto, agora parcialmente descoberto, próximo ao celular e o lençol branco no chão. Ele parou de repente, fixando os olhos na superfície do espelho, de onde o pano havia sido retirado.

  Um frio incômodo tomou conta de Jin, fazendo seus pelinhos do braço se arrepiarem. Algo no espelho parecia erradamente convidativo. Tentou afastar a sensação, mas uma inquietação persistente o fez continuar encarando o reflexo escuro e indistinto.

   Taehyung, percebendo a hesitação dele, seguiu seu olhar e franziu a testa, confuso.

   — Jin, o que foi? — perguntou, a voz carregando uma mistura de preocupação e curiosidade.

   Jin hesitou antes de responder, olhando fixamente para o espelho.

   — Eu... tenho uma sensação estranha sobre esse espelho — murmurou, engolindo em seco. — Algo não está certo. — O desconforto em sua voz era palpável, e ele sentiu o desejo de investigar mais de perto, apesar da sensação de alerta que o fazia hesitar.

   Jin deu alguns passos hesitantes em direção ao espelho, como se estivesse sendo atraído por uma força invisível. Seu pavor da outra noite não estava junto a si. Taehyung o seguiu de perto, o rosto refletindo a mesma mistura de curiosidade e apreensão. A sensação de inquietação crescia à medida que se aproximavam, mas nenhum dos dois parecia querer parar.

   Quando chegaram ao espelho, Jin estendeu a mão e, quase instintivamente, seus dedos tremeram levemente. Taehyung, observando atentamente, fez o mesmo, como se algo dentro dele o estivesse impulsionando a agir. Ambos tocaram a superfície fria do vidro ao mesmo tempo.

    Assim que seus dedos encostaram no espelho, uma sensação gelada percorreu seus corpos por um breve momento. Foi como se o mundo ao redor deles se silenciasse completamente. Antes que pudessem reagir, uma força poderosa e irresistível começou a puxá-los para dentro do espelho. A superfície refletora os ondulou e circulou como água. Jin e Taehyung tentaram, em vão, se afastar.

  Em questão de segundos, foram sugados para dentro do espelho, desaparecendo da sala sem deixar rastros, assim como Namjoon antes deles. O espelho voltou à sua aparência normal, a sala novamente em silêncio, como se nada de extraordinário tivesse acontecido.

[...]

    “Dentro” do espelho Namjoon se encontrou em uma sala simulando um escritório, cujas paredes eram cobertas por prateleiras repletas de papéis e documentos. Cada folha representava um projeto incompleto, uma ideia abandonada ou um objetivo não atingido.

    O ambiente era opressor, com as prateleiras parecendo se estender infinitamente, e uma luz fria iluminava a sala, destacando ainda mais a desordem.

    Namjoon começou a caminhar pela sala, pegando alguns papéis aleatórios e lendo as palavras escritas neles. Cada um era uma lembrança de uma vez em que ele sentiu que não havia sido bom o suficiente: críticas sobre suas músicas, dúvidas sobre suas decisões, inseguranças sobre suas habilidades.

   A sala parecia ecoar com vozes de críticos, de si mesmo e de outros, cada uma questionando seu valor e suas realizações. Sentiu o peso esmagador do perfeccionismo, que sempre o fazia questionar se ele estava fazendo o suficiente ou se era bom o suficiente.

   A cada passo que dava, a sensação de fracasso aumentava. As prateleiras pareciam crescer, os papéis se multiplicando ao seu redor. Namjoon foi até uma das prateleiras e tentou organizar os papéis, na esperança de encontrar algum sentido ou ordem, mas cada tentativa parecia apenas aumentar o caos.

   Começou a ficar desesperado, sentindo que nunca conseguiria lidar com todas as expectativas impostas a ele, tanto pelas pessoas ao seu redor quanto por ele mesmo. Seu coração estava a mil.

   Então, em meio ao turbilhão de pensamentos e sentimentos, Namjoon parou e respirou fundo. Lembrou de uma conversa que teve com um amigo próximo, onde discutiam sobre a importância de aceitar as imperfeições e como erros eram impossíveis de evitar. Com essa lembrança, começou a perceber que o verdadeiro problema não era a falha em si, mas a sua percepção de que ele deveria ser perfeito e incapaz de errar.

  Namjoon olhou ao redor e disse em voz alta, como se estivesse respondendo às vozes críticas ecoando em sua cabeça:

   — Eu não preciso ser perfeito. Ninguém é. É impossível fazer tudo certo o tempo todo. O importante é continuar tentando, aprendendo e crescendo.

   Com essas palavras, começou a aceitar que o medo de falhar era uma barreira que ele mesmo criava para si. Se permitiu sentir o peso de suas próprias expectativas e, lentamente, começou a deixar isso ir. Pegou um dos papéis, e em vez de tentar corrigi-lo ou melhorá-lo, simplesmente o aceitou como estava, com todas as suas imperfeições.

   Essa aceitação foi como uma chave que destravou algo dentro dele.

   À medida que ele aceitava suas falhas e imperfeições, a sala começou a mudar. As prateleiras de papéis começaram a diminuir, e a luz fria deu lugar a uma iluminação mais suave e calorosa. A sala ficou mais espaçosa e organizada, refletindo o estado mental de Namjoon, agora mais tranquilo.

   Notou que, ao aceitar seus próprios limites e falhas, estava se libertando do peso de tentar ser perfeito. Ninguém é perfeito. Namjoon entendeu que o verdadeiro crescimento vinha de aceitar e aprender com os próprios erros, não de evitá-los.

   Sentiu uma paz interior que não vinha da perfeição, mas da aceitação de si mesmo como um ser humano falível, mas sempre disposto a melhorar. Com essa compreensão, ele se sentia mais leve e preparado para seguir em frente, sabendo que o medo de falhar não o prenderia mais.

    Kim Namjoon havia superado seu perfeccionismo e seu medo de falhar.

[...]

    Jin se encontrava isolado em uma realidade distorcida. Ele se viu em um cenário que parecia uma versão distorcida e vazia de sua própria casa de quando era criança. As paredes eram frias, os cômodos estavam vazios, e não havia sinais de vida. Cada passo que dava ecoava pelo ambiente, aumentando a sensação de solidão. As lembranças de momentos felizes com amigos e familiares pareciam apenas “sombras” distantes, intangíveis e fora de alcance.

    Andou pelos corredores, chamando pelos nomes de seus amigos, Taehyung e Namjoon, os procurando. Mas ninguém respondia. Em cada porta que abria, encontrava apenas quartos vazios. Sem pessoas, sem móveis, sem cor. As memórias de infância, a preocupação com o futuro, e até mesmo os momentos compartilhados com os membros do grupo pareciam sumir de sua mente. Ele se sentiu como se estivesse sendo deixado para trás, uma sensação de abandono que sempre o assombrou em momentos de insegurança.

    Enquanto explorava esse espaço desolado, começou a ouvir vozes familiares, porém distantes. Eram as vozes daqueles que amava, mas cada vez que tentava segui-las, encontrava apenas mais vazio. Jin parou em um dos quartos, onde uma grande janela sem cortinas mostrava um céu escuro e sem estrelas. A solidão o consumia, e as lágrimas começaram a escorrer de seus olhos enquanto lembrava de pessoas queridas que ou já se foram deste mundo ou saíram de sua vida de alguma forma.

    Nesse momento de desespero, lembrou-se de uma memória feliz: uma noite em que todos do seu grupo de amigos estavam juntos, rindo e conversando sem preocupações. Entendeu que, mesmo em seus momentos de solidão, nunca esteve realmente sozinho. As conexões que fez e o amor que compartilhou com os outros ainda existiam, mesmo que fisicamente ausentes. Começou a falar, como se estivesse conversando com seus amigos:

  — Eu sei que vocês estão aí, em algum lugar. Mesmo que não possa vê-los ou ouvi-los agora, sei que não estou sozinho. As memórias e os sentimentos que compartilhamos são reais e não podem ser apagados.

  À medida que falava, a casa começou a se transformar. Os quartos vazios começaram a se encher de móveis, fotos de momentos felizes surgiram nas paredes, e o ambiente tornou-se acolhedor e iluminado.

  Jin notou que o verdadeiro abandono não vinha dos outros, mas do medo interno de ser esquecido ou deixado para trás. Entendeu que o amor e as conexões não desaparecem simplesmente por causa da distância ou do tempo. E fica com as memórias daqueles que você ama.

   Com essa aceitação, Jin sentiu um peso enorme cair de suas costas. Olhou ao redor e viu a casa agora “cheia de vida”, como se seus amigos estivessem ali, em espírito. A sensação de solidão desapareceu, substituída por uma paz interior. Percebeu então que nunca estava verdadeiramente sozinho, pois as conexões emocionais que cultivou seriam eternas. Essa compreensão lhe deu forças para continuar enfrentando o que viesse a seguir.

   Kim Seok-Jin havia superado seu medo de abandono.

[...]

   Taehyung já se desesperava. Observava o lugar em sua volta: uma réplica sombria e opressiva de sua antiga escola primária. O ar estava pesado, e as cores ao seu redor eram desbotadas, como se todas as vivências ali fossem apenas sombras do passado. Ele caminhava pelos corredores, que pareciam se estender infinitamente, levando-o de volta aos anos de infância que havia tentado esquecer. Até terapia fez quando criança, na tentativa de recuperar-se do trauma.

O trauma de Taehyung estava enraizado nas experiências de isolamento e incompreensão que enfrentou durante sua infância. Por ser uma criança diferente, com uma imaginação vibrante e uma personalidade peculiar, muitas vezes se sentia deslocado e sozinho. Isolado das outras crianças.

  As outras crianças não entendiam sua maneira de ser e, frequentemente, ele era alvo de zombarias e exclusão. O ambiente escolar tornou-se um lugar de angústia, onde se sentia constantemente observado e julgado, mas nunca verdadeiramente aceito.

  Enquanto Taehyung caminhava pelos corredores desolados da escola, começou a ouvir vozes. Eram as vozes de seus antigos colegas de classe, sussurrando e rindo. Mas não riam com ele, riam dele.

Ele se virou e viu versões jovens de si mesmo e dos outros, reproduzindo momentos em que foi ridicularizado ou deixado de lado. As cenas o transportaram de volta àqueles sentimentos de solidão, quando ele se sentia como um estranho em meio a seus pares.

   Em um momento particularmente doloroso, viu uma versão jovem de si mesmo sentado sozinho em um balanço de madeira, enquanto as outras crianças brincavam em grupos. Taehyung sentiu uma onda de tristeza e um aperto no peito ao se lembrar de como desejava apenas ser aceito e fazer parte de algo. As risadas dos outros ecoavam em seus ouvidos, aumentando sua sensação de isolamento.

Porém, em meio a essa tristeza, Taehyung notou algo. Enquanto observava a cena, avistou não apenas a dor, mas também a força que surgia dessa experiência. Viu o jovem Taehyung se levantar e caminhar até uma árvore próxima, onde começou a desenhar na terra, criando um pequeno mundo para si mesmo, uma expressão de sua rica imaginação. Lembrou-se de como sempre encontrou maneiras de se conectar consigo mesmo e de se expressar através da arte e da música, mesmo quando os outros não o entendiam. Se sentia feliz se divertindo com sigo mesmo, algo que muitas pessoas não tinham o prazer de ter.

   Com essa compreensão, Taehyung se aproximou de sua versão mais jovem. Ao se ajoelhar diante da criança solitária, ele sorriu e disse:

  — Você é incrível do jeito que é. Não há nada de errado em ser diferente. Sua criatividade e coração são sua força.

  Essas palavras de conforto, dirigidas a si mesmo, começaram a transformar o ambiente. As risadas e sussurros maldosos dos outros começaram a desaparecer, e o cenário cinza e desbotado da escola foi lentamente se enchendo de cores vibrantes. A escola se transformou em um lugar acolhedor em sua visão, refletindo a aceitação e o amor próprio que Taehyung estava começando a sentir.

  Taehyung entendeu que seu trauma de infância, embora doloroso, também o moldou na pessoa criativa e resiliente que ele é hoje. Aceitou que não precisava da aprovação dos outros para ser valioso e que suas diferenças eram parte do que o tornava único. Com essa aceitação, ele sentiu um peso ser levantado de seu coração.

   A escola transformada desapareceu, o deixando em um espaço aberto e sereno. Um campo com grama verde. Se sentia em paz, sabendo que apesar dos desafios que enfrentou, nunca perdeu a capacidade de amar e de criar. Essa nova percepção de si mesmo trouxe uma sensação boa de libertação, e estava pronto para enfrentar o que viesse a seguir, com a certeza de que sempre carregaria consigo a força de sua verdadeira essência.

   Kim Taehyung havia superado seu trauma, o bullying.

Apesar das dificuldades e do desconforto, cada um deles enfrentou seus medos e traumas profundos. Emergiram dessas experiências mais fortes, compreendendo melhor a si mesmos e suas inseguranças. No entanto, ainda estavam presos no espelho, sem saber como escapar, mas cientes de que haviam dado um passo importante para se libertarem, ao menos internamente, dos grilhões que os prendiam.

  Após enfrentar seus medos e traumas internos, Jin, Taehyung e Namjoon se encontraram repentinamente em um espaço neutro, distinto dos ambientes em que estavam anteriormente. O lugar era uma sala grande e bem iluminada, com um chão de mármore branco e paredes de um azul suave. No centro da sala, havia três pedestais, cada um com uma charada inscrita em um painel dourado.

   A sala tinha uma sensação de calmaria, mas a presença dos pedestais indicava que ainda havia uma última etapa a ser cumprida. Acreditavam naquilo. Cada um dos três jovens se aproximou de um pedestal, e uma voz misteriosa ecoou na sala, anunciando que eles teriam que responder a uma charada, cada uma relacionada ao seu trauma ou medo enfrentado.

   A voz era suave e calma, mas com um tom que indicava a importância da charada que seria feita. A voz parecia vir de todos os lugares ao mesmo tempo, sem uma origem definida.

  — Parabéns por enfrentar seus medos e traumas. Para sair deste lugar, cada um de vocês deve responder a uma pergunta sobre o que enfrentaram. Suas respostas determinarão se vocês estão prontos para deixar o espelho e retornar ao mundo real. Caso contrário, ficarão e refletirão mais.

   A voz então dirigiu-se a Seok-Jin, indicando que a primeira charada a ser resolvida seria a dele:

  — Jin, sua charada é a seguinte: “Eu sou invisível, mas posso ser sentido. Estou sempre presente, mesmo quando você não me vê. Sou o que mantém os corações conectados, mesmo quando a distância nos separa. O que sou?”

  Jin, com o coração ainda batendo forte após suas experiências enquanto refletia sobre a charada. Ele olhou para a caixa no centro da mesa, onde uma pequena folha de papel estava repousada. Inspirando fundo, respondeu com sinceridade:

   — O que eu sou é o amor.

  O pedestal de Jin brilhou com um brilho verde suave, e a voz indicou que estava satisfeita com a sua resposta. As conexões e o amor que compartilhamos são reais e duradouros, independentemente da distância física. Essas conexões são fundamentais para nossa identidade e nos dão força para enfrentar a solidão.

   Em seguida, a voz se dirigiu a Taehyung:

  — Taehyung, sua charada é a seguinte: “Eu posso ser um peso, mas também sou uma fonte de crescimento. Mesmo que você me sinta como uma carga, posso transformar você e mostrar a sua força. Sou feito do que você passou, mas não sou o que você é. O que sou?"

  Taehyung pensou sobre como transformou sua dor em força e aceitação. Com confiança, ele respondeu:

  — Eu sou o trauma transformado. — O pedestal de Taehyung também brilhou intensamente, indicando que sua resposta estava correta.

Aceitar experiências dolorosas como parte de nossa jornada nos permite crescer e conectar mais profundamente com nós mesmos. A aceitação e o amor próprio ajudam a transformar dificuldades em força.

   Finalmente, a voz se dirigiu a Namjoon:

  — Namjoon, sua charada é a seguinte: “Sou algo que você evita, mas é inevitável. Sou aquilo onde você encontra uma lição que te molda. Eu te ensino a crescer e a melhorar, embora você possa me temer. O que sou?”

   Namjoon refletiu sobre seu medo do perfeccionismo e a aceitação da imperfeição. Com uma compreensão clara, respondeu certo de sua resposta:

   — A resposta é o erro.

   O pedestal de Namjoon também brilhou, confirmando a resposta.

   Reconhecer que falhas são parte do aprendizado permite que nos libertemos da pressão de ser perfeitos. Aceitar nossos erros e aprender com eles nos ajuda a crescer de maneira mais autêntica e equilibrada.

   Com as respostas de Jin, Taehyung e Namjoon, os três pedestais emanaram uma luz forte e calorosa. A sala começou a se desintegrar suavemente, e a sensação de transformação envolveu os amigos.

   Em um instante, se encontraram de volta ao mundo real, em um lugar familiar, mas com um novo entendimento e uma conexão mais profunda entre os amigos. Entreolharam-se, compartilhando um sorriso de alívio e realização, sabendo que haviam superado a última etapa de sua jornada juntos dentro do espelho e que agora voltariam às suas vidas normais.

   Uma noite e tanto.

[...]

   Depois daquela noite complicada, os amigos estavam exaustos, mas aliviados. Decidiram descansar e, após uma noite tranquila de sono, acordaram renovados e cheios de energia. O ambiente ao redor parecia mais acolhedor, como se um peso tivesse sido removido dos ombros dos garotos.

  Jin, ainda refletindo sobre os eventos da noite anterior, decidiu dar uma olhada mais atenta no espelho. Se aproximou do espelho e, com cuidado, o limpou e o revelou completamente. A superfície do espelho agora parecia normal, mas havia algo diferente no seu fundo.

   Seok percebeu um pequeno compartimento escondido na parte de trás do espelho. Com curiosidade, abriu o compartimento e encontrou um pergaminho antigo, amarelado pelo tempo. Desenrolou o pergaminho e leu atentamente. As palavras escritas eram antigas e com um tom enigmático, mas o conteúdo era claro:

"Este espelho foi feito com o propósito de refletir a verdade interior de quem o usa. Após a sua criação, um mago poderoso lançou uma maldição sobre ele. A maldição estabelece que, quem tocar o espelho entre meia-noite e meia-noite e meia, será transportado para uma dimensão onde enfrentará suas mais profundas inseguranças, traumas e medos. Este teste é destinado a confrontar e superar aquilo que estava sucumbido dentro de si por muito tempo."

  Jin ficou surpreso ao descobrir que o espelho tinha sido um artefato com uma função tão profunda e significativa. Percebeu que a experiência que ele e seus amigos haviam passado era parte de um processo mais antigo e místico, destinado a ajudá-los a enfrentar e superar seus desafios internos. Agora entendia porque seu falecido parente guardava coisas como esta. Eram interessantes.

   Após ler o pergaminho, Jin decidiu guardar o espelho em um lugar seguro da casa, onde não seria perturbado. Sabia que o espelho, agora conhecido por seu verdadeiro propósito, era um lembrete poderoso do que havia aprendido e superado. Com cuidado, ele o colocou em um armário fechado e selado, para que não causasse mais distúrbios ou atraísse a curiosidade indesejada.

   Naquela outra noite, Jin, Taehyung e Namjoon se reuniram para uma conversa tranquila, compartilhando suas experiências e a sensação de renovação que sentiam. Eles estavam prontos para seguir em frente com uma nova perspectiva sobre si mesmos e o mundo ao seu redor.

   O espelho, agora guardado com respeito e entendimento, tornou-se um símbolo do poder da introspecção e do crescimento pessoal. Embora o processo tivesse sido desafiador, Jin e seus amigos reconheceram que haviam enfrentado seus medos e traumas mais profundos e saíram mais fortes e conectados do que nunca.

Notas finais do autor

Obrigado pela leitura. I Purple You 💜

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