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Pulga no sapato ou sapato na pulga?


Dizem que amar é uma arte, mas estava mais para uma maldição. Albus não cabia em tristeza, andando com o coração inconsolável rumo à cabana do Hagrid. Ele sabia que uns biscoitinhos o fariam bem, mesmo duros e feitos com farinha vencida. Poderia rir das falas sem sentido do professor e, talvez, até falar sobre o futuro bebê Potter.

Não precisou andar muito para bater de frente com Rose, que parecia voltar da cabana.

–Albus?--A garota parou de andar, forçando Albus a fazer o mesmo, embora não o quisesse.--Por que seus olhos estão vermelhos?

Rose também estava com os olhos vermelhos.

–Você esteve chorando por causa de Scorpius?--Albus não conseguiu conter a pergunta.

A garota respirou fundo e bufou fracamente, mas não de maneira rude.

–Eu não queria que acabasse tão mal...--Desabafou-- Eu quis sair com ele porque li em algum lugar sobre a sensação de ser amada e... bem... eu fiquei tentada a saber como era. Então pensei que, já que ele me queria tanto, eu poderia dar uma chance para ver se eu poderia amá-lo... Mas, pelo visto, falei as coisas erradas e ele perdeu o encanto que idealizou.

–É por isso que esteve chorando?

–Sim.--Ela deu de ombros.--E você, por que andou chorando?

Albus olhou para a espiral de fumaça que subia a cabana de Hagrid. Sua cabeça doía e seus pés pareciam congelados dentro das botas.

–Eu briguei com o Scorpius.--Confessou.

–Por quê?--Rose soou perplexa.--Vocês nunca brigaram antes!

Albus ficou tentado a dizer que já haviam, sim, brigado antes, mas mudou de ideia quando notou que seria um esforço sem sentido tentar explicar a Rose que ele e Scorpius eram como qualquer outra amizade, com a exceção de que, no caso deles, eram filhos de dois inimigos declarados.

–É uma longa e cabeluda história.

–Você pode confiar em mim.

Ele não confiava algo para Rose desde os 11 anos.

–Sinto muito, Rose, mas é melhor eu manter isso só para mim ,por enquanto.

Ela pareceu magoada, mas não insistiu, apenas meneou a cabeça e concordou. Albus sentiu o peso se tornar maior conforme ela subia em direção ao castelo, provocando pegadas fundas na neve já alta.

Desceu o resto do caminho até a cabana, onde bateu à porta melancolicamente. Não demorou muito para Hagrid aparecer e abrir os braços com um sorriso de boas-vindas que conseguiu alegrar Albus, mesmo que diminutamente.

–Olha se não é o meu sonserino favorito!--O meio-gigante abriu espaço para Albus adentrar o recinto.

–Boa tarde, professor.--Albus soou triste, o que não passou despercebido.

–Mas o que aflige o meu Potter favorito?

–Eu sou o seu sonserino e o seu Potter favorito?--Albus tentou brincar.--Vou falar para o meu pai e os meus colegas. A Zabine tem você em conta, sabia? Ela gosta das suas aulas.

–Fico feliz. Geralmente os seus colegas sonserinos me acham... Me acham...

–Excêntrico, eu diria.--Albus terminou o raciocínio e sentou-se à mesa junto a Hagrid, que lhe serviu uma bandeja de biscoitos e um pouco de chá.

–A Rose esteve aqui a poucos minutos.--Hagrid comentou descontraidamente.--Parecia mal também. Vocês brigaram?

–Não, não tem a ver com ela. Eu até conversei com Rose agora a pouco, quando a vi subindo em direção ao castelo. Tem a ver com outra coisa, mas eu preferia não falar a respeito.--Albus ajeitou os ombros, forçando o seu melhor sorriso.--De qualquer forma, queria saber se você sabe sobre o bebê.

–Sim!--Hagrid deu palminhas na mesa, mas palminhas que fizeram a cabana tremer.--Li no Fofoca Diária, mas seus pais também me mandaram uma carta hoje pela manhã.

–Você acha que vai ser menino ou menina?

Hagrid não teve tempo para responder antes de escutar três batidas à porta. Albus bebeu um pouco do chá e sentiu que iria vomitar, tentou pegar um biscoito para melhorar a situação, mas aí, sim, que a ânsia veio forte.

Hagrid soltou uma risada alta e Albus nem teve tempo de arregalar os olhos antes de escutá-lo dizer:

–Olha se o mini Malfoy não veio me visitar!

Agora, sim, que ele vomitaria.

–Posso entrar, professor?--A voz de Scorpius veio carregada de tristeza.--Espero não estar incomodando.

Albus olhou ao redor, buscando alguma forma de sair daí sem ser visto ou magoar Hagrid, mas não encontrou a tempo. Scorpius travou quando o viu sentado à mesa.

–Imagino que tenha vindo atrás do Albus!--Hagrid puxou uma cadeira para Scorpius sentar, o que o garoto fez sem muito jeito para a coisa.--Estranhei por não vê-los juntos! Todas as vezes em que vieram aqui, apareceram juntos e, dessa vez, separados?! Não fez sentido.

Scorpius centrou os olhos nas próprias mãos e Albus, mesmo que inconscientemente, tentou atraí-lo com o olhar.

–Quais as novidades, meninos?--O meio-gigante perguntou, olhando-os com um sorriso nos olhos. Antes que percebesse a tensão, uma outra batida à porta atraiu a atenção dos três.

Hagrid, precisamos discutir algo que aconteceu na sua aula para o quinto ano de sexta-feira!--McGonagall chamou. Hagrid os olhou e pediu silêncio com um gesto de sua mão.

Deixando-os sozinhos, o meio-gigante saiu para o vento congelante do inverno. Albus pôde escutar as reclamações de McGonagall sumirem conforme Hagrid e ela se afastaram da cabana.

O clima entre ele e Scorpius apenas ficou mais tenso do que já estava. Albus teria começado a chorar se Scorpius não tivesse iniciado o assunto sobre a inconfundível idiotice de Potter:

–Eu não gostei que você simplesmente me beijou sem eu permitir...

Albus engoliu em seco.

–Scorpius, eu entrei em desespero.--Tentou se explicar, mas tremeu tanto que imaginou ter embolado a língua.-- Eu não deveria ter cogitado correr escada abaixo e puxá-lo daquela maneira, eu apenas fiquei apavorado com a ideia de você nunca mais falar comigo e eu não ter nem conseguido o gosto... Eu sei que foi errado!

Scorpius pareceu tremer levemente.

–Foi o meu primeiro beijo, cara...

Albus trincou os olhos.

Também havia sido o dele.

–Também foi o meu.

–Eu não quero perder você, Albie.--Scorpius tremia muito e a sua voz era quase inaudível. Estava tendo um ataque de ansiedade e Albus não conseguia sequer se mover para abraçá-lo.--Eu apenas não sei lidar com essa mudança brusca de ares.

Albus levantou-se da cadeira e tomou toda a coragem que possuía para se sentar ao lado de Scorpius e puxá-lo para um abraço. Não houve outra intenção a não ser acalmá-lo, massageando levemente as costas tensionadas de Malfoy.

–Não irei mais tocar nesse assunto se você quiser, Scorpius. Mas, por favor, não me deixa.--Albus implorou, olhando-o diretamente nas íris acinzentadas. Scorpius pareceu engolir em seco, mas aceitou, meneando a cabeça de uma forma lenta e torturante.

Albus desejou não ter dito que não tocaria mais no assunto, mas o erro já havia sido feito. Pelo menos tinha Scorpius de volta.

–Desculpa ter saído correndo.--Scorpius suspirou.--Fui idiota.

–Não mais idiota do que eu.--Albus deu de ombros.--Eu também teria saído correndo se fosse ao contrário.

Não tornava a situação melhor.

–Bem... Valeu a pena ter descido até aqui no frio.--Scorpius sorriu, mas havia algo naquelas íris que demostrava que alguma coisa, embora não entre eles, estava errada--Estamos bem, então?

–Estamos, Scorp.

O coração de Albus estava despedaçado. Mas, pelo menos, Scorpius ainda era o seu amigo.


***

Não soube porque temeu que Rowle, Avery e Nott soubessem de alguma coisa. O trio estava, visivelmente, muito bem e certos de que nada ameaçaria a paz deles enquanto tiravam a costumeira soneca de antes do jantar.

–Queria conseguir dormir tanto assim.--Scorpius revirou os olhos.--Você também?

Albus, que estava com a mente em qualquer lugar, menos no momento presente, meneou a cabeça, apenas.

Se tacou deitado na cama e tentou não parecer triste, mas o simples ato de ter se jogado na cama, fora o suficiente para atrair a preocupação de Scorpius.

–Está tudo bem mesmo, Albie?

Albus meneou a cabeça, embora com os olhos distantes.

–Claro que está.

–Onde vocês estavam?--Nott reclamou, pondo-se sentado e espreguiçando-se.--Nós procuramos vocês por todo o canto!

–Por quê?--Albus se sentou também.

–Porque queríamos ter feito alguns passes de Quadribol com vocês.--Rowle respondeu.-- Mas acabamos mudando de ideia no momento em que saímos da escola.

–Onde vocês estavam, aliás?--Avery perguntou.

–No professor Hagrid.--Scorpius respondeu.--Estávamos comendo alguns biscoitos e tomando chá.

–Coragem.--Nott falou e Albus tacou o travesseiro nele.

–Não seja grosso!

–Eu gosto dele, cara, o que eu não gosto é da comida e das aulas macabras dele!

Albus gostava das aulas de Hagrid... Bem, mais ou menos.

–Estou faminto.--Avery reclamou.--Eu não vou me arrumar para jantar.

–Quando é que você se arrumou para jantar?--Scorpius brincou, recebendo em troca um dedo do meio.

–Que horas são?

–Cinto e meia.

Albus quase escutou a barriga de Avery roncar.

–Eu vou à cozinha.--Ele olhou ao redor.--Alguém vem?

–Eu!--Rowle e Nott responderam ao mesmo tempo.

–Vocês não?--Perguntou aos dois.

Albus olhou para Scorpius, que deu de ombros. Nenhum dos dois estava com fome, não depois do enjoo causado pelos biscoitos e chá de Hagrid.

–Podem ir vocês três.--Scorpius respondeu.

A única coisa que passou pela cabeça de Albus quando os amigos saíram do dormitório, é que ele preferiria mil vezes não estar em um cômodo sozinho com o melhor amigo.

–Meu pai e minha mãe disseram que talvez não vão estar em casa no Natal.--Scorpius largou-se sentado ao lado de Albus, que engoliu em seco com a aproximação indesejada.--Então eu ficarei em Hogwarts.

–Pode ir lá em casa.--Albus se ouviu falando.--Vovó vai gostar de tê-lo no Natal.

–E o seu pai?

–Ele não tem nada contra você.

–Quero vê o meu pai e minha mãe deixarem.

–Afinal, por que eles não vão estar em casa no Natal?--Albus perguntou.-- Todo o ano você me manda uma foto estranha dos três fantasiados de Papai Noel e Mamãe Noel enquanto você está de elfo junto com os elfos domésticos.

O rosto de Scorpius pareceu murchar e Albus temeu ter falado alguma coisa errada. Scorpius andou até a gaveta e pegou uma carta e, tão simples, tão rápido e sem expressão alguma, falou:

–Meu avô será executado...

–É o quê?--Potter se ouviu perguntando, muito embora tivesse escutado com total êxito.

–Você sabe,--Malfoy deu de ombros.-- a política pós guerra para os comensais da morte pelos anos de atrocidades. O vovô chegou ao fim da linha e será executado dia 23.

A culpa era visível no rosto de Albus. Harry não havia mudado a lei ao se tornar Auror Chefe, tampouco a tia ao se tornar Ministra. No final das contas, se tivesse passado por metade do que Harry Potter e Hermione Granger haviam passado, ele também não mudaria.

–Sinto muito pelo seu avô,--Albus engoliu em seco-- mas quando chegou essa carta? De manhã você não me disse nada e, tampouco, vi uma coruja deixando-a para você...

Scorpius coçou a nuca e se sentou novamente ao lado de Albus.

–Um pouco depois de eu ter saído correndo. A coruja da família quase arranhou o meu rosto, porque ela se bateu contra mim... Bem... Meu avô era um merda a maior parte das vezes em que eu conversava com ele, mas é deprimente que eu nunca mais poderei vê-lo. Papai e mamãe disseram que não era certo eu assistir à morte e que eles irão passar o Natal com vovó na Mansão da família e, bem, você sabe que aquele lugar foi palco para os planos de Voldemort durante a guerra, então eles não querem que eu entre lá.

–Como é feito?--Albus se viu perguntando, porque nunca na vida havia escutado o pai dizer como que aquela morte acontecia.

–Eles não usam o Avada Kedavra.--Scorpius falou quando notou que Albus imaginava a possibilidade.-- É uma poção que faz os órgãos pararem em questão de dez segundos. Papai escreveu na carta.

–Foi muita informação para um dia, não foi?

–Foi...

–Vou te forçar a ir lá em casa no Natal.--Albus o abraçou pelos ombros.--Espero que não fique mal em ter que olhar para o meu pai.

–Ele assiste às execuções, não assiste?

–Como o Auror chefe, acho que ele tem que assistir.

Era estranho que Albus nunca houvesse parado para pensar nisso.

–Aposto que ele não gosta...

–Conhecendo o meu pai, ele deve detestar em alguns casos.

–Em alguns casos?

–Bem... Ele tem um certo rancor guardado, mas acho que, no caso do seu avô, com sua mãe e seu pai lá, ele vá se sentir um pouco culpado, mas é mais por você ser o meu amigo.

–De certa forma, cômico.--Scorpius suspirou.

Cômico?

–Meu avô foi uma pulga no sapato do seu pai, pelo o que eu sei.

–E o seu avô foi uma pulga no sapato do meu pai.

Scorpius riu e isso foi acalmador.

–Eu aceito passar o Natal com você.--Malfoy deu de ombros, embora incerto.--Acredito que Harry vá ficar o período inteiro no meu pé.

–Te paparicando, obviamente.--Albus revirou os olhos em brincadeira.--E eu vou pedir para vovó fazer um suéter para você.

–Fala para ela fazer com um S gigante, por favor.

–Irei pedir, vossa Majestade.

Foi só quando os dois pararam de falar e focaram em pontos aleatórios à frente, que Albus percebeu que estaria sozinho em seu quarto com Malfoy durante duas longas semanas. Não haveria Avery, Rowle e Nott para tornar a situação menos difícil.

–Espera.--Albus soltou uma risada sem graça.--Como Avery, Rowle e Nott gostam de mim, se os avós ou pais deles estão na fila da execução?

–O pai de Rowle já foi executado a dois anos, não lembra?--Albus negou com a cabeça.--Eles sabem que os avós ou pais, vice-versa, estavam errados, por isso eles não o culpam... Ao contrário do Scroll e da Travers, que olha para você como se quisesse o matar.

Albus soltou uma risada alta. Travers costumava olhá-lo de cima para baixo e se negava veemente a fazer um trabalho sequer consigo.

–Sabe de uma coisa, Scorpius?--Albus se colocou em pé.--Eu tenho que parar de ser tão cego.

–Concordo, mas por que se levantou?

–Quero ir à cozinha.

–Agora? Vai ver os três já estão voltando.

–Dúvido que eles se lembraram de fazer cócegas na pêra.

Scorpius se levantou também e os dois saíram da Sonserina. Quando chegaram à cozinha, Rowle esmurrava o quadro de frutas e Avery e Nott pareciam chorar de fome.

Albus concordava que seus amigos, com exceção de Scorpius, eram idiotas. 

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