Infeliz espanador de pó
A casa parecia um redemoinho enquanto os Potters e Scorpius arrumavam as roupas que precisariam levar para a Toca. Harry e Gina estavam se dando estranhamente bem, beijando-se em cada canto da casa e sendo, bem... Bastante irritantes e felizes.
Depois do clima estranho derivado do que acontecera no dia anterior, eles haviam tido uma conversa reveladora. Então, enquanto os adolescentes jogavam Quadribol e congelavam, ela, Harry e Rony haviam ficado montando bonecos de neve e, vez por outra, conversando.
Scorpius havia se entendido com Rose, embora ela parecesse genuinamente culpada. Não havia, porém, qualquer sinal de raiva referente ao o que acontecera no passeio terrível a Hogsmeade. Albus se perguntou se eles poderiam se entender de uma vez por todas e serem amigos, embora soasse cômico depois de tudo o que acontecera durante os primeiros anos de estudo em Hogwarts.
–Porcaria!--James exclamou quando Lily, sem querer, derrubou um balaço no pé dele, que saiu voando pela casa, terminando por quebrar a janela da cozinha e quase acertar o rosto de Gina.
–Por que caralhos vocês querem levar um balaço para a Toca?!--A mulher gritou, esquecendo de todo o decoro da maternidade.
Embora Lily não tenha respondido, tampouco James, Albus imaginou que a garota mais nova quisesse dizer: Para acertar o rosto do Hugo!
No dia anterior, Hugo Weasley havia retirado todas as goles das mãos dela. O que, obviamente, irritara a garota em um nível surpreendente.
Duas horas depois, sem as Goles, eles apareceram na Toca utilizando do pó de Flu. Vovó Molly correu até eles e os lotou de beijos. Quando chegou à Gina, ela se recusou a soltar a filha.
–Minha menina está grávida de novo!--Exclamou a avó, um tanto quanto alto para os ouvidos dos presentes.
–E está muito mais teimosa.--Alfinetou Harry, mas, ao contrário do que Albus imaginou, a mãe não levou na ofensiva. Apenas revirou os olhos, suspirou e deu de ombros.
–Releva, querido. Releva.
Quando Molly finalmente notou Scorpius, ela o abraçou muito mais forte do que aos outros (tirando, claro, a pobre Gina, que acabou com as costelas doloridas), quase tirando o ar do pobre garoto.
–Senhor Malfoy!--A mulher deu tapinhas nas costas do garoto e se afastou para olhá-lo bem.--Albus disse que você faz Estudo dos Trouxas!
–Faço, sim, senhora!--O garoto falou quando conseguiu chegar ao ponto de recuperar a voz.--Eu adoro mexer com objetos trouxas e a história das duas guerras deles é macabra e magnífica de ser estudada a fundo.
–Arthur vai gostar de conversar com você, senhor Malfoy!
--Pode me chamar de Scorpius, senhora Weasley.
À menção de Arthur, vovô adentrou a casa batendo as botas no tapete em frente à porta. O pobre homem estava com neve até a raiz do cabelo. Quando se aproximou o suficiente, vovó Molly apontou a varinha para o marido e o esquentou com um jato de calor.
--Bem melhor, querida!--Ele agradeceu a esposa e em seguida os olhou.--Não creio que a minha menininha está grávida de novo!--Ele a abraçou, mas não tão forte quanto a esposa.
Enquanto ele cumprimentava a todos e perguntava a Scorpius se ele sabia a função de uma furadeira, Gina perguntou:
–Carlinhos e Gui ainda não chegaram?
–Só irão aparecer hoje à noite.--Respondeu Molly.--Vocês que são apressados!
E realmente eram. James havia insistido, utilizando do incontestável argumento de que no ano consecutivo talvez não tivesse a chance de passar o Natal com os avós caso estivesse em um time de Quadribol.
Harry e Gina talvez fossem bobos, mas a possibilidade de não ter James no Natal no ano que viria os assustou.
Agora aí estavam eles, organizando colchões no chão do quarto antigo de Gina.
–Todo mundo juntinho!--Gina suspirou.--Soa como uma festa do pijama!
–Uma festa do pijama terrível!--Reclamou James.--Papai vai roncar a noite inteira.
–Eu não ronco!
Gina o olhou de sobrancelhas erguidas.
–Harry, você ronca, sim.
–E por que só me diz isso só agora?
–Porque eu pensei que a vossa majestade já soubesse.
Harry, pelo visto, não fazia a mínima ideia.
Albus olhou para Scorpius e riu. Na noite anterior haviam escutado alguns sons parecidos com os de um trator. Para dizer a verdade, andavam escutando quase todas as noites.
–Bem...–Harry trocou os pesos dos pés, visivelmente incomodado pela descoberta-- Sinto muito por não deixá-la dormir direito, querida.
Gina revirou os olhos no exato instante em que Molly os chamou do andar de baixo. O cheiro de comida preencheu as narinas de todos, principalmente de Gina, que teve uma ânsia de vômito cômica, apesar de, nitidamente, não parecer tão incomodada com o cheiro.
–Beleza, vamos parar de discutir sobre os roncos do papai.--James andou até a porta.--Porque agora a única coisa que eu quero é devorar a comida da vovó!
–A melhor coisa da vida é comer a comida da mamãe!--Gina largou a mala próxima à cama e foi a primeira a descer as escadas em direção à cozinha. James, Harry e Lily parecem apostar na corrida, os três se estapeando próximo à escada. Albus apenas revirou os olhos e sorriu.
–Amo a minha família, mas eles são um bando de gente louca. Papai falou ontem que mamãe vomitou sem parar enquanto grávida de mim, mas com James e Lily ela mal sentiu enjoo.--Comentou para Scorpius, que sorria pesarosamente para a escada.--Hein, o que foi?
–É deprimente pensar que meus pais estão enterrando o meu avô hoje...
O sorriso de Albus desapareceu.
–Cara...–Tentou medir as palavras.--Você gostaria de estar no enterro? Porque, se sim, posso conversar com o papai...
–Não...–Scorpius pareceu engolir em seco.--Detesto enterros...
Albus percebeu quando Scorpius tentou forçar um sorriso. O garoto já andava em direção à escada quando Albus agarrou a mão dele e o forçou a voltar.
–Não finja estar bem...–O abraçou pelos ombros, embora odiasse estar tão próximo de Malfoy sem poder tê-lo.--Eu posso pegar a comida lá embaixo para comermos aqui.
Scorpius não pareceu favorável à ideia.
–Não...
–Por quê?
–Eu não quero que a sua avó pense mal de mim...
E, com isso, ele se desvencilhou e desceu as escadas, não sem antes puxar Albus pelo braço em direção ao andar inferior.
***
–Sabe de uma coisa, Albie?--A voz de James não é bem-vinda. Toda a família ajudava a organizar a casa para a festa do dia seguinte e, por mais chato que fosse, James e Albus foram forçados a tirar o pó manualmente de cada cantinho minúsculo da Toca.
–O que foi, James?--Perguntou, embora não quisesse ter perguntado.
–Você é um completo idiota.
Albus bateu com o espanador de pó na cabeça do irmão, espalhando poeira por todo o cabelo ruivo.
–Você que é idiota!--Se defendeu.
–Não sou eu quem está sendo iludido!
Albus fitou James sem entender a insinuação por um tempo longo demais para sequer ser considerado normal.
–Eu não estou sendo iludido...–A negação soou um tanto quanto errática.--Explique-se, por favor.
–Scorpius sabe que você gosta dele e, mesmo assim, com ele negando os seus sentimentos, você deixa que ele durma na tua cama e te abrace. Que porcaria de amizade é essa?!
Albus quis perguntar se James sabia o significado de ser iludido. E também desejou, embora não quisesse ter o assunto como pauta, perguntar por que diabos o irmão havia entrado em seu quarto.
–Cara, Scorpius está triste pela morte do avô.
–Não justifica.
Albus se perguntou se deveria contar a James que ele e Scorpius haviam quase se beijado no dia anterior, mas a ideia de ter o irmão o olhando de forma sugestiva não o agradou.
–Tanto faz, James. --Deu de ombros.
–Como assim, tanto faz?
–Não importa.--Albus bufou.--Por que importaria?
–Não importa você sentir como se ele pudesse gostar de você, mesmo com ele sendo hétero?
James estava o confundindo, e Albus não gostou de saber disso. No dia anterior havia ganhado a quase certeza de que Scorpius não era hétero, mas, agora, sem mais nem menos, estava pensando que, talvez, Scorpius apenas estivesse confuso.
–Eu sei o que eu estou fazendo e não é estar me iludindo!
James o olhou daquela maneira sugestiva irritante. Albus quis bater na cabeça dele novamente com o espanador, mas se conteve. Se tivesse uma goles ou, melhor, um balaço, já teria o jogado no irmão. Lily havia sido proibida de levar a bola para a Toca, embora tenha tentado colocá-la na mala umas quatro vezes na noite anterior, todas elas sendo prontamente impedida por uma Gina muito irritada.
–O problema, Albus,--James se pôs a falar– não é nem você deixar ele fazer essas coisas, é ele parecer gostar de você.
–OI?!--Aqui James havia o confundido a um ponto surpreendentemente grande.--Você parecia ter deixado bem claro de que ele era hétero!
–Essa é a questão...–James suspirou.--Eu tenho medo de ele estar tirando com a sua cara...
Albus conhecia Malfoy bem o suficiente para saber que ele jamais faria uma coisa dessas.
–Scorpius não é imbecil, James. Nós somos melhores amigos desde os 11 anos, ele jamais ousaria comigo dessa maneira!
O pior não era James insinuar algo daquele tipo, era o garoto estar com aquela expressão característica de irmão mais velho preocupado.
–Tudo bem...–James voltou a espanar o pó de cima da lareira.--Eu só não quero que você se machuque...
Albus suspirou. Queria que as palavras e preocupação de James não significassem nada, mas agora estava com uma pulga atrás da orelha. Se Scorpius estivesse apenas confuso, o que faria? E se o amigo estivesse mesmo tirando com a sua cara? Impossível... Ele conhecia Malfoy tanto quanto conhecia a palma da sua mão.
–Meninos!--A voz de Rony penetrou o cérebro de Albus forte o suficiente para afastar a preocupação.--Onde está o pai de vocês?
Rony Weasley, felizmente, não havia utilizado o pó de flu da sala. Rose e Hugo vinham cambaleando com uma Hermione cansada logo atrás.
–Olá, tio Rony, tia Hermione, Rose e Hugo.--Albus os cumprimentou junto a James.--Papai está ajudando o vovô a limpar o galpão.
–E a mãe de vocês?--Hermione perguntou enquanto dava o maior bocejo da face da terra.
–Ajudando a vovó a organizar os quartos.--James quem respondeu.
Hermione não pareceu feliz com a ideia de ajudar a organizar os quartos, mas, mesmo assim, subiu as escadas enquanto Rony foi em direção ao galpão. Rose olhou para os espanadores de pó nas mãos dos meninos e não pareceu achar engraçado o pó no cabelo de James, ao contrário de Hugo, que apontou e soltou uma risada de acabar com os ouvidos.
–Está tirando o pó com o cabelo, James?
–Sim!--James concordou.--Posso tirar com o seu?
–Eita!--Hugo afastou-se quando James tentou pegá-lo.--Nem vem!
De repente, os dois corriam em direção à cozinha.
Albus revirou os olhos.
–Tanto trabalho para tirar o pó, para James ter a infeliz ideia de correr atrás de Hugo com o cabelo lotado dele.
–Como é que o pó acabou aí, afinal?--Rose perguntou, largando-se sentada no sofá.
–Bati com o espanador na cabeça dele.
–Então a culpa também é sua.--Rose riu.--Onde está o Scorpius e a Lily?
–Esquentando as galinhas e os porcos no celeiro.
–Eles estão usando magia?
–Papai permitiu.--Albus deu de ombros.--Afinal, eles foram os únicos corajosos o bastante para ficarem no frio. O celeiro está lotado de neve.
Rose revirou os olhos.
–Você não quis ficar com eles?
–Mamãe forçou dois de nós a tirar o pó.
–E a Lily não quis?
–Ela tem rinite e se negou a aturar o James.
–Esperta.
Hugo veio correndo da cozinha e se tacou no sofá, espalhando poeira por onde bem entendesse. Albus conteve o anseio de surtar.
–Que ideia de girino, hein?--Rose comentou quando James saiu rindo da cozinha.--Vovó vai nos matar.
A risada de James parou na hora.
–Se mamãe não matar antes.--Albus complementou.
***
Scorpius estava com as mãos, o rosto e, até mesmo, os pés roxos quando voltou do celeiro, enquanto Lily parecia ter passado todo o tempo em que deveria esquentar os animais e limpar o celeiro, sentada no quentinho. Julgando pela maneira como a neve se acumulava nos cabelos loiros, a garota não havia feito nada.
–Você deixou a Lily sentada no quentinho enquanto você fazia o trabalho, não foi?--Albus perguntou enquanto colocava a mesa para o jantar.--Cavalheiro demais para um sonserino.
–Pode deixar que na próxima eu não faço sozinho.--Scorpius expirou.--Como foi tirar o pó?
–Sujamos mais do que limpamos.
–Culpa sua?
–James saiu correndo atrás do Hugo com o cabelo cheio de pó.
Albus agradeceu por Scorpius não ter perguntado a razão para o cabelo de James estar cheio de pó.
–É a cara do James.
E realmente era.
O jantar da véspera de Natal era quase melhor do que o Natal em si. Molly serviu um porco assado, bolo de carne, purê de batatas, pão de ló e o que há de melhor de uma torta de abóbora escocesa.
Scorpius arregalou os olhos quando a mesa estava devidamente posta.
–Não se preocupem que amanhã o porco será maior!--A mulher bateu palmas.--Amo o Natal!
Albus conseguiu ver as engrenagens do cérebro de Scorpius trabalharem. Visivelmente, Malfoy queria perguntar se era necessário assar um porco maior do que aquele no dia consecutivo.
Guilherme e Carlinhos já haviam chegado com as famílias. A mesa ocupava a cozinha junto a sala de estar, mas nem por isso o espaço parecia pequeno.
–Pena que Jorge não pôde chegar hoje a noite.--Molly comentou, um tanto quanto irritada.--E Percy bem que poderia ter dito à mãe de Penelope um belo de um não!
–Você sabe, querida, que Angelina prometeu aos pais dela que estaria lá na véspera de Natal e que Percy esteve aqui na véspera do ano passado e que ele prometeu à Penelope de que faria um rodizio.--Arthur deu tapinhas nas costas da esposa, que o fuzilou da mesma maneira que Ginevra costumava fuzilar Harry.
–Não justifica.--Foi a única resposta dada por Molly.
Albus viu o momento em que James abriu a boca para colocar mais lenha na fogueira, mas, graças aos céus, Lily pisou no pé dele. O garoto soltou um grito, mas Molly nem prestou atenção.
–Que tal começamos a comer, hein?--Guilherme apontou em direção ao porco, disposto a acabar com o clima pesado.--Faça as honras, papai!
Scorpius estava em silêncio, espremido entre Albus e James. Parecia melancólico, com uma tristeza profunda escondida pela euforia do dia. Albus, sem pensar, desceu a mão até a coxa de Malfoy e a apertou, só percebendo o quão estranho fora o ato quando sentiu Scorpius dar um pequeno salto e respirar de maneira sôfrega.
Afastou a mão com uma pressa surpreendente, temendo ter ultrapassado algum limite invisível. Scorpius não ousou o olhar e tampouco voltou a respirar de maneira normal durante o resto do jantar.
Albus daria tudo para saber que guerra era aquela que estava acontecendo na cabeça do amigo.
***
Os seis haviam se espremido no antigo quarto de Gina e, para variar, Scorpius estava espremido ao seu lado. Albus sentia a respiração de Malfoy em contato com sua nuca e, toda a vez em que se mexia, ele tocava com uma parte do corpo naquele maldito garoto enlouquecedor.
O quarto não era tão pequeno, então eles poderiam estar em espaços diferentes, com, no mínimo, meio metro os separando. Mas James estava, literalmente, de pernas e braços abertos a um metro dos dois. E, quando Albus se deitou próximo à parede, Scorpius fez questão de empurrar o próprio colchão até o seu lado.
Num dado momento, Malfoy se aproximou mais e jogou uma parte da sua própria coberta por cima de Albus.
–O que está fazendo?--Potter não se impediu de perguntar e Scorpius pareceu ficar assustado ao ver a figura de cabelos bagunçados acordada.
–Você parece estar tremendo...–Foi a resposta.
Albus estava mesmo tremendo, mas não era de frio. Ele havia tremido todas as noites desde o momento em que Scorpius decidiu dormir consigo na cama.
–Não é de frio, Scorpius.--Albus foi sincero e o rosto do amigo assumiu um tom inexpressivo. Potter sabia que Malfoy havia entendido.
–Eu deveria saber...–Scorpius lambeu os lábios. Um gesto sutil, que ele nem pareceu notar.
Albus, sem nem perceber, virou o corpo até estar de frente com o rosto de Malfoy, que o fitava fixamente.
–O que foi, Scorpius?
Se Potter não conhecesse Malfoy, diria que o loiro estava próximo de começar a chorar. De novo, a respiração de Scorpius parecia sôfrega e cada mini suspirar parecia demais.
Scorpius abriu a boca, mas não saiu som algum.
–Tem a ver com o seu avô?--Albus não soube o motivo para ter perguntado, se era óbvio (e agora ele tinha certeza) o fato de Scorpius não estar assim por causa do avô. Não haveria como.
De repente, era como se os dois estivessem esperando algo que não iria acontecer.
--Não.--Scorpius negou, um tanto quanto mortificado.--Tem a ver com você, para dizer a verdade...
–Tem?--Albus engoliu em seco.--Explique-se.
Quando deu por si, Scorpius o abraçava. Nem percebeu quando Malfoy se aproximou e agarrou-se ao seu corpo. Agarrou-se com uma força tão descomunal e tão desesperada, que pareceu alta demais.
–Hein, cara?
O rosto de Albus estava vermelho ao extremo. Potter ficou preocupado que alguém da família estivesse escutando, mas o ronco alto que seu pai soltou foi resposta o suficiente para ele saber que todos dormiam pesado, com exceção dele e de Malfoy.
–Me perdoe.--Foi tudo o que Scorpius disse antes de grudar os lábios contra os de Albus.
Ao contrário do beijo roubado naquele fatídico dia em que pensara ter perdido Scorpius, aquele perdurou por segundos que pareceram horas. Albus devolveu o ato carinhosamente e Malfoy pareceu se afastar rápido demais.
Potter não teve reação além da de fitar o rosto corado à baixa luz.
Estava ofegante, apesar do beijo ter sido rápido para os seus lábios ficarem dormentes ou sequer para o sabor do loiro impregnar em sua boca.
–O que foi isso?--Perguntou.
Potter pensou que Malfoy fosse começar a chorar, mas ele respirou fundo, fechou os olhos e pareceu contar os segundos antes de abri-los novamente.
–Desculpa...–Foi o que Scorpius se permitiu dizer.
–Pelo o quê?--Albus arqueou as sobrancelhas.--Não vai me dizer que está confuso.
–Não estou mais.
A resposta pegou Albus de surpresa.
Fez que ia falar, mas, quando deu por si, Scorpius já estava de olhos fechados e com a coberta em cima do rosto. Potter teve a impressão de vê-lo tremendo e achou cruel forçá-lo a se explicar, estando em um quarto tão pequeno e com tanta gente ao redor para escutá-los, caso perdessem o controle das vozes.
Respirou fundo e fechou os olhos, tendo a triste certeza de que não acharia o sono naquela fadiga noite.
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