Capítulo 2 • Revisado
A garota estava ansiosa com a vinda de sua irmã mais velha, mal conseguia dormir, porém, não dizia nada em relação ao que sentia, a família era conservadora demais, nada se tratava do que elas queriam dizer, mas sim do que os outros gostariam ouvir.
Ela tentou dormir, quase se obrigou a isso, no entanto, quando seus olhos estavam muito perto de fecharem, ruídos causaram um enorme barulho no quarto úmido e escuro, ecoando por cada centímetro daquele local vazio até chegar aos ouvidos da pequena menina. Era a porta sendo aberta. A moça abriu os olhos, mas foi apenas isso. Não se movimentou ou moveu sequer um dedo para verificar de quem ou do quê se devia a responsabilidade pelo barulho irritante aquela hora da noite, ou madrugada. Bem, ela não sabia ao certo.
Um feixe de luz havia invadido uma pequena parte de seu quarto, iluminando somente o local que ele alcançara. Passos pesados, sobretudo, delicados e cuidadosos faziam um barulho perturbador ao entrarem em contato com a velha madeira que cobria o chão do quarto. Como se algo grande e de peso tentasse andar de forma discreta, mas falhara por causa do silêncio profundo que tomava conta de toda a casa, e, claro, o fato do chão ser coberto por tábuas que faziam barulho por menor que fosse o objeto ou ser que as tocassem.
A garotinha, aquele ponto já estava suando, queria ver do quê ou de quem se tratava aquele pedaço de sombra que ela conseguia ver pelo canto de seus olhos. Queria ver a silhueta inteira, isso já seria o suficiente para ela tentar ter pelo menos uma ideia de quem/do quê era. Infelizmente, ela não podia. Estava imóvel, tentava se convencer a cada segundo de que não era nada, de que era apenas seus pais vindo verificar como ela estava, ou uma criada qualquer, ela tentava e tentava, mas todas a tentativas tiveram o mesmo resultado trágico.
Ela tinha um mal pressentimento quanto aquilo. A silhueta se moveu de forma que a pequena menina fosse capaz de vê-la por inteiro. Arregalou os olhos, mas logo os fechou rapidamente quando viu que aquela imensa sombra ia até sua direção. Pensou rápido, queria gritar, mas não podia, fez o que qualquer garotinha da sua idade faria. Tampou a cabeça com seu cobertor e apenas se encolheu, já sabia ao que pertencia a sombra, e ela não queria ter de olhar em seus olhos.
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