☷Treino em casa. Intimidade?
O escuro apartamento dava um tom de cumplicidade ao local, um ambiente sinuoso.
Ele rosna entre dentes ao me fitar com ódio no olhar. ---- Você esta fedendo a homem. ---- pontua em meio a um rosnado tímido. Como um ser que nem nariz possuía podia ter um olfato tão apurado?
---- Drago...eu... ---- por que eu estava querendo me explicar? Eu namorava Paco, não tinha dever algum de me explicar para ele. ---- Isso não é da sua conta. Não fique me farejando assim. ---- imponho-me com fervor e ele logo se assenta.
---- Qual é o plano deles com isso? Aceitaram muito fácil. ---- ele argumentava com razão e lógica mas ainda rosnava enquanto olhava meu apartamento. Ciúmes?
---- Eu não faço a mínima idéia; talvez só queiram me ensinar uma lição ou me manter sobre controle. ---- me sento sobre o sofá tentando manter a cabeça longe de minhas curiosidades, e logo pego meu aparelho telefônico para ver se encontro um local que poderia entregar comida. ---- já é quase meio dia. Vou pedir uma quentinha pra nós... Que foi? Não me encara pocha! To com fome e não da pra te levar a um restaurante.
Mas ele não responde.
Fica ali me encarando como se eu tivesse feito algo errado; e eu começava a me sentir como se realmente tivesse feito.
Me levanto e vou ate a imensa janela deixando o sol invadir a casa, e logo me dou conta de que ainda estava com as vestes tradicionais que havia pego na loja do tio. Arranco a primeira camada como se estivesse sozinha em casa e logo me recordo de que não estava, o vendo pegar o fino e delicado tecido rendado do chão.
---- Você vai poder ir a locais públicos assim que sua imagem publica melhorar. ---- fazia toda força do mundo para não gaguejar ou me mostrar alterada naquele momento. Ele estava parado em frente aporta do meu quarto com aquele fino e delicado tecido entre as garras de uma forma delicada e majestosa.
---- Tem câmeras aqui? ---- questiona ao dobrar a peça com o mesmo cuidado que a segurava pondo-a sobre a cama.
---- P-por que você quer saber isso? ---- sem querer gaguejo demonstrando todo o meu nervosismo e ele sorri vitorioso, me alçando pela cintura como uma frágil taça de vinho.
Ele tinha estado em minha mente. Sabia exatamente onde tocar, como tocar e quando o fazer.
Era trapaça.
Sinto-me flutuar e quando sua presas recostam sobre meus finos lábios...
[Tok tok ---- Entrega para o 14A ----]
O empurro para longe de mim e me direciono a porta. ---- Já vou. ---- alerto antes de me sentir ser detida.
O encaro a ponto de esbravejar e o vejo apontando para meus trajes, semi-transparentes que deixavam mais do que deveria a mostra e ainda completamente desalinhados; o que poderia trazer ideias a qualquer um.
Paro um segundo.
Pego uma jaqueta jogo por cima e e abro aporta. ---- Fica com o troco. ---- fecho e ponho a bandeja dobre a mesa de centro, e fico a encara-lo. O que tinha sido aquilo? Mas antes que pudece cogitar uma resposta meu aparelho toca. ---- Algusto? Muito legal me deixar aqui com ele sem uma resposta, não sou baba de filhote de demônio. O que? Vai se lascar! ---- me revolto com sua resposta e desligo atirando o aparelho a um sofá. ---- Parece que agora eu tenho um pokemon...
---- Pokemon não fala. To mais para digimon, eles tem inteligência humana.
---- Desde quando você... ---- indago curiosa e me calo ao ouvir um murmúrio que soava como "seu cheiro esta melhor agora". ---- Vamos comer. E você pode ir se trocar e ver se o uniforme te serve; fizeram uma abertura para a calda.
Não adiantava tentar ser rude, grosa ou chama-lo de criatura depois do que permiti que ele fizesse. Ele apenas sorri e pega o envelope com seu nome o rasgando. Um traje negro semelhante ao meu estava dentro dele.
---- Era criança na mesma época que você. Já se esqueceu? ---- argumenta já pondo a atenção sobre o traje que para ele era estranho. Admito que ri ao presenciar a sena.
Mas ele me surpreende e se despe na minha presença.
Fiquei sem fala e sem reação, não esperava por tamanha... O que? Nem sei como nomearia tal atitude.
Ele desata sua faixa de cintura vermelha a deixando cair sobre seus pés, retirando o imenso sobretudo negro; ficando desta forma por alguns segundos a analisar a peça sem me dar a mínima atenção ou levar a minha presença ali como relevante. Por um lado estava mesmo curiosa em saber como seria seu corpo desnudo.
Com um porte de um homem bem torneado e escultural possuía a pele esverdeada em um tom escuro e pequenas escamas apenas em pontos estratégicos de seu corpo, como se estas viessem no lugar dos pelos que indicavam a maturidade. Mas as estacas pontiagudas em sua panturrilha e cotovelos juntamente com a forma "peculiar" de seus pés mantinham firme a idéia de que não se tratava de um ser humano, mas mesmo assim...
---- Esta confuso quer ajuda?
---- Esta coisa é muito pequena.
---- Unf... esta acostumado com roupas "largonas". ---- me aproximo e pego a peça de couro de sua mão. ---- Isso é tipo um colam, mas pode deixar não ficara marcado, só vai ter que se acostumar com uma coisa mais... "agarradinha".
---- Eu mereço... ---- ele bufa.
---- Merece sim. ---- rio.
Ele toma a peça de minhas mãos e a encara como se não soubesse como se vestiria tão traje. Me ponho a rir descontroladamente com tal ato, e ele bufa mais uma vez.
---- O bebe num sabi si vesti sozinu? Ont! ---- debocho ao fazer voz de neném, mas logo me recomponho ainda a falar com voz de riso. ---- Esquece isso um segundo. Vem aqui comer algo comigo antes que esfrie depois te ajudo. ---- não demora e ele se senta a meu lado e dividimos o prato. ---- Me diga que poderes você já consegue usar?
Ele me encara por falar de boca cheia e depois limpa a própria antes de responder. Era engraçado um ser como ele ter mais modos à mesa que eu, mas ele nasceu em um palácio e eu em... não interessa. ---- Alem do fogo você diz?
---- Dã. Lógico! ---- dou uma ultima garfada indo ate o armário resgatando um velho livro empoeirado. ---- Pelo que vi na sua mente é difícil de se usar os poderes né. E se você for como seu pai? Podíamos tentar ver se gera talismans diferentes e treinar fora pra depois devolver.
---- Opa opa! ---- ele se ergue indo para longe de mim como se eu fosse uma ameaça. ---- É este o seu plano? Me transformar em um estatueta pra você enfeitar a sua casa.
---- Engraçado. Já me deram esta idéia ainda hoje. ---- volto a me sentar com o livro nos braços e o mostro algumas paginas. ---- Qualé? Não confia em mim? Se acontecer algo eu devolvo, a idéia seria tirar uma por vez e ver no que da. Isso se tiver algum talismã. Não sei por que não tentamos tirar de todos ao invés de ficar aprisionando. Teríamos uma galeria falante!
---- Muito engraçado.
---- Não seja chato. ---- murmuro ao ler o primeiro encantamento do livro com duvidas. ---- Lai Shui Zai?
---- Bai Tza usou isso para tentar inundar San Francisco. Significa 'ocorrer, inundação "ou" Venha, inundação.
----- Chato. E este? Kuai Kuai Qi Lai
---- Rapidamente Fique rapidamente." meu pai usou este para abrir o portal para o Livro de Todas as Nações.
---- Você sabe todos de cor? Nukeru, Ja'aku
---- "Sai, feitiço do mal usado para aprisionar Tarakudo em sua máscara de Oni e para a remoção de máscaras Oni
---- To cansando...Que tal o Qu Yiqi Bushi Ni?
---- Genérico não? Gosto do Ya Gaa Mee Mo Ya Gaa Mee Chi Wa .
---- Começa com isso que eu tenho o Mee-thana Chi. Chi-Chi Mee-thana
---- Parei.
Ficamos em silencio por alguns segundo quando falamos em uníssono. Jiu mo gwai gwaai faai di Zau Caindo na risada juntos.
---- O tio é impagável. ---- rio ao me recordar do passado vindouro, o vendo se aproximar de mim com a mesma ousadia de minutos atrás, já me distanciando e ponto uma barreira entre nós chamada almofada. ---- Quer que eu o chame? Ou prefere que tentemos sozinhos? Seria uma brincadeira divertida.
---- Prefiro "brincar" só com você. ---- ele me corresponde de modo maldoso em atravessado. Pra que fui dizer aquilo? Estou "literalmente" brincando com fogo.
E desde quando não me diverti fazendo isso?
---- Tudo bem vamos brincar. ---- me ergo e vou ate o armário, sigo as anotações do tio em como fazer o feitiço de extração enquanto ele assiste temeroso. ---- Certo. Vamos anotar o que descobrimos aqui. ---- ponho a poção em um mochila junto de um bloquinho enquanto voltava a vestir meus trajes. ---- Temos que ir para um terreno aberto para poder testar tudo. Você não vai se trocar?
---- Vou... ---- ele resmunga e volta a pegar o traje que havia atirado ao chão.
Parecia mesmo possuir dificuldade em trajar a malha sintética que se tratava de uma única peça, e me sinto no dever de ajuda-lo.
Pelo menos desta vez.
Me aproximo cautelosa e ele sede a proximidade (claro). ---- Não tem como você deixar isso por baixo. Vai ter que tirar. ---- comento ainda sem graça, orando para que ele usasse algo por baixo nem que fosse um fundoshi.
Por sorte ele usava algo semelhante aquele chorte/saia de Shendu, coisa que me deixa muito aliviada, e um tanto decepcionada. Assumo que estava curiosa sobre certas coisas...
Mas após muita reclamação ele estava devidamente trocado.
---- Agora podemos ir?
---- Pare de rosnar e fique feliz de te fazerem uma regatinha. ---- ordeno ao sair pela porta e ele logo me segue. Claro que os vizinhos já estavam em polvorosa sobre o meu "novo colega de quarto" e podíamos ouvir seus murmúrios pelos cantos.
Não temia ser despejada por tão pouco. O nome Chan se tornou famoso mundialmente após a descoberta dos demônios e meu rosto era algo idolatrado, já que ingressei nesta empreitada desde muito nova.
Atravesso a cidade ate o único terreno baldio em quilômetros, coisa que em pouco tempo seria um novo conjunto de apartamentos. Ele parecia mais animado que eu em chegar lá, não por menos.
---- Preparado? ---- indago e ele corresponde com um aceno de cabeça.
A brincadeira é muito interessante.
Cada vez que me aproximava com as mãos forradas do feitiço ele esquivava e eu ria. Mas mesmo assim primeiro a ser retirado é (que ele me traduziu como serpente) tento testar o poder que aquilo poderia exercer e acabamos brigando feio. Só depois que ele arranca o objeto da minha mão é que volto ao normal. Aquilo mexia com o estado de espírito, humor entre outras coisas de seu alvo e ate usuário.
---- Isso explica muita coisa. ---- zombo e ele me encara pondo o talismã de volta em seu corpo, e eu aproveito para tirar (coelho). ---- Estão bem parecidos com os de seu pai não? ---- mas ele não me responde. Fica a observar tudo assustado; acho que tinha ficado surdo ou algo assim então não me demoro a devolve-lo. ---- Desculpa.
---- Nossa... isso foi horrível. ---- ele balança a cabeça para os lados como se desperta-se de um pesadelo. E eu aproveito sua distração para retirar o próximo (macaco).
---- O que sentiu? ---- questiono ainda me sentindo curiosa pelo poder que não testei enquanto já ativava o próximo. Era como se o mundo se abrisse ao meu redor, podia ver tudo; como tudo funcionava e se ligava. A água no ar indo ate as nuvens, o maquinário da minha moto. Foi incrível. ---- Nossa. Legal... toma de volta.
---- Horrível. Não faça isso de novo. Perdi a audição e... ---- enquanto o nervozinho argumentava eu retiro o próximo (jaguar) ---- Quer para com isso! Vai com calma, ta achando que esta em um mercado? É só sair pegando e passar no caixa?
Rio de sua advertência e logo disparos raios. ---- Que legal! ---- grito animada, mas ao tentar novamente não consigo. ---- Que droga o que esta coisa tem de errado? Seus talismãs tem defeito. Não estão maduros ainda? ---- debocho mais uma vez e ele retira o talismã da minha mão.
---- Maduro... Isso não é brinquedo, nem fruta. ---- ele briga e eu rio mais ainda caindo ao chão, mas neste segundo o talismã puxa a energia de todos os postes a nossa volta e solta um raio maior que o anterior destuindo uma coluna. ---- Ops.
---- Ops? Olha só o que você fez! Me da isto aqui. ---- pego o talismã e ponho de volta já tirando o segundo. ---- Ah! Este é fácil saber o que faz. Ele voa! ---- argumento ao mostrar o que havia pego. (águia). ---- Depois brinco de voar toma. Quero outro. ---- o entrego um retirando o próximo e ele tenta mais uma vez se defender.
---- Chega desta arruaça com o meu corpo tudo bem! ---- ele me segura pelos pulsos ao me deter, imobilizando-me por completo.
---- Para de ser cricri. Esta dando certo não é? Não ta dando para você treinar muito mais fácil assim?
---- Sim. Mas...
---- Então cala a boca. ---- retiro (casa) e logo escapo dele com grande facilidade, ele tenta me pegar novamente, mas a facilidade que ele tinha em me segurar tinha passado para mim. ---- Ont que fofo! Perdeu a força foi? Espera é mais que isso também sou resistente? ---- brinco um pouco com sua cara e ele usa o vôo para tentar me pegar o que era inútil sem força para me manter parada. Gargalho alto ao retirar o próximo. ---- Os talismans do seu pai eram mais... heteros! ---- o mostro (flor) e ele cora. ---- Quer me dizer algo Drago?
---- Cala boca! ---- ele grita e o deixo tomar os talismãs.
Parecia que a florzinha tinha o poder do demônio da terra e tudo se estremece, começo a indagar que Drago poderia ser mais poderoso que os oito e me aliviava por estar aceitando mudar de lado. Coisa que se comprova quando testamos (vento) e (chuva) elementais tão poderosos que estremeço relembrando o medo que seu pai me trazia.
---- Nossa que feio. O que isso faz? ---- questiono sem a mínima intenção de ser a primeira a testar (abutre), que ele facilmente utiliza para convocar um exercito deformado e grotesco. ---- Acho que estes sim não estão maduros.
---- Sou obrigado a concordar. ---- ele afirma sem graça o guardando novamente. ---- Será que é por idade mesmo? Meu pai tinha mais de mil anos...
(cão) me deu sua grande agilidade e me divertir muito mas ao tirar o ultimo... (crocodilo) drago se converteu em humano e todos os outros talismãs saíram de seu corpo assim como acontescia com seu pai.
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