---- Jade, respira. Você vai ficar bem; confia em mim.

Ele gritava, mas tão distante que mais parecia um sussurro. Mesmo estando em seus braços o sentia muito distante de mim.

Sentia meu corpo arder,

eu estava partindo.

Começava a parar de sentir meu próprio corpo, tudo parava de fazer sentido e o mundo a minha volta ia ficando cada vez menos nítido e real. Já havia sentido isso antes; quando parei de existir dentro das memórias de Drago; era algo sufocante e libertador.

=~^~ ºº~^~=

Como em todo bom sonho eu não sabia como havia ido parar lá ou como ele tinha se iniciado.

Eles sempre se iniciam pelo meio, e este não era diferente.

Estava em casa, ou melhor na casa de meus pais em Hon Kong e parecia estar de mãos dadas com uma garotinha verde de orelhas pontudas e olhos em um tom de magenta com seus cabelos negros curtos assim como eu usava na infância. Ela era simplesmente linda.

Parecia uma princesinha.

Eu discutia e debatia ferozmente com a minha mãe, como era de costume. Mas desta vez não era eu quem chorava e sim ela. Não me sentia nada bem com aquilo, mas depois que comecei a falar não consegui mais parar. Tinha muitas palavras presas na minha garganta.

Palavras as quais, sempre quis falar entretanto sempre me faltava à coragem, ou era respeito? Eu não saberia como te explicar.

Mas logo percebi que a menina estava incomodada, pois fingia não prestar atenção mechendo nas coisas a sua volta. Até a hora que:

---- (...)como você acha que eu me sentia quando...?

---- Chega! ---- gritou a garotinha se soltando da minha mão, e logo ambas a encaramos; não com raiva mas sim com surpresa. ---- Não quero ver mais você e essa mulher brigando! Isso está te deixando triste eu consigo sentir!

---- Mas...

---- Sem mas mamãe. Não quero te ver triste!

Oi?

Alguém me explica?

Esta garota me chamou de que?

--- Me desculpe filha... ---- disse, pegando a garota no colo e à abraçando confortavelmente. ----Vamos para casa.

---- Espera! ---- ordena minha mãe.

---- Olha mãe... Essa discussão esta fazendo mal a mim e a minha filha. Então adeus.

Fui embora sem dar mais uma única palavra.

Era estranho, o mundo parecia saído de algum filme futurístico bem trash, com naves no lugar de carros, prédios brancos e flutuantes e roupas coloridas de material reflexivo e completamente extravagantes.

Entretanto em contradição a todo glamour que os prédios e pessoas pareciam usufruir o mundo a nosso redor não parecia assim tão... pomposo. Um mundo de opulência e extravagância com um céu tão negro que se confundia com o próprio piche; um mundo que não se vê o chão...

Sigo para minha própria casa.

Não queria ver nada daquilo, mas quando chego lá me deparo com o próprio Drago que estava repousando sobre uma sacada olhando preocupado pela janela.

Ele estava muito diferente; maduro, mais bonito que o normal; me senti estranha ao analisar seu físico parrudo e másculo, não era mais o mesmo "garoto"; e este quando percebeu que havíamos chegado deu um sorriso, se ajoelhou e abriu os braços.

Não entendi na hora.

Mas segundos depois minha filha se soltou de meus braços, e correu para os braços do pai.

Pêra...

Como eu sei disto?

~~ºº~~

Despertei sobre seu colo.

Meu corpo ainda não se movia e o mundo estava nublado e tremulo, ainda sentia minha força se esvair de mim como um rio que corria.

Posso ler desenhos em meu corpo, graças a anos de "tio" pegando no meu pé para entender feitiços eu podia os ler facilmente, mesmo neste estado.Lai Shui Kuai Kuai Qi Lai 來 水快 快 起 來, em chinês. Isso significa 'ocorrer, rapidamente Fique rapidamente "ou" Venha, rapidamente Fique rapidamente ". Mas minha mente ainda estava divagando e eu não sabia muito bem o que estava acontecendo comigo.

---- Jade? ---- sua voz soa fraca e quase inaudível, e logo ele serra os olhos desacordando. Parecia ter feito força para se manter desperto apenas para ter plena certeza de que eu sobreviria.

O vendo deste modo volto a indaga o quanto ele poderia ser... frágil, meigo e gentil; mas ainda se tratava de um demônio. Não tinha capacidade de ver um lado bom em seu pai ou nos seus "tios", então por que via isto nele?

Me ergo ainda cambaleante e sigo em direção a uma janela/ fresta na parede para tentar descobrir a onde estávamos; me descobrindo dentro da antiga loja do Tio. Ele devia achar que eu me sentiria mais segura ali ou... fazia parte do tal feitiço.

Mas acabo por desacordar.

Tinha gasto mais energia do que possuía.

=~^~ ºº~^~=

Retorno ao meu pequeno mundo dos sonhos.

Só que desta vez em alguma comemoração ou festa de fim de semana a onde todos os familiares se reuniam alegres e espontâneos; possuía um pequeno bebe nos meus braços; este de pele morena cabelos lisos ainda não tinha aberto seus olhos.

Podia ver os filhos de Tohru correndo e brincando, e o sol escuro de céu negro estava dobre nós em um terraço de uma cobertura. Igual o antigo sonho eu não podia ver o chão, mas junto das nuvens negras haviam maquinas aterradoras que pareciam vigiar tudo o que fazíamos. Não somente a minha família mas a todos.

Me sinto mal com tudo aquilo. Olho para a criança em meus braços e penso que não queria a ver crescer neste mundo terrível. Controlado.

Só que desta vez que vem ao meu encontro me abraçando e logo depositando um leve beijo em minha face é Paco; ele acaricia o pequeno ser e logo desperto.

~~ºº~~

Agora estava em uma cama que não podia reconhecer.

Podia ouvir vozes conhecidas a debater.

---- Eles tentaram matar ela. E foi ele quem a salvou, devemos no mínimo demonstrar alguma gratidão. --/-- Gratidão? Enlouqueceu de vez? Só pode... Já se esqueceu o que ele é? O que é capaz de fazer? E se isso tudo for apenas uma armação. --/-- Ambos estão certos. Por um lado isto tudo é muito suspeito, mas por outro... Olhe para ele, esta completamente exposto, seria muito fácil destruí-lo neste exato momento. --/-- Eu só acho que... Esquece. Ninguém nunca me ouve mesmo.

Quando me dou por mim todos estão em trono da cama a me zelar, amigos e família. Debatiam ferozmente sobre que atitudes tomariam em relação a seção 13 e o partido que havia tomado; ninguém ali parecia contente com o que a organização havia se tornado ao longo do tempo.

Mas minha preocupação ainda era outra.

Olhava para ele jogado sobre um canto qualquer, amordaçado e algemado; ainda desacordado pela fadiga e me preocupo com sua saúde. Havia uma curiosidade sobre ele que não conseguia compreender. Cada demônio tinha seu Shi, aquilo que os trazia o poder, ou melhor de onde cada um deles tirava seu poder. Shendu (Demônio de Sorcerer Fogo) Hsi Wu (Ar/ ceu) Xiao Fung (ar / vento) Po Kong Demônio (Montanha) Tchang Zu (Trovão) Tso Lan (lua) Dai Gui (Terra) Bai Tza (Água) mas qual era o dele?

Podia ouvir a revolução do lado de fora, e sabia que tinha de ajudar.

Mas não conseguiria ajudar em nada enquanto não aquietasse a revolução dentro de mim.

---- Pessoal? ---- soltei um muxuxo fraco. ---- Não precisam esquentar com Drago ele... Não é problema. Temos de resolver coisas muito mais importantes; como o que esta rolando lá fora.

---- Sabemos disso Jade. Descanse. ---- ela vem ate mim e logo volta a me cobrir, sempre me espelhei em sua força e destreza.

---- Não estou cansada. Eu quase morri e... Na verdade eu morri. ---- paro um segundo pensativa e volto a falar. ---- E ele me trouxe de volta com um feitiço. Por isso ficou assim? ---- não sabia o que pensar, minhas respostas sobre o que Drago queria comigo tinham sido respondidas. Como eu era idiota! ---- Drago gosta de mim.

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–*-Jackie Chan*-

Creio que no fundo a Jade não vê mesmo uma diferença e nos acha meio..."racistas" mas eu vou precisar de muito mais para poder aceitar tudo isso.

Esta historia de conseguir se estudar a magia e replica-la me soa estranho. Para mim magia é algo surreal que não se explica e não tecnologia.

Espera me expressei mal.

Não é que eu não entenda como a magia funciona, mas para mim são coisas muito diferentes. Assim como os demônios não podem ser tratados como seres humanos.

Como arqueólogo fico curioso sobre estas novas descobertas dos Silurians mas como agente...