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II

Prometo respeitar...

Sentada no avião ao lado de uma senhora agarrada à um cachorro verde, Charlotte repassava em sua mente os acontecimentos da última hora. Por pouco não conseguiram pegar o voo a tempo, sorte que Jasper apareceu com um táxi e todas as suas malas assim que saíram com Katia miniaturizada e presa em uma bola de vida, que logo entregaram para os oficiais mais responsáveis. Soltou o ar lentamente pelos lábios, se recostando na poltrona macia e esticando as pernas no apoio à sua frente. Ainda teria uma boa quantidade de horas pela frente até chegar em Sweville, levou o pulso a altura dos olhos e viu que ainda não havia se passado nem meia hora desde que o avião decolou. Iria abaixar a mão esquerda, mas notou algo estranho na parte interna de seu dedo anelar.

Conteve um suspiro de horror quando viu a fina linha em meia lua na base de seu dedo. Em cor dourada, a meia lua era voltada para baixo, como um sorriso triste, se fosse possível. A cor se destacava contra sua pele, brilhando sutilmente quando ela movia a mão. Era fofo, tinha que admitir, e agradecia aos céus pelo significado ser compreendido apenas por ela. Torcia para que Henry conseguisse encontrar uma explicação para a sua "nova tatuagem", presumindo que ele também ganhou uma. Ótimo, agora ela iria levar aquele símbolo de seu matrimônio tatuado em seu corpo, mais uma lembrança da manhã mais louca de sua vida. O ponto positivo era que eles iriam se separaram após o Natal e, por mais que fosse sentir falta de seu melhor amigo, a distância seria benéfica para os dois.

Sem estranheza, sem maus entendidos, sem conversas sobre o casamento.

Tudo voltaria ao normal e logo ela conseguiria descobrir como quebrar aquele laço. Nenhum casamento era eterno, o ministrante nem tinha falado "até que a morte os separe". Então eles poderiam diluir aquela magia, tinha que ser possível. Charlotte não iria prender Henry à ela durante toda a sua vida, ele merecia encontrar alguém legal e construir uma família, Henry Hart merecia, após tudo o que passou, escolher a própria esposa, caramba. E ela se certificaria disso. Fechou os olhos, os cobrindo com uma máscara para dormir antes de abraçar forte a sua nova almofada em formato de coco e se deixar ser levada pela inconsciência.

°°°°°

2 anos depois...

Henry Prudence Hart, ex Kid Danger, Vigilante aposentado e um dos mais novos policiais em Madison a desistir da carreira, colocou o quadro de uma paisagem pintada à mão na parede, deu dois passos para trás e contemplou sua posição com o olhar crítico. A pintura do lago tranquilo cercado por montanhas era relaxante e nostálgica. Olhou ao redor do escritório de maneira orgulhosa, finalmente havia tido coragem de pedir demissão da delegacia e estava abrindo sua própria empresa de investigação particular.

Após retornar de Distopya, decidiu entrar para o ramo policial, porém, após todo o treinamento e alguns meses alocado em uma delegacia na periferia da cidade, percebeu que aquele não era um caminho que gostaria de continuar seguindo. Sentia que os limites que o impediam de fazer mais o estavam sufocando, seus anos lutando contra crime o fizeram ir além do que era possível como um simples policial. Além da enorme burocracia que perseguia aquela carreira, a corrupção interna e a disputa de egos o enjoava. Portanto, resolveu largar a carreira e aproveitar sua licença para trabalhar de maneira independe, assim, conseguiria ajudar a todos mesclando o que aprendera na academia com o que vivenciara desde os doze anos de idade.

- Ei, Hart.

Girou o corpo para encontrar seu mais novo amigo, um cara sorridente e cabelo encaracolado. Ele o lembrava Jasper, talvez fosse esse um dos motivos que o fez se aproximar dele no primeiro dia da academia. Fez sinal para que ele entrasse e perguntou animado:

- Ei, Kevin, tudo bem?

Kevin meneou com a cabeça, cruzando os braços em frente ao corpo e segurando firmemente um envelope pardo em uma das mãos. O homem descruzou os braços em desconforto e coçou a cabeça enquanto retirava o casaco grosso ao passar pelo cabido, sentando-se em seguida no sofá que ficava encostado em uma parede parcialmente vazia.

- Não tanto, cara. - confessou, se recostando no sofá e relaxando naturalmente. - A delegacia está de cabeça pra baixo, a seção de homicídios está perdida com um caso.

- Você veio pedir minha ajuda? - indagou confuso, ele mal havia saído e uma das regras imposta por seu ex superior era que não se envolvesse nos casos da delegacia.

Seu histórico com o superintendente Rick era complicado. Henry havia se intrometido em alguns casos fora de sua jurisdição e, por mais que houvesse contribuído significativamente com o sucesso deles, sua ajuda foi lida como uma afronta e ele ficou marcado por um longo tempo. Suas últimas responsabilidades foram limitadas à rondas de bairro e supervisões de eventos financiados pela prefeitura. Foi um período calmo e chato, o que o impulsionou a pedir demissão e procurar outro ramo de trabalho. Observou Kevin se remexer desconfortável.

- Mais como uma orientação? - a frase saiu em tom de pergunta, ele parecia estar ponderando o quanto iria falar para o Hart sem se comprometer. - Olha, eu não deveria estar aqui, mas esse caso é estranho e não sei mais o que fazer.

- Se eu puder ajudar.

Parecia ser o suficiente para Kevin, o homem prontamente se inclinou para frente, retirando relatórios e fotografias do envelope e os espalhando sobre a mesa de centro. Henry seguiu seu exemplo e se aproximou.

- Foram relatadas duas mortes na última semana, eram dois moradores de rua. - empurrou as fotos dos corpos para Henry, que as pegou com as mãos levemente trêmulas, uma sensação ruim começando a se formar na boca de seu estômago. - Uma mulher na casa dos quarenta e um homem de quase setenta anos. Eles moravam em avenidas distantes e não possuem ligação alguma...

- Além da maneira como morreram? - indagou ao perceber as semelhanças.

Os dois corpos estavam apoiados contra a parede, sentados e posicionados em meio a uma súplica. Apenas músculos, tendões e ossos sendo visíveis. Com as pálpebras abertas era possível ver as íris em um branco gélido, como se toda a vida tivesse sido sugada em um piscar de olhos e da maneira mais dolorosa possível, o que, pelas provas, era o que tinha acontecido. Era uma imagem assustadora que evocou a sensação de já ter visto aquilo antes. Há muito tempo atrás, porém, de maneira menos sádica e mais desleixada.

- Essa é a parte estranha. A pele dos dois parece ter sido completamente arrancada. - praticamente sussurrou a informação, se inclinando sobre a mesa para encarar Henry de maneira um tanto fascinada.

O Hart sentiu seu corpo gelar, aquilo não era um bom sinal, todos os pontos estavam se conectando, seu quadro mental sendo ligado aos poucos por uma linha vermelho sangue. Arranhou a garganta para conseguir falar sem que sua voz ficasse presa, precisava manter uma certa distância ou Kevin desconfiaria. Seu amigo poderia ser um pouco desligado, mas possuía uma intuição bastante aflorada e era esse o principal motivo dele ter ocultado seu passado durante suas conversas, bastaria uma informação para que ele a perseguisse e descobrisse tudo.

- E o que mais?

- O perito determinou que eles morreram durante a extração da pele, porém, não há registro de sangue. - informou, apontando energicamente para as fotos dos locais dos crimes. - Isso não faz sentido, cara, se foi tirada tanta pele desses corpos é preciso que haja ao menos uma gota no chão. Mas não foi encontrado nada.

Henry respirou fundo, tombando a cabeça para trás e querendo gritar de raiva. Não era possível que ela tivesse retornado. Eles tomaram todas as precauções para que ela não pudesse ser libertada, mas, obviamente, algo deu muito errado e lá estava ela, do outro lado do mundo em Madison, Massachusetts. Na porra dos Estados Unidos. E, sinceramente, com tantos lugares no mundo para passar um tempo, por que justo ali?. Era como se um pesadelo estivesse ganhando vida. A sensação sufocante e viscosa começou a subir por sua garganta, torceu o pescoço como se para se livrar dela, não era o momento.

- Foi deixada alguma pista de quem pode ter feito isso?

- Nada, cara, apenas uma palavra escrita em sangue. месть. - tentou falar dramaticamente, mas saiu mais parecido com "metsi". - Acho que é latim ou búlgaro.

Se pronunciava mest', era russo e significava vingança, ótimo. Ele precisava ligar para Charlotte. Após terminar de coletar mais informações com Kevin, foi deixado sozinho em seu escritório. Fechou os olhos e os apertou com as pontas dos dedos. Seu primeiro dia em investigação solo seria voltado para a captura de uma das piores pessoas que já conheceu na vida. Charlotte iria detestar saber que Katia estava de volta e mais ainda em sua cidade. Resolveu que primeiro ligaria para Distopya e conversaria com seu contato lá para obter mais informações antes de importunar sua amiga. A Page estava em uma conferência de algo científico em Sidney e voltaria apenas no dia seguinte. A deixaria de fora por enquanto, era o mínimo que poderia fazer após sua última discussão.

A lembrança dos sussurros irritados após ele quase deixar escapar seu casamento durante uma ligação ainda o fazia se arrepiar. O olhar de Charlotte sempre o calou, mas durante aquela chamada de vídeo ele sentiu que poderia ter perdido sua vida a qualquer instante. Óbvio que ele estava brincando, apenas tentando fazê-la rir após ter mencionado seu sumiço para Swelville nos primeiros anos em Distopya. Percebeu seu erro no instante em que abriu a boca, mas, como sempre acontecia, as palavras continuaram a jorrar por seus lábios como uma torrente de inutilidade. Charlotte Page não esqueceu seu deslize e sempre o relembrava a cada poucas provocações. Sua esposa era bastante rancorosa quando queria.

Sorriu ao pensar no termo, nos últimos dois anos a lembrança de que Charlotte era sua esposa nunca saiu de sua mente. Tentou a todo custo seguir em frente, mas o último relacionamento que teve durou apenas três meses, sentia que a estava traindo, Charlotte no caso, e não conseguiu continuar. Passou o polegar pela meia lua tatuada na parte interior de seu dedo anelar, era uma linha fina dourada voltada para cima, como um minúsculo sorriso que o fazia se sentir bem nos dias mais angustiantes. Charlotte possuía o outro lado do círculo, o qual mostrou com uma imensa carranca no rosto quando tiverem um tempo a sós no retorno de Distopya.

Era a prova de que estavam ligados eternamente já que a cerimônia foi mágica, literalmente. Charlotte nunca conseguiu dissolver aquela união e isso a frustrava, porém, Henry não poderia mentir para si mesmo, era bom saber que estava casado com Charlotte Page-Bolton, mesmo que ninguém além dos dois soubesse disso. Bom, eles dois, o homem estranho e... caramba, Katia! Se ela abrisse a boca ou mencionasse para alguém, ele seria um homem morto. Prometeu à Charlotte que ninguém saberia. Gemendo em frustração resolveu se tornar útil e entrar em contato com seu informante em Distopya, deixaria para lidar com seu casamento no futuro. Caso descobrissem iria ser o fim de sua calma e tentaria aproveitar o momento de paz antes da tempestade.

°°°°°

Charlotte estremeceu inesperadamente, o que a fez franzir a testa em confusão e olhar ao redor com cautela. O auditório onde o evento estava sendo feito se encontrava calmo apesar da multidão de cientistas que o lotava, mas ela sentia que algo deveria estar prestes a acontecer. Pensou em Henry imediatamente, apenas torcia para que seu amigo não estivesse fazendo nada idiota. Ele havia iniciado sua carreira como investigador particular após encontrar limites na polícia local, o Hart queria fazer mais e foi um grande passo abandonar sua recém começada carreira por um futuro mais liberto. Porém, sabia que ele se daria bem, o tempo foi bom com Henry e no momento ele era alguém mais maduro e sério, o que era necessário para seguir a profissão em que estava.

Sem perceber passava o polegar pela sua "aliança", gesto que repetia em momentos aleatórios do dia e demorava alguns segundos para notar. Era algo que a traquilizava, a fazia relaxar em meio a dias estressantes e impedi-la de voar no pescoço de algum sexista misógino durante o trabalho. Tentava não se prender a sensação de naturalidade que a acompanhava quando pensava em estar casada com Henry Hart, então desviava sua mente para outro local. Eles não moravam juntos há mais de dois anos, não dividiam uma rotina, uma casa, uma vida há muito tempo. Não sabiam o que era estar casado na vida real, moravam em cidades diferentes, possuíam profissões contrastantes e mal se viam durante as férias. Eles não eram esposa e marido e nunca seriam. E à isso Charlotte se apegava com todas as forças e não havia mais nada que pudesse fazer.

- Você vem?

Piscou um tanto perdida quando escutou a pergunta. Encarou sua colega de trabalho que a observava um tanto intrigada, abriu um sorriso tranquilo que esperava disfarçar sua confusão e assentiu. Caminharam entre as fileiras de espectadores, conseguindo, enfim, um espaço para saírem do auditório lotado. Charlotte respirou fundo, detestava multidões, principalmente quando necessitava andar entre eles, os empurrando educamente a fim de conseguir um espaço. Iria seguir Nadia, porém, um grito entusiasmado a congelou no lugar.

- Charlotteeeee!!!

Girou o corpo a tempo de ser puxada para um abraço esmagador, tentando respirar em meio ao aperto para que conseguisse reconhecer a pessoa. Deu tapinhas levar que logo ganharam força quando a mulher em questão não a soltou.

- Ai meu Deus! Desculpa. - a mulher pediu apressada, a libertando enquantoa Page tossia e ofegava em busca de ar.

Charlotte levou uma mão ao peito, puxando o ar profundamente para seus pulmões sedentos quando finalmente reconheceu a quase causa da sua morte prematura.

- Bysh?! - indagou incrédula ao vê-la viva e bem à sua frente.

Em suas última trocas de informações, que havia sido a mais de dois anos, sua antiga colega estava fazendo um retiro no deserto. Um programa incentivado por jovens milionários que careciam de uma experiência de morte para se tornarem mais humanos. Bom, essas eram as palavras de Bysh e Charlotte ficou com medo de perguntar quem daria essa experiência à eles.

- Em carne, osso e gostosura. - passou as mãos pela lateral de seu corpo, a lançando uma piscadela antes de gargalhar alto.

Charlotte conteve o próprio sorriso, era quase inacreditável encontrar sua ex amiga amiga justo naquele local. O crachá dourado que ela carregava, preso ao corpo por uma corda preta envolta ao pescoço, brilhou contra a luz quando ela se movia. Abriu a boca levemente em surpresa quando compreendeu o que ela estava fazendo ali.

- Você trabalha para as indústrias Mark?

- Primeira em vendas, baby! - se gabou, jogando os fios escuros para trás. - Aquele tempo no reformatório me fez especialista em vendas. Decidi começar na indústria farmacêutica, é praticamente a mesma coisa.

Queria dizer que não, que havia uma grande diferença entre um local que vendia falsas promessas em meio ao desespero juvenil e uma grande indústria que tinha acabado de abrir um laboratório em uma pequena vila no Sudão, mas se viu tendo que concordar. Bysh pulou para mais perto, enrolando um braço pelo da Page e praticamente começando a arrastá-la para longe.

- Mas... - olhou para trás em busca de Nadia, mas sua colega já havia sumido.

- Temos tanto o que colocar em dia! Como está a sua vida? Já casou com o Henry? Tem bebêzinhos de cabelos cacheados e olhos castanhos ou loirinhos de humor quebrado? E o trabalho? Já subiu de nível na empresa? Criou uma nova droga que vai mudar o mundo ou desenvolveu a cura do câncer? Você...

- Bysh! Respire. - ordenou, a interrompendo quando a sentiu começar a perder o fôlego.

A Bilsky fez o que ela pediu, respirando profundamente enquanto tentava se acalmar. Charlotte deu tapinhas em seu braço em incentivo, respirando junto com ela para ajudá-la. Logo, a mulher recobrou o controle e abriu um sorriso meio envergonhado

- Desculpe, é que não tenho muitas pessoas na minha vida nesse momento.

Charlotte sentiu seu peito apertar, tinha uma vaga noção do quanto ela teve que se afastar da sua família quando quis seguir um caminho contrário ao crime. Bom, o crime básico e desorganizado que era a marca registrada dos Bilsky. Abriu um sorriso tranquilizador e a puxou em direção à saída do evento.

- Vamos comer algo e você pode me atualizar de todas as informações sobre a sua vida, que tal?

O sorriso que Bysh abriu a fez espelhar sua animação. Praticamente correndo com ela quando foi arrastada para fora, Charlotte começou a repassar sua própria lista mental do que poderia ou não dizer à recém-retomada amiga. Como Henry sempre gostava de dizer, com uma petulância que a fazia querer bater em sua cabeça, ela não era tão boa em mentir quanto pensava.

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