O sol estava se pondo quando a notícia chegou até Lucas, o que era para ser uma tarde tranquila ao lado de Abigail, se tornou um  borrão indistinguível quando seu celular vibrou com a mensagem de seu pai.  Em seguida o telefone tocou, a voz do outro lado, tremendo e carregada de tristeza, trouxe a notícia para a qual ele não estava preparado para ouvir: Sebastian havia morrido.

O choque foi imediato. O pequeno Lucas Klein sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. Ele estava em casa e se jogou contra a parede para se apoiar, Abigail veio até si tentando lhe ajudar a se manter de pé. A respiração ficou ofegante e desordenada, ele não conseguia processar as palavras, sentia um vazio imenso, uma dor que parecia invadir cada célula do seu corpo.

Sem conseguir pensar claramente, Lucas saiu correndo pela porta. As ruas estavam escuras, a noite caía rapidamente, o vento parecia uivar com um som sinistro. Ele não sabia exatamente para onde estava indo, mas seu instinto o levou em direção à casa de Sebastian. 

Ele precisava estar lá, precisava entender, precisava ver.

Quando chegou ao local, a cena que encontrou era um pesadelo. A casa do rapaz estava cercada por policiais e paramédicos, o céu estava escuro e as luzes das viaturas piscavam incessantemente. Seu coração batia acelerado, a visão de todo o cenário à sua frente fez com que ele se sentisse ainda mais perdido.

Ele viu o corpo coberto sendo retirado da casa em uma maca. O lençol branco parecia um véu de luto, ocultando o jovem amigo que ele nunca mais veria. Lucas tentou se aproximar, mas os oficiais o barraram.

— Sebastian! — Lucas gritou, a voz quebrada pelo desespero. 

Ele lutava para se soltar dos policiais, sua mente girando em um turbilhão de negação e dor. As lágrimas começaram a escorregar pelo seu rosto e ele se viu gritando, sem conseguir controlar a dor que estava sentindo. Seu choro era um som visceral, um grito de perda e tristeza que parecia ecoar na noite.

Os paramédicos estavam levando o corpo para a ambulância, e o pai de Sebastian estava sendo algemado, levado para um carro da polícia. A cena estava repleta de caos e confusão, o contraste entre a tragédia e o silêncio das lágrimas do Klein era brutal.

O mundo parecia ter se reduzido a um espaço pequeno e insuportável, onde estava preso entre a dor de perder seu melhor amigo e a impossibilidade de aceitar a realidade. Ele caiu de joelhos no chão, sua respiração descompassada,  seus gritos se tornaram soluços.

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