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「𝐿𝑢𝑧𝑒𝑠」


Wayne tentava lavar o máximo possível da lama de seu cabelo na pia do vestiário, já havia tocado o sinal da ultima  aula, portanto o jovem não tinha pressa para deixar o local, embora estar sozinho lhe causasse calafrios.

Não temia muitas coisas em sua vida, muito ao contrário, ele amava o que a maioria das pessoas evitavam. Fantasmas, bruxas, assombrações, animais peçonhentos, tudo aquilo que fugia do normal lhe atraia muito mais do que o necessário, quando finalmente terminou, levou sua cabeça ao secador automático do local e tentou usa-lo para retirar o excesso de água dos fios, pelo menos para evitar sair encharcado.

Seus pensamentos rodavam o menino que há pouco havia esbarrado, ouvira seu amigo lhe chamar de Cassiel e de certo modo ele sentia que isso lhe era familiar, além do familiar rosto que via em seus pesadelos. Tinha certeza que nunca antes havia o visto pessoalmente, porém algo dentro de si se alertava ao lembrar dos olhos do menino.

Seu dia estava coberto de deja vu e conexões que o deixavam em uma espécie de frenesi instável e desagradável. Olhou-se uma ultima vez no espelho antes de colocar de volta seu moletom acinzentado e constatar que seu cordão havia desaparecido.

Havia o ganhado de sua mãe biológica antes de ser abandonada ainda bebe na porta de seu pai. Não era algo do qual ele se sentia bem comentar, por isso, para todos os efeitos seu pai eram viúvo desde o nascimento do filho. Aquele simples cordão o fazia lembrar que mesmo que fosse deixado de lado, ainda teria algo ao qual se agarrar, tinha esperança de um dia sua mãe biológica o reconhecesse através dele.

Saiu apressado do lugar voltado ao campo para vasculhar a grama do campo a sua procura, até que por fim perdesse as contas de quantas voltas havia dado por todo caminho que percorreu durante o jogo antes de se jogar no banco da arquibancada exausto.

Deitou sobre a madeira úmida fechando seus olhos contra a claridade do céu e por ali ficou uns minutos. Dentre todas as coisas que poderia perder na vida, se perguntava em como havia sido tolo por perder a única coisa que o ligava a sua mãe biológica. Ele realmente seria tão estupido a esse ponto? Já não bastava todo medo e arrependimento que sentia ao estar jogado no mundo, agora teria de se sentir sozinho e com raiva de si mesmo?

Estranhou quando a sombra preencheu seu rosto, se perguntava em como o céu poderia ter se fechado tão rápido. Abriu os olhos constatando que o menino de mais cedo estava de pé contra a grade de proteção da arquibancada, o olhando com desdém enquanto com seu pulso elevado, ele balançava o pequeno pingente contra a visão do menino.

- Sabia que uma hora ou outra alguém viria procurar por isto, nem me surpreende que seja você. - Comentou sem ânimo.

- Você o encontrou aonde? - Se levantou tentando pega-lo.

- No campo, após ter me derrubado. - Esquivou seu braço para que o mesmo não conseguisse pegar. - Mas não acho que o devolverei tanto rápido.

- Como assim? - Indagou confuso. A presença do jovem era autoritária e a fazia sentir pequenos calafrios.

- Você se aproveitou da queda para ganhar. - Soltou, ainda a continuar sem emoções na fala. - E sequer se desculpou por cair em cima de mim. Sabe, homens como eu também tem orgulho.

- Me desculpe, por favor. - Olhou em direção ao chão. - Não quis te machucar, foi um acidente.

- Isso... - Se aproximou do menino de olhos alaranjados, diminuindo cada vez mais a distância entre seus rostos até que sobrassem poucos milímetros, se satisfazendo ao ver as bochechas dele atingirem um vermelho intenso e sua respiração pesar. - Eu vou pensar no seu caso, até lá... isto continuará comigo.

Sebby demorou para se recuperar após a saída de Cassiel. Sua cabeça se ateava ao nó de seus pensamentos que se embaralhavam entre si ao tentar entender a cena que acabara de acontecer. Ainda aos passos trêmulos, desestabilizado, ele voltava ao interior do prédio em direção a saída.

━━━━━━━━━ 𖤐

"alguns dias depois"

- Você não é obrigada a ir você sabe. – Louise passou os dedos sobre os fios de carvão volumosos de sua filha.

- A questão não é essa. Eu preciso, rever meu pai. – Comentou fechando o pequeno zíper da mala de mão em tom cobre. – Mamãe, eu poderia ter morrido naquele acidente de carro, assim como ... como Pipper. – Seus olhos lacrimejaram ao se lembrar da moça com corpo esbelto e cabelos de um tom loiro morango. Pipper era sua melhor amiga desde que se mudou para aquela cidade, distante de tudo que conhecia, porém agora a menina não passava de uma lembrança.

- Não foi sua culpa Lucy! – Sua mãe a abraçou.

- Eu sei mãe. – Se recompôs. – Eu só preciso passar esses dois últimos anos de colegial com o papai. Antes que não possa mais, não quero deixar tudo para trás, eu só preciso começar de novo. Assim que estiver melhor precisar eu volto.

- Eu te entendo. – "Mais do que eu gostaria". Se lembrou do relacionamento fracassado, ambos ainda mantinham contato, mas nada iria ser como antes, quando estavam juntos. – Só quero que saiba que estarei aqui para o que precisar. Te amo Snow White.

- Mãe, pare de me chamar de Branca de Neve, isso não faz sentido, aliás, posso sair daqui a pouco?

- Para onde a senhorita pensa que vai? – Louise fez uma pose autoritária ao interrogar a filha.

- Meus amigos queriam se despedir de mim e marcaram um encontro na lanchonete, eu volto antes das dez. Por favor. – Implorou.

- Ok, pode voltar até mais tarde. Porem eu irei buscá-la mocinha.

- Sim mamãe. – A abraçou e começou a procurar alguma roupa apropriada.

Após a mais velha de cabelos chocolates sair, Lucy pôs a se encarar em frente ao grande espelho que cobria uma pequena parte da parede de seu quarto. O acidente havia sido a dois meses, mas suas sequelas continuavam sendo mais recentes do que podia-se imaginar. 

Estava com olheiras, magra e tinha o olhar distante, entretanto não era nada que não pudesse dar um jeito. A questão era, conseguiria seguir em frente? Simplesmente abandonar aquela noite de quinta-feira?  Esse dilema era incessável, estava preso a uma pequena parte de sua cabeça, de onde tudo era mantido para sempre. Porém essa viagem tinha seu lado bom, rever tudo que ela considerava seguro em Londres.

Saiu de casa e se pôs a andar em direção a lanchonete que ficava a doze quadras de sua casa. Tateou os cabelos, penteando-os com os dedos, o céu já se encontrava em uma nuance escura de azul, que lembrava a praia no inverno. Lugar em que seu pai a levava quando a visitava e do qual mantinha fotos em sua escrivaninha. 

Avistou ao longe dois homens de cabelos escuros e uma menina ruiva. Seus amigos. Ao longo desses onze anos, apenas quatro pessoas. Isso era mais que uma conquista.

- Você chegou! – Maggie a abraçou, a garota loira era apenas alguns centímetros maior que Lucy, e tinha um corpo magro sem muito volume. Ela era um ícone claro da beleza americana, líder de torcida e popular em seu colégio, mesmo apenas ligando para a diversão da torcida.

- Até que enfim, começamos a imaginar que você havia se envolvido em um casulo onde ficaria presa para o resto de sua vida. – Jogou o resto de seu cigarro a mercê do asfalto e bagunçou os cabelos da menina.

Samuel fumava a pouco mais de um ano, quando pegou seu pai com outra mulher em casa. Não considerava isso um trauma, por mais que fosse. Se sentia descartável agora que sabia que ela não se importava em ser traída, desde que o seu marido continuasse em casa. Ele estava perto de seus dezoito anos, era alto e tinha um porte atlético, mesmo detestando esportes. 

Carlos por outro lado era irmão de Pipper, tinha seus olhos esverdeados e cabelos de um belo tom loiro. Sua estatura era igual a de Lucy, enquanto possuía seus breves dezessete anos.

- É bom te ver! - Abraçou ela. – Nós já estávamos escutando as piadas de Samuel a mais de meia hora, isso não é uma das melhores coisas a se fazer em uma terça à noite.

- Vamos. – Maggie segurou a mão da garota levando-a para o estacionamento ao lado da lanchonete, entraram no carro de Samuel, e se serviram de alguns lanches que já haviam comprado e pedido para a viagem, junto a algumas latas de cerveja, como um brinde de despedida.

Sentiria falta deles, isto era óbvio, mas o sentimento de culpa era maior, ainda mais quando olhava Carlos. Ela estava no mesmo carro em que sua irmã no dia do acidente, lembrava-se de cada detalhe como quando a garota perdeu o controle ao ver a moto ultrapassar o sinal vermelho e em seguida bater com a lateral da Mercedes em um poste.

Olhar para Carlos era o mesmo que olhar para Pipper. Eles eram idênticos, a não ser pelo fato de que Pipper tinha seus olhos de um azul piscina de invejar.

Na manhã seguinte por volta das onze, Samantha já se encontrava no avião que iria leva-la por boa parte do caminho até Londres, depois pegaria uma carona com algum amigo de seu pai, já que o mesmo estava em serviço no dia. 

Aquela era sua fuga, nada do que fosse alarmante. Ela só tinha que esquecer e seguir em frente. Esse era o lema.

━━━━━━━━━ 𖤐

Acordou com o avião pousando, desembarcou e deu de cara com Edson Klein, estava melhor do que nunca. De pé acenando para a garota que pegou suas duas pequenas malas de mão e as outras duas de rodas, seguindo seu caminho até o velho homem. Recebida com um grande abraço enquanto o senhor Klein tomou as malas maiores e se dirigiu ao carro com a menina.

-Meu deus! – indagou surpreso – Quando te vi pela última vez, você e Lucas tinham praticamente a mesma altura! Você mudou muito, minha querida, aliás, o meu garotão não parava de falar de sua volta. Lucy pra cá, Lulu pra lá. É uma pena que ele não pode vir, mas tinha um exame de escola para fazer.

- Está tudo bem. Sorriu para o homem entrando em seu carro.

O coração é como uma bomba, ele pode disparar a qualquer momento, ou a qualquer momento, parar. Addams sentia seus músculos tremerem, faziam mais de um ano que não via seu pai, apenas ouvia sua voz e nessas ligações ela percebeu como o homem estava envelhecendo, crescendo, evoluindo. 

Mas pessoalmente era ainda mais inacreditável. Ele mantinha a aparência comum de um homem de 43 anos, porém estava mais jovem do que nunca, quer dizer, ainda tinha seus pés de galinha. Contudo, ele tinha deixado a barba crescer um pouco e se misturar com seu cavanhaque, seus cabelos tinham poucos fios brancos e ele sorria largamente para a menina.

Assim que o carro parou, ela abriu a sua porta e se pôs a correr em sua direção. Eram cerca de quinze metros, o que não a impossibilitou de escorregar na grama molhada e ir de encontro ao chão, se levantou em alguns segundos e voltou a correr até seu pai, que a abraçou tirando-a do chão, em meio a uma gargalhada.

- Menina, você é sempre desastrada! Desde pequena. – Parou de rir ainda estampando um sorriso largo. Não fazia ideia de como sua filha havia mudado, porém ao vê-la, toda insegurança de ser um pai não muito presente se foi. O choque de ter ela morando consigo ainda era grande, mas nada de que não pudesse cuidar mais tarde.

- Ah papai, eu não sou. – Ficou emburrada, mas logo a cara se desfez ao ver Amy sair de casa com o pequeno Mike em seu encalço. – Vejo que se deu bem!

-Você nem imagina... – Pegou a mão de sua filha e a guiou até a varanda de casa. – Mike essa é sua irmã, ela irá morar conosco lembra? - Mal terminou de falar a o pequeno já abraçou a menina.

- Pensei que nunca iria vir me ver! – "Ou que a veria apenas no computador" pensou. Mike apesar de seus oito anos, era esperto e já tinha uma estatura que pegava no ombro de sua mãe, que por sinal era mais baixa que a garota. Puxou os cabelos castanhos médios de sua mãe assim como a pele quase que em um tom bronzeado. Já seus olhos eram de Richard, escuros e intensos.

-Bem eu estou aqui não estou? – Adentou a casa com o menino que a guiou até a cozinha.

- Edson? – Richard o mencionou ao tirar as malas da filha do carro. – Venha também, tomar café conosco. Já faz um tempo que não fica um tempo junto a nós.

- Vou ligar para Lucas e pedir que venha para cá, ele irá gostar de vê-la, aliás, obrigada pelo convite. – Passou a olhar em seu celular procurando o número do menino em seguida discando. – Hoje será uma data especial pelo jeito.

━━━━━━━━━ 𖤐


A lua já havia nascido a horas quando a loira que estava deitada em sua cama ouviu passos pelo corredor. Sua porta se entreabriu revelando o vazio e solitário escuro, sentou-se no colchão macio se livrando das cobertas para que pudesse observar melhor a pequena lacuna entre a porta e o batente.

Não havia nada ali, entretanto o som dos passos continuava incessantes. Talvez fosse seu irmão mais novo? Provavelmente estaria tarde demais para que Mike estivesse de pé. Se levantou olhando as horas em seu relógio de LED que repousava pelo velho criado mudo de carvalho escuro ao lado de si. Ainda era cedo para o dia e muito tarde para que alguém estivesse acordado.

O vento que soprava pela janela aberta balançou as cortinas que em um ato repentino derrubaram o pequeno porta-retrato que na parede estava pendurado. Assustada Lucy ligou a luz de seu abajur, se lembrava fielmente de ter fechado a janela na noite anterior.

- Por que você não me ouviu? - Reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

- Pipper? – Se virou em direção ao som e notou o pequeno corpo encolhido no canto oposto de seu quarto.

- Eu falei para voltarmos antes, mas você quis ficar mais tempo. – A menina que até então estava com sua cabeça apoiada no joelho, levantou-a em sua direção revelando as lágrimas sangrentas que escorriam por suas bochechas sujas de poeira preta.

- Me perdoe, eu não quis que ela fizesse isso com você! – Sentiu o amargo gosto da bile lhe subir a garganta no instante em que sentiu o cheiro forte de fuligem que preencheu o quarto.

Hórrida com a cena a garota tentou sair de seu quarto, entretanto a porta se fechou em um baque a fazendo recuar alguns passos até a janela de onde quase caiu. Moveu seu olhar para a altura na qual se encontrava, seria uma queda feia de quase três metros.

- Você a tirou de mim. – A voz triste e melancólica de Carlos se tornou presente levando Samantha a olhar em sua direção, notando também que Pipper havia desaparecido. – Não irá se importar se eu tirar algo de você também, não é?

Em sua cama a figura de um corpo pequeno estava revestida pelas cobertas, enquanto Carlos olhava fielmente para ela, a menina se pôs sobre o colchão já imaginando a quem o menino estava se referindo.

Com suas mãos trêmulas e lágrimas que iniciavam uma queda incessante em seus olhos, Lucy se mantinha firme a desenrolar o corpo das camadas frias de pano que o mantinham aquecido. Um grito fraco saiu de sua boca no momento em que o delicado rosto de seu irmão fora revelado por baixo de tantas camadas de sofrimento.

━━━━━━━━━ 𖤐

Acordou pela manhã coberta por seus lençóis macios e finos, o aquecedor de seu quarto tornava o ambiente agradável e acolhedor. Embora as cenas da noite anterior ainda estivessem presentes em sua mente, tão reais quanto o sol que atravessava o filete aberto de sua janela e tocava gentilmente seu rosto. Saiu apressada do quarto descendo as escadas em direção a cozinha por onde as vozes de seu pai e Amy sovam como uma doce melodia.

- Pai?! – Indagou surpresa ao ver que tudo parecia estar bem, que Mike tomava seu café sobe a bancada ao lado de um moço alto que trajava um boné preto.

- Bom dia querida. – Disse o homem. – Se lembra do filho do Edson? Ele veio te buscar para a escola.

- Oh docinho. – Amy se aproximou da menina penteando seus cabelos com o dedo. – Aconteceu algo? Você parece estar abatida.

- Eu tive um sonho esquisito. – Comentou ao ver o moço se levantar em sua direção.

- Seja o que for tenho certeza que foi só um sonho. – Comentou Amy a tranquilizando.

- Lucy? – O menino chamou pelo seu nome a fazendo ajeitar as alças de sua camisola ao olhar para si. – Lembra de mim? Sou eu, Lucas Klein.

- Filho do Edson? – Questionou.

- Ele mesmo, você costumava ficar la em casa comigo quando seu pai ia trabalhar. – Declarou.

Lucas era apenas um ano mais velho que a jovem de cabelos dourados, porém sua altura era cerca de quinze centímetros maior que ela que tinha apenas seus um metro e sessenta e sete centímetros. Sua pele era clara e ele tinhas seus cabelos em tom castanhos que ciam em cascata por sua cabeça, terminando acima de seus ombros.

Alguns piercings residiam em sua orelha esquerda e uma cicatriz pequena fazia de lar seu pescoço. Ele trajava vestes escuras, o que dava destaque a sua camiseta verde que evidenciava seu porte atlético. O jovem levou seu polegar a boca indicando para que a menina limpasse a aba do canto de sua boca, o que a fez dar de costas irritada em direção a seu quarto para se trocar.

- Você continua um idiota. – Comentou ao subir as escadas.

Já haviam deixado Mike em seu colégio, quando finalmente entraram na secretária. O primeiro horário da menina era História, e a única aula que tinha com seu amigo era Trigonometria as terças. Lucas a deixou em sua sala seguindo para a dele, dando um breve aceno e desaparecendo na multidão ao lado de um garoto que encontrara no corredor.

-E lá vamos nós... – Entrou na sala recebendo os olhares de todos os alunos sobre si.

- Ora, vejo que finalmente chegou senhorita Addams. Estávamos a sua espera, seja bem-vinda. Aqui este é seu livro, bem temos apenas dois lugares vagos, ao lado da senhorita Maggie ou do senhor Cassiel, sinta-se à vontade para escolher.

- Maggie, o que faz aqui? - Indagou baixo para a amiga que misteriosamente aparecera em Londres. 

- Eu não quis te contar para fazer surpresa, mas meu intercâmbio saiu e escolhi essa cidade para ficarmos juntas. - Comentou a garota trazendo um sorriso para a amiga. 

━━━━━━━━━ 𖤐

Para a sorte de Sebastian, os intervalos eram divididos em duas partes, tendo assim o dobro do tempo ao qual estava acostumado, o que o deixara pelo menos um tempo sozinho sem Rafael. 

Adentrou o local notando o pequeno conglomerado de mesas e panelinhas. Se aproximou da linha de mesas que estavam vazias, entretanto o olhar das pessoas se intensificou ao vê-lo próxima mesa dos Baldrick, família que possuía grande influência aquela escola.

Seu único desejo era evitar ter que dividir a mesa com qualquer outra pessoa além de Lucas Klein ou Abigail Davis, a garota que o perseguia faziam alguns dias. 

Lucas sabia como entreter alguém, chegara com duas badejas cheias de qualquer besteira que pudesse ter encontrado no refeitório e se sentou de frente a garota colocando duas batatas fritas entre os lábios imitando um vampiro. Abigail caíra na gargalhada enquanto o menino se encolheu ainda mais ao rir, o que fez com que o amigo se levantasse para sentar ao seu lado.

- Ainda sente dor? Aqui? - Tocou sua costela o fazendo suspirar. - Na saída eu passo na farmácia e levo remédio para você.

- Obrigado, mas não precisa. - Esboçou um sorriso ao levantar dois dedos fazendo uma pequena pose de felicidade. - Você é o melhor. Aliás, eu não sei quais aulas temos juntos.

- Me dê seu horário. - Abigail vasculhou a bolsa dele, achando-o entre os cadernos, já completamente amassado. - Você deveria ter cuidado, todos os professores precisam assinar esse documento.

- Eu não vou ficar por muito tempo mesmo. - Deu de ombros voltando a sua posição original encarando as pessoas no refeitório. - Rafael provavelmente vai me fazer trocar de escola, para ficar bem longe de vocês. - Suspirou colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Ele acha que ainda temos alguma chance de você sabe... "dar certo".

- Você precisa dar um jeito de fincar suas raízes aqui. - Abigail imitou sua posição movendo seus olhos para a mesa onde seus outros amigos estavam. - Não acho que vai tentar te afetar se você estiver bem popular, use seu belo rosto contra ele.

Para sua sorte Abigail ouvira um pouco das conversas entre ele e Lucas e já havia entendido o tipo de relação complicada que o menino possuía com Rafael, não fizera perguntas, mas de certa forma buscava ajudar. Ato esse que ele normalmente julgaria como uma intromissão em sua vida pessoal, porém o pouco que conhecera da jovem para o trabalho de história lhe revelava que ela tinha a melhor das intenções.

- Mas como farei isso? Ele não parece ter quaisquer... - Engoliu em seco ao ver o mesmo adentrando o refeitório acompanhado de uma menina loira que parecia colocar um papel em seu bolso. - Limites.

- Acho que tive uma ideia. - Comentou olhando o pôster na parede leste do refeitório que indicava inscrições abertas para a peça de teatro semestral, despediu-se dos dois levando o papel com seus dados em segredo.

Ao sair de perto, a figura de seu namorado se tornou presente ao fundo do refeitório, ele tentou ignorar a presença de Rafael e se movimentou a mesa que costumava sentar. Longe de onde Lucas se instalou ao lado de alguns outros amigos sem tirar seus olhos dele. 

- Seb troque de lugar. Agora! - O garoto de madeixas escuras como carvão sentou-se no lugar que dava visão ao espaço onde Lucas vigiava o menino. - O que ela estava fazendo aqui?

- Apenas veio dar oi, não nos falávamos desde ... - Ponderou sua frase antes de termina-la. - Que esbarrei nela hoje mais cedo, mas acabamos nem nos cumprimentando e precisávamos falar sobre o trabalho de história.

- Não gosto de que converse com ela, parece querer bem mais que uma amizade. - Observou a menina que sumia pela porta do local.

- Alguém já te disse que você é um idiota? - Comentou se levantando e indo de encontro ao outro lado da mesa.

- Aliás como foram suas primeiras aulas? - Abriu seu refrigerante ignorando o comentário.

- Nada de mais. - Suspirou fundo. - Apenas rabisquei meu caderno durante as aulas.

- Bom menino... - Evitou seus olhos para que não vomitasse no mesmo instante, mas por azar teve uma linha direta com a face inexpressiva de Cassiel Baldrick.

Ele que varria o território sem qualquer preocupação com o olhar, entrou em contato com as írises arredondadas mantendo o olhar fixo ao seu. Rafael Moore observou a distração, ficando irritado ao constatar que ele mantinha sua atenção em outro homem que não fosse ele.

Irritadiço o menino juntou as bandejas o puxando pela mão e saindo a passos duros do refeitório.

- Quem é ele? - Perguntou quando encurralou o namorado no banheiro masculino.

Wayne podia sentir o forte cheiro de desinfetante, tinha medo do que podia acontecer, sabia que o temperamento do moreno não era o melhor a se ter por perto. Ele era como uma bomba relógio, e estava apenas contando os segundos antes do final.

- Eu o conheci ontem no jogo da aula de educação física, não trocamos uma palavra, eu juro! - Tocou os braços do menino na estimativa de o acalmar o que foi em vão. Recebeu uma forte palmada em seu rosto caindo de joelhos ao chão.

- Acha mesmo que eu acredito nisso? Você estava olhando para ele como uma vadia. Mas que caralhos você pensa que está fazendo?

O chutou em seu estômago a fazendo encolher-se, se ajoelhou segurando-a pelos ombros de frente a si, usou uma das mãos para arrumar seus cabelos atrás das orelhas e olhou profundamente em seus olhos.

- É melhor você aprender a se segurar! - Suspirou fundo - Eu te amo, eu realmente te amo - Beijou sua bochecha a largando no chão novamente - Mas se você se tornar uma vadia, pelas minhas costas, eu juro que te mato.

A porta do banheiro se abriu com um chiado alto, relevando a figura alta e robusta de Cassiel que andava em direção a pia lavando a mão. Um suspiro irritado ecoou pelos lábios de Moore fazendo com que a atitude despreocupada do outro se tornasse um sorriso largo.

- Oh, não sabia que tínhamos uma infestação de ratos no banheiro deste colégio... alguém precisa avisar o zelador. - Pegou algumas folhas de papel enxugando as mãos antes de se virar na direção dos dois.

- Que porra você esta falando? - Rafael encarou o menino, as sardas em sua face se escondiam entre o rubor de sua raiva.

- Saia daqui agora, psicopata. - Grunhiu Cassiel dando um passo a frente, seu maxilar travado permitiu que seu tom rouco e profundo fizesse os pelos do antebraço do garoto se eriçassem.

- E não é que o filho da puta se acha importante? - Riu apesar de ter recuado alguns centímetros. - Você me chamou do que? Psicopata?

Suas sobrancelhas se ergueram surpresas, fazendo o outro lhe olhar desconfiado. A aura que emanava do rapaz não era desconhecida para o anjo, uma sombra escura e densa que escorria pelas pontas de seus dedos, algo que costumava ver somente em possessões demoníacas.

Era uma surpresa para ele que a pessoa na qual o destino entrelaçava suas vidas estivesse em um relacionamento com um demônio, talvez Sebastian não soubesse que seu parceiro na verdade não era humano. Talvez ele tivesse caído em suas mentiras e ficado preso como uma mariposa que voou em direção a luz.

- Psi-co-pa-ta. - Sorriu de canto irritando Rafael. - Quer que eu soletre?

Assustado com o rumo da conversa, Wayne que ate então estava imóvel no chão levou as mãos até seu tênis retirando o estilete de sua meia, destravou a lâmina e a abriu levando em direção a Rafael. Poderia levar quantas surras fosse se isto o impedisse de machucar outra pessoa, porém jamais deixaria que alguém se machucasse em seu lugar.

Rafael se assutou vendo o amado se por entre eles defendendo Cassiel.

- Então é assim que você vai agir? - Cuspiu as palavras com certo desprezo.

- Eu já cansei dos seus joguinhos. - Rebateu. - Você me quer em uma coleira, mas eu não sou seu cachorrinho.

- Não, eu não o quero na porra de uma coleira. - Abriu os braços irritado, as palavras saiam entre seus dentes num sorriso forçado. - Somos um casal, é óbvio que eu me preocuparia quando você da uma de vadia.

- Estranho, por que quem tem agido como uma vadia escrota aqui não parece ser ele. - Cassiel voltou a se fazer presente, sua voz irritando Rafael que grunhiu.

- E quem você pensa que é, caralho! - Gritou em sua direção, o suor pingando de sua testa. - Você vai mesmo ficar do lado desse imbecil Sebastian?

Cassiel olhou para a figura imponente a sua frente, o menino de cabelos desgrenhados segurava o estilete entre suas mãos trêmulas e quando lhe parecia faltar palavras, apenas concordou com a cabeça, sem piscar.

O fio vermelho em seu dedo reluziu, chamando a atenção do homem que fechou as mãos sentindo o formigamento incomum que se estendia do dedo para seu antebraço.

- Você vai se arrepender Wayne.

Avançou contra o namorado que se manteve firme o empurrando contra as pias, soltou uma das mãos empurrando Cassiel para longe, mesmo que sua força não surgisse efeito sobre o serafim.

Rafael levou a mão ao estilete o puxando com força, cortando seus dedos, em seguida o lançou contra o espelho estilhaçando o vidro.

- Por que você está defendendo esse imbecil? - Sacudiu a mão deixando que o sangue pingasse contra o piso sujo.

Neste momento o anjo caído finalmente pode ler os sinais que emanavam de Rafael, o garoto jamais estivera possuído, ele em si era um demônio. Demônio este que estava sugando parte por parte da energia de Wayne, mexendo com a mente daquele menino e causando danos irreparáveis a sua vitalidade.

Demônios como Rafael assumiam a forma de humanos com beleza exagerada, atraiam crianças quebradas e se enraízavam sorrateiramente como uma erva daninha, uma praga, até que tudo fosse monopolizado.

Por um momento sua ligação com Wayne fez total sentido, o moreno não era um humano comum. Ele era um jardim, ou como os anjos caídos gostavam de apelidada, um receptáculo de energia infinito, do qual mesmo se colhessem em grande proporção uma pequena irrigação fazia com que toda energia nascesse novamente e Rafael havia percebido isto.

A origem dessa energia era desconhecida, Cassiel talvez nunca descobrisse. Embora julgasse que está energia foi o motivo de Deus unir ele e o garoto, sabia que tinha um propósito na terra como um dos caídos. Não era do feitio do seu criador arrancar as asas de um serafim e lança-lo a terra sem o transformar em um demônio.

E com certeza não foi sua ousadia de intervir pelo bem dos humanos que faria Deus ter piedade dele. Havia um motivo e agora, mais do que nunca, ele gostaria de tentar decifrar.

Lançou um olhar mortal para Rafael que pareceu ter sentindo no mesmo instante a aura dele, recuando alguns passos, seus dentes rangiam um contra o outro num rosnado baixo. Rafael podia sentir a energia do anjo, recuando alguns passos antes de grunhir e sair do local evitando ser exposto.

- Eu ainda vou acabar com você Wayne. - Seu tom saiu como uma maldição que entrou pelos ouvidos do garoto.

Sebastian pegou novamente o estilete o escondendo na meia, sentou sobre um dos sanitários, colocou suas mãos sobre a barriga sentindo a dor, as pequenas e singelas lágrimas desciam pela sua pele alva como pequenas navalhas que a cortavam por dentro.

Ouviu batidas na porta e se encolheu ainda mais fechando a cabine onde estava. Tapou a boca com uma das mãos e trancou a mesma, encolheu seus pés por cima do vaso sanitário quando ouviu a fechadura do banheiro se abrir e alguém entrar pelo mesmo.

- Sou eu. - Cassiel se sentou entre as pias apoiando-se na parede. - Pode demorar o tempo que precisar. Não deixarei ninguém entrar.

- Vai embora. - Pediu de dentro da cabine.

- Eu decidi lhe entregar a corrente, mas não imaginava que estavam brigando. - Mentiu escondendo suas percepções recentes sobre o outro rapaz. - Mas agora acho que sei qual a condição que irei impor para que possa tê-la de volta.

- Qual. - Abriu a porta da cabine indo em direção a pia e lavando o rosto antes de encarar Cassiel na altura dos olhos.

- A partir de agora você irá andar comigo, não me importo que traga seus amigos, mas você não pode sair mais de dois metros de distância de mim, eu posso facilmente mudar seu horário de aulas, isso não será um problema. - Soltou brincando com o pingente em seu pulso, uma pequena asa cravejada de cristais.

- Isto é algum tipo de piada para você? - Cuspiu as palavras irritado.

- Essa irritação... ela não parecia existir enquanto ele te espancava como um saco de pancadas. - Cerrou os olhos causando desconforto no outro. Há ia lido o histórico escolar do menino o suficiente para saber que ele possuía ataques de raiva. - Eu não sou do tipo que faz piadas ou do tipo que aceita um não como resposta.

- Então por que, me dê um motivo para o qual você quer me ter a menos de dois metros, quer um mascote pessoal? - Devolveu seu olhar na mesma intensidade.

- Não sou um homem de rodeios Wayne. - Ouvir seu nome ser dito pelo timbre rouco lhe causou um pequeno transe. - Tenho uma certa curiosidade em você, não posso revelar os motivos agora por que eu mesmo ainda não os entendi, porém se me obedecer garanto que se beneficiará.

- Como? - Deixou sua defesa baixar.

- As pessoas costumam gostar de você sem motivo aparente, certo? Te perseguem, tentam ter sua atenção... mesmo tendo esses surtos de raiva, ainda sim elas permanecem perto de você. Estou certo?

- Que porra é essa? Você ta me seguindo e pesquisando sobre minha vida? - Gritou recuando uns passos, porém sua mente divagou até sua amizade com Lucas e Abigail que havia surgido repentinamente. - Além disso fazem semanas que não tenho um surto de raiva, como você sabe disso? 

- Eu li seu histórico escolar. - Sem rodeios, os olhos alaranjados se arregalaram vendo como seu oponente era direto. - Se ficar do meu lado, garanto que ninguém mais te incomodará. 

Cassiel se moveu lentamente em direção a Wayne, tocando seu queixo com a ponta dos dedos.

Havia algo em seu sorriso de canto que quebrava as barreiras que erguia como uma cúpula da qual o protegia do mundo ao redor, havia uma energia lasciva que o deixava indefeso. Era inegável para ele o poder que os olhos profundos de Cassiel exerciam sobre si, como se fossem capazes de ler sua alma. 

━━━━━━━━━ 𖤐

No dia seguinte.

Lucy ouviu o sinal tocar, iniciando o tão esperado intervalo. Como um raio se despediu de seu grupo de matemática e sem mais delongas se pôs a sair da sala antes que resolvessem iniciar mais alguma discussão sobre a atividade. Não que não tivesse um certo interesse em matemática, apenas queria evitar qualquer contato que ameaçasse sua zona de conforto.

Queria encontrar Lucas e simplesmente esquecer o modo como todos a encararam. Porém seu sonho fora interrompido quando alguém barrou na porta da sala, seguindo caminho com ela.

- Lucy? Prazer. - O garoto cheirava a madeira, o que não surpreendeu a menina, quase a escola toda tinha o mesmo cheiro. - Bem, como você é nova pensei em convidar você para almoçar com meu grupo, sabe eles são meio que um caos junto, mas quem sabe você gosta?

- Ah, ...?

-Ângelo, Ângelo Hall. - Seu semblante era orgulhoso, com certeza pelo sobrenome.

- Eu agradeço, mas tenho que achar Lucas ou Maggie, eu acho que seria bom passar com alguém que conheço. - Olhou a multidão passar pelo corredor apressados, já era de se esperar.

- Klein? Lucas Klein? - Perguntou.

- Você o conhece? - Indagou, finalmente prestando atenção no rapaz. Ângelo era negro, tinha um porte médio e aparentava seus dezessete ou até mesmo dezoito anos, tinha um estilo alternativo, como um rico popular. Último tipo de pessoa que pensaria que seria legal com ela.

- Ele ficou famoso depois que entrou para o time de lacrosse, sem dizer que faz química comigo ás quintas, hoje ele tem aula de geografia com minha namorada justamente agora, o que significa que você está sozinha! - Entrelaçou seu braço ao dela. - Mas não fique receosa, você irá gostar da turma. Sem falar que todos temos dois tempos de intervalo, o que significa que em um deles você estará com ele. - Começou a levar a menina para o refeitório.

- Mas e sua namorada? O que ela vai pensar se vê-lo comigo? - Tentava a todo custo evitar almoçar com eles sem ser rude.

- Relaxe, Liz e eu somos uma pessoa só, ela que deu a ideia de lhe chamar. Quando ela soube de sua chegada ficou animada, ela é bem receptiva a pessoas novas e queria te apresentar a todos.

- Se você não se incomodar eu prefiro ficar longe de pessoas novas. - Viu o garoto ir em direção a uma mesa onde estava um casal, ou melhor dizendo uma menina babando por um garoto que prestava atenção em Ângelo, se aproximando.

- Não acho que seja possível você se esconder. Pessoas novas são raras sabe, o Instituto raramente tem vagas no meio do semestre. Mas faço como você quiser, acho que também não gostaria se fosse você. - Sentou-se na mesa e então a menina pode observar as pessoas ali. - Estes são Julieta Woods e Arzael Taylor.

Arzael era diferente de Ângelo, mesmo sentado parecia ser alto, tinha olhos brilhantes e um casaco de capitão do time de futebol, sua pele era clara quase como sorvete de creme e tinha um ar simpático e amigável. Por outro lado, se o Taylor parecia uma boa pessoa, Julieta não. Com seus longos e lisos cabelos, a garota tinha um belo corpo mediano e um ar descontraído e até um pouco, deprimente. A Addams não iria querer muita amizade com pessoas problemáticas.

- Hum, carne nova no pedaço. - Comentou a menina. - Não se acostume com a fama, logo, logo você se torna uma de nós.

- A senhorita pessimista não poderia apenas falar quando tiver algo de interessante a dizer? -Arzael entrou na defensiva fazendo com que Ângelo risse assim como Lucy.

- Não ligue para ela. - Angelo se aproximou da mesa se sentando entre eles. - Ela tem estado de mal humor desde o começo deste mês e todos sabemos por que ela está assim, e o motivo tem nome e sobrenome. - Ângelo pareceu alfinetar Arzael com seu olhar. - Sebastian Wayne.

- Nem comece senhor Hall. - Arzael tentou apaziguar o clima. - Temos companhia.

- Quem é esse menino? - Foi a vez da garota recém chegada de cabelos dourados se pronunciar, trazendo toda atenção para si, o que a fez se arrepender mortalmente.

- Novo amigo problemático com o qual o cara que deu um fora nela fará o projeto de história. - Angelo foi o primeiro a sair do transe. - Então como já deve imaginar, ela esta fascinada em saber o por que ele gosta de dele e não dela. - A indireta foi pega por todos na mesa.

- Ele é recém transferido também e acabou de sair de um hospício. - Disse a outra garota com pele bronzeada que se aproximava, uma das mais bonitas que Samantha já tinha visto, com seus cabelos pretos acinzentados e voz melodiosa.

- Corrigindo, clínica psiquiátrica. - Julieta chegou junto a ela trazendo sua bandeja e intervindo por Sebastian. - Ele também é um ser humano está bom, não custa vocês serem gentis.

- Alguém entrou na casa dela quando ele voltava de uma balada e espancou ele, dizem que foi um assalto frustrado, mas algumas pessoas acham que foi o namorado dele. - Ângelo sussurrou para Samantha.

- Sinto muito que tenha que ouvir tudo isso no seu primeiro dia, realmente sinto muito. Espero que ainda possamos ser amigos. - Arzael olhou receoso para a Addams na mesa. 

- Espero que não pense mal de Sebastian, ele é um garoto como todos, só está passando por um momento delicado. Quando conhecer mais ele, irá adora-lo. - Lucas chegara a pouco e logo deixara sua mochila saindo da mesa em seguida.

- Não vejo por que não, todos perdemos a cabeça, aliás se o Lucas gosta dele, ele deve ser legal. - Exagerou um pouco enquanto movia seu olhar para a garota nova na mesa. - Liz não é mesmo? É um prazer conhecer você!

- Também é um prazer para mim! Ah, Lucas viu você na nossa mesa e achou melhor pegar o seu almoço de uma vez e já trazer. Quanto a isso... - Liz segurou o pulso da garota que enfiava a mão no bolso para pegar a carteira. - Ele me pediu para impedir você. É tradição que alguém pague seu primeiro almoço, o povo do segundo ano paga os do primeiro ano. Mas como você entrou um mês atrasada ele decidiu que seria ele a pagar o seu já que ontem não teve como fazer isso.

Pouco tempo depois ele retornou com as duas bandejas se pondo a comer junto com a amiga, todos na mesa beliscavam uma coisa ou outra no almoço de seus colegas que combinavam de pegar um diferente do outro e isso manteve Lucy entretida por uma parte do intervalo. Aquele grupo de pessoas era diferente do que estava acostumada, eles tinham uma amizade mutua e que mesmo sendo diferentes um do outro dava muito certo.

Por uma fração de segundos todos pararam de conversar no refeitório e seus olhares seguiram até a entrada do mesmo. Onde um grupo inusitado entrava. Lucy e Lucas seguiram seus olhares para o mesmo, porém a loira foi a primeira a desvia voltando a comer seu lanche ao ver sua parceira de história ir para direção oposta do grupo, não dando importância.

-Ah o Baldrick. - Liz envergonhada para a mesa.

O olhar da menina seguiu para onde eles iam, em uma mesma mais afastada de todos. Não quis perder muito tempo encarando-os mais do que já havia perdido. Começou a se incomodar quando o menino que acompanhava sua amiga Maggie virou seu rosto em sua direção a encarando de volta sem expressão, o que a deu um arrepio na espinha.

- O que Sebastian esta fazendo ali? - Lucas se levantou sendo contido por um de seus amigos.

- Você não soube? Parece que Cassiel Baldrick tem um certo interesse nele.

- E quem são as outras? - Perguntou Angelo para a namorada. 

- Abigail Davies a parceira de história deles e Maggie Lederman a nova intercambista. 

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