Ice Cream
— Como Kwang reagiu? Ele não foi violento, foi? — Patrick me olha preocupado.
— Ele ficou muito bravo, mas não chegou a me bater — respondo com um sorriso.
Na verdade ele deu um tapa no meu rosto, mas se eu contasse isso para o meu irmão, ele seria capaz de ir até a casa dele agora mesmo tirar satisfação. Então, achei melhor esconder esse detalhe.
— Melhor mesmo — ele diz sério. — Cadê o papai?
— Está na Califórnia, mas vai voltar daqui a dois dias — minha mãe responde sorridente. — Ele está morrendo de saudades de você.
— Também estou — meu irmão sorri.
Depois da mais velha fazer algumas perguntas ao Patrick, decidimos que era melhor ir dormir e terminar de contar as novidades amanhã.
Dei um abraço apertado no mesmo, e me dirigi ao meu quarto.
Tomei um banho quente, coloquei um pijama, e me enfiei debaixo das cobertas. Peguei meu celular, e soltei um riso fraco vendo uma foto do meu ex como papel de parede. Mudei imediatamente, e bloqueei seu contato ao ver que ele tinha me mandado várias mensagens.
Fecho meus olhos na intenção de dormir o mais rápido possível e esquecer o dia perturbador que tive. Porém, as memórias do garoto não saíam da minha cabeça, a família não parecia dar muito bola e ele era somente um adolescente com uma vida complicada.
Afasto os pensamentos sobre o denominado Jungkook e desligo o abajur ao lado da minha cama.
• • •
— Mel? Irmãzinha... — ouço vozes distantes.
— Cala a boca! — grito colocando o travesseiro sobre minha cabeça.
— Garota insolente. — meu irmão entra e abre as cortinas mostrando o dia ensolarado até então.
— Me deixa dormir, Patrick! — teimo.
— Já são 9:00, será que dá pra acordar e aproveitar o dia com seu belo irmão? — ele diz chateado.
— Não posso aproveitar as minhas férias? Em cinco dias começam minhas aulas!
— Não, não pode. Venha logo, daqui alguns dias voltarei para Seul, você não verá seu irmão maravilhoso por um bom tempo. — ele retira o edredom de cima de mim.
Encaro o mais velho zangada, ele faz um biquinho e eu bufo.
— Sua sorte é que você é bonito. — me levanto da cama e ele da risada.
Nos dirigimos até a cozinha encontrando minha mãe.
— Bom dia — ela sorri enquanto coloca uma jarra de suco na mesa.
— Nossa mãe, pra quê tudo isso? — sorrio observando a grande quantidade de comida. — Até panquecas você fez?
— Eu não, foi tudo o seu irmão — a mais velha esclarece, e eu olho para ele perplexa.
— Aish, por que está tão surpresa? Não posso ser atencioso mais? — ele coloca a mão sobre o peito, fingindo estar ofendido.
— Claro que pode, eu só não esperava isso de vo...— meu irmão me encara com os olhos semicerrados, me impedindo de terminar a frase – melhor eu só comer e calar a boca.
Todos rimos e nos sentamos na mesa.
— Queria que o papai estivesse aqui — sorri ladino.
— Amanhã, querida! — minha mãe afaga meu ombro.
Depois de termos devorado toda a comida que meu talentoso irmão havia feito, subi para meu covil e me arrumei para passar o dia com o mais velho. Estava com uma blusa regata preta junto a um short frouxo com meu all star jeans.
— Já tá pronta? — Patrick bate na porta exasperado.
— Um minuto! — pego minha bolsa de lado, coloco meu celular e uma grana. Vou ao meu armário e tiro um frasco de perfume, respingo duas vezes no ar e deixo o cheiro recair sobre mim.
Abro a porta e me deparo com o mais velho com calças jeans preta e uma camiseta azul escuro, seu tênis Vans preto e um óculos de sol pendurado na gola da camisa.
— É... Acho que está apresentável pra andar comigo. — ele diz brincalhão.
— Ha ha ha, engraçadinho, vamos logo antes que me dê preguiça. — descemos as escadas em espirais e ele pega a chave do carro no bolso da calça.
Entramos no veículo e eu ligo o rádio, a voz do Freddie Mercury preenche o local. Eu e meu irmão olhamos um para o outro imediatamente, estava tocando uma de nossas músicas favoritas: Bohemian Rhapsody.
Eu aumento o volume, e nós começamos a cantar a todo pulmão. Eu sabia que tinha saudades do Patrick, mas só agora percebi como ele fazia falta na minha vida. Nesse momento bobo junto com ele eu me sinto realmente feliz, tinha esquecido como esse mané pode ser divertido.
— Onde estamos indo? — questiono abaixando o volume do rádio quando outra música começa.
— A um lugar que adorávamos quando éramos crianças... — ele faz uma pausa atiçando minha curiosidade. — Chegamos!
— Sorveteria? — torço o nariz.
— Qual o problema? Não gosta mais de sorvete?
— Claro que gosto! Mas sei lá, acho que estava com espectativas altas demais.
— Sua birrenta, não se preocupe! Vamos fazer mais coisas depois, é que eu estava com saudades de tomar sorvete com a minha irmãzinha — ele aperta minha bochecha, e eu faço careta em reprovação.
Entramos na sorveteria, e já não era mais a mesma coisa de quando vínhamos na infância. Grande parte do prédio havia mudado: o assoalho marrom foi trocado por um bege sutil, as paredes verde claro com vários desenhos de picolés, que tinham um ar infantil, foram trocadas por algo mais maduro e refinado, eram brancas com delicados flocos de neve e luminárias embutidas.
— Uau, aqui mudou demais — meu irmão tira as palavras da minha mente.
— Passou muito tempo, com certeza mudaria — retruco.
— Você ainda é apaixonada por menta com chocolate? — ele pergunta pegando o cardápio sobre a mesa.
Balanço a cabeça afirmando a sua pergunta.
— Então iremos pedir menta com chocolate pra você e maracujá para mim — aperto os olhos desconfiada.
— Maracujá? Lembro muito bem que você odiava esse sabor — digo convicta.
— Sabe... Quando você vai ficando mais velho, seu paladar também muda, você irá entender quando amadurecer mais — ele provoca mas ignoro suas palavras.
Chamamos a garçonete cujo nome se denominava no seu crachá de: Nabi, achei engraçado já que a tradução para o português é borboleta, e quem me conhece sabe o quanto gosto das borboletas.
— O que vão querer? — a funcionária sorri para o meu irmão, ignorando totalmente minha existência.
— Um sorvete de chocolate com menta, e um de maracujá por favor — ele fala sem tirar os olhos do cardápio, fazendo a garota torcer o nariz.
— Mais alguma coisa? — ela inclina a cabeça tentando olhar nos olhos do Patrick, mas o mais velho não lhe dá atenção.
— Não, obrigada — digo com um sorriso vitorioso, e ela me olha com deboche antes de se retirar.
— Acho que ela vai cuspir no seu sorvete — meu irmão diz rindo.
— Aish, que garota sem vergonha — digo franzindo o cenho.
— Sua ciumenta — Patrick bagunça meu cabelo, e eu mostro a língua pra ele.
— Aqui, seu pedido — a garçonete coloca os sorvetes na mesa, entrega um papel ao meu irmão e pisca pra ele, me fazendo virar os olhos.
— É o número da oferecida? — olho para o papel curiosa.
Patrick abre o papel, fita por um momento e levanta uma sobrancelha. Reclamo dizendo que queira olhar, ele me entrega e da atenção ao seu sorvete. Abro o pequeno papel dobrado de uma folha de caderno e observo a letra cursiva bem caprichada que dizia:
"Tenho a pura certeza que foi amor a primeira vista. Passa o toque, podemos tomar um café e confirmar minhas suspeitas?
9990 44321 S2"
Reli o bilhete novamente e amassei, jogando em cima da mesa lentamente. Meu irmão olhou para Nabi que mantinha seus olhos secando o mesmo e depois para mim.
— Tá doida? A garota tá olhando — ele diz baixinho.
— Você iria ligar para ela?
— Claro que não... — ele começa.
— Então pra que iludir a garota? Melhor deixar claro e sofrer no começo enquanto ela não alimenta os sentimentos por você — pego uma boa quantidade do meu sorvete e o tomo.
— As vezes me impressiono com sua forma de ser direta — ele resmunga e reviro os olhos.
• • •
— Foi bom enquanto durou — meu irmão diz tomando a última colher do seu sorvete.
Eu abro minha boca para responder, mas minha atenção se volta para a figura familiar que acaba de entrar no local: Jungkook.
• • •
E aí, quem assistiu a performance de Dynamite que saiu ontem? Deixei na mídia caso queiram ver hihi
E, foram vocês que olharam pra barriguinha do Nam em 00:32, fui eu não
Please, deixem o votinho e bebam água. São coisas muito importantes rs :)
Até a próxima ❤
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