Arrival
— Está vendo ele? — minha mãe pergunta eufórica.
— Ainda não, fica calma. — respondo rindo.
Nós estamos no aeroporto, para buscar o papai. As pessoas do vôo dele já estão desembarcando, mas até agora ele não apareceu.
— Espera... estou vendo ele! Papai! — aceno tentando chamar a atenção do mais velho.
Ele abre um enorme sorriso, e caminha em nossa direção. Da um selinho demorado na minha mãe, e um abraço forte em mim e no meu irmão.
— Tem alguma coisa diferente em você Mel... Não sei o que é, mas gostei muito. — meu pai me analisa.
— Sério? Acho que não mudei nada desde o mês passado. — respondo confusa.
— Ah, descobri! — o mais velho pega minha mão. — não tem mais um anel aqui.
Todos começamos a rir, meu pai sempre foi muito bem humorado. Mas toda brincadeira tem um fundinho de verdade, embora respeitasse minhas escolhas, ele sempre deixou claro que não ia com a cara de Tae-kwang.
Pelo visto, ninguém da minha família ia com a cara dele.
— Estou morta de fome, que tal almoçarmos?
— Você tem um buraco negro aí dentro? Acabamos de lanchar! — meu irmão repreende.
— Tenho que concordar com a Melissa, também estou com fome. — papai pisca o olho para mim.
— Ela teve a quem puxar. Vamos almoçar e aproveitar um tempo em família, daqui dois dias Patrick tem que voltar a Seul. — mamãe tinha um ponto de melancolia em sua voz.
Patrick estava no 4° ano da faculdade, o que significava que só teria mais um ano em Seul e ele poderia voltar para Busan. Somente víamos ele nas férias do instituto almejado de Seul (o que já não eram muitas), o mais velho fazia uma tremenda falta.
Almoçamos em um restaurante que encontramos ali perto, papai estava cansado da viagem e ainda com o fuso horário da Califórnia.
Meu irmão dirigiu até em casa e deixamos o mais velho descansar, antes de ir, deixou um abraço em cada um, sabíamos que ele sentia saudades, assim como todos nós. Seu abraço era apertado e acolhedor, ele cheirava a loção pós barba e o seu perfume habitual caro. Logo subiu com meu irmão o ajudando a levar as malas.
— É tão bom ter os dois aqui. — minha mãe diz enquanto nos sentamos no sofá.
— É sim. — sorrio e solto um suspiro. — Não quero que Patrick vá embora, ele acabou de chegar.
— Eu sei. — a mais velha me abraça de lado. — Mas logo ele acaba a faculdade.
— Ei, estão falando de mim sem a minha presença para me defender? Que feio! — meu irmão desce as escadas, e caminha em nossa direção com fingindo estar bravo.
Ele para ao receber uma notificação no celular, desbloquia o aparelho e começa a rir.
— O que foi? — pergunto curiosa.
— Jungkook me mandou um meme engraçado. — o mais velho mostra a tela do celular ainda rindo.
— O que?! Vocês tem o número um do outro? — abro a boca num perfeito "o".
— Sim, ele é bem legal.
— Quem é Jungkook? — minha mãe pergunta.
Ops.
Olho para o meu irmão pedindo ajuda, ele gesticula me incentivando a contar a verdade, e assim o faço.
— Entendi... Mas como seu irmão conhece ele? — a mais velha questiona.
— Ontem nós vimos ele na sorveteria, e eu o chamei pra sair com a gente. — Patrick explica.
— Hm, compreendo. Antes de você ir, chame ele para jantar aqui em casa, adoraria conhecê-lo. — arregalei os olhos para mamãe.
— Claro, ele pode vim na minha última noite aqui em Busam, gostei muito dele.
Estou começando a duvidar da sexualidade do meu irmão.
— Por que você chamaria alguém que acabou de conhecer? — pergunto tentando disfarçar o nervosismo na minha voz.
— E por que você tá nervosa com isso? — meu irmão rebate.
— Não é nervosismo, só acho estranho convidar alguém que a gente mal conhece.
— Você mandou o padrasto dele para prisão, ele não é mais um desconhecido.
Okay, ele ganhou.
Suspiro admitindo minha derrota. Não tinha do porquê de estar nervosa com isso, era tudo muito normal. Meu irmão se tornou amigo de um garoto que eu estraguei metade da vida mandando o padrasto para prisão e fazendo ele ficar sozinho até a mãe que não liga nenhum pouco pra ele chegar de viagem.
É comum fazer amizades inesperadas hoje em dia, isso! Super comum. Me convenço do meu próprio questionamento e subo para meu quarto.
• • •
O dia passou mais rápido do que eu gostaria. Antes que percebesse, já estava deitada na cama tentando dormir.
Viro de um lado para o outro, me sinto cansada, mas não consigo pegar no sono pensando que amanhã já é o último dia do Patrick aqui.
Suspiro alto e resolvo me levantar. Caminho silenciosamente até o quarto dele, e abro a porta verificando se ele já estava dormindo. Abro um sorriso ao encontrá-lo mexendo no celular.
— Patrick. — o chamo com uma voz manhosa.
— Mel? O que faz acordada? — o mais velho questiona.
— Não consigo dormir... posso ficar aqui com você? — dou meu melhor sorriso, e o garoto ri.
— Claro. — responde indo pro lado, e batendo no espaço vazio para que eu me deitasse lá.
Corri para o lado do meu irmão, e dei um abraço forte nele.
— Eu amo você. — falei de olhos fechados, sentindo seu cheiro. Queria guardar na memória.
— Também te amo, pirralha. — o mais velho beija minha testa, e eu mostro a língua em reprovação ao apelido.
Dormi rapidamente nos braços dele depois daquilo, fazia tempo que eu não me sentia segura desse jeito.
• • •
O dia estava extremamente corrido, mamãe andava de um lado ao outro tentando arrumar as coisas para o jantar de Patrick. Era incrível todos os esforços, pois só teria meus pais, eu, Jungkook e a amiga de Patrick, não precisava de um banquete.
Papai colocava vários potes de sorvete no freezer. Patrick organizava suas malas e conversava por telefone com Yu-ri, era a única amiga que ele manteve contato da época escolar.
Cheguei a pensar que eles teriam algo no futuro, mas meu irmão é muito lerdo para relacionamento, tava na cara que a garota gostava dele. Depois da formatura o mais velho viajou para Seul e Yu-ri encontrou um namorado, ou pelo visto, ela tinha um.
— Não chore Yu-ri, se ele te traiu foi porque não gostava de você. — já era a terceira vez ele falava a mesma coisa.
Meu irmãos bufa e responde alguma coisa da chamada.
— Hoje é meu último dia em Busam, paixões vão e vem, você vai encontrar alguém que fique fixo na sua vida.
Ele espera e continua.
— Tudo bem, tudo bem, só vou fazer isso porque você tá na fossa. — levanto uma sobrancelha.
Ele da uma olhada no relógio de pulso e resmunga para chamada.
— Vou só terminar umas coisas, chego aí em uma hora.
Ele desliga o telefone e põe a mala perto do sofá. Um sorriso se abre quando ele me ver na entrada da sala.
— O que foi? — pergunto depois do garoto me olhar estranho.
— Preciso da sua ajuda.
— Você não vai me pedir pra ser conselheira da Yu-ri, né? — ele me olha como se estivesse louca.
— Pra você arrancar as últimas lágrimas que ainda resta dela? Nem pensar!
— Então o que é?
O mais velho pega as chaves do carro jogada no sofá e roda a mesma no indicador.
— Preciso que vá buscar Jungkook daqui cinquenta minutos na esquina.
• • •
Hi guys, tudo bom?
Nosso novo perfil, gostaram? Estou animada com isso KKK
O que será desse jantar em? Mystery.
Deixem isso (⭐) que mais se parece uma estrela, porém, não é. Vocês foram enganados essa vida inteira.
Bye, bye people S2.
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