Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 31 - Pudim


Naquela noite, Jay resolveu entrar quando deixou os meninos. Eles mal falaram comigo e subiram para o quarto de cabeça baixa. Minha mãe fez questão de vir até a sala cumprimentar o genro querido, que aparentemente havia se tornado tudo o que um ser humano pode ter de bom, depois da separação. De repente ela nem se incomodava mais por ele ser tão mais novo, nem com a tendência a parar de prestar atenção enquanto a gente falava ou com o cigarro que nunca conseguiu largar. Todas as imperfeições dele, que a faziam falar incansavelmente na minha cabeça por mais de três anos, desapareceram aos olhos dela, no momento em que ele saiu da minha casa.

— Jay, querido, fiz aquele pudim de laranja que você adora. Faço questão que prove um pedaço.

— Obrigado, dona Zita. - ele respondeu com aquele sorriso de bom moço que já devia ter parado de me dar frio na barriga e depois se virou para mim, bem mais sério. — Podemos conversar lá fora?

— Claro. - seguimos para o jardim e nos sentamos nas cadeiras à beira da piscina.

— Por que sua mãe insiste no pudim de laranja? Eu detesto aquele negócio.

— Eu sei. Mas você elogiou tanto na primeira vez, que agora é tarde demais. Se quiser rejeitar, vai ter que inventar alguma dieta. - ele riu pelo nariz.

— Vou pensar em alguma coisa na próxima. - ele disse e fechou o sorriso. Deve ter pensado o mesmo que eu: que era possível não haver uma próxima vez.

— Correu tudo bem com os meninos na sua casa? Eles pareceram meio chateados.

Antes que ele respondesse, minha mãe veio com a bandeja. O pudim para ele e uma tigela com frutas cortadas para mim.

— Eu não ganho pudim?

— Você perdeu uma parte do sistema digestivo. Preciso te explicar o quanto precisa de fibras e vitaminas? - balancei a cabeça, agradecendo antes que começasse o discurso. Assim que ela virou as costas, troquei nossas sobremesas num gesto rápido.

— Obrigado. - disse, movendo os lábios sem deixar sair som.

— Pode sempre contar comigo pra te salvar de uma sobremesa indesejada. - respondi depois que ela entrou na casa.

— Bom saber. - ele respondeu colocando um pedaço de pêssego na boca. - Quanto aos meninos, não aconteceu grande coisa. Achei melhor te avisar pra evitar confusão. Você já está passando por coisas demais.

— O que houve? Você está me deixando preocupada.

— Encontrei umas fotos no histórico de navegação do celular do Pedro. Depois disso, olhei o do Victor e tinha algumas pesquisas inesperadas lá também.

— Que tipo de fotos?

— Você nem imagina? Eles têm 11 anos, estão descobrindo uma porção de sensações novas. - pensei por alguns segundos.

— JÁ? - perguntei um pouco alto demais, sussurrando depois. —Os meus bebês estavam vendo fotos de...

—Estavam. - ele se esforçava para não rir. —Eles não são mais bebês, acredite. Isso é normal.

— Pode ser, mas o que eu faço? Converso com eles sobre isso?

— Não! Por favor, não faz isso. Eu bati um papo de leve, expliquei algumas coisas, cuidados que eles precisam ter. Eles pediram para não te contar.

— Clube do Bolinha, que lindo.

— Eu não sei o que é isso.

— Desenho brasileiro. Tinha o Clube do Bolinha e Clube da Luluzinha. No do Bolinha, as meninas eram proibidas.

— Ah, então deve ser isso. Eles ficam com vergonha de uma menina saber.

— Mas essas fotos eram de coisa muito forte, degradante? Porque a internet tem uns negócios meio bizarros. E não sei se concordo com eles assistindo a maior parte desse tipo de material.

— Não. Tudo normal, basicamente algumas moças sem a blusa. Nada que eu não veria.

— Acho que eu queria não ter ouvido isso. De qualquer forma, obrigada por me contar e lidar com isso. Não sei como eu faria.

— Avisei para você não surtar se visse alguma coisa. Eles precisam confiar em nós.

— Tem razão, a minha vontade é tomar o celular, cortar a internet, mas sei que não resolve.

— Limitei algumas coisas e instalei um aplicativo espião. O histórico deles aparece direto para mim. Qualquer coisa fora do aceitável, eu te aviso.

— Ok. Seu português melhorou muito.

— Tenho estudado, mas ainda é difícil entender o que vocês falam, às vezes. Quando eles brigam, eu nunca sei do que se trata.

— Normalmente eu também não. Dizem que é uma língua difícil.

— É um pouco. Acha que vai se recuperar para participar da promoção do filme?

— Acho que não. Ninguém vai sentir a minha falta. Eles querem você e a Angela. Eu sou só a nerd por trás da história, que faz umas piadinhas na entrevista. Além disso, tenho outros projetos e preciso focar em me recuperar. Devo me limitar a comparecer ao lançamento no Brasil.

—Se você diz... Bem, eu tenho que ir.

— Eu te acompanho até a porta.

— Não precisa. Eu sei o caminho. - ele me ajudou a levantar e se inclinou se movimentou vacilante. Devia estar decidindo como se despedir. — Eu não sei o protocolo.

— Nem eu. - confessei, sentindo o ar faltar com toda aquela proximidade.

Ele me deu um beijo desajeitado na bochecha e se afastou andando rápido demais para os meus passos lerdos de convalescente. Foi uma sorte ele não olhar para trás, ou teria me visto chorar abertamente.

Naquela noite quase não dormi. A dor da perda veio com uma violência que me destruía. Lamentei, sem pudor, a vida perdida do meu bebê e a minha própria. Toda aquela saudade que me rasgava por dentro foi sentida com violência e senti muita, muita pena de mim mesma. Vi o dia nascer pela janela da biblioteca, com uma sensação que não tinha há tempos. Era como se aquele buraco começasse a diminuir. Provavelmente nunca sumiria por completo, mas, pela primeira vez, senti que poderia viver com aquilo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro