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Capítulo 26 - Providências

Os dias foram passando como uma sucessão de rotinas que me permitiram seguir como se nada estivesse acontecendo. É impressionante o quanto a dor de um adulto responsável ficaria sempre em segundo plano quando se tem prazos a cumprir, projetos de feira de ciências e treinos de futebol.  Fazia pouco mais de uma semana desde a saída e ainda não tínhamos nos falado. Não tinha decidido o que dizer a eles. A ausência do pai biológico ainda machucava os dois, que notaram o afastamento nas semanas que passamos em Brasília depois do natal. Minha mãe comentava com tia Rose, a canalhice de Rodrigo ao alegar que estava ocupado demais para lidar com os filhos, mesmo depois de tudo o que aconteceu, e não viu Pedro sentado logo no banco abaixo da janela que dava para a varanda. A reação dele me surpreendeu. Pegou o meu telefone e ligou para o pai sem falar com ninguém, mas sem se esconder.

"Oi, pai. Eu só queria te dizer que não precisa mais se preocupar nem comigo nem com o Victor. A gente está bem, vamos ficar mais tempo com a nossa mãe, que está muito triste agora e precisa da gente. Nós temos um pai e você tem a sua vida. Todo mundo vai ficar bem, Rodrigo. Seja feliz."

A ligação foi feita da biblioteca e ouvida por quem estava na sala de estar. Meu pai, tia Neuma, Jay e eu. Ele ficou alguns segundos ouvindo depois do pequeno e chocante monólogo, doloroso e maduro demais para um menino de quase 11 anos e finalizou com um "tenha uma boa vida". Assim que saiu do cômodo e viu todos nós lá, com cara de quem tinha ouvido tudo, sorriu sem graça para mim e abraçou o padrasto, cheio de carinho, depois foi para o próprio quarto, suponho que chorar. Mesmo tendo sido tão firme, soube que aquilo o ferira de uma maneira irrecuperável. Pouco depois, voltamos para casa e a relação dos dois ficou muito mais estável. Agora eu tirava mais um pai da vida dele. Não dava para me sentir pior do que me sentia.

Soube por Josué, que Jay pretendia procurar um apartamento, mas James e Erica, a nova agente dele, pediram que ele mantivesse a discrição até o lançamento do filme, dali a três meses, portanto, ou ele deveria "viajar a trabalho" ou ficar na casa de Josué, fingindo que tudo estava bem. Thalita me representava nessas decisões. Aparentemente, eu não tinha mais o direito de opinar na minha vida conjugal e acho que não me importei tanto. Provavelmente tudo teria sido melhor se tivesse deixado todas as decisões nas mãos de terceiros desde o começo. 

Quando chegamos em casa e o carro dele estava lá. Pude ver os dois descerem correndo para encontrar o pai... padrasto... ex-padrasto... e a festa dos três no tapete foi uma cena que vai ficar marcada para sempre. Os dois já estavam com a minha altura, e a brincadeira de luta começava a ficar assustadora. Consegui me conter e não mandar pararem antes que alguém se machucasse. Passei um momento precioso ali, observando os três naquele jogo cheio de carinho e testosterona que só parou quando rolaram Jay sobre uma peça de lego perdida na sala e os grunhidos se transformaram num palavrão que me faria brigar em outra circunstância. Mas não era outra circunstância. Era a situação que eu burramente havia escolhido e agora precisava encarar. Os garotos subiram para jogar video game e nos deixaram na sala, a sós.

_ Quer um gelo para colocar nisso aí? Vai ficar marca.

_ Não precisa. Já pisei em peças de lego o suficiente para umas três vidas, nunca ficou hematoma, não vai ser agora.

_ Dessa vez foi nas costas, pode ficar feio. Deixa olhar...

_ Não! Eu me viro quando chegar à casa do Josué. - ele respondeu esticando o braço para me manter a distância. Estaquei e fiquei calada.

O silêncio constrangedor começava a apertar minha garganta. Resolvi recolher os legos espalhados no tapete e interpretamos , talvez, a cena mais constrangedora do nosso relacionamento. Ele, calado, olhando na direção da cozinha e eu em quatro apoios, implorando mentalmente que ele falasse qualquer coisa antes que eu terminasse de juntar as peças coloridas. Quando ele quebrou o silêncio, eu preferiria que tivesse continuado calado.

_ Minhas malas estão prontas. Deixei no quarto porque não conversamos com os meninos e não sabia o que você disse a eles.

_ Eu não expliquei nada. Eles pensam que você viajou a trabalho. Não sabia o que dizer. 

_ Imaginei. É o tipo de coisa que você faz. Fica esperando que a coisa se resolva magicamente sozinha, mas isso não acontece, aí fica perdida quando a consequência vem. 

_ Eu não espero meu problemas passarem sozinhos. 

_ Não, claro que não, você pede a ajuda de um roqueiro decadente e dá super certo.

_ Jay, eu sei que eu mereço, mas estou te pedindo. Não fala assim.

_ Como eu devo falar? Espera que eu te abrace e diga que vai ficar tudo bem? Você me traiu, Aurélia. No pior momento possível, você abriu as pernas para outro homem para não ter que lidar com a nossa vida. Vulgar, covarde, dissimulada! - ele falava sem se alterar, magoado, não furioso. Eu deixava as lágrimas caírem em silêncio. O pior era concordar com cada vírgula do que ele dizia. Eu era tudo aquilo e muito mais.

_ Continua... - respondi quase inaudível. _ Se te faz sentir melhor, pode falar tudo o que está guardado.

_ Eu não vim aqui te ofender, nada disso importa mais. Precisamos falar com as crianças e decidir algumas coisas práticas. 

_ O que você decidiu?

_ Não fui bem eu. Erica resolveu que é melhor manter a coisa fora dos holofotes até o lançamento do nosso filme.  Vamos ter que ir juntos aos eventos de pré lançamento, divulgação, entrevistas... parece que o público adora nos ver como um casal, então, pelo bem da produção, vamos manter as aparências.

_ Você concorda com isso?

_ Somos a cara da franquia. Que eu me lembre, você sempre esteve disposta a abrir mão de muita coisa pelo sucesso do filme. Se você está, eu também estou.

_ E se você se lembra, não consegui desistir do que devia.

_ As coisas mudaram. Espero que não seja um problema para o DD, manter a relação de vocês em segredo.

_ Não existe relação com o DD. - Ele nem mudou a expressão.

_ Ótimo, isso facilita tudo. Agora, acho que você deve lavar o rosto e se recompor para conversarmos com as crianças.

_ O que vamos dizer a eles?

_ Que estou saindo de casa, mas que estaremos juntos sempre que possível. Apesar de não poder exigir nada legalmente, espero que você não tire os dois da minha vida. Pensei em pegá-los na escola três vezes na semana quando estiver em Los Angeles e nos fins de semana. Consegui um apartamento maior no condomínio do Josué. Aluguei em nome dele para não chamar a atenção. Sendo no mesmo prédio, fica mais fácil justificar nossa presença lá. Vamos ficar confortáveis, mas Thor vai ter que ficar aqui até eu achar um lugar mais definitivo.

_ Se estiver tudo bem para você e para eles, por mim, fica combinado assim. 

_ Imaginei... as providências legais quanto ao divórcio, só podemos dar entrada depois do lançamento, mas já queria deixar combinado como vai ser para o processo correr o mais rápido possível. - ele mantinha aquele tom adulto profissional que não combinava com aquele jeito doce impossível de disfarçar.

_ Sobre isso...

_ O que tem?

_ Somos casados no Brasil, não sei se o trâmite pode correr de acordo com a lei daqui.

_ Tanto faz, é só um papel. - Doeu ouvir isso.

_ De qualquer forma, prefiro que combinemos tudo em reunião com a Talita, num outro momento. Eu realmente não quero falar de dinheiro e logística agora.

_ Ótimo! Vamos adiar. Recomendo que se recomponha, a conversa com os meninos não pode mais ser adiada.

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