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Capítulo 2 - Folhas ao vento

Era perto das 9h, quando paramos as gravações e tomamos o caminho para a casa dos meus pais. Estávamos gravando desde as 5h da manhã, todos estávamos exaustos. O restante da noite seria usado para figurantes e dublês fazerem suas cenas.

_ Tudo bem se Bela for jantar em casa com a gente? - Jay perguntou quando terminávamos de pegar nossas coisas.

_ Por que tenho a sensação que você já a convidou?

_ Porque você me conhece melhor que eu - respondeu me dando um beijinho ainda sujo de maquiagem. - e sabe o quanto aquela desmiolada precisa de nós.

_ Você está começando a falar igual à minha mãe, sabia? E, tudo bem a sua "amiguinha" nos acompanhar no jantar. - respondi sem muita convicção.

_ Não fala assim, 'minha amiguinha'. Só estou tentando ajudar a menina.

Saímos assim que o carro chegou. Em casa, o jantar estava servido e as crianças começavam a comer na varanda dos fundos. Agda e os filhos gêmeos também estavam lá. Meus pais viajavam há quase um mês e deixaram a casa para nós. Agora, com a chegada dos meninos, nem parecia uma viagem de trabalho. Era como estar mesmo em casa. 

_ Meus bebês, que saudade! Como estava Orlando?

_ Quente e cheia de brasileiros, como todo agosto. - Pedro respondeu entediado.

_ Na próxima vez, não deixo vocês irem, então.

_ Ei, eu nem falei nada! Nem ligo que o parque fique cheio de brasileiros. Até gosto de fingir que não entendo o que eles dizem. - Victor respondeu risonho.

_ Vocês dois estão lembrando que nasceram aqui, né? E três vezes por ano, no mínimo, vêm visitar a vovó. Ninguém nessa mesa teve ancestrais no Mayflower, vamos deixar de bobagem. 

_ A gente sabe, mãe. Tava brincando. - Pedro respondeu envergonhado. Era estranho pensar que tinha medo que eles sofressem preconceito na escola por serem imigrantes, o que nunca aconteceu. Foram muito bem recebidos e eram convidados para tardes de brincadeiras, festas de aniversário e até para viajar com a família dos colegas. Agora eles começavam a negar as próprias origens. Teria que trabalhar duro para tirar isso da cabeça deles. Ia emendar um sermão quando Jay entrou na varanda.

_ Pai amigão! - Victor levantou da mesa se pendurando no padrasto, quase o derrubando.

_ Cara, você está grande, não dou mais conta do seu peso! - ele responde rindo e abraçando forte o garoto que cresceu uns 15 centímetros no último ano. Aos 10, os gêmeos estavam ainda mais diferentes um do outro.

_ Oi, pai Jay. - Pedro o cumprimentou com um abraço bem mais contido.

Sentamos todos e, durante o jantar, Bela fazia mil perguntas a Jay sobre o seu desempenho na produção, pedia dicas, comentava sobre a equipe... Vez ou outra dirigia algum comentário a mim, que respondia com um sorriso ou aceno de cabeça. Estava cansada demais para ser legal com ela. A bebida atirada no vestido durante o nosso primeiro encontro já estava mais que compensada. Não precisava morrer de amores pela mocinha. Ela contava de um desentendimento com outra atriz quando resolvi mandar os meninos para a cama, tirar os pratos e colocar a louça na máquina. Josué me seguiu. Não desgrudava de mim desde a conversa da tarde.

_ Não vai falar logo com ele?

_ Não vou competir com a matraca. Na hora de dormir vamos ter privacidade. Espero.

_ Você está bem?

_ Tive umas duas vertigens, mas nada muito diferente do que tenho sempre.

_ Teve vertigem, meu bem? Acho que está trabalhando demais. - Jay entrou na cozinha carregando uns pratos de sobremesa que haviam ficado para trás.

_ Nada para se preocupar. Bela ficou sozinha na mesa?

_ Agda está com ela. Impressionante o quanto se parecem.

_ Afff, nem quero ver.

_ Trouxe uma coisa para você. - avisou e tirou da geladeira uma garrafa de cerveja de trigo argentina, tão gelada que estava embaçada.

_ Pra te ajudar a relaxar. Afinal, ainda temos dias longos pela frente. Por que não toma um pouquinho antes de ir para a cama? - sugeriu, dando um beijinho no pescoço que me arrepiou inteira.

_ Dá pra pararem com a pegação? - Josué reclamou e nós o ignoramos solenemente.

_ Excelente ideia. Sua visita demora a ir?

_ Espero que não. Só temos mais um detalhe a tratar e ela já vai.

_ Vou tomar um banho e te espero lá em cima. - trocamos um beijinho e ele voltou à mesa.

_ A cerveja é uma boa ideia, dona Aurélia? - Josué me olhava com cara de bedel.

_ Só um golinho. Não vai fazer mal nenhum.

_ Vou ali avisar o bofer que você está tentando embriagar o bofinho em potencial.

_ Que bofinho em potencial? - Agda perguntou surpresa. - Tem bebê a caminho?

_ Shhhhhh! - Josué respondeu e eu coloquei a mão na boca dela.

_ Jay ainda não sabe. Agradeço se continuar assim. Vou falar na hora de dormir.

_ bom, minha boca é um túmulo. É um só dessa vez?

_ Ainda não sei. Prometo te manter informada se mantiver sua boca fechada.

_ Own, mais um sobrinho! Já tem até apelido: Bofinho. Adorei!

_ Você é impossível! Posso contar que vão guardar segredo por mais duas horas?

_ Prometido. Agora, dá essa cerveja aqui. Você vai passar um bom tempo sem ela.

Contrariada, entreguei a garrafa e subi para o quarto. Só então pude deixar fluir todas as emoções que tomavam conta de mim desde o começo da tarde. Tudo tão diferente da primeira vez! Estávamos tentando engravidar desde poucos meses depois do casamento. Todos os exames em ordem, muito treino, mas simplesmente não acontecia. Algumas semanas atrás, resolvemos deixar para lá e agora dois risquinhos me davam a notícia que eu esperei tanto para receber. Feliz, assustada, preocupada e um tiquinho frustrada por ainda não ter dado a notícia ao pai, tirei a roupa em frente ao espelho. Claro que não esperava ver barriga nenhuma. Acho que esperava lembrar de como exatamente eu parecia quando recebi o melhor presente que poderia desejar agora. Quando os gêmeos vieram, tudo era mais cinzento. Eu vivia um casamento ruim com uma pessoa pior ainda e tudo o que eu não queria era um vinculo eterno com aquele homem. Claro que fiquei feliz e apaixonada desde o primeiro segundo em que soube que seria mãe, mas junto com a felicidade veio o peso de construir uma família com alguém por quem eu sentia apenas medo. Agora, essa nova criança vinha para coroar um momento tão precioso na minha vida, que o medo era outro. Medo de não saber lidar com tamanha felicidade e acabar estragando tudo. 

_ Prometo que vou ser a melhor mãe possível para você. Promete ter paciência comigo? - sussurrei para aquele serzinho ainda disforme a já tão amado.

Deitei depois do banho e dormi segundos depois. Mal percebi a movimentação de Jay chegando para se deitar, ignorando quanto tempo havia se passado. Só me aconcheguei ao peito dele e acordei horas depois, com sol no céu e uma náusea insuportável. Só depois de vomitar suco gástrico, tomei um banho quase frio e vi um bilhete no suporte das escovas de dente.

"Não há motivos para você ir muito cedo, descanse um pouco e nos vemos no set.

                                                                Amo você."

Lancei uma mistura de careta e sorriso para o bilhete. Desci e encontrei a casa já acordada, quase às 9h. As quatro crianças à mesa do café comiam, sendo ignorados por Agda, com a cara no celular.

_ Mãe, queria ir visitar o meu pai com a vovó Antônia - Pedro veio com aquele olhar pidão que só ele era capaz de fazer.

_ Seu pai já disse que não quer você lá. E dessa vez eu concordo com ele. Presídio não é lugar para criança.

_ Mas mãe... -ele já queria chorar.

_ Faz um video, uma carta... sua avó dá um jeito de entregar a ele. Meu amor, daqui a pouco ele sai de lá, prometo que vocês vão passar bastante tempo juntos. - ele só assentiu e eu suspirei. Odiava aquela situação toda.

_ E aí, qual foi a reação do Jay ao saber? - Agda perguntou, olhando para mim pela primeira vez desde que entrei na sala. Quis crer que ela nem estava nos ouvindo.

_ Saber do que mãe? - ouvi dos dois sem ideia do que responder.

_ Nada, meninos. Nem conversei com Jay ontem à noite direito.

_ Você não contou? - ela insistia na indiscrição e eu queria estrangular minha prima. Até os filhos dela já estavam irritados e saíram da mesa.

_ Contou o que, mãe? Você nunca foi de esconder as coisas da gente. Vai começar agora?

_ Que vocês vão ganhar um irmãozinho. Estou sabendo desde ontem à tarde e ainda não consegui contar ao Jay. - Victor arregalou os olhos, surpreso, e deu um sorrisão, seguido de um abraço na altura da minha cintura. Pedro me olhou desconfiado.

_ Como isso foi acontecer?

_ Você está cansado de saber como isso acontece. Devia estar feliz por se tornar irmão mais velho.

_ Que nojo! - declarou, deixou o resto de misto quente no prato e subiu correndo.

_ Muito obrigada, Agda.

_ O que foi que eu fiz? Relaxa que essa revoltinha tem muito mais a ver com o Rodrigo que com você. E talvez ele fique bravo com o 'pai amigão' por um tempo, por estar traçando a mãe dele e agora vocês terem uma prova disso. Agora come alguma coisa e vai trabalhar. Faça o favor de não ir adular o mini adolescente que você tem em casa.

_ Vou chamar o Uber. Não estou a fim de dirigir. Nem quero comer nada que tem nessa mesa.

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