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Capítulo 12 - Espiral


Três homens jovens, magros, usando bermudas e regatas de uma marca para surfistas, estavam dentro da joalheria portando armas grandes. Agarrei o caderno em frente à barriga por instinto, com a respiração entrecortada. Só consegui me mover quando o cano do fuzil me empurrou para o canto da loja, junto com os outros clientes e vendedores. Sentados no chão, assistimos enquanto eles tiravam tudo das vitrines e empurravam o gerente para os fundos, onde supus estar o cofre. Notei o movimento discreto de uma das vendedoras e orei mentalmente para que só eu tivesse percebido que ela acionou o alarme. O barulho das sirenes pouco minutos depois, provocou a ira dos assaltantes, que baixaram as portas de metal e apontaram armas para todos nós. Só conseguíamos ver o lado de fora pelas pequenas aberturas ovais espalhadas por uma das portas.

_ Quem foi o filho da puta? Vai morrer todo mundo!

_ Pode ter sido alguém lá de fora, moço. A gente está colaborando. - um homem grisalho de olhos azuis falava tentando acalmar o assaltante mais alterado.

_ Cala a boca, doutor! Quem manda nessa merda aqui sou eu. Tu só fala se eu mandar! - berrou acertando a coronha da arma ao lado da cabeça do homem, que caiu desacordado.

Senti uma contração leve com o susto, e respirei fundo, tentando não piorar as coisas. Agda segurava a minha mão com força e mantinha uma calma invejável. Sussurrou perguntando se eu estava bem e eu confirmei, tentando não encarar nenhum dos homens armados que negociavam aos gritos com a polícia. Exigiam dinheiro que sumisse todo mundo dali para eles poderem sair. Eu tinha quase a certeza que eles não chegariam a um acordo. O homem desacordado a poucos metros de mim me causava arrepios e mais uma contração me deixou em alerta.

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O calor estava insuportável dentro da loja desde que desligaram a energia e o ar condicionado parou de funcionar. Sentada no chão há horas, sentia as pernas dormentes e as contrações aumentarem. O líder, que agora eu sabia se chamar Valdo, segurava a vendedora com a arma apontada para sua cabeça. A moça chorava, e ele continuava berrando através das pequenas aberturas ovais da porta de metal. As negociações não evoluíam. Muitas sirenes e curiosos do lado de fora podiam ser ouvidos por nós. O homem que levou a coronhada mais cedo acordou e se juntou a nós, visivelmente abalado. Eu tentava ignorar a cólica crescente, mas começava a entrar em pânico. O medo que algo acontecesse à minha menina, começava a tomar conta. Agda notou a minha palidez e questionou de novo se eu estava bem. Apontei para a barriga e ela fez sinal de positivo com a cabeça, olhando para o bandido mais próximo de nós, pensando em algo a fazer. 

_ Senhor! Senhor, por favor! - ela tinha a voz tranquila, centrada. Mas eu percebi o que ela faria e quis impedir. Acabei não fazendo nada e apenas torcendo que tudo ficasse bem.

_ O que foi, vagabunda? Já avisei que só é pra falar se eu mandar.

_ Sim. senhor. Desculpe a ousadia. - ela mantinha a calma e eu me perguntava de onde minha prima mais nova tirava tanto sangue frio. - Mas a minha prima está grávida. Acho que seria muito bem visto se vocês a libertassem na frente, antes que aconteça algo mais grave. Acho que vocês não querem uma mulher grávida para comover as pessoas contra vocês. 

_ Vai sentar lá antes que eu te enfie a mão na cara. - ela obedeceu, deixando cair a máscara de calma inabalável por um momento. - Tu tá grávida? - ele se dirigia a mim e eu contive a tentação de responder que era meio óbvio. No lugar disso, apenas confirmei com a cabeça baixa.

_ Sim, senhor.

_ Tu é mulher de televisão? Acho que já te vi na novela.

_ Não, senhor. Nunca fiz novela, nem trabalhei na TV.

_ Eu já te vi antes. Qual o teu nome? - por um momento, pensei em mentir.

_ Aurélia Silva. Não sou famosa. - tive a certeza que devia ter mentido quando ele tirou um celular, mais caro que o meu, do bolso da bermuda e digitou meu nome. Senti as entranhas se contorcendo e mais uma contração. Agora bem mais forte que as anteriores. _ Olha aqui, Valdo. Bora trocar a refém. A madame aqui vive na Caras - eu nunca estive na Caras, mas ele ostentava uma foto do nosso ensaio para a Gap feito meses antes. Na imagem, Pedro estava nas costas de Jay, tentando agarrar uma bola de futebol americano que o padrasto segurava no alto, e Victor jogava no celular, encostado na minha barriga. Todos nós usávamos camiseta branca e calça jeans. Por um instante, a memória daquele ensaio de meses antes veio com toda a força.

Chegamos ao estúdio logo depois de pegar as crianças na escola. O fotógrafo, com quem Jay havia trabalhado algumas vezes desde criança, nos explicava o conceito das fotos, que pretendiam nos mostrar bem à vontade, como se estivéssemos mesmo em casa. Foi quando Victor pegou o celular e começou a jogar, com o argumento que era o que costumava fazer em casa. O homem deu uma risada e começamos o ensaio a partir daí. Até a imagem capturada quando brigava com Victor para largar o aparelho foi usada na campanha. Foi uma tarde cheia de interação, risadas e muito, muito amor.

Antes que piscasse, estava de volta ao ambiente escuro e bem menos acolhedor que aquele. O rapaz, que devia ter uns 19 anos, no máximo, me agarrou pelo braço e eu logo estava sob a mira da arma. Agda ainda tentou impedir, já sem a calma simulada de antes e o estampido do tiro me deixou surda por algum tempo. Minha prima sangrando no chão me fez parar de respirar. Só fui tirada do choque ao sentir um líquido viscoso escorrendo pela minha calça e a dor de uma contração ainda mais forte que a anterior, parecia me partir ao meio.

_ Tentou mentir pra gente, né tia. Melhor ficar esperta se não vai fazer companhia para a vagabunda ali no chão.

_ Eu não menti para vocês. - minha voz quase não saiu, mas eu precisava manter a comunicação. _ Eu nunca trabalhei em TV, nem sou famosa. Fizemos essas fotos, só isso. Meu marido é conhecido, mas nem está no Brasil. Quero ajudar vocês. 

_ Ajudar em que, tia? Preciso da sua ajuda não. Fica quietinha, que tá na hora da sua estrela brilhar. 

Ele voltou a berrar para os policiais do lado de fora. Continuava exigindo dinheiro e que eles sumissem para a quadrilha poder fugir. A dor ia e vinha. Pela vitrine, vi o sol se pôr, tremendo pela dor e pelo medo. Agda estava acordada, o que trouxe alguma alívio, apesar do sange espalhado na blusa dela. Evitava olhar para fora, mantendo a conversa calma com o rapaz, quando a dor das contrações não me impediam de falar. Eles me deram uma cadeira quando notaram que eu não me aguentava mais em pé. As negociações não evoluíam e estava ficando impossível conter as lágrimas de medo, dor, cansaço, fome e preocupação. O rapaz também começava a fraquejar depois de quase o dia todo naquele lugar, quando escutamos um barulho forte na parte de trás da loja. Antes que nos déssemos conta, a joalheria estava lotada de policiais que renderam os  comparsas do homem que me mantinha sob a mira da arma. Os outros reféns foram tirados dali e ele me usou como escudo humano, me segurando pelo pescoço e apertando aquele cano contra a minha cabeça. O cheiro de sangue empesteava o lugar, uma contração particularmente forte veio e não suportei mais, senti o corpo desfalecer.  Assim que meus joelhos bateram no chão, o estampido de mais um tiro encheu meus ouvidos.


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