EPÍLOGO
TRÊS ANOS DEPOIS
— Filha, a casa de vocês ficou tão linda! É tão a cara de vocês. Estou muito feliz! - minha mãe exclamava estasiada, enquanto eu pendurava as chaves no porta-chave.
Naquele momento, me lembrei do pedido de casamento que Nick fez em nossa formatura. É claro que eu aceitei, e fiquei bem brava depois de descobrir que todos sabiam, menos eu. Passei o polegar em meu anel de noivado, que mais tarde, seria substituído por uma aliança dourada.
Eu optei por me arrumar na minha futura casa. Quer dizer, a minha casa e de Nick. Trabalhando muito - Nick agora era apresentador de um programa musical e eu, editora-chefe da revista -, e com a ajuda dos meus pais e da avó de Nick, nós conseguimos comprar a nossa própria casa. Ela ficava num condomínio entre a casa de meus avós e a casa da avó de Nick, o que deixou todos satisfeitos.
Depois de algumas reformas ela finalmente estava do jeito que tanto sonhamos. Acompanhando o meu gosto por coisas simples, nossa casa tinha o estilo minimalista. Ela era de dois andares, branca, e as janelas eram de vidro azulado, o que denotavam à ela a sensação de uma modernidade simples. Levei o menos é mais para a decoração, com cores pouco chamativas como o gelo e o bege, e os ambientes eram amplos e despojados.
A minha intenção era criar espaços tranquilos, harmônicos e funcionais, livre de detalhes irrelevantes e objetos desnecessários - e tudo ficou exatamente como eu queria. Nós havíamos trago nossos pertences naquela semana, e após voltarmos da lua-de-mel em Santa Lúcia, no Caribe, nossa casinha estaria lá, nos esperando.
O casamento seria realizado na casa (leia palácio) da avó de Nick. Ela insistiu para que nos casássemos no jardim, e nós acabamos cedendo. Eu havia insistido para que tudo fosse simples, mas da última vez que vi os planos de Margareth, haviam muitas flores, cadeiras elaboradas e um altar composto por um arco todo de girassóis. Pelo menos seria a nossa flor favorita.
Saí de meus devaneios quando a campainha tocou: era a equipe de beleza que Margareth havia contratado: hairstylist, manicure e maquiador. Eu não tive escolha a não ser aceitar, mas havia exigido que tudo fosse minimalista e simples - eu não queria parecer um palhaço no meu casamento.
Nós nos casaríamos ao entardecer, com a presença de todos os nossos amigos e familiares. Audrey e Lily seriam nossas madrinhas, assim como Ethan e Cody. Eles foram mais que presentes nesses últimos anos, e quando Audrey e Ethan se casaram ano passado, nós também fomos padrinhos.
Audrey era uma artista independente, muito premiada e com obras incríveis. Ethan era assessor do governador da Califórnia, e a felicidade dos dois havia triplicado quando souberam que iriam ser pais da Alice. Lily e Cody também estavam noivos. Ela trabalhava num laboratório químico renomado, e ele tinha seu próprio escritório de advocacia.
Meus avós continuavam saudáveis e meu coração se apertava um pouquinho em saber que eu não iria mais morar com eles, mas cá entre nós - eu já estava com 25 anos nas costas, já era hora de sair! Mas a saudade amenizava quando eu pensava que minha casa era pertinho da deles.
Meus pais e eu continuávamos muito amigos e confidentes, e eu até gostava da nova namorada do meu pai. Minha mãe era uma solteirona convicta, mas eu sabia de vez em quando ela tinha seus momentos de diversão. Eca.
Nós tínhamos nossos problemas, é claro. Mas eram problemas cotidianos que me faziam ser feliz nos pequenos detalhes. Eu amava meu trabalho, amava Nick e tinha todas as pessoas mais importantes pra mim por perto. Eu tinha sorte, e minha felicidade era iminente.
* * * *
Finalmente eu estava pronta. Meu cabelo estava semi-preso num penteado simples, e envolto numa tiara de brilhantes que minha avó usou em seu casamento. Minha maquiagem estava simples, porém bonita, e um longo véu se estendia sob o vestido de renda, que era justo ao corpo até a coxa e logo abaixo abria-se numa pequena cauda.
— Você está maravilhosa, filha! Acho que vou chorar - minha mãe falou, e eu fiz beicinho.
— Não faz isso, se não eu vou chorar também! - falei, enquanto meu pai bateu na porta e entrou.
— Ai meu Deus! Você está igual uma princesa. Eu nem acredito que minha filha está se casando - meu pai falou, emocionado.
— Vamos logo para o casamento antes que a minha maquiagem vire lenda! - falei rindo, me levantando e segurando a barra do vestido para não tropeçar.
Entrei no carro do meu pai, me ajeitando para não amassar o vestido, e minha mãe sentou-se no banco do carona, ao lado do meu pai. Estávamos indo para, provavelmente, o dia mais feliz da minha vida.
Chegamos até a fachada da ex-casa de Nick, e alguns convidados ainda chegavam, apesar de a cerimônia estar marcada para 15 minutos antes. Mas toda noiva atrasa mesmo, eu também tenho esse direito. Minha mãe saiu e foi verificar com o cerimonial se tudo já estava pronto para que eu pudesse logo entrar. Eu não entendia porque eu tinha que esperar, já que só Nick, os padrinhos e meus avós iriam entrar - eu tinha optado por algo simples e intimista.
— Como se sente? - meu pai perguntou, sorrindo.
— Nervosa, um pouco enjoada... Mas muito, muito feliz. - falei, sorrindo.
— Eu gosto muito do Nicholas, sabe... Um homem de verdade. Daqui alguns minutos, quando eu passar seu braço à ele, tenho certeza que estarei entregando meu bem mais precioso para a pessoa certa. - ele falou, dando indícios de que ia chorar.
— Pai, não, por favor... Eu não quero chorar! - falei rindo, levantando minha íris para não chorar.
Minha mãe então voltou, animada.
— Está tudo pronto, filha. Chegou a hora! - ela falou, abrindo a porta do carro para que eu saísse.
Saí do carro contando com a ajuda de meus pais - eu não sabia que vestidos de noiva eram tão pesados! - e fomos caminhando até o jardim, onde a cerimônia seria realizada.
Quando avistei tudo aquilo... Eu tive que lutar bravamente contra a minha vontade de chorar. Familiares que eu não via já a algum tempo estavam presentes, cadeiras brancas se estendiam por todo o jardim, e toda a ornamentação era de girassóis - e o tapete que me levaria até o altar, era da cor das pétalas do girassol. Eu só sabia sorrir.
Nick me esperava no altar e sua mão estava sobre a boca quando ele me viu. Eu ri quando vi que seu smoking era azul, minha cor favorita. Ethan e Cody usavam ternos pretos, e Lily e Audrey (que estava com um barrigão, esperando a minha afilhada Alice) usavam vestidos azuis, combinando com Nick.
Quando cheguei no início do tapete, apertei o braço de meu pai e ele sorriu para mim. Todos se levantaram e sorriam; eu me dividia entre sorrir e chorar. Caminhamos lentamente até perto do altar, e Nick veio ao nosso encontro. Tirei então meu braço que estava entrelaçado ao do meu pai, e passei-o para o braço de Nick, que tinha uma expressão de quem estava segurando para não chorar.
— Você está incrível, amor. - Nick falou baixinho enquanto caminhávamos até o juiz (preferimos fazer a cerimônia e o casamento no civil ao mesmo tempo, e o juiz, que era amigo de Cody, também faria a cerimônia). Nos ajoelhamos nas almofadas e apertei a mão de Nick, pronta para ouvir uma grande explicação sobre amor, fidelidade e confiança.
* * * *
O juiz falou por poucos minutos, e após assinarmos os papéis - que mudavam meu nome para Grace Hyland Holt, e alterava o meu estado civil perante a lei para 'casada' - chegou a hora dos votos. Nick, aparecido como sempre, preferiu fazer os dele primeiro.
Enquanto o juiz segurava o microfone próximo da boca de Nick, ele falou.
— Estava me lembrando como tudo que começou, a imensa felicidade que senti. Você me completa em todas as formas, de todos os jeitos, com todos os tipos de felicidade possíveis. Não existe vida longe do teu amor, não existe vida longe de você. Te quero ao meu lado, para sempre e mais se nós for possível. Grace Hyland Holt, eu te amo e será assim por toda a eternidade. - e então ele colocou a aliança dourada na minha mão esquerda.
Agora era a minha vez. Eu estava nervosa!
— Foi um milagre encontrar a paz e a felicidade que você tem me dado. Eu olho para você e vejo meu melhor amigo. Sua energia e dedicação me inspiram de formas que eu nunca imaginei serem possíveis. Sua beleza interior é tão forte que eu não tenho mais medo de ser eu mesma. Eu não temo nada. Nunca pensei que iria encontrar alguém para amar que me amasse incondicionalmente. Nicholas Holt, eu te amo, para sempre. - falei, também colocando a aliança em sua mão esquerda.
Todos aplaudiam e ovacionavam, e o juiz finalmente falou:
— Pode beijar a noiva.
Nós nos beijamos, e parecia como se fosse a primeira vez. O mesmo frio na barriga, a mesma vontade de estar perto. Cinco anos depois, eu ainda me sentia como a pessoa mais sortuda do mundo por ter Nick ao meu lado. E eu sabia que seria assim até o fim de nossas vidas.
THE END
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