- Always -
Depois de comermos no Burguer King, percebi que a sugestão de Audrey de levarmos biquínis não havia sido má ideia. Como havíamos almoçado na filial do shopping de San Diego, passamos no banheiro e vestimos nossos biquínis.
Voltamos correndo para o estacionamento e fomos em direção à Pacific Beach. Já era por volta de 13hrs quando chegamos na praia, e por mais que fosse sábado, não havia um grande número de pessoas por lá. Estendemos nossas toalhas na areia e enquanto eu e Lily estávamos afoitas para entrar na água, Audrey preferiu tomar sol primeiro.
Corremos em direção ao mar e somente quando meus pés tocaram a água eu parei de correr. Eu e Lily fomos pulando as ondas gradativamente até que chegamos à uma profundidade que quase chegava aos nossos ombros.
—Eu amo essa praia! - Lily gritou para que eu ouvisse, já que o vento era constante em Pacific Beach.
— Eu também! Pra mim ela é a melhor - eu disse, sorrindo.
— Grace, já sabe o que vai fazer quando descobrir quem é ele? - Lily perguntou, e pude perceber que sua expressão tornou-se séria.
— Ainda não pensei muito nisso. Quer dizer, eu gosto dele sem ao menos saber quem ele é! Talvez isso mude quando eu o conhecer, mas acredito que ele é uma pessoa que eu gostaria de ter por perto. - eu disse, e esbocei um leve sorriso.
— Nós crescemos assistindo e lendo sobre histórias de amor e você, que nunca acreditou nele, parece que estar prestes a dar de cara com tudo o que não acredita! - Lily ria e tinha uma expressão que parecia me dizer "bem feito!"
— Muito engraçado! - eu ri e joguei um pouco de água em direção à ela.
— Ah, é assim?! - Lily começou a jogar água em mim e eu ria tanto que quase afundei.
Ficamos mais alguns minutos na água e logo após voltamos para a praia.
Quando estávamos quase chegando, me deparei com Ethan e Audrey conversando na areia, e ambos riam muito numa sintonia que eu invejei.
— Shippo! - eu disse, e ambos olharam para mim assustados, como se estivessem fazendo algo proibido. Safadinhos.
— Oi meninas! Eu vim surfar um pouco e acabei encontrando a Audrey aqui - ele apontou com o queixo para a prancha de surf, e nós apenas concordamos.
Lily pegou sua carteira e rapidamente me puxou. — Grace, vamos ali comigo comprar um sorvete? - É claro que estávamos velando, e eu nem me dei o trabalho de responder, já indo em direção à barraca de sorvetes.
Pedimos nossos sorvetes e vez ou outra eu olhava se ele ainda estava lá, e notei que eles conversavam animadamente.
— Eu acho que ela gosta dele - Lily falou, também olhando para ambos.
— Eu também acho! Desde o dia que ele chamou ela pra dançar no Burn's, ela tem uma queda por ele.
— Mas isso é porque você não tem passado tanto os intervalos com a gente. Volta e meia quando ele passa ela fica encarando, e já vi diversas vezes ela rindo que nem idiota quando ele manda alguma mensagem - Lily tinha um sorriso debochado nos lábios.
— Audrey é tão cabeça dura... - falei, pensando nas diversas oportunidades que ela já havia perdido por ser tão durona.
— Eu sei, mas acho que ela ficou na defensiva com ele depois do dia que ele deu um soco no Cody. Ela deve ter pensado que foi por sua causa, e que talvez ele tivesse certo interesse em você... - então ela deixou uma questão no ar, que eu rapidamente fiz questão de anular.
— De jeito nenhum! Ethan é só um amigo, de verdade. Passamos algum tempo próximos por causa do Grêmio e ele nunca esboçou nenhum interesse, te garanto - eu disse rapidamente, tentando pensar em alguma ocasião que talvez Ethan tivesse demonstrado algo, mas não me lembrei.
Enrolamos mais um pouco e só quando vimos Ethan ir em direção ao mar foi que voltamos para perto de Audrey.
— Eu vou matar vocês! Além de me deixarem sozinha aqui, compram sorvete e nem trazem pra mim! Ingratas! - ela disse, forçando uma expressão de raiva.
— Fala que você não gostou de ficar aqui sozinha com aquele gatinho? Heinnn? - eu disse, tirando sarro dela, que apenas gargalhou de volta.
Mudando completamente o assunto, Lily se pronunciou:
— Meninas, o baile já é sábado que vem então eu vou marcar manicure para nós três, e todas vamos arrumar juntas. Pode ser?! - ela perguntou, em expectativa.
— Claro! Tenta marcar pela manhã, que aí vamos todas juntas e depois vamos para minha casa nos arrumar - eu disse, colocando a mão sob meus olhos, tentando afastar a luz do sol.
— Com uma condição! - Audrey falou, e eu apenas fiz uma expressão de interrogação. — Que sua avó faça aquela lasanha di-vi-na para nós almoçarmos!
— Você não poderia ter pensado em uma condição melhor, garota! - eu respondi, e todas nós gargalhamos.
* * * *
Abri a porta de casa e notei que minha avó estava sentada no sofá assistindo à TV. Deixei minha bolsa na poltrona e me deitei no sofá que ela estava, colocando minha cabeça em seu colo.
— O que foi minha querida? - ela tinha uma expressão preocupada no rosto.
— Vó, eu posso te fazer uma pergunta?
— Claro Grace! - ela disse, com o rosto impassível.
— A senhora acredita no amor? É porque você sabe como meus pais são...
Sua expressão se aliviou e ela abriu um largo sorriso.
— Você mora com dois velhos que estão há quase 50 anos juntos e me pergunta se eu acredito no amor, Grace? - e ela deu uma risadinha. — Eu entendo que seus pais são complicados, mas você não pode odiar todas as rosas porque o espinho de uma delas te feriu.
— Filosofia de bêbado, vó? - eu disse com a expressão desconfiada, e ela gargalhou.
— Não, querida. O amor é como a chuva: é o resultado de um processo que pode ser rápido ou demorado. Em algumas ocasiões a chuva pode ser uma benção, mas em outras, quando ela é intensa demais, pode causar tragédias. O que dita isso é o processo que a criou, assim como no amor: a maneira que cultivamos o sentimento diz se ele é uma benção ou uma tragédia.
— Então a senhora está admitindo que o amor é uma tragédia? Viu só?! - eu disse, me vangloriando.
— Não exatamente. O que diz se ele será uma tragédia é a maneira como reagimos quando ele chega em nossa vida. Na maioria das vezes é algo avassalador que nem todo mundo consegue entender. Mas você é uma mulher esperta, tenho certeza que quando encontrá-lo saberá fazer a coisa certa. - e então ela sorriu.
— Eu espero, vó...
* * * *
Meu corpo inteiro ardia por causa do sol. Eu devia ter passado protetor solar... Estava resmungando para mim mesma quando recebi uma mensagem de Loverboy:
"Você é como um sonho que pouco a pouco tem tornado-se real.
Sábado às 19:30h um motorista irá te buscar,
e eu prometo tentar fazer todo o possível para que sua noite seja incrível, assim como você é.
Boa noite, Grace.
- Loverboy"
Eu não sabia como, mas, lá no fundo, eu sabia que realmente seria incrível.
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