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Sob a luz da lua

ALICE SALTZMAN

— Mas você não pode estar falando sério, castrozinho.— Vince faz careta quando descemos do Uber, bem perto do colégio. Sacudo o celular para ativar a lanterna quando o carro se afasta e aponto para o chão— Eu já não gasto tempo o suficiente aqui?

— Para de choramingar e vem comigo, Vince.— pesco sua mão e o puxo na direção da escola que passamos boa parte de nossas vidas, mas tem uma parte dela que eu sei que ele nunca foi porque supostamente nenhum aluno deveria ir, mas Lorenzo já me levou lá milhares de vezes.

Arrasto Vincent para os fundos do ginásio e nós dois paramos ao ver a porta trancada com cadeado e correntes.

— Ótimo, me arrastou para um beco sem saída, sabe, o encontro no cinema seria bem mais seguro, pelo menos nós sabemos quando eles fecham.

— Não enche, Vince.— o estendo o celular para que ele segure a lanterna e fico na ponta dos pés para pegar a chave que o zelador sempre deixa encima do batente — que cara amável.

Com a porta destrancada, as correntes são quase inúteis, deixando um espaço estreito onde pessoas magricela com Vincent e eu podemos passar sem problema algum.

— Não estamos apenas infringindo algumas regras da escola, também é crime isso aqui.— ele me falava enquanto me seguia escadas acima, guiados apenas pela minha lanterna— Sabe qual? Invasão de propriedade.

— Ora, que gracinha ele com medinho de ser pego.— debocho tateando cegamente a maçaneta da porta seguinte que daria no terraço— Quem é você e o que fez com meu melhor amigo? O Vincent que eu conheço não é medroso.

— Ah, não? Eu não sou medroso desde quando? Eu nasci chorando de medo, minha querida, chorando!— ele fala como se isso lá fosse um argumento. Eu reviro os olhos rindo e abro a porta. O vento frio me faz estremecer de pura agonia, mas eu dou um passo a frente e minha bota faz barulho contra as pedrinhas pequeninhas que cobrem o chão. Apago a lanterna e lentamente meus olhos se adaptam à fraca luz da lua, escondida por nuvens grossas que provavelmente vão se voltar contra nós em breve.— Isso era para ser romântico? Não tem estrelas no céu de cidade grande, Alice.

— Eu posso te empurrar daqui de cima, sabia?— o puxo para perto da caixa d'água e o solto— Aposto que você morre, aí finalmente eu terei paz.— comento e pego impulso sobre a caixa d'água e pulo para me sentar. Vincent me imita com seu jeitinho atrapalhado e eu sorrio o assistindo jogar a perna encima do concreto antes de conseguir rolar para o meu lado.

— Até parece— ele grunhiu e ofegou com o esforço que estava fazendo— você sabe que eu viria te assombrar que nem o exorcista lá.

— Insuportável.— cantarolo o puxando pelas roupas para que se sente do meu lado.

— Eu sei que você ama esse insuportável aqui!

— Você é meu melhor amigo, eu tenho que amar você.— ele finalmente consegue se sentar do meu lado,  aí eu o puxo para que a gente se deite de barriga para cima e nossos pés ficam balançando longe do chão. Nós encaramos o céu escuro e respiramos o ar puro, o gostoso cheiro de chuva reverberando meu corpo.

— Qual a brisa com esse lugar?— diz o meliante. Eu sopro uma risada e o olho de perfil. Sempre admirei muito a linha de sua mandíbula e o seu nariz reto. Vince é lindo mesmo de lado.

— É calmo.

— É frio.— ele rebate e vira o rosto para mim, vejo a sombra de seus cachos tombando mesmo com a luz fraca da lua iluminando parte de seu rosto. Ele cerra os olhos para mim e sorri de canto, está inegavelmente atraente desse jeito— Você vinha aqui com ele, não vinha?— ele pergunta. Nenhum nome precisa ser mencionado para que eu entenda que ele está falando de Lorenzo. Baixo o olhar e suspiro.

— Vinha. Era nosso lugar.

— Nunca me contou isso.

— Não precisava.

O silêncio pairou sobre nós de maneira nada incômoda. Voltamos a olhar o céu e Vincent se aproximou mais de mim, colando seu braço no meu, senti as costas de sua mão roçando a minha, mas nenhum de nós fez nada quanto a isso.

— Você ainda sente falta dele?— ele continua, quebrando o gelo— Porque, tipo, parece que vocês se odeiam muito agora.

Eu ri e balancei a cabeça.

— Eu não sinto falta dele.... Sinto falta dos momentos que tivemos. Ele era bom comigo, sabe? Mesmo que custe para você acreditar, Lorenzo tem um lado muito doce.

— Aham, tá bem.— ele abusa do sarcasmo. Eu não tenho que convencê-lo de nada, além do mais, seria um desperdício tentar— Foi por isso que me trouxe aqui?

— Não, idiota. Eu te trouxe aqui porque eu gosto desse lugar.

— E por que gosta de mim?— ele emenda, provocativo, e nós rimos.

— E porque você pediu para sairmos.— continuo, ignorando sua fala.

— Eu te chamei para o cinema...— ele gesticula, sei que se der corda ele vai reclamar por uns dez minutos, por isso, me ergo e seguro seu pulso.

— Garoto! Supera!— inclino-me sobre ele e ele fica caladinho. Mal consigo enxergar nada, mas sei que seus olhos brilham enquanto ele sorri maliciosamente para mim.

— Acho que eu que deveria te dizer isso, me trazer para um lugar seu e do seu ex? Ah, Lili...

— Você consegue não me fazer querer dar um murro em você só por uns dez minutos, Vince?— imploro e ele solta uma risada gostosa.

— E onde ficaria a diversão?— ele rebate. Fico em silêncio, pensando e me aproximo mais dele quase que inocentemente.

— Eu posso ter algumas ideias.— sussurro a insignificantes centímetros do seu rosto.

Eu o beijo e Vincent sorri, não demorando em enfiar a mão nos meus cabelos e me devolver o selinho. O mundo parece tão silencioso aqui de cima, como se só existisse eu e ele no mundo. Meu coração bate forte no peito e eu agarro a gola de sua camisa como se estivesse dependendo disso para sobreviver.

Não demora até que o nosso beijo se torne um emaranhado de línguas e outras regiões do meu corpo palpitem como o meu coração. Vincent aperta minha cintura e me puxa mais para perto, ele pode não ter pedido por isso, mas sem pensar muito a respeito, me levanto e monto em seu colo com tal ousadia que nem eu mesma estava prevendo ter. Nós dois paramos e nos olhamos sob aquela luz fraca. Essa é a posição mais íntima que ficamos até então e é assustador ao mesmo tempo que tremendamente excitante. Sentada no seu colo, a tentação que me imponho para cometer outros deslizes aumenta.

Mas nenhum de nós falamos nada, apenas nos olhamos por uns segundos longos cheios de expectativa e nos aproximamos lentamente para outro beijo. De repente, estamos com muita calma. Eu o beijo como se tivesse todo o tempo do mundo e enrolo meus dedos sem seus cachos carinhosamente enquanto deslizo no seu colo para aproximar o máximo possível nossos quadris. Seu gosto viciante me faz esquecer de onde estamos e a sensação que tenho quando ele enfia as mãos debaixo de minha blusa e seus dedos apertam minha carne é de estar boiando na água.

Eu sempre amei nadar, é mais do que um hobby ou um investimento para mim, é minha paixão mais honesta e antiga. Quando estou na água, sinto como se estivesse nas nuvens, acima de tudo que pode haver de errado no mundo. Gosto de boiar por causa disso, deixar meu corpo relaxar, sentir a água tampando meus ouvidos e ser carregada por aquela vida para onde quer que o vento empurre. Eu gosto da segurança, de poder tirar os pés do chão pelo menos um pouco. É um sentimento que eu tenho sempre que vou para a piscina, e eu pensei que só ali eu o teria, mas Vincent está me proporcionando essa coisa agora. Uma conexão intensa onde eu me sinto ótima. Maravilhosa, na verdade.

Eu sinto como se meu coração tivesse se expandido e agora nos envolvia, batendo ao nosso redor, causando um estrondo. Eu ouço nossas respirações baixas e entrecortadas e o tu-dum repetindo-se rapidamente como o galopar de vários cavalos selvagens soltos pelo campo. Sinto que nunca o desejei tanto quanto neste momento e ao mesmo tempo isso me pareceu tão errado. O que eu estou fazendo? Eu pensei, não, espera aí, o que você está fazendo?

É o Vincent, o meu Vincent. É o meu melhor amigo. Eu não posso desejar que ele aperte meus peitos e tire minha roupa, quer dizer... eu o conheço desde criança. Acompanhei Vincent em seus altos e baixos assim como ele esteve do meu lado nos meus. Nós nos conhecemos bem demais há muito tempo, por que só agora eu poderia notar que o quero?

Eu me arrepio e ofego quando ele desce os beijos para o meu pescoço com seus lábios úmidos e perversamente macios. Meu Deus, eu quero o Vincent. Eu o quero demais, é como se eu precisasse dele.

Mas... logo ele? Meu amigo magricela, antissocial, dramático e sarcástico? Esse insuportável que sempre me faz rir em todos os momentos, não importa o quanto eu me sinta um lixo? Olho ao redor, confusa, enquanto o abraço com força e seus lábios carinhosos se roçam com a pele sensível de meu pescoço. Estremeço e me arrepio de cima a baixo. Eu não posso, eu não devo... isso.. isso não estava no contrato!

Me sinto meio zonza, meio entorpecida. Um nível de tesão que me deixa mais tensa do que relaxada porque eu não deveria sentir isso por ele.

Penso em tantas obscenidades que nem sei por onde começar a narrar e destaca-se que sequer ingeri uma gota de álcool. Quando percebo, nossas línguas entraram em batalha outra vez e eu comecei a rebolar no seu colo. Vincent está tão excitado quanto eu, eu sei, e eu não consigo parar de me esfregar contra ele por isso. Nós dois soltamos gemidos baixinhos ao mesmo tempo e eu estremeci de novo. Uma mão sua subiu para o fecho do meu sutiã e a outra desceu para agarrar minha bunda com possessividade. Vincent tem a ponta dos dedos calejados por tocar violão — coisa que ele aprendeu praticamente sozinho — e eu não deixo de imaginar onde ele poderia levá-los. Quero que ele me toque e me faça rir enquanto isso, mas o clima entre nós não está nada descontraído. Pelo contrário, cada vez mais a tensão aumenta e se torna palpável, travando-nos aos poucos. Eu quero continuar, sei que grande parte de mim anseia por isso, mas nós não podemos.

Tudo bem darmos uns amassos, mas pensar em fazer sexo? Nossa amizade nunca mais seria a mesma depois do sexo, da primeira vez. Mas, inferno, é tão empolgante imaginar o que poderíamos fazer. Nunca antes tinha me perguntado o que Vince pode fazer na cama, mas agora a pergunta paira sobre minha cabeça e se impregna. Você consegue me aguentar, Vincent?

Meu Deus do céu, eu tenho que parar e tem que ser agora.

Com minhas entranhas emboladas, penso — apenas penso — em empurrá-lo, mas antes que eu precise tomar qualquer atitude, os céus rompem em trovoadas e ao apartarmos o beijo e olharmos para cima, a chuva começou a cair, dando-nos, literalmente, um banho de água fria. Não tínhamos escolha se não nos separarmos e corrermos para a proteção.

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