Pare de sorrir
Eu dou uma risada alta depois de girar a cabeça para ficar mais tonta ainda do que eu me sentia com o corpo totalmente estático. Cambaleamos de pé na cama e eu me apoio em Vincent, agarrando-lhe os braços.
— Minha vez, minha vez!— ele se segura em mim de volta e sacode a cabeça.
— Assim não, idiota!— seguro seu queixo para ele parar e ele me encara com um sorriso bêbado no rosto. A garrafa de licor ficou vazia e neste momento não estamos nos importando de termos aula amanhã cedo. Enquanto ainda estávamos na sala de estar, meu pai me mandou mensagem avisando para eu não o esperar acordada, isso significa que a casa será toda nossa até altas horas.
Eu sei que eu vou tomar uma puta bronca por isso quando papai chegar, mas agora não estou me importando muito.
— É um círculo, Vivi!— eu movo sua cabeça de acordo e ele deixa o pescoço mole para seguir o movimento, Vincent solta uma risada gostosa que instiga a minha, nós dois já estamos altos o suficiente para começar a rir de coisas bobas. Nossa fala já está arrastada e eu gostaria de ficar mais um tempinho bêbada, mas como meu pai não é de comprar bebida, isso é tudo que nós temos.— Assim, viu? Isso!
Tiramos os tênis e subimos na cama, brincando nela como se ela fosse um pula pula. Vince começa a ficar mais bambo e começa a cair depois de dar tantas voltas, eu adoro o Vince bêbado.
A música está alta na caixinha de som, e com a Ariana Grande cantando Side to Side, nós dois vamos à loucura. Vince faz uma careta engraçada e me vira de costas para si, abraçando minha cintura, nós dois começamos a dançar juntos de forma absurdamente provocativa. Nossos corpos se encaixam e eu começo a rebolar contra ele lentamente, como se tivesse todo tempo do mundo. Eu dou uma risada boba, ora, como ela está ousada.
Sinto sua respiração quente contra minha nuca e um arrepio nada amigável percorre meu corpo. Levo a mão para trás e agarro seus cabelos enquanto ele desce comigo. Sinto os lábios de Vincent roçando minha orelha e meus pensamentos se tornam safados, eu tenho que dizer.
Suas mãos começam a massagear minha cintura e humm, a gente não devia estar fazendo isso. Enquanto uso a mão direita para segurar sua nuca, a esquerda eu desço para colocar a mão dele no meu peito, o deixo me tocar, na verdade, me deixo levar pelo que eu desejo. O sinto rindo por trás de mim e eu também começo a rir.
— O que você está fazendo?— ele me pergunta.
— Você não quer?— me afasto para o encarar por cima do ombro. Ele hesita em massagear meu seio.
— Ah, inferno, quero sim.— ele diz. Eu sorrio.
— Que bom, porque eu também estou querendo.— aí eu lhe roubo um selinho demorado, este que não demora a se repetir e virar um beijo mais profundo. E pronto, lá está a merda, porque eu costumo ficar com muito tesão quando bebo e nada bom pode surgir disso porque esses dias entre nós tem tido muitas loucuras.
A tensão que Vince e eu compartilhamos é palpável, e neste instante eu me pergunto: por que não aliviá-la?
Me viro para ficarmos frente a frente e nós nos abraçamos. A música muda e no entanto, nem importa mais quem está cantando, porque eu não estou ouvindo nada além das batidas fortes do meu coração.
No terraço do outro dia, eu não estava bêbada, e mesmo assim estava difícil de me conter porque eu não acredito que eu possa encaixar tão bem com meu melhor amigo. E aqui estamos nós, somos só dois corpos desejosos um do outro. Vem ceder ao pecado comigo, Vince.
Quando nossas línguas se encontram o choque é instantâneo e se espalha como uma praga. A pulsação por todo meu corpo está uma bagunça e eu sei que não deveríamos fazer nada bêbados. Jesus Cristo, nem sóbrios, na verdade!
Vincent levanta minha blusa até a cintura com tanta rapidez que é como se mal conseguisse se controlar. Logo em seguida, apartamos o beijo porque eu mesma estou tirando minha blusa. Tudo está acontecendo tão rápido, porra, alguém tem que parar.
Vincent encara meus peitos, meu sutiã preto com umas rendas vermelhas e depois sobe os olhos para encontrar os meus. Ofegantes e com as bocas vermelhas — rastro de um beijo selvagem — eu sinto como se a gente se perdesse um no outro e isso é surreal. Eu tenho conhecido ele por tanto tempo... como nunca reparei nisso antes?
Lentamente, eu me ajoelho na frente dele, sentindo o conforto da minha coberta sob mim, Vince fica me encarando, até então, esse é o momento em que ele parece sóbrio desde que abrimos a garrafa.
— Vem.— eu convido, ofegando como se tivesse corrido uma maratona. Vince está com uma cara diferente, esse semblante que eu já vi no seu rosto as vezes que nos beijamos com um gostinho de quero mais. Ele se abaixou e se sentou, dando a brecha que eu queria para me sentar no seu colo. Segurei seu rosto e ele colocou as mãos nos meus quadris.
— Vai fazer meu sonho virar realidade, Ali?— ele pergunta com a voz rouca.
— Já sonhou com isso?
— Nem preciso ir dormir para ter esses sonhos.— ele admite e nós sorrimos. Como dois tolos irresponsáveis, voltamos a nos beijar como se tudo estivesse certo e perfeito. Vincent agarra minha bunda e me puxa mais contra a sua ereção. Mordo seu lábio, nós brincamos com nossas línguas e eu sorrio atoa quando ele começa a descer os lábios quentes e úmidos para meu pescoço.
Não me parece errado, aqui e agora. Na verdade, me parece exatamente o contrário. Eu desejei ter feito isso antes.
Coloco as mãos na sua camiseta e puxo as duas que ele está vestindo, Vince levanta os braços para facilitar. Jogo as peças de roupa para o lado e prendo o indicador na sua correntinha de prata, o puxando para mais um beijo. Desta vez eu vou com calma e Vince passa as mãos nos meus cabelos como que para arrumá-los.
— Isso não estava no contrato.— ele sussurra quando é minha vez de beijar seu pescoço, passo a língua na sua pele e o sinto estremecendo nas minhas mãos. Isso me traz uma sensação de poder que eu nem sabia que poderia sentir em tal cenário.
— Quer colocar?— pergunto, abrindo os botões de sua calça.
— Em você ou no contrato?— ele rebate e eu dou uma risadinha.
— Não dá no mesmo?— me afasto para olhar em seus olhos bem de pertinho. Suas pupilas se dilataram levemente e eu acho que o mesmo pode ter acontecido com as minhas. Era o conforto e a segurança que ele emanava para mim, por que eu me sinto tão mais a vontade com você, Vince?
O problema é que ele é lindo. Gosto das suas sobrancelhas, dos seus cílios, do seu nariz, da sua boca.... mas não tem nada que eu goste mais do que seus olhos. As vezes parece que eles me enxergam como uma coisa única. Como se eu fosse importante e especial. Ele também é muito importante e especial para mim. O tempo para, aqui e agora, e eu me sinto conectada a Vincent de um jeito que eu nunca me conectei com ninguém.
Devagar, Vincent ergue a mão para tocar meu rosto, ele acaricia minha bochecha e eu sinto meu estômago encolhendo. Ele é pálido, magricela — isso se destaca mais ainda quando está sem camisa. Minha mão fecha no seu pulso, ele não aguentaria me pegar no colo, no máximo, me arrastaria pelo chão com muita dificuldade.
Ele é engraçado, um fofo. Ele é tão adorável.
As coisas estão turvas ao nosso redor, sinto como se estivesse nas nuvens e elas me causam cócegas.
— Você é tão linda.— ele me diz com um sussurro e eu nunca confiei tanto na fala de alguém. Soou diferente, vindo dele e neste momento. Um sorriso cresce nos meus lábios e Vince o assiste com um parecido.— Ainda mais quando sorri.
— Então você aprova meu sorriso?
— Ele não é tão ruim assim...— ele faz biquinho.
— Você gosta do meu sorriso.— acuso, alargando o mesmo.
— Talvez um pouco...
— É?
— É.
— É?
— É!— e nós rimos e eu junto nossas testas, seu sorriso contra o meu se transforma em uns outros beijos. Eu fico cada minuto mais empolgada, no entanto, tudo vai por água a baixo quando Kisha começa a latir, denunciando a chegada de meu pai. Vince e eu nos afastamos abruptamente e olhamos para a porta como se ele já estivesse lá.
— Merda, merda, merda!
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