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ONZE

Certa manhã, Natasha entrou em casa com um sorriso de orelha a orelha e segurando um jornal em mãos:

            — Você vai querer ver isso — disse animada. — Você. Vai. Querer. Ver. Isso.

            Meu café da manhã recém ingerido deu voltas no meu estômago quando li a manchete:

OS GÊNIOS TAMBÉM AMAM

Tudo sobre a nova namorada de Pablo Eax


            Eu nunca havia pensado nisso, conviver com o Pablo certamente iria atrair uma parcela dos holofotes para mim. As pessoas querem saber tudo sobre a vida dele e agora que eu sou parte da sua rotina, querem saber um pouco sobre mim também. Não tinha certeza se queria ler o resto da matéria. Sempre fui do tipo que se esconde no meio de uma infinidade de irmãs. E se dissessem coisas desagradáveis sobre mim? E se inventassem mentiras? Ou pior: se dissessem verdades que eu não gostaria de saber? 

            — Leia — Natasha ordenou. — Leia!

            Algo na excitação na voz da minha irmã e na minha curiosidade sádica me forçou a ler.

            Durante o nosso último papo com o jovem inventor Pablo Eax, membro da tradicional família Eax, ele teria sido categórico em dizer que estava ocupado demais para se preocupar com os tolos problemas do coração. Parece que essa afirmação não era tão verdadeira assim, ou estamos presenciando mais uma grande prova daquele ditado que diz que o amor só nos encontra quando não estamos procurando.

            Já faz alguns meses que os nossos repórteres constatam a visita frequente de uma jovem moça à mansão da família. Segundo relatos, ela estaria vivendo a história de amor que qualquer menina ou mulher de Amberlin sonha no momento, se entregando aos braços da nossa celebridade.

            A garota não possui uma beleza excepcional: é magra, mas sem muitas curvas, seu rosto é singelo, porém simples demais, seu cabelo castanho faz uma franja charmosa em seu rosto, mas nada que chame a atenção. É quase injusto compará-la com a aparência estonteante da princesa Isabel, que todos nós acreditamos ter sido o último caso de Pablo, mesmo que isso seja negado veementemente.

            Mas sejamos francos, um homem que pode escolher a mulher que quiser não iria se amarrar a alguém que não apresentasse aquele algo a mais. Aquele algo especial. Nossa garota misteriosa pode ter uma série de outras qualidades muito além do que os olhos podem ver.

            E vamos combinar que essa história parece muito séria! De acordo com as nossas fontes, já aconteceu até uma carregada declaração de amor. Veja só o que ele falou:


Eu te amo tanto que nadaria o mar inteiro por você!


            É de tirar o fôlego, não é mesmo?

            Agora só resta saber quanto tempo esse fogo vai durar. E, é claro, aquela pergunta que não quer calar: nossa menina misteriosa estará disposta a dividir Pablo com a sua outra paixão, a famosa máquina voadora?

            Abaixo, um retrato falado da mulher do momento.


            O retrato falado era a parte mais assustadora. Era um desenho que continha realmente as minhas características, o tipo de roupa que eu usava e meu cabelo na cor e comprimento exatos. Porém, a garota do desenho era imensamente mais bonita do que eu, com uma aparência mais saudável e até seios maiores. Se a mulher poderosa desse retrato falado não era bonita o suficiente e "incomparável à beleza estonteante da princesa Isabel", então verdadeira "eu" realmente não seria nada.

— É verdade o que diz na matéria? — Perguntou Natasha. — Ele disse que te amava do tamanho do oceano?

Não. Ele não disse isso. Ele disse que eu sou apenas uma gota no mar, a mais importante gota e tudo que ele precisava saber sobre o mundo se encontrava em minha finitude. O que não era nada parecido com a forçada e poeticamente óbvia afirmação do jornal.

            E quase como se quisesse me alfinetar, o mesmo jornal que me colocou em uma "injusta" comparação com quem deve ser a mulher mais bonita do planeta, exibia em letras garrafais uma manchete logo ao lado da que fui citada:

PRINCESA ISABEL VOLTA AO REINO DE AMBERLIN

Depois de heroica jornada, princesa é acolhida pelo nosso reino


            Mesmo com a pouca idade, princesa Isabel já mostrou que fará parte dos livros de história. Recentemente, assinou um decreto em que três dos mais importantes reinos se comprometeram a abolir o trabalho escravo de Gnomos em suas terras, firmando assim um importante passo na luta contra a desigualdade das raças.

            Porém, com medo das represálias políticas em sua terra natal, a nossa heroína confirmou sua mudança para as pacíficas terras do reino de Amberlin. Não é impossível mensurar a felicidade que a família Eax deve estar sentindo em receber de volta a garota que eles criaram como se fosse uma filha.  


            A reportagem continuava por linhas a fio sem prender a minha concentração, que se fixou na imagem da princesa em questão. Cabelos muito escuros e sedosos, pele tão clara que parecia que nenhum raio de sol havia a tocado em sua vida, grandes olhos castanhos que passavam firmeza e traços sutilmente delicados. Envergonho-me do fato de, inconscientemente, ter gasto minutos de vida procurando um defeito na mulher da foto. Minutos em vão, ela era fisicamente perfeita... E isso me dava nos nervos. 

     Os criados de Pablo já me conheciam e me deixavam entrar tranquilamente. Muitas vezes, eles é que pareciam os donos da casa, realizavam seus trabalhos sem uniforme e recebiam visitas a qualquer hora. Sem eles, aquela mansão seria certamente ainda mais silenciosa.

            Como era cedo, fui direto para o quarto dele, parando ocasionalmente para admirar um dos muitos quadros que enfeitavam os longos corredores, esperando o encontrar dormindo. Secretamente, torcia para encontrar Pablo dormindo, para apreciá-lo no sono profundo antes de acordá-lo.

            Quando abri a porta do seu quarto, não encontrei. Em seu lugar, sentada na beirada da cama, estava uma garota com um lindo e longo vestido. Cabelos muito escuros e pele tão clara que parece que o sol nunca a tocou...

            — Olá! — Princesa Isabel sorriu ao me ver.

            — Oi... — Eu estava atônita. A mão que segurava a maçaneta começou a formigar e meu coração a palpitar.

            — Pode me trazer aquele copo de água, por favor? — Disse apontando para uma cômoda ao lado da porta que trazia em sua superfície uma garrafa cheia de água e um copo. O tom de sua voz transbordava gentileza, mas algo nesse pedido parecia muito errado. Estaria ela pensando que eu sou uma das criadas? Olhei para as minhas próprias roupas, em comparação ao vestido da princesa eu realmente poderia me passar por criada. As letras do jornal não paravam de passar pela minha cabeça, "É quase injusto compará-la com a aparência estonteante da princesa Isabel".

            Não faço a mínima ideia do porquê de ter tomado a atitude que tomei a seguir. Fui até a cômoda, peguei lentamente a garrafa com água e despejei no copo de vidro, cruzei o quarto e o entreguei na mão da princesa.

            — Muito obrigada! — Ela agradeceu com um sorriso educado e gentil.

            Eu não respondi.

            Ela bebeu um gole tão curto de água que a sua boca já teria absorvido o líquido antes de ter tempo de chegar na garganta. Bebeu outro gole, quase sem abrir a boca, como se a água tivesse a obrigação de se esforçar ao máximo para passar por aquele biquinho.

            — Sente-se — ela disse, sem perder o sorriso. — Não precisa ficar de pé.

            Só então percebi que eu estava literalmente de pé a observando beber água em silêncio. Sentei-me ao seu lado na cama, ainda sem pensar direito e olhando para o chão.

            — Você está aqui há muito tempo?

            O que eu deveria responder?

            — Sim.

            Isabel se pôs a falar. Simplesmente falar. Falou sobre a sua viagem pelo oceano, falou sobre seu antigo reino, contava piadas e parecia não ligar para o fato de eu não rir delas. Eu apenas balançava a cabeça em determinados momentos, me perguntando onde Pablo estaria.

            É quase injusto compará-la com a aparência estonteante da princesa Isabel, É quase injusto compará-la com a aparência estonteante da princesa Isabel, É quase injusto compará-la com a aparência estonteante da princesa Isabel...

— Conheço Pablo desde que ele nasceu — essa frase me despertou a atenção. Isabel iria falar de Pablo, finalmente iria falar de Pablo. — Eu tinha dois anos, praticamente crescemos grudados. Ambos estudávamos em casa, então não tínhamos muitos amigos, sabe? Éramos apenas eu e ele. Meu melhor amigo, por assim dizer. Fizemos nossa primeira casa na árvore juntos... E primeiras outras coisas também. — Pousou a mão na boca como se contasse um segredo e deu uma risada gostosa, novamente não se importou com o meu silêncio. — Ele é uma ótima pessoa. Talvez o último homem bom de verdade no mundo. O único grande problema dele é essa máquina voadora. — Eu sentia como se nem ao menos respirasse. Aparentando muito mais ser uma estátua ao lado da princesa do que um ser vivo de verdade. —  Um dia, ele simplesmente esqueceu o meu aniversário, quando fui à casa dele para lhe cobrar isso, soube que Pablo estava sem dormir há sete dias, trabalhando na máquina de forma tão absorta que não fazia a menor ideia do que estava acontecendo no mundo. Tive que o perdoar. É um sonho. Um sonho que ele tem,  entende? E é admirável, isso que o torna especial. Parte da alma dele está voltada para esse objetivo. Como irmã de criação eu quase sinto inveja dessa máquina,  ele nunca amará nada da mesma forma que ama esse sonho. — olhou para mim antes de completar. — Nada nem ninguém.

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