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DOZE

        —  Bella! — Pablo exclamou assim que entrou no quarto abrindo os braços e um enorme sorriso para a Isabel, como se ela fosse a única pessoa presente no cômodo. — Quanto tempo!

            — Pablo! — Isabel também aparentou muita felicidade, pulou da cama e se jogou em seus braços. O abraço apertado pareceu durar uma eternidade. — Estou tão feliz em te ver! — Ela disse, segurando o rosto de Pablo com as duas mãos.

            —  Eu também estou muito feliz em te ver — Pablo respondeu sorrindo, em seguida lançou o olhar em direção a mim, finalmente percebendo a minha presença que atrapalhava esse reencontro emocionante. — Vejo que você já conheceu a minha namorada.

            Isabel é uma princesa. Princesas são treinadas. Princesas não demonstram desconserto nem insegurança, muito menos dão gafes. Mas eu pude notar um toque de confusão no olhar de Isabel por um breve segundo. Ela pode pensar que eu não notei, mas isso não é verdade:

            — Sim. Acabamos de nos conhecer — disse sorrindo, finalmente.  — Mas ela ainda não me disse o seu nome.

            — Me chamo Melissa — respondi.

            — Prazer, Melissa.

            — O prazer é todo meu.

            Pablo finalmente a soltou e veio ao meu encontro. Beijou-me na boca, passou a mão em minha cintura e exclamou sorridente.

            — Fico feliz que já tenham se conhecido. Tenho certeza de que serão grandes amigas.

            — Certamente que sim — Isabel respondeu. — A viagem foi longa, estou exausta. — disse enquanto esfregava o pescoço para sinalizar uma queixa de dor. — Vou aproveitar para dormir um pouco agora, depois nós conversamos. Estarei no meu quarto, tudo bem?

            Ela está morando na casa do Pablo? Ótimo!

            — Tudo bem, Bella — adorei o apelido, a propósito. — Nos falamos mais tarde. — Um último abraço foi dado antes da despedida.



            Fomos caminhar no jardim, como de costume. Pode ser apenas a minha imaginação, mas ele parecia muito mais feliz nesse dia em especial. Contando piadas, mais falante e sorridente do que o habitual. Fomos visitar o Magrelo que estava dormindo. Sentamos na grama, tudo parecia rotineiro:

            — Então Isabel vai morar com vocês? — Perguntei, não conseguindo me conter e me odiei por isso.

            — Sim. Como nos velhos tempos.

            — Vocês cresceram juntos? — Eu não fazia a menor ideia do porquê querer manter o assunto focado nela, era uma espécie de curiosidade mórbida.

            — Sim, crescemos — respondeu. — Na verdade,  ela é como uma irmã para mim, mas eu sei que está aqui com segundas intenções.

— O quê?

            — Sim. Eu até acredito nessa história de fugir do seu reino por medo de represália política, assim como também acredito que não escolheu esse reino por acaso. Isabel está aqui para me convencer a participar da guerra. Todas as principais famílias estão entrando com recursos e ela acredita piamente que esse é o certo a se fazer. 

— Por que alguém como ela acreditaria na guerra?

— É complicado. Nesse meio, tudo é muito complicado.

— O que o seu pai pensa sobre isso?

— Tanto ele quanto a minha mãe não ligam mais para essas coisas. Tudo fica a cargo de mim agora.

— Você a amou?

— O quê?

Não era de se espantar que ele não houvesse entendido nada. Mudei de assunto tão bruscamente que só era possível prever isso estando dentro da minha mente. Eu não queria perguntar, mas perguntei. Temerosa pela resposta.

Ele riu e balançou a cabeça:

— Não, Mel, é claro que não. Melhor dizendo... sim. Como um membro da família, o que ela efetivamente é, na verdade. Mas como amor de namorado? Homem e mulher? Nunca. — fechei a cara e olhei para o chão. Ele segurou o meu queixo e estendeu minha cabeça para que eu olhasse em sua direção. — Imagino o que ela já tenha te falado. Primeiro, quero que saiba que aquilo foi há muito tempo. Segundo, nunca foi paixão, nunca foi nem namoro. Éramos dois jovens um tanto quanto isolados do mundo crescendo juntos. A curiosidade entre nossos corpos foi natural. Tudo foi muito natural. Você é a única que já amei e vou amar. Acredite em mim.

            — Claro — falei. Ele me beijou. É claro que ele me amava, pensei. Eu estava sendo boba, pensei...

            Não havia nada com o que me preocupar...

            Pensei...




            A capa do jornal do dia estampava a foto de Pablo com Isabel. Não fui citada na matéria, porém respeitaram a relação dos dois como a de "apenas amigos".

            Eu não sei por que ainda lia esses lixos jornalísticos, mas desde que percebi que eles podem, ocasionalmente, falar o que quiserem sobre mim e as pessoas à minha volta, não pude deixar de folhear cada exemplar que se aproximasse de mim.

            Durante os próximos dias, Isabel se tornou tão presente nas páginas do noticiário quanto Pablo, por motivos muito mais banais. Aparentemente, todas as almas vivas do reino estão interessadíssimas em saber que tipos de roupas Isabel usa durante cada dia da sua vida, mesmo que a maior parte de nós não pudesse comprar peças iguais.

            Convivi tanto tempo com tantas mulheres que esqueci completamente o quanto os homens podem ser bobos eventualmente. Isabel claramente não gostava de mim e isso ficava claro nas entrelinhas de qualquer gesto que ela fazia ou palavra proferida, aparentemente, de forma gentil. Eu, por minha vez, fazia questão de mostrar que a recíproca era verdadeira, com muito menos sutileza do que a princesa estava acostumada. Pablo, por sua vez, parecia um palhaço bêbado no meio do campo de guerra, do tipo que canta cantigas de júbilo pisando entre os corpos sem fazer a mínima ideia do que estava acontecendo, pensando que na verdade estava no meio de uma grande festa onde todo mundo está fantasiado de soldado fanfarrão.

            Se a princesa tinha uma vantagem, é que ela não impunha a própria presença por muito tempo, nos deixando a sós.

Com tempo, nem o palhaço bêbado conseguia não notar o clima gélido que pairava entre nós:

— Eu não entendo — ele disse uma vez. — Você gosta de mim, Isabel gosta de mim, por que vocês duas não podem se gostar? É matemática simples!

Eu permaneci calada. Pablo olhou fundo nos meus olhos:

— Você não pode nem ao menos tentar? — perguntou. — Isso é importante para mim.

— Não vejo o menor esforço da parte dela — retruquei.

— Então, hoje a noite eu converso com Isabel e vocês duas começam ao mesmo tempo. Que tal?

— Não! Nem pense em falar sobre isso com ela! — ponderei melhor. Talvez eu realmente estivesse sendo irracional. — Tudo bem, posso me esforçar um pouco mais.

— Esplêndido! — Pablo abriu um grande sorriso. — Tudo ficará mais fácil agora.

— Você fica me devendo uma — brinquei.

— Sem problemas — respondeu confiante. — Quando a máquina voadora estiver pronta, te levarei para dar umas voltas.

            À medida que conheci Pablo, percebi a importância dessa máquina em sua vida, porém, essa teria sido a primeira vez que certo pensamento passou pela minha mente. Um pensamento que, imagino, nunca tenha passado pela de Pablo. Nunca vi a máquina alçando voo e muito menos parecendo algo mais importante do que uma porção de cálculos, desenhos e pedaços aleatórios espalhados pelo chão. O que aconteceria se Pablo simplesmente falhasse? O que aconteceria se ele estivesse errado e fosse, realmente, impossível alçar voo como os pássaros ou (pior) Pablo simplesmente não for inteligente o suficiente para alcançar tal feito? O que aconteceria?

            — E... a máquina... como anda o progresso da máquina? — perguntei baixinho.

            — Bem — respondeu vagamente. — Muito bem. Um trabalho sem precedentes leva tempo para ser concluído, comecei tudo do zero.

            — Você tem uma previsão para a conclusão do projeto?

            — Não. Como eu disse, essas coisas levam tempo.

            — Entendi. E existem outras coisas que você também gostaria de fazer? Como um outro tipo de máquina ou...

            Pablo me encarou de forma séria:

            — Aonde você quer chegar, Melissa?

            — Lugar nenhum, eu só andei pensando nisso.

            Para olhos estranhos, ele poderia parecer calmo, mas eu o conhecia o suficiente para saber que não.

            — Pensando no que, Melissa?

            — Nada. Deixa pra lá, estou falando demais.

            — Não. Não tem problema, pode falar. No que você está pensando?

            — Eu só... eu só me preocupo tanto com você Pablo. E você fica sonhando com esse dia que vai voar... Apenas fico preocupada com o seu tombo, se você sonhar alto demais e se decepcionar depois...

            — Você acha que eu vou tombar?

            — Não é isso. É que...

            — Você acha que eu não sou capaz?

            — Talvez não seja — a frase escapou de mim e não soou como eu queria que soasse. — Desculpa, mas talvez não seja capaz. Talvez ninguém seja. Você tem que considerar essas opções também.

            — Não. Eu não considero essas opções — Pablo respondeu sem gritar, mas com um peso na voz tão forte que me deu vontade de chorar. — Eu estou seguindo o meu objetivo e não estou pedindo os seus aplausos, nem o seu apoio e, muito menos, a sua permissão. — Pablo estava muito sério. Eu fiquei repetindo mentalmente "não chora, Melissa". — Estamos entendidos?

            Não consegui responder. Se eu abrisse a boca, certamente choraria. Apenas balancei a cabeça rapidamente em sinal de afirmativo.

            — Ótimo — ainda firme. — Te vejo amanhã. — Virou-se e saiu andando na direção oposta sem me dar o tradicional beijo de despedida.

            — Aonde você vai? — Gritei, parada no mesmo lugar enquanto Pablo se afastava.

            — Trabalhar! — Ele respondeu sem olhar para trás. 

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