10☠ Ódio
Mharessa
Acordei com meu telefone vibrando, eram mais de 5 mensagens da Emília.
Emi ♡
Mha, eu vou embora.
8:00
Meu pai vai me mandar para o interior.
8:00
Ele quer me afastar de você, mas eu não quero isso.
8:00
O que eu faço?
8:01
Você fugiria comigo?
8:01
Analiso aquelas mensagens e não consigo pensar em nada de imediato. Fugir não adiantaria nada, eu fugi a vida inteira e isso só me trouxe problemas. Estava na hora de aceitar a realidade e ter atitude de alguém civilizada.
Vou falar com o seu pai.
8:03
Emi♡
O quê? Não, isso não é uma boa ideia.
8:03
A gente não pode continuar fugindo, Emi. Eu irei até sua casa hoje a tarde.
8:04
Emi♡
Não acho ser boa ideia, Emi, você não conhece meu pai. Ele nunca vai te ouvir.
8:04
Não posso mais fugir, Emi.
8:04
Enviei e bloquiei a tela do meu celular. Estava decidida e contei tudo ao meu irmão, que se ofereceu para ir até a casa dela comigo.
— Eu apoio que você tente conversar. É melhor do que fugir da situação, né?
— Ele disse.
— Sim, mano. Obrigada por me ajudar e sempre estar ao meu lado.
— Eu faria qualquer coisa pela minha irmãzinha mais nova, tá? — ele ri. — Eu amo você, Mha.
Nos abraçamos e em seguida, como de costume, preparamos o almoço juntos. Eu estava finalmente feliz e não deixaria que nada mudasse isso. Nós éramos uma família. Eu tinha o amor da garota que eu amava. Tinha tudo o que precisava. Comemos e conversamos sobre coisas do passado, manias da mamãe, o trabalho que eu costumava dar quando era pequena, todas aquelas boas lembranças. As más? Bem, dessa nós não falamos. O que realmente importava era tudo de bom que tínhamos vivido.
Após o almoço, eu tinha um grande desafio pela frente. E estava confiante que tudo daria certo.
♤◇♤♡◇●◇♤♡◇●♤♡◇◇♤
Andamos poucos minutos para chegar à casa de Emília, que era bem perto. O dia estava ensolarado como de costume, o céu era azul e límpido.
Assim que cheguei toquei a campainha e ela abriu, fechando rapidamente a porta atrás de si. Ela parecia apavorada.
— Precisamos sair daqui agora.
— O quê? Por quê? Nós vinhemos aqui pra resolver isso e...
— Vocês precisam sair daqui, Mharessa!
— Já disse que não iremos fugir, Emi.
Ela me puxa pela mão e começa a correr, desesperada. Sem entender nada, Thulio apenas nos segue.
— Volta aqui com a minha filha sua aberração de merda! — Escuto o grito do seu pai, que corre atrás de nós.
E é nesse momento que eu paro de correr, na tentativa de amenizar a situação e conversar. Eu não queria continuar fugindo, queria resolver as coisas da melhor maneira possível.
— NÃO! — Grita Emília, seus olhos estão arregalados e eu ainda não sei o motivo, até perceber que seu pai aponta uma arma para mim, há alguns metros de distância.
E toda a cena passa como um flash na minha frente. Eu não consigo precisar qual foi o momento exato, mas vi quando ele se jogou na minha frente, o vi cair no chão, inundando o asfalto de sangue e fazendo-me cair de joelhos sobre ele.
E eu não vi mais nada, só conseguia ver o sangue. O desespero. Minhas mãos tremendo. E mais sangue.
Eu estava perdendo-o.
E junto à ele, minha vida também se esvaia.
O preconceito, a maldade e a intolerância mais uma vez, ganharam o jogo.
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