Eladio Fernando saiu de carro com a namorada e com Hanna, era chegado o momento do Magnata reviver seu passado, ele levou suas meninas até a fazenda onde na mesma noite perdeu sua esposa e sua filha.

Alba Lu: Que lugar é esse, amor?

Eladio: O lugar onde minha vida desmoronou e onde hoje eu começarei a juntar os pedaços para reconstrui-la ao lado de vocês.

Alba Lu: Essa é...

Eladio: A fazenda onde perdi minha esposa e minha filha. 

Alba Lu: Mas agora você não está sozinho. (Se aproxima do amado e segura sua mão).

Hanna: Uau essa fazenda é linda.

Eladio: Você tem razão, filhinha.

Capataz: Magnata, que gosto voltar a vê-lo.

Eladio: Meu fiel amigo. (O abraça).

Capataz: Há anos o senhor não vinha aqui.

Eladio: É verdade, mas chegou a hora de encarar o passado.

Capataz: E quem são essas?

Eladio: Minha nova companheira e nossa filha Hanna.

Capataz: Que gosto conhecê-las. (Sorri).

Hanna: Nós dizemos o mesmo, gentil senhor.

Eladio: Você poderia levar a menina para conhecer a fazenda e montar em um pônei?

Capataz: Imediatamente. (Pega na mão da menina e se retira com ela).

Eladio: Meu amor, agora eu tenho uma pergunta para te fazer.

Alba Lu: Qual?

Eladio: Você está pronta para conhecer o passado do Magnata?

Alba Lu: Sim, eu estou.

O magnata levou sua amada para um lugar escondido dos olhos das pessoas, onde só ele podia ir e que ficou abandonado por muitos anos depois de sua partida da fazenda, Eladio Fernando então abriu uma passagem secreta que havia no chão e entrou acompanhado de Alba Lucero.

Alba Lu: Minha nossa, aqui é...

Eladio: O lugar para onde eu trouxe o corpo da minha esposa após a morte dela e... (Caminha até uma câmara dentro da passagem secreta acompanhado da amada). Essa é a Alma Rosa.

Alba Lu: Parece que ela acabou de dar seu último suspiro.

Eladio: Este lugar por alguma razão a manteve exatamente igual há seis anos atrás.

Alba Lu: Eu vejo em seus olhos o carinho que ainda sente por ela.

Eladio: Eu sentirei para sempre esse carinho, você se incomoda?

Alba Lu: Ao contrário, acho lindo o carinho de vocês, mesmo depois da morte dela.

Eladio: Ela me deu uma filha e sou grato por isso, também foi uma grande amiga e confidente, mas nada mais que isso. (Pega na mão de Alma Rosa e acaricia). O corpo dela nunca esfriou, parece que ainda tem vida.

Alba Lu: Parece que ela esperou por você todos esses anos.

Eladio: Não, ela espera que eu cumpra a minha promessa de encontrar a nossa filha. (Seca as lágrimas que derramou). Agora vamos, pois quero te mostrar outra coisa.

Alba Lu: O que?

Eladio: Você já vai ver.

Como última parada, Eladio Fernando levou a amada para o lugar que mais lhe trazia memórias, as ruínas da casa grande da fazenda que ele jamais permitiu que reformassem.

Eladio: Foi nessa casa que minha filha nasceu seis anos atrás e foi levada, jamais permiti que reformassem esse lugar e trouxessem de volta a glória de antes, pois não tem sentido trazer de volta o lugar onde perdi minha esposa e minha filha na mesma noite.

Alba Lu: A destruição foi total.

Eladio: Está enganada.

Alba Lu: Como assim?

Eladio: Venha comigo. (A leva para o quarto).

Alba Lu: Meu Deus, o quarto de vocês está intacto.

Eladio: E exatamente como na noite do incêndio.

Alba Lu: Não aguento te ver chorar, me dá vontade de te pegar no colo, amor. (Abraça o amado por trás e beija seu ombro).

Eladio: Nessa cama eu fiz o parto da minha esposa, trouxe a minha filhinha ao mundo, ela sempre foi agitada enquanto estava na barriga da mãe, tanto que nasceu de oito meses.

Alba Lu: Você fez o parto? Nunca paro de me surpreender com você, Magnata.

Eladio: Você tem coragem de ficar ao lado de um homem que ao mesmo tempo que chora e se emociona, também pode explodir do nada e começar a gritar como um doido?

Alba Lu: Antes de conhecer a sua história eu até me questionaria quanto a isso, mas agora que te conheço, eu ficarei ao seu lado e o amor tudo suporta.

Eladio: Você falou igual a Alma, ela sempre me dizia para buscar a Deus porque ela era cristã.

Alba Lu: Ela era sábia e não vou negar que também sou cristã. Te incomoda que eu seja cristã?

17/7/21

Ju Ribeiro