𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘-𝐍𝐈𝐍𝐄; What's ahead
「 O QUE HÁ AFRENTE 」
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Tiveram sem dúvidas um dos piores dias de suas vidas. A sala comunal da Grifinória nunca esteve tão morta antes, eles estavam sentados sem saber o que fazer, com aquele sentimento terrível de incerteza sobre Gina, estavam muito preocupados. Conforme a sala esvaziou, apenas sobraram os três novamente e Rony logo começou a falar disparadamente sobre o assunto enquanto Hanna continuava alheia.
— Sabe de uma coisa? Devíamos ir até Lockhart e contar o que sabemos. Ele vai tentar entrar na câmara. Podemos contar onde achamos que é, e avisar que tem um Basilisco lá…
— É… acho que deveríamos fazer isso mesmo, Ron… — Hanna concorda, não conseguia ver outra possibilidade.
Desceram as escadas ao anoitecer até a sala de Lockhart onde era possível se ouvir coisas sendo arrastadas, baques surdos e passos apressados. Hanna então olhou para os outros dois em confusão e bateu na porta calmamente. Gilderoy abriu apenas uma pequena fresta da porta e pôs um único olho nele, suspirando assim que viu as crianças.
— Ah, são vocês… estou bem ocupado agora, se puderem ser breves — abriu um pouco mais a porta.
— É que nós temos algumas informações que podem ajudar o senhor… — Harry diz
Ele pensou um pouco e abriu a porta envergonhado. Eles olharam em volta , haviam dois malões no chão, e sua sala parecia desmontada, como numa mudança uma verdadeira bagunça, parecia que o mesmo ia fugir às pressas.
— O senhor vai a algum lugar? — Harry perguntou olhando em volta.
— Hm… sim, vou, sim. — ele arrancou um poster seu da parede — Chamado urgente, preciso ir…
— E a minha irmã?! — Rony perguntou indignado.
— Bem, foi muito azar. Ninguém lamenta mais que eu…. — ele deu um sorriso desconfortável.
— Mas, o senhor é o Professor de Defesa contra Artes das Trevas! Não pode ir embora com todas essas… Artes das Trevas acontecendo! — Harry Exclamou.
— Quando aceitei o emprego, não tinha nada na descrição sobre isso… — ele amontoava mais roupas no malão.
— Então o senhor quer dizer que está fugindo?! — Harry agora estava irritado.
— Eu sabia que ele não passava de um covarde fútil! — Hanna diz brava.
— Mais respeito, senhorita!
— Respeito?! Que tipo de respeito espera de mim quando você está fugindo sendo que deveria estar salvando uma estudante?! — Ela responde sincera.
— Depois de tudo que fez nos seus livros… — Harry diz.
— Livros podem ser enganosos…
— Mas foi você quem os escreveu. — Rony se pronuncia.
— Meus caros, usem o bom senso. Meus livros não teriam vendido nem a metade se as pessoas não achassem que eu fiz todas aquelas coisas. Ninguém quer ler histórias de um velho bruxo feio da Armênia, mesmo que ele tenha salvado uma cidade dos lobisomens. Ele ficaria medonho na capa. Nem sabe se vestir. E a bruxa que afugentou o espírito agourento tinha lábio leporino. Quero dizer, convenhamos… — ele os encarou.
O queixo de Hanna foi ao chão, quer dizer, não esperava muita coisa de Lockhart, especialmente algo assim. Achava no máximo que ele inventava as histórias, não que as roubava.
— Então o senhor só está recebendo crédito pelo que outros bruxos e bruxas fizeram?! — Harry estava incrédulo.
— Crianças, a coisa não é tão simples assim. Há muito trabalho envolvido. Eu tive que procurar aquelas pessoas. Perguntar exatamente como fizeram o que fizeram e depois, lançar um feitiço de memória nelas. Se tem algo que me orgulho é do meu feitiço de memória. Não, foi muito trabalhoso. Harry, não é só autografar livros e tirar fotos de publicidade, sabe. Se você quer ser famoso, tem que estar preparado para tudo. — ele fechou o malão encarando o Potter.
— Como consegue ser tão esperto e tão sujo ao mesmo tempo?! — Hanna fazia sua pior cara de nojo para ele, completamente desprezível.
Ele apenas a olhou e deu um sorrisinho debochado.
— Um dia a senhorita deverá me entender, Hanna…
— Eu entendo, senhor. Entendo que é um covarde, incompetente e ainda por cima imoral e sujo. Um belo exemplo. — disse firme.
Ele se virou para eles suspirando e puxou a varinha.
— Me desculpem, crianças, mas, vou ter que lançar um feitiço de memória em vocês. Não posso deixar que saiam espalhando meus segredos por aí, eu não venderia mais nenhum livro…
Assim que o mais velho abriu a boca, Harry e Hanna puxaram as varinhas rapidamente.
— Expelliarmus! — Os dois disseram juntos.
O impacto da dupla magia fez Lockhart ser arremessado até a parede do quarto, onde bateu as costas e resmungou. Rony foi rápido em apanhar a varinha do outro e atirar pela janela.
— Não deveria ter deixado Prof. Snape nó
nos ensinar isso… — Harry diz
— Definitivamente não. Se bem que foi a única coisa útil que aprendemos em uma aula sua e nem mesmo foi o senhor quem ensinou, que vergonha, Lockhart… — ela negou debochadamente com a cabeça.
— Snape seria um professor de DCAT bem melhor do que você, e eu nem gosto dele… — Rony disse.
— O que querem de mim? Eu não sei onde fica a câmara! — Lockhart diz com a voz falha e os três se olham sorrindo fraco.
— Está com sorte, nós achamos que sabemos onde é…
E lá foram eles para o banheiro da murta levando Lockhart como refém.
— Murta? — Harry chamou e ela logo apareceu.
— Ah, são vocês… o que querem? — ela diz.
— Queremos saber como você morreu. — Rony perguntou naturalmente.
A expressão de Murta mudou na hora para uma estranhamente animada.
— Ah, foi pavoroso! Aconteceu bem aqui. Me lembro tão bem! Eu me escondi aqui porque Olívia Hornby estava me zoando e então ouvi alguém entrar. Disseram uma coisa engraçada. Deve ter sido numa língua diferente, acho. Mas bem, o que me incomodou é que era a voz de um garoto, então, eu abri a porta do boxe para o mandar sair e usar o outro banheiro e então… morri. — falou satisfatoriamente.
— Como?
— Não faço ideia — ela sussurrava — Só lembro de ter visto dois olhos grandes e amarelos. Meu corpo inteiro engolfou e então me afastei flutuando. Ah, mas eu fiz Olivia se arrepender de ter zoado meus óculos!
— Onde exatamente você viu esses olhos?
— Por ali — ela apontou para a pia de frente ao boxe.
Então, eles foram até a pia rápido. Lockhart por outro lado, não parecia nada animado. Após examinarem a pia eles viram: gravado ao lado de uma das torneiras de cobre havia uma minúscula cobrinha.
— Essa torneira nunca funcionou — Murta disse quando Harry tentou abrir.
— Tá, agora é com vocês, digam alguma coisa na língua das cobras e abram isso. — Rony disse simples.
Hanna então apenas olhou para o outro
— Vá em frente, você foi quem falou nessa língua… — ela disse.
Harry suspirou e foi.
— Abra — ele disse, mas, ainda não foi na língua certa.
Ele parecia nervoso, não conseguia se concentrar, nem após três tentativas.
— Hanna, tente agora, por favor. — Ele pediu.
E ela foi, mas novamente, nada, ela não sabia como falar isso, não havia feito antes. Então, Harry parou ao seu lado, o garoto se focou na pequena cobra ali, realmente se concentrando e Hanna tentou fazer o mesmo. Então, como se fosse planejado, ou, coordenado, os dois disseram:
— Abra — ditaram como uma ordem.
O interessante foi que assim que falaram, perceberam que o que saiu de suas bocas foi como um sussurro estranho. Os dois se afastaram levemente e viram a pia ir sumindo de vista, como se abrisse, e dando lugar a um largo cano que tinha espaço o suficiente para um homem grande passar por ele.
— Vou descer. — Harry disse primeiro.
— Eu também vou. — Hanna logo em seguida.
— Claro que também vou descer — Rony se juntou.
— Bem, acho que os senhores não precisam mais de mim… então… — Lockhart foi dizendo.
Rony, Harry e Hanna então apontaram a ele suas varinhas com as feições sérias no rosto.
— Você desce primeiro. — Rony foi ríspido.
Lockhart estava pálido e nitidamente assustado. E lá foi ele, escorregando tubo adentro após Rony lhe dar um empurrão. Então, um após o outro eles desceram pelo cano.
Hanna nem mesmo havia parado para pensar no que aconteceria quando parassem quando sentiu o cano nivelar numa úmida sala escura.
— Devemos estar a quilômetros abaixo da escola… — disse Harry
— Provavelmente embaixo do lago. — Rony estreitava os olhos para ver sua volta.
— Lumus! — Hanna acendeu a varinha para olhar melhor o local.
— Tem alguma coisa ali — Rony diz.
Eles andavam devagar pelo local com as pontas das varinhas acesas, até pararem quando notaram o contorno curvilíneo enorme, deitado atravessado no túnel, não fazia sequer um movimento.
— Parece estar dormindo. — Hanna conclui.
Então, escutaram um baque aleatório atrás deles, e ali estava Lockhart, no chão.
— Oras, se levante! — Rony foi com rispidez lhe apontando a varinha remendada.
Ele se levantou calmamente para logo avançar em Rony o derrubando no chão. Os gêmeos pularam de susto, mas, assim que pensaram em fazer qualquer coisa, o mais velho já se levantava sorridente e com a varinha de Rony em mãos.
— Chega. A aventura termina aqui, crianças. Vou levar um pedaço dessa pele para a escola, dizer que cheguei tarde demais para salvar a menina e que vocês enlouqueceram tragicamente ao ver o corpo dela mutilado. Digam adeus a suas memórias! — ele exclamou.
Ele então apontou a varinha de remendada de Rony como se erguesse uma arma de vitória.
— Obliviate!
No mesmo instante Hanna arregalou os olhos e sentiu Harry a puxar pelo pulso rápido enquanto fugiam pelas voltas da pele de cobra ali. Escapando dos pedaços de teto do túnel que caíam estrondosamente. Eles então se deram conta de que agora estavam sozinhos, de frente a uma parede maciça feita pelos destroços.
— Você tá bem? — Hanna perguntou ao outro.
— Sim, e você? — ela assentiu. — Rony?! — Harry chamou alto. — Você está bem?!
— Estou aqui! E sim, eu estou bem — Escutaram Rony responder por trás da parede — Esse bosta aqui não está, o feitiço acertou nele mesmo. Conseguiram ouvir uma pancada seguida de um "ai" de Lockhart.
— E agora?! — Rony parecia assustado
Olharam em volta, não tinha como voltar. O teto tinha várias rachaduras, o túnel todo poderia desabar. Os dois se olharam por alguns instantes, como se se perguntassem o que iriam fazer, mas eles sabiam que só havia uma alternativa.
— Espere aí com Lockhart, nós vamos continuar — Hanna disse confiante
— Se não voltarmos em uma hora…
Ficaram em silêncio por alguns instantes, todos receosos.
— Vou tentar afastar algumas pedras… para vocês passarem quando voltarem… — Rony queria manter a voz firme, mas, ela deu uma falhada no fim da frase.
— Nos vemos já, Ron. — Hanna respirava fundo para não deixar morrer a pose corajosa, mas, tremia dos pés a cabeça, e Harry não estava diferente.
Os dois moveram os olhos para o longo corredor e logo depois para o outro, era uma comunicação silenciosa, mas cheia de significado do que viria a seguir. Respiraram fundo e deram as mãos, foi um ato completamente involuntário, mas eles sabiam que precisavam um do outro agora. E assim seguiram pelo corredor, em completo silêncio.
Enquanto ainda andavam, Hanna se lembrou do diário, talvez fosse uma boa hora para falar.
— Harry... — Chamou a atenção do outro — Eu ia confirmar antes de dizer isso, mas, algumas semanas atrás, eu vi Gina andando com um livro nas mãos por aí, e bem, era o diário de Riddle, tenho certeza. E ela parecia estranha, sabe? Como se não quisesse que eu visse. Eu também o vi no sonho que eu tive, estava no chão, e Gina também estava lá...era um lugar exatamente assim, escuro e úmido... — Suspirou. — Eu só... não sei o que está acontecendo, mas estou com medo, Harry. — admitiu.
Harry a olhou e em seguida mirou o chão, parecia pensativo.
— Também estou com medo, Hanna. — apenas diz isso.
Ao chegar no que enfim parecia ser o que precisavam, viram que havia uma parede sólida a frente, com duas cobras entrelaçadas, os olhos engasgados com duas enormes esmeraldas brilhantes.
Harry puxou o ar profundamente e ditou sozinho:
— Abram — Como mais cedo, a voz saía como um sussurro estranho.
Assim, as cobras se separaram e as paredes se afastaram, as duas metades deslizaram desaparecendo de vista. E então, os dois extremamente trêmulos entraram, era agora, e não tinha volta.
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