𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓; Insane
「 INSANO 」
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O dia começou com uma sensação de que ocorreria bem para Hanna, teria aula de Herbologia e ela até gostava da matéria, uma aula que grande parte dos outros alunos não achavam interessante. Enquanto se aprontava a garota se lembrou que teria detenção, um resmungo involuntário saiu de seus lábios, havia escapado dele por conta do ocorrido na noite anterior, mas agora não escaparia, sem contar que teria que conversar com Malfoy, que parecia estar bravo com ela. Respirou fundo e foi encarar o dia, havia mudado de ideia, o dia tinha tudo para ser péssimo.
Durante a aula de herbologia, seu cérebro insistia em voar para longe, ela estivera mais preocupada em se perguntar se o que viram na floresta realmente batia com o homem e se de fato fosse ele, a grande pergunta era: Por quê?
As próximas aulas foram seguidas das mesmas perguntas que rodavam em sua cabeça e pareciam fazer acrobacias por volta de sua mente.
Tentara milhares de vezes se concentrar na aula, mas apenas conseguiu voltar a realidade quando ouviu um barulho explosivo baixo e viu Neville olhando para sua pena, que agora se encontrava completamente queimada.
— Neville… —Hanna o olha com uma expressão levemente desapontada.
— Acho que não nasci pra magia…. — ele diz baixo e suspira, jogando a varinha sobre a mesa.
— Ah, qual é? Sem essa, Neville. Você só tem dificuldade em realizar magia, mas tudo isso vai ser resolvido na prática! Olha, vou te ajudar agora. — Ela diz confiante e ganha a atenção do menino novamente. — Segure a varinha, por favor.
Hanna rasga um pedaço de pergaminho e o põe na mesa.
— Agora, aponte sua varinha para o papel. O movimento com o pulso é simples, vou te ajudar. — Ela segurou de leve no pulso do menino que permanecia concentrado na ação, e tentava disfarçar as bochechas vermelhas. — Diga junto comigo e seja confiante! — Neville assentiu e ergueu a cabeça. — Wingardium Leviosa! — os dois disseram juntos, mas a voz de Hanna era mais baixa que a do outro.
Logo, o pedaço de papel começou a flutuar, Neville ficou boquiaberto e sorriu grande, parecia loucura que havia concluído aquilo bem. Hanna sorriu orgulhosa e encarou o amigo com empolgação, ficou genuinamente feliz por ele e por ter o ajudado.
— Oh, puxa, isto é uma surpresa! Neville Longbottom concluiu! — o professor dizia animado e os alunos parabenizaram Neville.
— Valeu, Hanna, você é a melhor! — ele disse animado e Hanna sorriu de volta.
Após a aula, esperou algum tempinho para que a biblioteca esvaziasse, aproveitando para ler algumas coisas sobre os efeitos de sangue de unicórnio, não queria admitir, mas estava fissurada no assunto. Mergulhou totalmente em sua leitura que nem percebeu quando a biblioteca esvaziou completamente. Ela ouviu um alto barulho de algo batendo na mesa e olhou assustada para frente, vendo uma pilha de livros que fora jogada por Snape a sua frente, como sempre, ele estava com seu olhar frio e vazio, Hanna sentia que Snape tinha muito o que contar sobre si mesmo, mas obviamente não perguntaria.
— Comecem a organização. — ele disse com sua voz tão fria quanto seu olhar e se sentou em uma das mesas mais afastadas dos dois menores ali.
Hanna aproveitou para tentar falar com o loiro que parecia ignorar sua existência desde o dia na floresta.
Pegou o primeiro livro e viu sua classificação, logo o colocando no lugar, Draco fazia o mesmo, os dois permaneceram calados por um tempo.
— Malfoy… — ele a ignorou — Draco Malfoy! — disse alto tendo o olhar soberbo do outro. — Posso saber o motivo de estar me ignorando? — perguntou.
— Bem, caso não se lembre, Grifinória. Só estou em detenção por sua causa! Fui arrastado para o meio da floresta com você, onde quase fomos mortos. Quer mais? — ele disse aparentemente bravo e Hanna fez uma careta, não sabia que ele era tão sensível, não parecia pelo menos.
— Por Merlin, Malfoy! pra quê tudo isso? E outra, se você não quisesse mesmo ir naquele dia, tivesse ficado em sua caminha confortável! — o loiro revirou os olhos e continuou alisando o mesmo canto da estante com o pano, não estava limpando nada ali.
Ela suspirou, hora de se desculpar.
— Olha, me desculpe, ok? Não sabia que você ia ficar com raiva, nem que a saída nós traria tantos problemas. Eu também não queria estar fazendo detenção. — os dois suspiraram — Agora você pode deixar de pensar sobre isso e voltar a falar comigo? Eu não tenho amigos, garoto! — disse num tom de brincadeira e viu o garoto querer rir, mas segurar. — Ah, eu sei que você quer rir, vai! Para de ser chato!
— Está bem, Grifinória, está desculpada. — olhou para ela com cara de tédio e voltou ao mesmo ponto na estante.
Ela prendeu um sorriso grande e se sentiu aliviada, mesmo com seus intermináveis defeitos, ela até gostava de Malfoy. Hanna sempre teve um gosto por pessoas mais complicadas, coisas simples pareciam tediosas demais vez ou outra.
— Sonserina, você sabe como se limpa uma estante? Não precisa fazer carinho nela. — riu fraco observando que a limpeza do outro não fazia diferença nenhuma.
— Eu não costumo limpar estantes, Grifinória. — respondeu debochado.
— Bem, pra começar, você tem que passar o pano pela estante toda. E também é bom colocar um pouquinho de esforço nisso.
O garoto começou a passar o pano de mau jeito no restante do local fazendo uma careta fresca.
— Para de ser tão mimado, limpa isso direito! — riu novamente.
— Tá, tá! — voltou a limpar, dessa vez realmente fazendo alguma diferença.
— Viu? Sua mão continua no mesmo lugar e nem doeu limpar isso direito. Agora anda logo porque ainda temos esse lugar inteiro pra arrumar.
A partir dali começaram a fazer as coisas mais rápido, mas sempre conversando sobre algo e brincando levemente para que Snape não os desse uma bronca.
Em algum momento, Hanna organizava alguns livros sobre herbologia e sentiu que um olhar pesava sobre si, olhou para trás e viu que Snape a observava constantemente, porém assim que ele notou a percepção da garota, desviou para outro lugar como se nada tivesse acontecido. Esquisito.
— Hanna, não que eu esteja um pingo interessado, mas… achou mais alguma coisa sobre sangue de unicórnio? — ele pergunta baixo.
— Bem, estive lendo sobre isso hoje. Parece que é tão poderoso que pode salvar alguém da morte certa! — ela respondeu no mesmo tom — e pode manter alguém vivo também. Mas tem algum tipo de consequência quando se mata um unicórnio, não sei o que exatamente, mas sei que existe e preciso saber disso.
— Eu também não sei, mas tem alguém que sabe. — ele olhou para Snape. — Você pergunta.
— Claro que não, você que é o favorito dele, então pergunte!
— Eu não vou perguntar isso pra ele, vai achar que sou louco!
— Ah, e tudo bem se ele me achar louca?!
Voltando ao estado regular da dinâmica entre os dois, discussões e implicâncias razoáveis.
— Perguntar o quê? — Snape cortou a discussão, fazendo os dois se calarem e o olharem. — Vamos, perguntem logo.
— O que acontece com quem mata um unicórnio, professor? — Hanna tomou a iniciativa.
— Bem, a pessoa que cometer esse ato, terá uma vida amaldiçoada, pois assassinou algo puro, uma vida miserável e terrível, senhorita. — e respondeu simples. — agora continuem isso e parem de papo furado.
— Seja lá o que esteja matando os unicórnios e se realmente for Quirrell, ele é uma pessoa totalmente diferente de quem se mostra, não é o gago bobinho que diz ser. — ela diz séria e eles encerram a conversa ali.
Após mais algum tempo ali, eles finalmente terminaram o serviço, cansados e sabendo que teriam mais pelo outro dia, seria uma semana longa.
E aquela maldita pergunta ainda rodava pela cabeça da garota, por quê Quirrell faria isso? Ela sabe que tem um motivo cabuloso, só poderia ter, e ela iria descobrir qual é, custe o que custar.
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No dia seguinte, os alunos acabavam de ser liberados das aulas do dia, Hanna saia em direção a biblioteca para mais um dia de detenção quando ouviu Quirrell lhe chamar e virou-se para ele, já sentindo um frio na barriga.
— S-s-senhorita, ser-ra qu-e p-poderia f-f-ficar e m-me a-j-udar a c-carregar al-gum-as coisas? — Ele diz ajeitando alguns livros, de costas para a garota.
Sua mente a dizia em milhares de formas diferentes para sair dali, aquilo era um enorme sinal vermelho, e ela sabia disso. Sentia o coração apertar cada vez mais, seu corpo estava mandando sinais de que aquilo era algo terrível.
— Desculpe, professor, mas eu preciso ir, tenho detenção… — sorriu desconfortável e começou a sair.
"Saia daí, saia daí!" Sua consciência repetia milhares de vezes. A sensação era extremamente esquisita, sentia um calafrio subir pela espinha enquanto a vozinha de sua cabeça a mandava correr.
— Mas, senhorita! — ele disse alto fazendo a garota parar e o olhá-lo novamente, seu tom de voz estava diferente, fez a menina se arrepiar por inteiro. Ele se aproximava e Hanna parecia ter ficado presa no chão, não conseguia se mover. — Eu preciso de sua ajuda… — Hanna achava que a pior parte era que dizia isso nem gaguejar nem mesmo uma vez.
"Não! Saia, saia! Tem algo errado com ele, é perigoso!" A sua mente estava praticamente a implorando.
— E-Eu… preciso ir, Snape ficará bravo. — diz num fio de voz, já tremia dos pés à cabeça e podia sentir a cicatriz doer.
Ela finalmente conseguiu se mover e começava a dar alguns passos para trás, conforme o outro se aproximava mais, naquele momento só se perguntava onde estavam os idiotas que viviam correndo pelos corredores, ou madame Nor-r-ra.
— Lamento, mas a senhorita não irá a lugar nenhum… — Hanna arregalou os olhos, Quirrell abriu um sorriso bizarro — E-estou se-ndo educado e p-pedindo para me ajudar.
O corpo inteiro tremia e um arrepio sinistro subia pela espinha conforme ela andava para trás com a respiração descompensada e o coração apertado. Ela acelerou alguns passos para trás em total desespero até ser parada por duas mãos geladas em seus ombros.
— Está atrasada para detenção, Senhorita Calliodor. — ouviu a voz de Snape e respirou fundo, completamente aliviada.
O coração desapertou no mesmo instante em que a voz de Snape ecoou, num impulso ela se virou rapidamente para o professor passando seu corpo para trás dele e segurando em suas vestes escuras na altura da cintura num abraço assustado e desajeitado enquanto suas mãos ainda estavam trêmulas. Por mais sinistro que ele fosse, Hanna sentia que ele não era um sinal de perigo para si, pelo contrário, a passava uma grande sensação de segurança, principalmente naquelas circunstâncias.
Quirrell havia perdido completamente a postura macabra e voltava a ser o esquisito de sempre. Hanna permanecia em estado de choque, olhando para o gago de forma assustada, ouviu alguns passos leves, olhou para trás e viu que o loiro acompanhava Snape, mas permaneceu mais atrás apenas observando tudo em silêncio.
— Algum problema por aqui? — Snape perguntou parecendo notar o ar estranho no local.
— N-Nao, eu a-penas a p-edi p-pa-ra me a-ju-dar— Quirrell iria continuar mas Snape o cortou.
— Senhorita Calliodor, algum problema por aqui? — a garota apenas negou com a cabeça tentando disfarçar o tremor em seu corpo. — Tem certeza? — perguntou num tom diferente, ele sabia que algo estava errado.
Ela pensou por alguns instantes, olhou para Quirrell que encarava o chão e depois voltou a encarar Snape afirmando com a cabeça.
— Sendo assim, estamos perdendo tempo... E Quirrell, não é bom perseguir estudantes pelos corredores após o horário de aulas, deixe esse trabalho para Filch. — ditou sério.
— d-d-esculpe atrap-lhar — ele continua e se retira.
Hanna permanece em silêncio, ainda sentindo o corpo formigar e observa o outro se retirando do local.
— Vamos, vocês ainda têm detenção. — Snape foi caminhando a frente, como se nada houvesse acontecido.
Draco foi até o lado da garota ainda estranhando tudo.
— O que aconteceu? — perguntou baixinho, até ele havia percebido o clima.
— Quirrell é completamente insano. — foi tudo que respondeu e não voltou mais nesse assunto.
Devia ter sido postado terça, perdão ksksksks
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