VIII
Hermione Granger
Estava na biblioteca ajudando Harry a desvendar o enigma do ovo. Quando fui chamada a sala dos professores junto ao Rony, nunca imaginei que era para fazer parte da prova, o diretor Dumbledore explicou para nós e outras duas garotas que éramos as pessoas mais importantes para os competidores no momento, por isso seriamos reféns.
Já como Rony também estava lá, descartei a ideia que eu seria a refém do Harry, e sim do Viktor. Saber que eu era a pessoa mais próxima para o búlgaro naquele momento me deixou extasiada, mesmo ele confessando seus sentimentos ainda era difícil de acreditar, mas a cada momento que se passava, ficava mais claro como água que o Krum realmente gostava de mim.
Estava em um dilema para entender minhas próprias emoções, eu não odiava o bruxo, muito pelo contrário, sua presença me fazia sentir tantas emoções diferentes em tão pouco tempo, era algo que eu achava curioso e divertido, realmente apreciava os momentos que tinha com ele. Mas não sei se o que sinto é o suficiente para retribuir seus sentimentos, não quero me precipitar e acabar me machucando ou machucando Viktor. Os pensamentos ficavam cada vez mais confusos em minha mente enquanto minhas emoções pareciam se transformar em uma bola de neve cada vez maior.
Acabei por concordar em fazer o papel de refém, e com isso todos os quatro juntamente com os professores seguiamos em direção ao lago. A professora McGonagall explicou como ocorreria o feitiço, e que se houvesse algum problema eles nos tirariam do lago imediatamente, ela então recitou algum feitiço e logo senti meus olhos se pesarem, e tudo ficou completamente escuro.
Quando meus olhos se abriram eu respirei desesperadamente, como se estivesse me afogando e precisasse rapidamente de ar em meus pulmões. Estava sobre a água e ao meu lado estava Viktor com uma expressão preocupada no rosto, ele me ajudou a chegar a plataforma de madeira e colocou uma toalha sobre minhas costas enquanto me fitava de longe.
Isso fazia me sentir cada vez mais culpada por não dar uma resposta certa ao garoto. Em cada ação sua, gesto ou palavra era notável que ele se importava comigo, enquanto isso eu não poderia fazer nada pois nem mesmo entendia minhas próprias emoções.
Já havia se passado um tempo e Harry ainda não retornou, o que me deixou extremamente preocupada, ele era meu melhor amigo, não poderia perde-lo. De repente avisto Rony e a refém de Fleur Delacou, mas nada do Potter, o que me deixa ainda mais aflita. Caminhei até o Weasley, ele tinha que saber de alguma coisa.
– E o Hanrry? Onde ele está?
– E-eu não sei Hermione. Não faço ideia de onde ele esteja.
Estava ficando cada vez mais nervosa, pensando em inúmeras possibilidades do que poderia ter acontecido com meu amigo. Logo todos esses pensamentos inúteis evaporam de minha mente quando avisto Harry, sendo praticamente arremessado da água e caindo na plataforma. Fui rapidamente até ele e coloquei minha toalha sobre seus ombros.
– Pra mim sua atitude foi admirável. – salvar um refém que nem mesmo lhe pertencia era um ato nobre do Potter.
– Mas terminei em último.
Sua preocupação era boba, mas não conseguia ficar irritada com ele naquele momento. Beijei a cabeça do garoto e logo tratei de tirar suas duvidas.
– Fleur não conseguiu terminar a prova.
Logo o diretor Dumbledore anuncia que o vencedor havia sido Cedrico Diggory, contudo como Harry teria terminado primeiro se não escolhesse salvar os demais reféns, ele ficou em segundo lugar.
O dia havia se tornado noite, estava em meu quarto secando os cabelos depois de um longo banho, aquele dia tinha sido cansativo. Ouço um barulho na janela perto da minha cama, quando me aproximo encontro Owlie do lado de fora me observando com olhos curiosos, ri da cena e logo abri a janela permitindo a coruja entrar em meu quarto. Ela pousou em meu braço e acariciei sua cabeça, vejo uma carta amarrada em sua perna com uma fita azul e sorrio por já saber de quem se tratava. Assim que peguei a mensagem Owlie voa para fora do quarto, sem esperar por uma resposta. Abro a carta e pode notar a caligrafia elegante e o perfume de Viktor, que mesmo fraco permanecia no papel.
Olá Hermion, como você está? Hoje foi um dia longo, escrevo essa carta para me desculpar por te envolver na tarefa, todos os testes possuem perigos e eu não deveria colocar você em riscos por minha causa. Quando te vi no fundo do lago amarrada por uma corda e sem respirar meu coração gelou, fiquei com raiva e decepcionado comigo mesmo, queria te tirar dali no mesmo instante e te levar para um lugar seguro. Mas confesso que quando te vi, não precisei de mais nada para perceber que você era meu tesouro, você era a pessoa que eu deveria levar comigo para a superfície, e aquilo me deixou perplexo, como não pude notar antes que era você? Sempre foi você. Espero que descanse e tenha bons sonhos esta noite, nos encontraremos novamente amanhã, em outras circunstâncias eu espero. Boa noite meu tesouro.
— Assinado: Viktor Krum.
Esta carta me deixou sem palavras, meu coração batia de maneira acelerada e sentia meu estomago revirar, não sabia o que tudo isso que eu sentia significava, mas a cada palavra do bruxo nessa carta me fazia sorrir de uma maneira idiota. Afinal, o que era gostar de alguém? Esse pensamento rondou minha mente durante um bom tempo, e quanto mais tento achar uma razão lógica para tudo o que sinto, menos respostas encontro e mais confusa fico. "Meu tesouro", repeti essas palavras mais uma vez antes de dormir, isso por algum motivo deixava meu coração aquecido.
Já era o dia da terceira e última tarefa, o que me deixava contente mas ao mesmo tempo triste, isso significaria que logo Viktor teria que partir. Todos estavam sentados na arquibancada inclusive eu, conseguia ver os participantes se preparando para o início do teste que ocorreria no Labirinto.
Por algum motivo tinha um pressentimento ruim, era como se algo sombrio pairasse no ar. Troquei alguns olhares com o Krum, que deu um sorriso para mim como se dissesse que está tudo bem. Logo o som do canhão foi ouvido e os quatro representantes das escolas adentraram o Labirinto. Quanto mais o tempo se passava tinha certeza que algo terrível aconteceria, estava preocupada e aflita, tudo o que poderia fazer era torcer para que todos retornassem a salvo.
Como se fosse uma ironia do destino, avisto no céu uma luz vermelha que seria um feitiço usado caso algum participante desistisse, e aquilo só deixou tudo ainda pior.
Carta escrita por Viktor
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