🌹Cap. 130 (Anjos)
Eu não dormi, passei a noite acordada, observando aqueles dois envelopes...
-Amor?..
Engulo seco, a encarando. Brunna me olha com o cenho franzido, uma cara de preocupada.. -Tá tudo bem?
Eu nego. -não
Ela olha o relógio por alguns segundos e depois volta a me olhar, sentando na cama. -São 7 da manhã, o que tá acontecendo? -
Pego os dois envelopes. -Isso..
-O que é isso? -
-Os resultados..
-DNA?
-Uhum..
-E você não dormiu?
-Não.. não dormi e não tô afim de abrir -
Ela suspira. -Abre de uma vez, amor..
-Eu não consigo..
-Quer que eu abra?
Afirmo
-Dá aqui..-Brunna se aproxima. Eu entrego os envelopes pra ela
-Esse que não tem nome.. é do bebê?
-É -
-Tá -Brunna abre o envelope, tirando a folha de dentro. -Vamos lá...
Me ajeito no colchão. -Eu tô mais ansiosa pelo outro..
-Quer que eu fale? Ou..
-Fala -
-Não é seu
Engulo seco..-Tá..eu não tinha duvidas
Brunna me entrega o papel, enquanto abre o outro envelope. Observo o resultado, é negativo..
-Ah..meu Deus
A encaro. -O que foi?
-Você precisa ser forte, tá?..
-Bru..-sinto a minha garganta apertar e os olhos encherem de lágrimas
-Amor..
-Não fala isso, tá? Não fala
-Você quer a verdade, não quer?
-Claro..
-O Rodrigo..-Brunna suspira
Eu tampo o meu rosto com as mãos, caindo no choro. Brunna me abraça, acariciando as minhas costas
-Porra...-resmungo
-Ele não é seu filho, amor...eu não queria falar isso, mas foi o que li..
Agora um filme passa na minha cabeça. Eu não cuidei muito do Rodrigo, ele não morava comigo, mas eu sempre estive com ele. Cuidando, dando carinho, tenho fotos e fotos de quando ele era mais novo..Isso acabou comigo
-Amor..
-Eu vou matar aquela filha da puta
-Não, você não vai matar ninguém, tá? Você descobriu o que queria descobrir, Ludmilla..mas se você considera ele seu filho, cuide dele mesmo assim! Não fique orgulhosa, ele é só uma criança, tá?
-Eu não vou abandonar ele -me levanto
-Amor..
-Vou tomar um banho -
-Tira esses pensamentos da sua cabeça
-Eu tô bem -respiro fundo
Eu entro no banheiro, fechando a porta.
(...)
~Lud off~
(...)
~Bru on~
Ludmilla foi tomar banho e eu entrei no banheiro também, escovei os meus dentes, lavei o meu rosto, e fui bater na porta do box. -Baby..
-Hm?
-Posso entrar?
-Pode..-diz com a voz trêmula
Eu tiro a minha roupa e entro no box, parando na frente dela. -Olha pra mim..
Ludmilla me encara, com os olhos vermelhos. Eu abraço ela, e ela também me abraça, voltando a chorar
-Vai ficar tudo bem, ele não precisa saber disso. Você é mãe dele
(...)
Nós terminamos o banho e nos arrumamos, trouxemos uma única mala pra podermos nos trocar hoje de manhã. -Pegou a mala? -pergunto
-Peguei, guardei tudo..
-Tá -abro a porta e nós saímos do quarto
-Estão esperando a gente no térreo -
Descemos até lá, encontrando todos na frente da recepção do hotel. Gabriel me encara e eu nego, ele suspira.
-Bom dia, gente -falo
-Bom dia -
Black agarra a irmã dele, e eles saem do hotel primeiro, junto com os outros. Eu me aproximo do Bruno e da minha mãe.
-Ta tudo bem? -
Eu nego. -Não, ela recebeu o teste de DNA, os filhos não são dela
-Porra..
-É, mas ela vai ficar bem..vamos -
Saímos do hotel, indo direto pro carro. Lud cumprimenta a minha mãe e o Bruno e depois nós entramos no carro, indo direto pra casa nova da minha família
(...)
Até eu fiquei chocada. Chegamos na frente de um lugar enorme, com um muro alto, portão grande. Sem contar em quatro seguranças em frente ao portão
Encaro a Ludmilla, ela me olha de relance..
Que porra, como explico isso pra minha mãe?
Os seguranças abriram o portão e nós entramos.
-Puta merda, que casa é essa? -Bruno pergunta
-É de vocês, toda segurança é pouca pra família da minha mulher e pra ela..eu não vou mentir, tenho muitos inimigos, mas vocês não precisam temer
-Inimigos de trabalho -falo. -Todos querem ser os melhores
-Gostei da casa, é bem bonita..o João iria adorar
-Ele ainda vai vim pra cá, mãe -falo
Ludmilla estaciona o carro. -A casa já é mobiliada -diz
Nós descemos do carro e eu fico boquiaberta com o tamanho daquela casa.
-Uau.. é sério isso? -O meu irmão me encara
-É de vocês..-Lud abre a porta e nós entramos, observando cada canto
(...)
Depois de muitos agradecimentos e tour pela casa, que é enorme, ela deixou algumas instruções.
-Bom, esses seguranças vão ficar por aqui, espero que não se incomodem. E eles também vão servir caso o Jorge queira aparecer
-Ah sim, concordo -Bruno diz
Lud sorri. -Eu vou resolver alguns problemas agora, mas vocês terão um motorista aqui na casa, enquanto não sabem andar por Lisboa.. então, se quiserem ver o João, o motorista leva
-Muito obrigada pelo o que você tá fazendo pela nossa família, Ludmilla..-Minha mãe a encara
-Não tem porque agradecer, é de coração, tá?
-Bom..tomem um banho, aproveitem a casa -falo
-É..tem uma cozinheira só pra vocês, então.. vocês não tem muito o que fazer
-To mimado..
Dou risada com o meu irmão.
-Você não vai ficar? -Ludmilla me encara
Eu nego. -Vou com você..depois eu volto e nós podemos ir até o hospital, tá bom? Descansem da viagem..
-É, foi longa mesmo -Mia diz
Sorrio
Nos despedimos e deixamos os dois descansarem, e eu resolvi vir com a Ludmilla porque sei o que vai acontecer.
(...)
Ela estacionou o carro de mal jeito, e desceu fuzilando. Fui atrás sem falar nada
Lud entrou na casa dela, encontramos os seguranças que ficaram aqui em Portugal, alguns deles sentados na sala.
-Cadê a Thaissa?
-Opa, tá tudo bem? -Marcos pergunta
-Não! Cadê a Thaissa??
-Ela tá na casa das meninas, no pátio ensaiando elas
Ela se afasta e eu encaro eles, pedindo ajuda com o olhar. Felizmente entenderam e vieram atrás da Ludmilla junto comigo
(...)
~Bru off~
(...)
~Lud on~
Eu entro na boate, descendo até a casa das meninas, passando pelos corredores e indo até o pátio de ensaio.
-EI EI! Olhem pra mim! Desse jeito não dá, vocês tem que seguir direito -Thaissa diz, antes de me ver.
Me aproximo dela sem falar nada, eu aperto o seu pescoço, tirando a minha arma da cintura. Levo até a sua cabeça. -VOCÊ MENTIU PRA MIM
-LUD! CALMA -Isabelly se aproxima
-Ludmilla, o que é isso?? -Daiane pergunta
-PATRICIA, TIRA AS MENINAS DAQUI -escuto a voz do Gabriel
-EU MENTI?
-VOCÊ NÃO ME ENGANA MAIS, PORRA! ELES NÃO SÃO MEUS FILHOS, SUA VADIA
-Do que você tá falando?
Dou risada, eu soco o seu rosto, jogando ela pro chão.
-LUD
-NÃO CHEGUEM PERTO DE MIM -aponto a arma pros outros
-Você tá ficando maluca?? Para com isso! -Marcos diz
Volto a encarar a Thaissa. -EU VI OS TESTES DE DNA, EU VI. EU NÃO TINHA DUVIDAS QUE ESSE MENOR NÃO ERA MEU, MAS O RODRIGO, THAISSA? O RODRIGO? -sinto as lágrimas caírem dos meus olhos
-E-eu não sabia..
-NÃO MENTE! -me aproximo, Thaissa se encolhe. -NÃO MENTE PRA MIM, VOCÊ SABIA! PORRA
-EU NÃO SABIA, EU TE JURO! SE ELE NÃO É SEU, NÃO SEI DE QUEM É
-DE ALGUM FILHO DA PUTA IGUAL À VOCÊ!
-POR FAVOR, NÃO ABANDONA ELE..TA? ME CASTIGA, MAS NÃO CASTIGA ELE
-EU NUNCA VOU CASTIGAR O RODRIGO, THAISSA! É UMA CRIANÇA, MESMO NÃO SENDO DE SANGUE, ELE É MEU! -
-ENTÃO PARA DE APONTAR ESSA ARMA PRA MÃE DELE
-NÃO JOGA ESSE JOGO COMIGO! VOCÊ É UMA VAGABUNDA -
-EU TÔ JURANDO QUE NÃO SABIA, LUDMILLA
Levanto ela à força. -EU TENHO NOJO DE VOCÊ, NÃO ENCOSTA MAIS EM MIM.
-Lud..
-PRA MIM VOCÊ MORREU.
-Não fala assim
-FICA COM O ANDRADE, COM QUEM QUISER, A MINHA PROTEÇÃO VOCÊ NÃO TEM MAIS.
-Você precisa de mim. Se não precisa, fala que eu vou embora agora e levo o meu filho
Eu a empurro. -Eu tô com a Brunna, e agora é sério. Ninguém vai nos impedir mais -me afasto
-Me dá essa arma -Brunna segura o meu pulso. Eu suspiro, ainda encarando a Thaissa
-Solta..
Deixo a arma na mão dela e saio de lá. Indo até o meu escritório.
Eu abro a porta com um chute, gritando sem parar, enquanto derrubo tudo o que vejo pela frente.
-PORRA! PORRA, PORRA -Passo as mãos em meu rosto, eu derrubo tudo o que estava em cima da mesa. Depois chuto a mesa pro chão
-Ludmilla do céu..-Renato entra na sala e eu o encaro, em prantos. Eu me afasto, passando por ele
-PARA DE DESTRUIR AS COISAS! -Marcos briga comigo
O ignoro, andando até os quartos das meninas. -PORRA, ARRUMEM ISSO TUDO! EU QUERO TODAS DANÇANDO BEM HOJE, EU QUERO MUITOS CLIENTES, EU QUERO A CASA CHEIA -eu grito, passando pelo corredor. Observando os olhares assustados. -EU QUERO VOCÊS TRABALHANDO HOJE, CARALHO! CHEGA! ACABOU A MAMATA
Sinto alguém me puxar, vejo que a Brunna, já estava pronta pra dar um murro. -Chega.
Eu nego.
-CHEGA! SAI DAQUI, SAI DA BOATE! VAI PRA SUA CASA, LUDMILLA
-NÃO, CARALHO
-AGORA! EU NÃO TÔ PEDINDO, VAI, PORRA
Respiro fundo
-VAI!
Me afasto, antes de sair dou um chute em uma das portas. Saio da boate e ando até a minha casa
Eu me tranco no meu quarto e começo a chorar. Faz qualquer coisa comigo, mas descobrir que o Rodrigo não é meu, acabou comigo.
Chorei sem parar, e quando consegui me acalmar, peguei uma caixa em meu closet e abri.. são fotos dele
Eu fiquei ali, olhando as fotos e chorando, enquanto penso na merda que fiz em toda a minha vida, confiar na Thaissa.
(...)
Brunna entra no closet e eu tô deitada no chão, com as fotos jogadas e os olhos inchados de tanto chorar
-Oi meu amor..vim saber se tá melhor -
A encaro..
Brunna agacha do meu lado. -Dei o seu espaço..
-Tudo bem..-falo
-São fotos do Rodrigo?
-Uhum..
-Não fica assim, amor.. já já ele chega da escola, não vai querer te ver assim -
Sento no chão. -eu sei, pra mim nada mudou, vai ser o mesmo tratamento..mas dói, Bru
-Eu imagino..mas eu tô com você, e você é mãe dele, Ludmilla. Cuida dele..
Suspiro. -Eu vou..
-Vem, vamos guardar isso
(...)
Saio do quarto com a Brunna e desço a escada, encontrando os meus amigos na sala. Isabelly estava sentada com o Davi no colo, sentei ao lado dela
-Quer pegar ele?
-Quero..
Isa me passa o meu filho e eu seguro ele, beijando a bochecha dele..
-Lud, já pode conversar? -Marcos se aproxima
O encaro. -Fala..
-Temos um baile de máscara pra fazer
-Não ia ser na boate do Mathias? -
-Ia, mas aconteceu uns b.o na boate dele, ele pediu pra fazer aqui, passou a lista dos chefes de Máfias que estarão presentes e nenhum tem rincha com você -
Afirmo. -Ok, podemos fazer.. são quantos chefes?
-Cinco, incluindo você e o Mathias.
-Quem são os outros?
-O Gusttavo, a Paolla e o Edward -
-Ok..quero uma reunião com eles, pra organizarmos direitinho
-Beleza, vou marcar -Marcos se levanta. -Pra quando?
-hoje.
-Tá -
-Lud... nós verificamos e realmente não tem como ser o Andrade o dedo duro que entregou a planta do terreno -Xavier diz
Suspiro. -Não sei o que vão fazer, mas façam. Eu quero saber quem foi, eu quero descobrir
-E se foi o Caio? -Renato pergunta
-Como assim? Aquele babaca? -Galego diz
-Ele esteve aqui uns dias com a Brunna, lembra? E ele ja trabalhou aqui, sabe onde fica tudo, porra.
Respiro fundo. -Filho da puta, não acredito que ele mesmo fez isso
-Esse moleque se arrisca muito -Black se levanta, passando uma das mãos no rosto
-Que porra! Por isso que ele disse que ficaria no RJ, tinha que sair de perto da gente e agora já deve estar protegido pelo Ramon -
Me levanto, entregando o Davi pra Brunna. -Lembram os números daquela coordenada?
-Claro. -
-Se arrumem, e vão pra lá.
-Quantos de nós?
-Uns 15, vocês precisam estar preparados pra tudo. Entenderam? Eu só não vou porque tenho que receber os outros chefes, mas me deixem informada.
-Pode deixar -
-Black e Xavier, estão no comando. Renato, ajuda o Marcos a arrumar a sala de reuniões. Black, você escolhe os que vão com vocês.
-Tá bom
-Quero todos de coletes, armamento pesado, ok? Dividam 5 por cada van, e nunca andem sozinhos. Sempre em cinco!
-Pode deixar.
-Vão! Agora.
Eles saem correndo e eu suspiro, encarando a Brunna e a Isa..
-Com certeza ele tá protegido pelo Ramon -Isabelly diz
-Vacilei muito..que porra -
-Relaxa! Tudo vai dar certo. Você só perdeu porque queria a Brunna por perto e tinha que manter ele aqui, se não, ela também não ficaria
-A culpa é minha -Bru se levanta
-Tá tudo bem. Isa, por favor...Já fizeram a fiscalização hoje?
-Nos quartos? Não..
-Chama dez seguranças pra te ajudar e comanda, a Thaissa não vai hoje
-Tá bom.. vocês cuidam do Davi pra mim?
-Pode deixar, amiga..-Bru a encara
-Tá, obrigada.. já volto
Isa se levanta e se afasta, e eu me sento ao lado da Brunna, observando ela brincar com o meu filho
-Você gosta da titia, em? Gosta?
O Davi sorri e eu faço o mesmo..
-Ele é um amor..-falo
-É sim..tá melhor?
-Uhum...bom, temos uma festa pra arrumar agora
-Não gostei da idéia de ter a Paolla
-Relaxa..
-Uhum -
Eu beijo a sua bochecha. -Eu amo você..e agora é minha de vez
Brunna sorri. -Eu também te amo..
-MAMÃE
Eu encaro a porta, Rodrigo acabou de entrar. -Oi meu amor
Ele vem correndo na minha direção e pula em meu colo, me abraçando. -VOCÊ VOLTOU
-Voltei, amor..-beijo a sua bochecha, tentando conter as lágrimas.
-Eu tava com saudade
-A mamãe também.. você tá bem? Foi pra escola, estudou direito?
-Sim! Eu sou o melhor da sala
Dou risada. -E a Brunna? Não fala com ela?
Ele a encara.. -Oi Bru
-Oi amor..
-Davizinho, tava com saudade de você também -Rodrigo beija a bochecha dele. -Posso brincar com o Davi?
-Calma, você vai tomar banho e almoçar, depois pode brincar com ele
-Você brinca também?
-Hmmm..-finjo pensar- Brinco!
-EBA!
-Vai pro banho -
Rodrigo desce do meu colo e sobe a escada correndo, encaro a Brunna e ela dá risada. -Vou ajudar ele..
-Tá, vou ver se esse gatão aqui quer alguma fruta -
-Isso, tem que ser saudável -
-Fala pra ela "Você não é, mamãe" -Brunna mexe a mãozinha do Davi, me fazendo rir
-Deixa disso, Gonçalves! -eu subo a escada
(...)
Ajudei o Rodrigo a tomar banho e se trocar, depois ele foi almoçar e eu o esperei pra brincar.
-Lud -Marcos se aproxima. -O Mathias e a Paolla já estão aí
-Ok, cuida do Rodrigo pra mim.. por favor
-Tá bom
-Manda a Brunna ir até a sala de reunião -me afasto
Saio da minha casa e vou até a boate, onde tem a sala de reuniões. Eu entro, encontrando os meus amigos alí
-Luchesse..-Mathias se levanta primeiro, sorrio.
-Mathias Gambino -me aproximo, cumprimentando ele
-Como você tá?
-Eu tô bem, e você?
-Eu tô ótimo..
-Que bom. -Solto a sua mão, indo cumprimentar a Paolla. -Paolla..-beijo a sua mão
Ela sorri. -Oi Lud..
-O Gusttavo deixou uma mensagem avisando que já tá chegando e o Bonanno disse que estava no portão..
-Tudo bem, sentem-se -falo
Eles sentam cada um em um lugar, eu me sento na beirada da mesa. -Bom..a festa seria no seu terreno -encaro o Mathias
-Sim, aconteceu que houve muitas mortes em um dia só, muitos traíras, Ludmilla...e estamos replanejando todo o salão
Sorrio. -Pois é, tá cheio de traíra mesmo...
-E a Thaissa? Novidade ela não estar aqui
-Oficializei a Brunna -falo. -Alguem quer beber? Fumar?
-Você oficializou a garotinha de 18 anos? Uau -Mathias sorri
Sorrio junto. -Ela é a ideal.
-Parabens então -Paolla
-Licença..-Edward diz assim que entra, acompanhado da Brunna. -É aqui?
-Entra, Bonanno! Até que enfim -Mathias o encara
Brunna se aproxima e eu beijo a sua bochecha. -Quero te apresentar..
-Eu acabei de conhecer, não sabia que era sua esposa -
-Ainda não, Ed..mas vai ser, como vai?
-Eu tô bem, e você mais ainda -ele encara a Brunna
Dou risada. -tira os olhos
-Já tirei, Luchesse
-Bom..o Gusttavo já conhece a Bru, então..-suspiro- Amor, a Paolla você já conhece
-Conheço muito bem
-Como vai, Brunna? Aguas passadas? -ela sorri
-É, águas passadas..
-Esse é o Mathias..
-Muito prazer, Brunna..Mathias Gambino -ele segura a mão dela, beijando a parte de cima
-Ui -Paolla dá risada e eu reviro os olhos
-Sai, tá bom já -
Mathias se afasta, sentando novamente
-E você.. já conheceu
-Conheci -Ed sorri
-Tá bom, vamos ao que interessa..pode ficar se quiser, amor -
-Tá bom -
-Desculpa o atraso! -Gusttavo entra na sala, o encaro. -A Michele quase não deixa eu sair! Brunna, um prazer te ver de novo -
Ela dá risada. -O prazer é todo meu..
-Luchesse -
-Gusttavo, sem enrolação!
-Paolla, Mathias e Ed..tudo bem?
-Tudo, senta logo aí -Edward se irrita, me fazendo rir
-Sério mesmo, desculpa
-Enfim..-pego o meu rádio- Renato e Marcos aqui, por favor
~Já estamos indo~
-Então a idéia vai ser fazer o baile de máscara do fim de ano aqui? -
-É, eu acho até melhor do que na casa do Gambino -Ed suspira
-Por que? O que você tem contra o meu salão?
-Eu? Nada, tem cheiro de morte
-A Luchesse mata qualquer um, em qualquer lugar desse terreno também!
-Mas eu tô falando de você, não dela!
Mathias se levanta, tirando a arma da cintura. -Vai se foder, nem salão você tem
-Ou! Mathias, que porra..guarda isso -me levanto e ele guarda na hora. -Vocês vão ficar brigando por nada?
-Gente, a festa vai ser aqui. Mas como vai ser?
-Todos de máscara -Gusttavo ri, mas ninguém riu junto.
-Ok.. tô quieto
-Não dá pra levar todo mundo, os meus seguranças vão estar dando conta de tudo. Se quiserem trazer uns 4 de vocês pra ficar ao redor, tragam
-Tá..e as meninas? -Edward pergunta
O encaro. -Eu tenho meninas aqui..mas não vou disponibilizar todas
-Tá bom...meu pessoal é rígido -Mathias diz
Sorrio. -O meu é mais. Não vou entregar todas, Gambino. No outro dia tem trabalho também
-Ela tá certa -Paolla se ajeita na cadeira
-Diz isso porque já deu pra ela -Edward
Gusttavo dá risada e eu seguro a minha..
-Opa, foi mal, Brunna..eu esqueci -ele a encara
-Tudo bem. Pode ter dado, como você disse, mas agora é só minha.. então..eu não ligo
-Uuuuuuui, pega essa -Mathias dá risada
-Cala a sua boca -Ed o encara
Puxo a Brunna pra perto. -Relaxa, tá?
-Eu tô relaxada
-Já entendemos, podemos trazer 10 meninas das nossas boates -
-Tragam o quanto quiserem -falo. -Só passem pro Marcos e pro Renato a quantidade, porque temos que encomendar as coisas. E não precisam ajudar em nada, só..se tocarem em uma das minhas meninas, paguem. -me levanto
-Tá bom -
-E se me permitem agora..vou me retirar -
-Luchesse, calma -
-Não. Não, Edward. -
-Você vacilou -Mathias se levanta também
-Foi sem querer, é sério!
-Eu apresentei a Brunna pra vocês, pra saberem a quem deve respeito. Ela não é minha namorada, não é minha esposa, mas é minha noiva. E merece respeito como se fosse a minha esposa, porque ela já é minha mulher
-Eu te entendo
-Se me entende, então da próxima vez fica calado. Invés de falar merda
-Eu não quero brigar, Luchesse! -Ele se levanta. -Só que antes de você noivar com a bonitinha aí, você comeu o mundo inteiro.
Me aproximo, dando um empurrão nele. -Ainda tá falando merda?
-Quer esconder o seu passado, porra?
-Você não tem que falar nada! -dou um empurrão mais forte, e o pessoal se aproxima.
-Perai, calma -Mathias segura o Edward
-Não precisa brigar, tá tudo bem. -Brunna entra na minha frente
-Luchesse, relaxa! Sempre foi a menina briguenta do nosso grupo -Gusttavo sorri
Suspiro
-Sempre foi a mais nova e a mais briguenta -Paolla diz. -Igual ao pai
-É.. infelizmente -falo
-Estão resolvidos? Edward não vai falar mais nada
-Não.. peço desculpa de novo
-Eu já aceitei as desculpas -Brunna o encara
-O que tá rolando? -Marcos entra na sala com o Renato
-Ajeita..anotem o que eles pedirem, o que informarem..-me afasto
-Tá bom
Eu vou até a minha mesa de bebidas, me servindo enquanto eles conversam. Sirvo um whisky e quando vou beber, a Brunna segura o meu pulso. -Não...
A encaro. -Só um pouquinho
-Eu só vou te falar uma vez.. você sabe que essa sua dor é por conta da bebida, você não se trata e nem para de beber. Onde você quer parar?
Engulo seco. -Bru..
-Hm?
-Tá -deixo o copo de lado. -Tudo bem
-Por favor... promete que vai começar a ir no médico direito
-Eu vou tentar
-Você vai conseguir.
-Tá..hoje eu vou
Ela me olha surpresa. -Ah vai?
-Uhum
-Tudo bem, vou com você..
-Não, amor. Você vai com a sua mãe no hospital, tá? Eu vou pra outro lado
-Tem certeza?
-Tenho
-Eu vou com você, depois vou com ela, não tem problema.
-Tá.. tá bom
-Mas tem uma condição...
-Hm, qual? -
-Ir em um hospital de verdade
-Eles me conhecem aqui, sabem que sou de Máfia, amor
-E eles vão fazer o que? Você é procurada?
-Não sou procurada, mas eu prefiro não aparecer desse jeito..
-Tem segurança pra que? Eu preciso que seja em um hospital descente, Ludmilla. Por favor
Eu suspiro..
-Me escuta uma vez na vida.
-Tá! Tá bom. Mais tarde nós vamos
-Isso..
(...)
Assim que o pessoal foi embora, eu brinquei um pouco com o Rodrigo, enquanto a Brunna cuidava do Davi. E depois..hora do almoço.
Entro na sala de jantar, encontrando alguns dos meus amigos mais próximos, Isa e Thaissa, e meus filhos.
-Lud, cadê os meninos? -Dai pergunta
-Estão em uma operação..-suspiro. -Logo vão voltar
Eu encaro a Thaissa e ela abaixa o olhar
-Cadê a Brunna? -Nete pergunta, se sentando em uma das cadeiras
-Ela estava terminando de se arrumar..vamos comer e ir no hospital -
-Hospital? -Patrícia começa a se servir
A encaro. -É. Ver o irmão dela -minto
-Ah tá...-
-Rodrigo, tablet na mesa não -Thaissa toma dele
-Mas mamãe -ele choraminga
-Já disse não.
-Ué, você sempre deixou -Daiane a encara
-Pois é..-falo
-Mas agora eu não quero mais, algum problema?
-Não, mas é difícil acostumar uma criança grande -Marcos se pronuncia
-O filho é seu??
-Ei! Não comecem. Respeitem pelo menos a Nete, já que não me respeitam -eu começo a comer
-Que isso? Todo mundo te respeita, Luchesse -Renato dá risada
-Desculpa..demorei um pouquinho -Brunna entra no cômodo, sentando ao meu lado
-Que isso? É o colar do tio Manuel na Brunna? -Daiane pergunta surpresa
Sorrio. -É..deixei com ela
-Puta que pariu, amiga -Patrícia diz. -Sinta-se lisonjeada
-Eu me sinto -
Dou risada. -Fala sério...
-Mas é verdade, esse colar nunca saiu do seu pescoço, desde o dia que você tirou do seu pai -Marcos
-É..agora saiu -
-VAI, BRUNNINHA -Renato dá um grito, fazendo todos rirem, menos a Thaissa..
-Não vai comer? -pergunto
-Eu tô um pouco enjoada -A minha mulher diz em um choramingo, arregalo os olhos e ela dá risada
-Não..sei lá
-Toma, come um pouquinho -coloco um pouco de comida no meu garfo e levo até a sua boca, ela aceita
-Oi? Tá enjoada? -Isabelly pergunta, a encaro. E aí percebo que estão todos nos olhando
-Gente, relaxa..-Brunna dá risada
Suspiro. -Ela tá assim agora, enjoada, com vontade. Mas fala que não tá grávida
-Amor, eu não tô..
A encaro. -Você é médica?
-Vocês estão fazendo com camisinha? -
-Não -respondemos juntas
-Tá tomando remédio? -
-Sim -
A encaro. -Você tá??
-Claro que eu tô.
Reviro os olhos.
-Não importa, as vezes nem funciona. -Patrícia diz. -Vai ver isso, Bru
-Não preciso ver, eu sei que não tô..da última vez eu sabia que estava, foi diferente
-Foi a primeira vez -Daiane
-Você acha que não pode engravidar de novo? A Lud é certeira -Marcos
-É certeira? Certeira no da Isabelly né -Patrícia dá de ombros
-O que você tá insinuando, porra? -Thaissa dá um soco na mesa
-Insinuando não, amor. A notícia já correu pela casa toda! Sua MENTIROSA do cacete
-EU NÃO MENTI, EU REALMENTE NÃO SABIA.
-AI ME ERRA, THAISSA! ME ERRA
-ME ERRA VOCÊ! FALANDO SOBRE A MINHA VIDA! VOU EMBORA DAQUI E VOCÊS ESQUEÇAM DE MIM -ela se levanta
-Thaissa! -me levanto também
-NÃO! SAI DA MINHA FRENTE.
-PARA.
-NÃO, LUDMILLA! NÃO. Eu tô cansada desses seus amigos, DESSE LUGAR
-Ué, você errou! -Daiane se levanta também
-Você não vai tirar o Rodrigo daqui
-VAMOS VER SE EU NÃO VOU
-TENTA ENTÃO, EU QUERO VER VOCÊ PASSAR POR CIMA DA MINHA ORDEM. -
-Mamães -O nosso filho se aproxima, com uma cara de choro, enquanto ainda nos encaramos
-Você já não está satisfeita com o resultado?
-Eu não ligo pra ele, o Rodrigo é o meu filho. Mais do que seu! E você não vai tirar ele daqui
-Se não o que, Ludmilla?
-Leva ele.....
-Lud, melhor não! Para com isso
-LEVA ELE PRA FORA, MARCOS!
Ele me obedece, pegando o Davi e o Rodrigo ao mesmo tempo. -MAMÃE -
Assim que o meu filho sai do cômodo, eu tiro a arma da cintura, apontando pra ela. -Se não é isso. Você vai embora, desse jeito aqui, e o meu filho vai ficar.
-Ótimo, eu não duvido que você vai cuidar bem dele...eu não presto pra nada.
-Amor, abaixa isso..-Brunna se aproxima
-Me mata logo. Eu prefiro que você faça isso
-Cala a boca, porra! -falo
-ME MATA, ACABA LOGO COM ISSO
Eu empurro ela até uma parede.
-LUDMILLA! PELO AMOR DE DEUS
-EU NÃO QUERO TE TIRAR DA VIDA DELE -eu grito. -EU QUERO QUE VOCÊ SEJA UMA BOA MÃE, QUERO QUE ESTEJA PRESENTE PRA ELE, QUERO QUE DEIXE EU ESTAR PRESENTE. VOCÊ NÃO TEM COMO CUIDAR DO GAROTO LONGE DE MIM, THAISSA! EU TE TIREI DO NADA, PORRA. TE TIREI DO NADA, VOCÊ TEM O QUE LÁ FORA?
Ela não responde, mas começa a chorar
-QUER FAZER O QUE? PREFERE ENTREGAR ELE PRO SEU PAI? PRA SUA MÃE? E VIVER SOZINHA? ISSO NÃO É SER MÃE. DEIXA O MEU FILHO AQUI!
-SOLTA ESSA ARMA -Daiane grita
-EU TÔ CANSADA DESSA BRIGA COM VOCÊ. NÃO TEMOS QUE BRIGAR POR CAUSA DO RODRIGO! TENHO DIREITOS, VOCÊ TAMBÉM TEM. O MEU DIREITO É ESTAR DO LADO DO MEU FILHO
-Chega! -Brunna me puxa. -LUDMILLA
Eu não consigo, eu tô fuzilando com a Thaissa
-Ludmilla, olha pra mim! -
A encaro
-Chega. Ela já entendeu, não quero você com essa arma pra cima da Thaissa, tá entendendo?
-Brunna..
-PARA! Se você diz que o Rodrigo é o seu filho, então respeita a mãe dele. Ele precisa das duas! -
-a Brunna tem razão -Daiane se aproxima também. -Chega, Lud
Brunna tira a arma da minha mão. -Acabou essa conversa de vocês.
-Não..-eu tento falar
-ACABOU, CARALHO! ACABOU. EU MANDO AQUI TAMBÉM, NÃO MANDO?
Fico surpresa.
-EU NÃO MANDO?
-Manda, amor...
-ENTÃO CHEGA. O RODRIGO FICA, E VOCÊ TAMBÉM -ela aponta pra Thaissa- Temos que conversar.
-Uhum.. quando quiser
-Agora -
-Brunna..-
As duas se afastam e eu encaro os meus amigos..
-Porra, o que vai rolar? -Marcos pergunta
(...)
~Lud off~
(...)
~Bru on~
Entro no meu quarto, e a Thaissa entra atrás. Eu respiro fundo antes de começar essa conversa
-O que você quer, Brunna?
-Eu quero paz -a encaro
-Mais do que você tem??
-Olha, Thaissa! Você errou, errou muito. Agora você não tem proteção nenhuma por sua parte, só vão te proteger por causa do Rodrigo!
-Eu já sei disso!
-E você precisa dessa proteção. Você sabe que precisa, tem um monte de gente por AQUI com você -eu passo a mão na testa. -Eu tô abaixando a bola da Ludmilla, você já estaria morta, tá?
Ela suspira
-E eu tô fazendo isso pelo Rodrigo. Por que ele te ama, ama as duas, vocês são mães deles. E vai continuar assim -falo. -Ele precisa das duas pra crescer. Então para, você tem esse lugar pra morar, comida na mesa, proteção, não tem que pagar nada, tudo pelo seu filho.
-Sem contar que se você tirar ele daqui, ele também corre risco! Você não entende??
-Eu entendo. Não precisa me dizer como ser mãe
-Parece que preciso. A sua hora acabou, acabou tudo o que você planejou, felizmente pra mim. Eu tô com a Lud agora, e eu não quero ficar mandando em ninguém. Mas se você tirar ele daqui, a briga vai ser comigo.
Ela serra os olhos..
-Entendeu? -me aproximo
-Eu entendi, é tudo por ele
-Tudo -falo. -E se algum dia você não quiser mais nada daqui, saia sozinha.
-Não vou sair, é o que vocês querem
-Não. Quero que o Rodrigo esteja feliz -
-E você, Brunna? Tá feliz?
-Muito -sorrio
-Não sabe o peso que é ser mulher da Ludmilla
-Não sei mesmo, porque comigo ela não banca dessas. Não tem peso nenhum
Thaissa sorri de canto.
-Não quero ficar brigando, quero paz pra mim e pras crianças que estão crescendo nessa casa. Davi e Rodrigo não merecem isso
-Não contou o meu e o seu que estão na barriga -ela diz
Dou risada. -Chega dessa história, eu não tô grávida
-Por que não quer estar? Tá com medo de não ser boa mãe? De não saber proteger o seu filho?
-Não, não tenho medo disso -falo. -Eu só.. não te interessa, tá?
-Ok, mas você tá grávida -
-Como você sabe? Como tem tanta certeza?
-Enjoada, tá com raivinha de tudo, sua barriga tá dura até demais, seu cabelo, sua pele..eu já fiquei grávida, Brunna. -ela suspira. -Aproveita, você tem um herdeiro aí dentro, burro de carga -Thaissa se afasta, me deixando sozinha no quarto
Eu respiro fundo. -Vagabunda
Engulo seco..
Só me assusto quando o meu celular começa a tocar. -Porra..
Vejo que é a minha mãe. Atendo
-Oi..oi mãe -
~Oi amor, como você tá?~
-Eu tô bem.. vocês descansaram?
~Bastante, já pode vir se quiser~
-Ah..eu vou com a Ludmilla no hospital, fazer uns exames, e depois vou aí
~Tudo bem..exames?~
-É..pra ela
~O que você tem? Tá meio atordoada~
Suspiro. -Mãe..
~Oi Brunna~
-Compra um teste de gravidez pra mim, por favor..
~Oi? Você disse que..~
-Eu sei o que eu disse, mas agora também tô achando estranho.. compra, e eu faço quando for aí
~Tá bom, eu vou comprar. Me liga quando estiver chegando~
-Tá, amo você
~Amo você também~
Desligo a chamada
-Comprar o que? -
-PORRA, LUDMILLA! -eu tomo um susto, virando de frente pra ela
-Em?
-O que??
-Com quem você tava falando?
-Desde quando você tá aqui?
-Desde a parte do "Compra e eu faço quando for aí"
Engulo seco. -Ah..uma receita com a minha mãe
-Não mente pra mim, é um teste de gravidez né?
-Você ainda tá com essa ideia, Ludmilla..
-Amor..para de fugir, se você estiver grávida eu preciso saber -
-Baby, eu não tô grávida, tá? Desculpa..
Lud suspira. -Bru.. você nem sabe
-Deixa disso, amor..vamos logo, tá?
-Ei..
-Não
-Faz um teste, eu vou ficar tão feliz se der positivo
-É por isso que eu tô falando, eu sei que não tô. Não quero que você crie espectativa por nada -
Ela fica cabisbaixa, mas é melhor assim
-Tá?
-Uhum...mas..meu sonho é ter um neném com você, uma menina -
-Eu sei, baby
-E colocar o nome de Jasmine
Eu respiro fundo. -A Jasmine vem outra hora, tá?
-Tá..tudo bem
-Vamos
(...)
Nós saímos de casa, fomos até o hospital.
Entro no hospital com a Brunna, meio sem jeito, ela me puxa pela mão até a recepção..
-Oi..
-Olá, bom dia -a moça sorri
-Aqui é particular, né?
-Sim, o que vão querer marcar?
-Check up..mas pra agora
-Pra agora tá saindo um pouco caro
-E dinheiro não é problema não, pode marcar -Brunna diz
Suspiro.
-Tudo bem, documentos..
-Documentos, amor -
Eu tiro do meu bolso, colocando em cima da bancada. -Vou abrir a ficha e te encaixar com o doutor Roberto. A consulta dele está saindo 330 -
-Aham..-
Brunna tira o cartão do meu bolso. -Vai, senta lá
-Amor..
-Vai.
Me afasto, sentando em uma das cadeiras. Cruzo os braços, observando as pessoas. Até que uma criança senta do meu lado, franzo o cenho quando ela me olha
-Oi -
-Oi? Seus pais não te ensinaram a não chegar perto de estranho?
O menino sorri. -Sim, mas você não é estranha
-Onde você me viu, garoto? Ja fala tudo e não conta nada pra ninguém -chego perto dele, o garoto ri e eu reviro os olhos. -Quantos anos você tem?
-Tenho 7, e você?
-Não importa
-É tão velha assim?
-Garoto, mete o pé.
-Qual é o seu nome?
-Se eu falar... você vai embora?
-Vou
-Ludmilla..
-O meu é Enzo -
O encaro. -Muito legal, Enzo. Cadê os seus pais? Vai com eles
-Ludmilla, você tá doente?
-Se eu tô aqui né..
-Você vai ficar bem
-De onde você me conhece? -
-A minha amiga me trouxe até aqui, ela disse que você vai ser mamãe dela
Franzo o cenho. -Que papo maluco é esse, menino? Pelo o amor..
-Não é maluco, ela tava aqui
Muito legal, Enzo. Cadê os seus pais? Vai com eles
-Ludmilla, você tá doente?
-Se eu tô aqui né..
-Aqui só tem você.
-Não! Eu vi, ela falou comigo
-Quem?? Outra criança louca
-Ela ainda é um anjo, anjos não são loucos
Franzo o cenho.. -Ah, você vê anjos? E quer que eu acredite nessa babaquice?
-Não é babaquice, Ludmilla..ela é igual à você
-Olha só, Enzo.. já deu! Nem com criança eu falo, imagina anjo!
-Pode não acreditar, eu tô acostumado
-Oi -Brunna se aproxima, o encarando. -De quem é essa criança?
-Sei lá! Ele sentou aqui e tá com loucura
-Oi -Enzo sorri pra ela. -Tudo bem?
-Tudo, pequeno, cadê os seus pais?
-Você também é mamãe -
Reviro os olhos e a Brunna franze o cenho. -O que você disse?
-Amor, nem escuta! Ele disse que fala com anjos
-E se ele fala?
-Ah, Brunna..
-Ludmilla, ele é uma criança, são puros.
-Faz favor..pura sou eu
-Enzo! Você tá ai -uma mulher se aproxima. -Me desculpem, ele não tá muito bem esses dias
-Eu percebi!
Brunna me belisca, seguro o grito de dor. -Não tem problema, ele só estava conversando
-Mesmo assim, desculpa viu..vem, filho! Para de fazer isso
-Tchau, Ludmilla! Tchau, Brunna -o garoto acena
Reviro os olhos e a Brunna senta ao meu lado. -É só uma criança
-Maluca! -falo
-Tá..vamos esperar chamar seu nome
(...)
Não demorou pra chamarem o meu nome e nos levantamos, seguindo até a sala do doutor. -Bom dia..
-Bom dia -ele sorri. -Prazer, doutor, Roberto
Prazer, Brunna..-ela aperta a sua mão e eu observo o consultório
-Quem é a Ludmilla?
-Eu mesma -o encaro
-O que anda acontecendo com você? Pode se sentar
-Nada, doutor
-Ai..meu Deus. Ludmilla, dá pra parar?? Nós viemos até aqui!
-Eu sou forte o bastante
-Doutor, ela tá com mal estar, muita dor perto das costelas, no abdômen em geral, e não quer descobrir o que é.
-Deixa eu te examinar..
Sento na maca e ele se aproxima, colocando uma luz em meus olhos.
-Uhum..abre a boca
Eu obedeço.
-Ouvidos agora..
Me sinto uma criança..
-Preciso que deite pra eu examinar o abdômen.
Eu deito na maca e a Brunna levanta a minha camisa. O doutor massageia toda a minha barriga..
-Você anda sentindo náusea? Vomitou alguma vez?
-Doutor, tem um tempo que tô sentindo isso, mas como deixou de doer em um período, não me importei mais. Cheguei a vomitar e a ficar de cama..
Ele desce as mãos pro lado direito, apertando. Agora doeu.. -Porra..-respiro fundo
-Brunna.. dê uma olhada, não estava inchando? -
-É.. tá sim..-
-E o que é isso? -pergunto
-Pode sentar.. já sei o seu diagnóstico
Eu me sento com a ajuda da Brunna..
-Você bebe muito?
Respiro fundo, ah não...
-Ludmilla?
-Bebo
-Então vai parar, você tá sofrendo de hepatite alcoólica..
Não faço nem questão de olhar pra Brunna, não quero ver a cara dela de "avisei"
-Você vem sentindo isso tudo..
-Eu já sabia -falo.
-E por que não começou o tratamento? Você sabia também que uma pessoa com hepatite alcoólica pode morrer em menos de 6 meses? Cada vez fica pior.
Afirmo
Você precisa começar um tratamento.
-Eu não quero
-Tá de brincadeira??? -Brunna me encara. -Você bebeu a sua vida inteira, e agora vai fazer um tratamento sim. Ninguém mandou! Eu avisei, Ludmilla.. eu avisei!
-Amor..
-Ela tem razão -o doutor diz. -Preciso de um exame pra ter certeza, mas como já sei o que é, começarei a administrar os remédios
-Que merda
-Você tem filhos?
-Tenho dois -falo
-Faça isso por eles, e pela sua esposa. Isso é sério, pode matar
-Tá bom, doutor..eu já entendi
-Vou pedir um hemograma e dosagem de enzimas, preciso saber como o seu fígado está reagindo. -ele anota rápido. -e vamos fazer uma ultrassonografia abdominal, pra ver ser se há alterações no fígado e no baço..
-Uhum
-E como seria o tratamento? -Brunna pergunta
-Sem álcool.
-Ok.. tá ouvindo isso?
-Tô.
-Vamos ver o grau da sua hepatite, se estiver numa fase boa, remédio e a abstinência do álcool resolve. Agora se o seu fígado estiver comprometido, teremos que fazer transplante antes que cause algo fatal.
-Meu Deus..-Brunna suspira
-Tudo bem, doutor..-falo
-Vou marcar os exames pra amanhã cedo, venha direto.
-Tá..mas..e a dor?
-Comece parando com as bebidas, vou te dar um anti-inflamatório por hoje.
-Ok..
(...)
Entro no carro com a Brunna e ela respira fundo..
-Baby..
-Não fala nada. Eu avisei!
-Eu sei que avisou! Relaxa, eu vou ficar bem. -seguro a sua mão
-Ludmilla.. não brinca com isso, se cuida direito, tá?
-Amor, deixa comigo.. -puxo ela pra perto, beijando a sua testa. -Relaxa
-Uhum...
Coloco o meu cinto, ligando o carro. -Vou te deixar na sua mãe...
-Tá...
-Eu vou ter que voltar porque tenho coisas pra resolver, mas me liga depois e eu te busco
-Tudo bem
Começo a dirigir.. Eu observo a Brunna de relance, ela se calou, mas a expressão é de preocupada..
Levo uma das mãos até a sua coxa, fazendo um carinho..Sinto a sua mão entrelaçar na minha e dirijo mais relaxada
(...)
~Lud off~
(...)
~Bru on~
Ludmilla estaciona o carro em frente a casa e eu tiro o cinto.
-Me liga qualquer coisa?
-Ligo, gatinha
Deixo um selinho demorado em seus lábios...
-Sem álcool
-Ta bom..
Faço um carinho em seu rosto e abro a porta, descendo do carro. Fecho a porta e me afasto, os seguranças abrem o portão da casa da minha mãe e eu entro..
Sigo pelo jardim, andando até a porta de entrada...
-Mãe?
-Oi filha -Mia me olha Me aproximo, dando um beijo em sua bochecha..
-Já ta pronta?
-Já, seu irmão tá no banho..
-Você comprou?...
Ela se levanta. -Comprei, tem certeza disso? Quer confiar nesses testes?
-Vamos, Mia
Nós subimos a escada, andando até um dos quartos. Entro e vou direto pro banheiro, a minha mãe me acompanha, abrindo a embalagem do teste.
-Eu comprei o melhor da farmácia
-Eu tô nervosa.. não sei o que fazer se der positivo, mãe
-Ei, calma.
Suspiro.
-Eu só..a Ludmilla é uma ótima mãe, mas eu fico nervosa, me preocupo
-Brunna, se você estiver grávida, agradeça. É uma criança, uma benção. Toma, você faz xixi aqui
Tá..- Eu abro a tampinha do teste.
Respiro fundo e me sento no vaso, fazendo o xixi na parte certa do teste.
(...)
Deixei ele em cima da pia e saí pro quarto com a minha mãe, não consigo ficar parada.
-Vai ficar andando em círculos?
Afirmo.
-Quanto tempo, mãe?
-Passou 1 minuto, Bru..respira.
Eu suspiro, sentindo o meu corpo gelar...Eu quero ser mãe, mas eu tenho medo de perder de novo, tenho medo de que esse aborto forçado tenha causado algo em meu útero..
(...)
~Bru off~
(...)
~Lud on~
Entro em casa, encontrando o pessoal todo na sala, franzo o cenho.
-E ai???
-Não tem nada lá, Lud..nada.
-Um terreno vazio, acho que descobriram que achamos as coordenadas e saíram alguns dias antes -Xavier diz
-Eles estão muito na frente, Ludmilla..-Galego me encara
-QUE PORRA! CARALHO, E VOCÊS ESTÃO FAZENDO O QUE AQUI? SE MEXAM! VAI!
Eles se levantam e eu deixo um soco na parede.
-O que a gente faz? -Mexicano pergunta
Não tem o que a gente fazer. Não sabemos o que tá acontecendo -Marcos
-A minha família tá correndo perigo, porra. -os encaro.
-Eu quero segurança em volta desse terreno inteiro, não importa o quanto tenha que gastar. GASTEM.
-Sim, senhora..
Eles se afastam e eu respiro fundo, fuzilando. -Eu vou descobrir o que vocês estão fazendo, e eu vou acabar com todo mundo. Eu vou destruir um por um se ousarem tocar em alguém que eu amo -subo a escada.
-Você ta na minha lista, Caio. Eu te mato, seu filho da puta, nem que seja a última coisa que eu faça.
(...)
~Lud off~
(...)
~Bru on~
-Filha..10 minutos
Me levanto, indo até o banheiro com a minha mãe..Ela para na porta e eu entro, indo até o teste
Seguro ele, olhando o resultado..
Meu estômago revira, de tanta ansiedade que senti nesses 10 minutos. O meu corpo gelado, as mãos suadas, o coração acelerado.. Pra ter uma resposta...
Uma resposta esperada por tanto tempo, 10 minutos que pareceram 10 dias..
Sinto as lágrimas caírem dos meus olhos, meu rosto pega fogo e eu sorrio..
-Mia..
-Mentira -
-Mia, eu tô grávida! -a encaro
A minha mãe ri.
-DEIXA EU VER
-AH MEU DEUS -Eu tampo o meu rosto com as mãos, recebendo um abraço da minha mãe.. -Obrigada por isso..de novo!
-Parabéns, minha princesa..
-Não acredito..-eu não sei se choro, se dou risada..
Mas a encaro. -Mãe.. caralho
-Respira fundo -ela acaricia o meu rosto. -Você vai ser mamãe
-Puta merda..Eu vou ser mãe.. vou ser mãe, outra chance
-Deixa eu ver
Entrego o teste pra ela.. -Quase duas semanas..
Enxugo o meu rosto.. -Ai eu não tô acreditando..
-A Lud vai gostar?
-ELA VAI AMAR! MEU DEUS
Mia ri e eu a abraço de novo..
-Fico feliz por você, filha..por vocês..e por mim que vou ser vovó! Muito cedo, mas vou
[...]
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