-Porque é de emergência, não podemos deixar você ir sem fazer o ultrassom e ver se o bebê está bem -

-Mas..

-Thaissa, não insiste. Eles vão fazer! -Ludmilla

A encaro, deixando um sorriso escapar.

-Nós iremos te levar pra sala, assim que ela colher seu sangue -O doutor avisa

-Nossa conversa já acabou -Thaissa me encara

-Pra mim só tá começando..

-Sai daqui, Brunna! Some daqui.

-Bru, por favor -Ludmilla me segura, eu apenas afirmo.

-Tudo bem, eu saio. -me afasto, saindo do quarto

-Brunna! -Ludmilla vem atrás

-Não! -

-Para! -ela me puxa, a encaro. -Para com isso

-Ludmilla, você praticamente mandou eu sair do quarto!

-Ela não pode se estressar, lembra? É meu filho que tá alí.

Dou risada. -Tá bom!

-É sério isso, Gonçalves?

-Não me chama pelo meu sobrenome! Você tá brava comigo?? Não precisa vir atrás de mim, fica com a sua esposa! -empurro ela

-Ei, para! Eu só pedi..-a interrompo

-Eu quero muito que você quebre a sua cara! Quando você se cegou?? Quando virou essa lerda, Ludmilla?? Pelo amor de Deus!

-Por que você tá me xingando, caralho???

-Ah! Agora vai querer vir pra cima?? VOCÊ NÃO É UMA LUCHESSE, PORRA? TA SENDO ENGANADA!

-BRUNNA, PARA DE GRITAR! TÁ LOUCA?

-NÃO GRITA COMIGO! NÃO. GRITA. COMIGO! VAI FICAR COM A SUA NOIVINHA, ELA VAI TE DAR UM FILHO! -

-Ah, para, sério!

Eu ia me afastar, mas ela volta a me segurar. -Me solta!

-Você tá assim por que, Brunna?

-Ludmilla, eu tô cansada! Só me deixa em paz. Manda alguém me levar daqui, por favor.

-Meu Deus, cara

-Meu Deus digo eu! Sai! Volta pro quarto, seu lugar é do lado dela -

-Ok.

-Ok, Ludmilla??

-Você tá mandando! Eu já falei que meu filho está ali

Dou risada. -Tchau.

-Para de surtar por nada!

-TCHAU! -me afasto

-Brunna! Para!

-Não vem atrás de mim.

(...)

Eu passei um tempo sentada do lado de fora do hospital, Ludmilla nem veio atrás. Nem pra saber se meu surto já havia passado.

-Bru -

Eu reconheço a voz, mas continuo com os meus olhos vidrados na rua.

-Vamos pra casa, Ludmilla mandou eu te buscar -Black agacha na minha frente

Eu suspiro. -Uhum

-Ei, que foi?

-Quando foi que ela virou essa idiota, Gabriel?

-Do que você tá falando?

-Ela tá acreditando que o bebê que a Thaissa está esperando, seja dela.

-E não é?

-Black..-dou risada.

-Não é?

-Ela não me engana, essa barriga..nada me engana.

-Bru, vamos lá pra casa, vai

Eu me levanto com ele. -Isso

Nós entramos no carro, e não demorou pra sairmos de onde estávamos.

-Mas.. acho que ela virou essa idiota quando te conheceu

O encaro. -Que?

-Ludmilla mudou muito depois que te conheceu, Brunna. Ela abaixou a guarda pra diversas coisas.

Eu nego.

-Porra, ela deixou de matar o traidor dela, porque você pediu!

-Ela não tem o direito de matar ninguém..

-O Caio traiu o juramento, ela tem todo o direito.

-Eu não sei, Gabriel...eu não tô bem com tudo isso, e ainda tem a parte de que gosto muito dela mas elas vão se casar. -

-Você pode fazer esse casamento parar, Brunna

-Não, eu não quero. Eu quero que a Ludmilla seja feliz com a família dela

-A Ludmilla não vai ser feliz sem você -

Cruzo os braços, sentindo o meu rosto queimar. E vem choro...-Parece que vai..ela tem uma família linda

-Não desiste assim, Brunna

-Eu não aguento mais viver nisso, Gabriel! Pra mim já deu, eu tô cansada, me desgastando. Eu não quero mais isso.. quero ser feliz

-Não precisa chorar, Bru.. você vai ser feliz, sua hora vai chegar

-Uhum..

-Além do mais, segunda você vai pro RJ, não vai?

-Eu vou??

-A Lud vai buscar sua mãe e seu irmão, ué.. ela não chegou a te falar?

-Ah..ela vai?

-Vai, e você vai junto, duvido muito que sua mãe acompanhe a Ludmilla sem você estar presente

Afirmo. -É..dona Mia não é fácil..

(...)

~Brunna off~

(...)

~Ludmilla on~

-Amor..

Me aproximo da Thaissa. -Hm?

-amanhã é o batizado do nosso filho, não quero ficar internada..vamos embora

Eu nego. -Você precisa ver como o bebê está, Thaissa. Não podemos ir embora sem saber se ele está bem!

-Mas, amor..era só ligar pro Fábio! Ele é o nosso doutor

-É uma emergência, Thai..para de implicar, você não vai perder o batizado do Rodrigo

-Mas e se eu ficar internada?..

-Não sei, a gente muda a data.

-Não! Vamos ter que mudar a do casamento. Não, amor..

-Pronta para o ultrassom? -O doutor entra na sala

Thaissa respira fundo. -É...

Fico ali do lado, observando o doutor levantar sua camiseta. -Essa barriga tá bem grandinha já.. você não faz noção dos meses?

-Ah..e-eu não sei -

Franzo o cenho. -Quase 3 meses -falo

Ele passa o gel em sua barriga, ligando o monitor pra começar a visualizar. -Vamos lá..

Eu suspiro. Thaissa segura a minha mão e eu até seguro a dela, mas continuo observando o monitor

-Olha ele aí..-

Sorrio.

-Ah meu Deus..-Thaissa choraminga

-Ele já está bem formado... quanto tempo vocês disseram?

-quase 3 meses..

-Mas aqui já está parecendo 18 semanas -

Eu bugo, não entendo muito bem dessas coisas.

-18 semanas? -Thaissa

-Quase completando as 18 -

-Tá, pode falar a minha língua, por favor?..

-Quase completando 4 meses -

Encaro a Thaissa. Ela nem me olha

Eu deixo quieto pra não começar o esculacho na frente do médico.

-Ah..eu pensei que..era menos, eu não senti a gestação nos primeiros meses -ela diz

-Ele está bem quietinho, e olha.. já dá até pra saber o sexo -

Dou risada. Tá de brincadeira!

-Só deixa eu pegar um pouco aqui em baixo..-o doutor move a mão, enquanto eu me afasto, tentando me controlar.

-Ludmilla..

-O que, Thaissa? -a encaro

-Já posso dizer? -o doutor nos encara sorrindo

Me aproximo. -Claro..

-Tem certeza? Não vão querer um chá revelação?

-Sim -Thaissa

-Não. -respondo junto com ela

-Mas amor..

-Não. Pode falar, eu não gosto de enrolação

-Caralho, você vai estragar esse momento mesmo? -Thaissa

-Você já estragou, porra!

-Ah.. Ludmilla, para.

-O que foi? -o doutor franze o cenho

-Nada.. só fala o sexo do bebê, diz se ele está bem e acaba logo com isso, por favor.

-Bom, aparentemente ele está bem. Mas ela vai precisar fazer mais alguns exames, mas já que vocês tem um hospital que sempre vão. Podem fazer lá

-Ótimo..-Thaissa

-Só vou dizer quais são depois

-Tudo bem, e o bebê? -pergunto

-É um menino -

Afirmo. -Bom..

Thaissa começa a chorar e eu reviro os olhos.

-Eu vejo que o clima está tenso..vou deixar vocês conversarem, tudo bem?

-Obrigada. -

O doutor se afasta, saindo da sala.

-Amor..

-PARA! -A encaro

-Calma, Ludmilla!

-ACALMAR? VOCÊ TÁ DE BRINCADEIRA, THAISSA? 4 MESES??

-Mas como eu iria saber?? A barriga não estava nem aparecendo ainda, você viu! Essa semana ela resolveu esticar!

Me aproximo dela. -EU NÃO TÔ FALANDO DISSO, PARA DE SER CÍNICA! VOCÊ NÃO ESTAVA COMIGO 4 MESES ATRÁS. -

-Amor, não. Você até podia estar com a Brunna, mas as vezes você fugia pra mim e sabe bem.

-Thaissa..

-E ele não disse 4 meses, disse quase. Fez 3 meses que estamos juntas, quase 4 meses o nosso bebê..

Respiro fundo. -Você ainda não entendeu??? Não entendeu, porra?! Esse bebê não tem um pai definitivo, CARALHO!

-VOCÊ É A MÃE DELE!

-NÃO! COM QUEM MAIS VOCÊ TRANSOU?

-Ludmilla, o bebê está na metade dos 3 meses! Nós ficamos nessa época

Dou risada. -NÓS FICAMOS, MAS NÃO FICOU SÓ COMIGO!

-Mas tenho certeza que ele é seu...

-PARA, THAISSA!

-É SEU.

-É MEU?? EU PENSEI QUE VOCÊ ESTAVA NO MÁXIMO DE 3 MESES OU NO MÍNIMO 2, AGORA..QUASE 4??? -

Ela respira fundo.

-E esse bebê te ajudou a me enganar quando não fez sua barriga crescer durante esses meses! E só agora veio esticar.

-Ludmilla, você ta colocando a culpa até no bebê!

Eu nego. -Eu teria certeza que seria meu se fosse menos do que 3 meses..ou não também, porque você ama me trair.

Ela dá risada. -Quer falar sobre isso mesmo???

-Eu não quero falar mais nada com você.

-Ou! Pode parando.

-Me fala com quem mais você transou há 4 meses atrás! -

-3 e meio!

-QUATRO, THAISSA!

-PARA DE GRITAR. ENTENDEU? PARA!

-ME FALA!

-FORAM DOIS CARAS. MAS EU NÃO TENHO QUE TE FALAR QUEM FOI!

-CLARO QUE TEM! EU QUERO SABER OS POSSÍVEIS PAIS DESSA CRIANÇA.

-ELE É SEU!

-PARA!

-É SEU, LUDMILLA.

-Eu quero o DNA.

-Você já fez! Nós já fizemos, lembra?? Mês que vem vai estar na sua mão, e você vai ver que esse bebê e o Rodrigo.. são seus.

Afirmo..-Ótimo! Quero ver

-Você vai ver. E vai parar de menosprezar nossos filhos!

-Eu vou te esperar no carro. -me afasto

-Ludmilla..

Não digo mais nada, apenas saio da sala

(...)