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You're wearing nothing but my t-shirt
Já faz alguns dias desde que aconteceu aquele desastre na mansão. Agora tudo parece ter voltado ao normal, mas eu ainda não descobri quem permitiu a entrada da máfia japonesa e italiana na minha residência. Tenho uma forte suspeita de que Yoon Taemo tenha sido o responsável.
O Dr. Kang insistiu que eu ainda não deveria lutar, mas, obviamente, não vou escutá-lo. Preciso acabar com quem quase me matou. Por causa dessa pessoa, levei uma facada. O lado positivo? Jongin finalmente está morto.
— Changbin, peça ao senhor Yoon que venha me ver em minha sala. Tenho algo importante para tratar com ele — ordenei enquanto caminhava até o meu escritório.
— O senhor Yoon saiu. Ele foi ao cemitério visitar sua mãe — Changbin respondeu, me fazendo parar de andar e me virar para encará-lo.
— Como assim foi visitar a mãe? — arqueei uma sobrancelha, cruzando as mãos atrás do meu corpo.
— Foi o que ele disse, senhorita!
— Mas eu vi ele conversando com a mãe há alguns dias. Em japonês. Eu lembro. Como ela morreu? Ele deveria ter me avisado para que eu o dispensasse.
— Bom, ele disse que a mãe dele morreu há dois anos. Estava me explicando isso quando pediu autorização para sair.
— Então aquele desgraçado estava conversando com Kim Jongin! — exclamei, sentindo a raiva fervilhar dentro de mim. — Foi ele quem permitiu a entrada da máfia aqui.
— Notei comportamentos estranhos nele antes da invasão. Tenho certeza de que estava muito suspeito, principalmente depois daquela reunião que tivemos.
— É claro que ele estava suspeito — levei uma mão à cintura e massageei levemente o maxilar com a outra. — Eu vou atrás daquele filho da puta! Pra qual cemitério ele foi? Me leve até lá agora — ordenei, colocando ambas as mãos na cintura.
— Você não vai a lugar nenhum, Lalisa — ouvi a voz de Jennie atrás de mim. O som dela me fez gelar por um instante.
— Me espera no carro — sussurrei para Changbin, que assentiu, curvou-se e se afastou imediatamente.
Virei-me para encarar Jennie, tentando disfarçar meu nervosismo com um sorriso. Seu semblante estava fechado, raivoso, e seus braços cruzados. Ela vestia uma camiseta preta minha, uma calça de moletom também preta, e nos pés, as pantufas de capivara que eu havia comprado para ela.
— Bom dia, princesa — falei, me aproximando dela com os braços abertos, mas ela apenas me empurrou levemente pelo peito.
Do canto do olho, notei Nayeon, Jeongyeon e Jimin sentados na escada, nos observando atentamente. Os três estavam apoiando os queixos nos punhos cerrados, com os cotovelos sobre as coxas, como se estivessem assistindo a um espetáculo. Desde que admiti meu relacionamento com Jennie, minha vida virou um verdadeiro inferno.
— O que foi? Fiz alguma coisa?
— Não fez, mas pretende fazer. O Dr. Kang já avisou que é perigoso você sair e lutar por aí. E se você não aguentar e acabar apanhando de novo? Seu braço ainda não está cem por cento, Lalisa — ela respondeu firme, sem desviar o olhar.
Meu sorriso desapareceu, e eu baixei os braços, soltando um suspiro pesado enquanto tentava pensar em alguma desculpa para convencê-la a me deixar ir.
— Se eu não for, ele pode fazer aquilo de novo. E eu quase te perdi naquele dia — aproximei-me, tocando levemente seus braços e acariciando sua pele. — Não quero correr esse risco outra vez — murmurei, depositando um beijo em sua testa.
— Eu vi você sendo espancada na minha frente, Lalisa. Eu saí ilesa daquela situação, mas você quase morreu. Acha mesmo que vou permitir que arrisque sua vida de novo? — ela retrucou, cruzando os braços novamente e se afastando. — Se você for atrás dele, eu juro que não olho mais na sua cara, ouviu? Vai acabar isso de dormir na minha cama, me beijar quando quiser. Vai acabar!
— Pra que tudo isso? Meu trabalho é eliminar qualquer um que seja uma ameaça para minha vida e, principalmente, para você.
— Então vai! Acaba com ele. Acaba com ele e com o relacionamento que tem comigo — descruzou os braços e foi para a cozinha, me deixando sem palavras.
Suspirei profundamente e olhei para os três na escada. Jimin e Jeongyeon estavam boquiabertos, enquanto Nayeon parecia preocupada. Eles se levantaram e vieram na minha direção. Jeongyeon, é claro, já começou a falar.
— Lisa, não é por nada, mas se você passar por aquela porta, posso declarar você a pessoa mais burra do mundo — disse Jeongyeon, com o tom carregado de ironia.
— A Jennie parecia brava. Melhor não atiçar o monstro, hein — Jimin riu, entrando na brincadeira de Jeongyeon.
— Concordo com a Jennie, Lisa. É melhor você ficar. Mande algum capanga no seu lugar. Não podemos arriscar que algo aconteça com você — Nayeon falou em um tom calmo, tocando sutilmente meu braço para chamar minha atenção. — Mas, pelo que conheço de você, sei que não vai me escutar, né?
— Claro que não.
— Nesse caso, eu vou tentar conversar com a Jennie, ok?
— Obrigada! — agradeci, notando Jeongyeon franzir o cenho. — E vocês dois, me respeitem! Lembrem-se de que agora eu sou chefe de vocês, não amiga. Não deveriam estar trabalhando?
— Claro, senhorita Manobal! — zombou Jeongyeon, puxando Jimin. — Vamos, antes que ela nos mate!
— Vamos, vamos! Tenho medo de gente assim — Jimin entrou na brincadeira, fingindo medo ao me olhar.
— Nayeon, diga à Jennie que estou fazendo isso para não correr o risco de perdê-la... Por favor — pedi, vendo-a assentir com um sorriso.
— Pode deixar! Eu falo. E tome cuidado lá fora. É perigoso. Peça para Changbin entrar com você ou ficar atento, caso precise de ajuda.
— Ok.
Nayeon era a única sensata entre os três.
[...]
— É aqui? — perguntei, olhando para o portão enferrujado do cemitério enquanto Changbin estacionava. Ele apenas assentiu, o semblante preocupado. — Ótimo! Me dê a arma! — estendi a mão, sem tirar os olhos do local.
Changbin hesitou, mas acabou tirando a pistola do coldre e me entregando. Antes que eu saísse, ele recarregou outra arma e se preparou para sair também.
— Vou com você.
Virei para ele, franzindo o cenho.
— Negativo. Fique aqui. Eu sei me virar. Quero conversar com ele sozinha, sem ninguém por perto.
— Lalisa, você é muito cabeça-dura. Vou com você e vou garantir que volte viva pra mansão. Yoon Taemo sabe muito bem onde você foi esfaqueada e vai usar isso pra te deixar fraca e acabar com você mais rápido. Você é uma assassina, deveria saber que procuramos o ponto fraco da pessoa.
— Você tem razão. Então, nesse caso, pode ir comigo... — levantei um dedo antes que ele reagisse. — Mas vai ficar bem longe. Só se mete se for absolutamente necessário, tá legal?
Changbin assentiu, ainda insatisfeito, mas respeitou minha decisão.
Quando entramos no cemitério, o ambiente parecia respirar tensão. Os túmulos antigos, as árvores que criavam sombras sinistras, e o vento que carregava o som distante de pássaros. Era uma cena quase poética para o que estava prestes a acontecer.
Eu avistei Taemo próximo a uma lápide, aparentemente distraído. Ele estava ajoelhado, como se estivesse rezando. Hipocrisia.
— Yoon Taemo! — Minha voz ecoou pelo lugar, chamando a atenção dele.
— Senhorita Manobal... Que honra vê-la aqui tão cedo — sorriu de canto com o seu próprio trocadilho.
— Honra, é? — Ri baixo, me aproximando com passos lentos. — Cortemos as formalidades, Taemo. Já sei da sua traição.
Ele arqueou uma sobrancelha, tentando manter a compostura.
— Traição? Não sei do que está falando. Estou apenas visitando minha mãe.
— Sua mãe, é? Interessante... já que eu te vi conversando com ela há alguns dias. E, adivinhe, ela estava bem viva naquela ocasião. Ou era o Kim Jongin fingindo ser ela?
— Você não sabe do que está falando, senhorita. Eu já mais lhe traria. Não sou doido de fazer isso, até porque, posso perder minha vida — ele se levantou lentamente, mantendo as mãos à vista.
— Sei mais do que você imagina, Yoon Taemo. Vamos parar com os joguinhos. Quero ouvir da sua boca. Por que deixou aqueles desgraçados entrarem na minha mansão? Não adianta negar, eu sei que foi você.
— Já que é assim. Negócios são negócios, Lalisa. Nada pessoal — deu de ombros, finalmente, mostrando quem ele realmente era.
— Nada pessoal? — Sorri de lado, sentindo o sangue ferver. — Você abriu as portas pra que quase me matassem e isso não é nada pessoal?
— Você não entende...
— Então me explique. Faça valer os minutos que te restam — me aproximei, vendo seus olhos focarem na minha arma.
— Kim Jongin me ofereceu algo que você nunca poderia me dar: liberdade — falou e eu ri, sem humor, enquanto apontava a arma para ele lentamente.
— Liberdade? Você trocou sua vida por uma ilusão. O que mais ele te prometeu? Dinheiro? Poder? Porque, pelo que estou vendo, tudo que você conseguiu foi uma lápide antecipada.
— Você nunca confiou em mim de verdade. Sempre me tratou como um cão obediente. Você trata todos assim, menos aqueles nove filhas da putinha.
— E agora você prova que eu estava certa em não confiar em você. Viu o que aconteceu?
O silêncio caiu entre nós por um momento, quebrado apenas pelo som do vento passando entre as árvores.
— Vou te dar uma chance, Yoon Taemo. Apenas uma. Diga-me o que sabe sobre os planos do Jongin e do Donghee. Talvez eu considere ser misericordiosa.
Ele hesitou, mas seus olhos começaram a desviar, procurando algo. Foi quando percebi o brilho metálico em sua cintura.
— Não faça isso, Yoon Taemo. Você vai se arrepender — falei, permitindo que um sorriso sádico surgisse em meu rosto. Aquela era eu.
— Eu e Lee Minho estávamos no mesmo barco. Ele queria se libertar das mãos do seu pai, e eu quero me libertar das suas mãos — ele respondeu, com a voz carregada de rancor, enquanto apontava a arma diretamente para mim.
— Tenho uma ideia melhor. Por que você não vai ver o Lee Minho novamente? Assim, nem vai precisar se preocupar com roupa de frio onde ele está — retruquei, firme, enquanto meu dedo descansava no gatilho da arma.
— Por que você não vai lá com ele? Tenho certeza de que nem o diabo vai querer você no mesmo lugar que ele. Sua sapatãozinha de merda! — provocou, puxando o gatilho em seguida.
O tiro passou longe, errando o alvo. Minha reação foi imediata: sorri abertamente, encarando-o com um olhar debochado.
— Parece que eu não te treinei certo, Yoon Taemo — falei, disparando contra a perna dele.
Ele gritou de dor, caindo ao chão, o sangue escorrendo pela calça enquanto tentava conter o ferimento. Dei um passo à frente, mantendo a arma apontada para ele.
— Isso é o máximo que você consegue? Pensei que fosse mais útil, mais esperto... Mas agora vejo que você não passa de uma pedra no meu caminho — falei, olhando para ele com desdém, minha voz fria e cortante.
— Sua filha da puta! — gritou, atirando novamente e errando.
— Você é vesgo, cara? Eu tô bem na sua frente! — falei calmamente, rindo em seguida. — Sempre foi esse fraco, né? — chutei seu estômago com força. — Hein, porra? Me responde! — gritei, dando-lhe outro chute.
— Você vai cair. Tá me ouvindo? Alguém vai te derrubar, vai tirar você desse trono que só você acha que pode sentar. Sua vida de mandar vai acabar, Lalisa. É melhor dormir de olhos abertos — me ameaçou, tremendo enquanto cobria sua cabeça com os braços.
— Você realmente acha que alguém pode me derrubar? — falei, com um sorriso desdenhoso, enquanto sentia o ódio se acumulando em minha garganta. — Eu sou a única que manda aqui. E quem tenta me desafiar acaba no chão. Assim como você.
Agachei, puxando seus braços com força para que pudesse encará-lo diretamente nos olhos. Não me aguentei em ver aquele rosto horrendo e acabei socando-o com força diversar vezes, desperdiçando a raiva que ele havia me causado.
— Sua vida foi tão pequena, Taemo... tão insignificante. Você se apegou a esse sonho de destronar quem não pode ser destruído. — Levantei-me, observando-o com desprezo.
Ele ofegava, sua respiração pesada e com dificuldade. Seu ódio era palpável, mas não havia mais força em seu corpo.
— Eu não sou você. Não vou ser uma vítima. Não vai ser sua última ameaça que vai me assustar. — Pisei firme em seu peito, forçando-o a encarar o chão. Ele cuspiu sangue, mas seus olhos continuaram a brilhar com uma fúria desesperada.
Levantei a arma, apontando para sua cabeça.
— Quais serão suas últimas palavras? — Perguntei, a voz fria e calculista.
— O seu verdadeiro inimigo está do seu lado, Lalisa — falou, rindo com sangue na boca.
Sem hesitar, apertei o gatilho. O som do tiro ecoou no ar, e um buraco apareceu em sua testa, libertando o sangue que circulava no local.
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