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Frightened by the bite
— Você trabalhava com o que, Jennie? — Jimin perguntou, enquanto estávamos sentados no sofá, nos conhecendo melhor enquanto bebíamos cerveja.
— Eu fazia faculdade de moda e trabalhava como vendedora. Eu vendia minhas próprias roupas. Tenho uma loja no shopping do Kim Yeongsu — falei, vendo todos arregalarem os olhos.
— Por que nunca contou antes? — Nayeon perguntou, curiosa.
— Porque eu não gosto daquela loja. Meu sonho era ter um comércio meu, mas aquela loja é do Yeongsu, todo o lucro que consigo com minhas roupas vai para o meu querido papai — sorri, sarcasticamente.
— Que vagabundo! — Jeongyeon murmurou, recebendo um beliscão de Nayeon, que a repreendeu.
— Sim, ele é um grande filho da puta! — ri suavemente, tomando um gole de cerveja. — Ele achava que eu iria ser mais uma marionete dele, mas no fim ele nunca conseguiu mandar em mim depois que eu saí daquela casa infernal.
— Posso matar o seu pai? — Lisa perguntou, caminhando até nós. Os meninos rapidamente se levantaram para ajudá-la. — Saiam daqui, seus merdas! Acham que virei uma recém-nascida aprendendo a andar?
Acabei rindo, junto com Jeongyeon e Nayeon. Changbin e Jimin ficaram em pé, olhando Lisa caminhar até mim, e, como eu estava com as pernas esticadas no sofá, tirei-as para que ela pudesse sentar, mas me surpreendi quando ela colocou minhas pernas em seu colo, fazendo seus capangas olharem surpresos para a gente.
— O que foi? Até parece que vocês não sabem que estamos juntas — murmurou, apertando levemente minha perna. — Se continuarem me olhando assim, vou ativar o modo chefe — falou, sem olhar para eles e com a voz calma.
— Não faz isso, não — Jeongyeon implorou.
— Não é pra tanto também! — Jimin falou.
— Nem pense nisso! — Nayeon exclamou.
Os três disseram ao mesmo tempo, enquanto Jimin se sentava no outro sofá novamente. Changbin, ainda em pé, perguntou:
— Por que vocês não gostam da Lisa no modo chefe?
— Porque ela é... — Jimin buscou as palavras corretas.
— Insuportável — Jeongyeon completou, recebendo o olhar severo de Lisa. — Que foi? Eu só te suporto porque recebo bem; senão, nem estaria mais aqui — deu de ombros e bebeu sua cerveja.
— Tudo o que eles pensam, você fala, né, sua desgraçada? — Lisa perguntou, irritada, e Jeongyeon sorriu, terminando sua latinha.
— Vou pegar mais uma. Vocês querem? — perguntou, se levantando.
— Eu quero — Jimin e eu falamos juntos.
— Eu vou com você — Changbin falou. — Preciso ligar pro Bangchan e ver onde eles se meteram — seguiu Jeongyeon até a cozinha.
— Lalisa, o Dr. Kang disse que era pra você ficar de repouso. Por que saiu da cama? — perguntei, dando um leve tapa em seu braço que não estava machucado.
— Nunca fiquei de cama por nada. Não vai ser agora, com uma simples facada, que vou ficar — olhou para mim, percebendo meu olhar raivoso. — Mas posso tentar descansar um pouco mais — deu de ombros, desviando o olhar.
Nayeon e Jimin sorriam sem mostrar os dentes. Eles trocaram olhares e de repente se levantaram, saindo de perto de nós. Lisa nem estava olhando para eles. Levantei-me para ir jogar a latinha fora, mas logo meu corpo foi puxado rapidamente, e acabei caindo sentada no colo de Lisa.
— Tá maluca? — perguntei, quase num sussurro.
— Onde vai? — perguntou, com a voz um pouco mais fina do que o normal, o que me fez sorrir abertamente enquanto franzia o cenho.
— Eu vou jogar a latinha fora.
— Depois você joga — pegou a latinha da minha mão e a colocou no chão. — Eu quero que você fique aqui agora.
— Por quê?
— Porque quero ficar com você. Tá difícil entender ou quer que eu desenhe?
— Como é que é, Lalisa? — cruzei os braços, franzindo as sobrancelhas.
— Um beijo seria ótimo agora, não? — sorriu amarelo, fazendo-me encará-la desacreditada.
— Tem nem vergonha nessa cara, né? — sorri levemente, vendo ela se aproximar e roubar três selinhos. — Para, Lalisa! Os outros podem ver — sussurrei, olhando para os lados.
— Eles nos deixaram sozinhas de propósito. Não percebeu? — deixou um selar no meu braço.
— Não é porque eles nos deixaram sozinhas que quer dizer que podemos fazer o que quisermos na sala — tentei me afastar, mas ela não deixou. — Você vai machucar o seu braço, é melhor parar — falei, fria.
— Quando tô com você, eu não sinto dor. Você é meu remédio, Jennie... — afinou a voz, me apertando mais entre seus braços.
Confesso que me derreti inteira escutando suas palavras. Era inacreditável o quanto a Lisa era diferente comigo. Sem contar que, há alguns meses, ela ameaçava me matar e me mantinha em cativeiro.
— Eles sabem que você é tão fofa ao ponto de falar comigo com voz de bebê? — envolvi meus braços em seu pescoço.
— Não. Nem pense em falar isso pra eles, Jennie! — falou, olhando no fundo dos meus olhos. — Pra eles, sou fria como um cubo de gelo.
— Prometo guardar segredo — fingi fechar minha boca com um zíper invisível. De repente, senti uma dor em meu braço. — Lalisa, por que me mordeu? — perguntei, olhando para a marca que ficou em minha pele.
— Deu vontade. Machucou?
— Claro que machucou! — exclamei. — Olha a marca dos seus dentes na minha pele — ela olhou para onde eu mostrei, e logo olhou para mim de volta, com um beicinho fofo nos lábios.
— Desculpa... — pediu, sem jeito. Acabei não resistindo e encostei nossos lábios rapidamente.
— Espero que eu seja a única que conheça esse seu lado fofo — murmurei, sorrindo perto de seus lábios.
— Você é a primeira e a última mulher que conheceu meu lado fofo. E eu quero que seja a única também... Mas, caso num futuro bem distante nasça uma mini Jennie ou uma mini Lisa, aí você vai ter que aprender a lidar com eu sendo fofa com outra pessoa.
— Se for a nossa filha, eu deixo. Mas só se for a nossa filha, ouviu? — apontei meu indicador para ela.
— Ouvi, ouvi — deixou uma sequência de selinhos em meus lábios, fazendo-me começar a sorrir enquanto ela distribuía mais beijos pelo meu rosto, voltando para meus lábios de novo. — Você é linda...
— Você é mais — sussurrei, esticando sutilmente meus lábios, recebendo mais um beijo, dessa vez, fazendo-nos rir baixo juntos enquanto ela me olhava apaixonadamente. Surpreendi-me quando ela beijou a ponta do meu nariz, e então eu fiz o mesmo.
— Credo, casal feliz — Jeongyeon exclamou, se aproximando junto com os outros. Saí rapidamente do colo de Lisa. — Não precisa se incomodar, Jennie. Todo mundo já é adulto — me entregou uma latinha de cerveja. — A gente não se importa se vocês ficarem de melação na nossa frente, assim poderemos zoar a Lisa mais tarde — sorriu, se sentando no sofá.
— Vai se foder, Yoo! — Lisa exclamou e Jeongyeon riu.
— Encontramos seu filho, Jennie! Passamos quase o dia todo procurando ele — Bangchan falou, colocando o cachorro no meu colo.
— No final, ele tinha voltado pra mansão. Não sei como, mas ele tava lá — Jungkook explicou, sentando ao lado de Jeongyeon.
Abracei o Kuma com força, distribuindo beijos carinhosos em sua cabeça. Lisa esticou sua mão, fazendo um carinho no pelo do cachorro, provavelmente aliviada de terem encontrado ele. Fiquei com tanto medo de que não o encontrassem, mas tentei não pensar nisso. Odeio pensar negativamente, por mais que às vezes seja impossível.
— Jungkook, sai! Você tá no meu lugar — Nayeon falou, cruzando os braços e parando em frente ao rapaz.
— Tô cansado! Senta no chão — sugeriu, jogando a cabeça para trás.
Jeongyeon puxou Nayeon pelo braço, fazendo-a sentar no seu colo. Todos olhamos para elas, surpresos com o ato. Acho que ela já estava bêbada.
— Pra que brigar por lugar pra sentar, Im? Eu tô bem aqui — sorriu maliciosamente, e eu pude perceber Nayeon ficar vermelha, dando um tapa no braço de Jeongyeon.
— Eita! — Jungkook exclamou, olhando para elas e rindo. — Tô sentindo meu cabelo queimar já — sua fala nos fez rir.
— Me dá um pouco? — Lisa pediu, apontando para a cerveja.
— Nem pensar, senhorita! Dr. Kang falou nada de álcool — respondi, e ela me olhou com raiva, revirando os olhos. — Revira esse olho de novo pra mim, Manobal — sussurrei em seu ouvido, beliscando suavemente seu braço.
Ela não me encarou, mas percebi sua expressão suavizar aos poucos, com um toque de medo.
— Meu Deus, continua, Jennie! Nunca imaginei que veria a Lisa sendo pau mandada de alguém — Jeongyeon falou, animada, fazendo todos concordarem.
Não demorou para que Lisa começasse a ser zoada pelos amigos. Eu amava quando eles esqueciam que eram da máfia e agiam como melhores amigos, apenas conversando sobre a vida e aproveitando um momento, fingindo que eram pessoas normais que não matavam nem roubavam.
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