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Cause it's not just a figure of speech, you got me down on my knees
— Você realmente descontou todo o seu ódio em mim ontem, né? — perguntei enquanto dirigia em direção à mansão.
Ela suspirou, olhando pela janela, tentando disfarçar o constrangimento. Sorri de canto e deslizei minha mão até sua coxa, apertando levemente enquanto nossos olhares se cruzavam.
— Não precisa ficar com vergonha — comentei, parando em um sinal vermelho. — Só saiba que eu vou fazer você sentir ainda mais ódio de mim — a encarei, provocadora.
Ela segurou minha mão por alguns segundos antes de afastá-la de sua perna e colocá-la em minha coxa, o olhar provocativo, um sorriso atrevido nos lábios, e aquele brilho desafiador nos olhos.
— Ontem foi só uma noite, Lalisa. Não significa que vamos fazer isso com frequência. Eu só queria... ouvir você implorando por mim — ela sorriu enquanto eu desviava o olhar para o semáforo, começando a dirigir novamente. — Te coloquei de joelhos pra mim.
— É. Você conseguiu. Conseguiu me fazer obedecer alguém pela primeira vez em muito tempo.
Ela soltou uma risada baixa, satisfeita, enquanto voltávamos à estrada. O silêncio tomou conta do carro. Cada movimento, cada toque, parecia milimetricamente calculado para não cruzar o limite que ambas sabíamos que existia, mas, mesmo assim, ambas queríamos ultrapassar.
Assim que paramos no estacionamento da mansão, o silêncio carregado entre nós parecia um fio prestes a romper. Jennie me olhou, e em um impulso, me inclinei para ela, e encostando seus lábios nos meus. O beijo foi quente e profundo, um encontro de desejo e provocação contida. Nossos lábios se moviam juntos, cada toque carregado de uma intensidade que fazia o tempo parar. Minhas mãos seguraram sua cintura, puxando-a para mais.
Jennie correspondeu ao beijo com a mesma entrega, deixando as mãos deslizar pelo meu pescoço e puxando-me com mais força para si. Sua respiração se misturava com a minha, e cada movimento de seus lábios aumentava o calor entre nós, me fazendo querer mais. Eu a sentia se perder e, ao mesmo tempo, controlar cada segundo.
Afastamo-nos um pouco para respirar, e Jennie me lançou um sorriso provocador.
— É só isso que você tem? — murmurou, quase num sussurro, a voz baixa e cheia de malícia.
Respondi com um sorriso, minha mão ainda descansando em sua cintura.
— Isso foi só o começo — sussurrei de volta, inclinando-me para beijá-la outra vez.
Mas, no exato momento em que me aproximei, Jennie abriu a porta do carro e saiu com um movimento inesperado, deixando-me ali, a centímetros dela. Ela virou-se ligeiramente, lançando-me um último olhar, o sorriso provocador ainda em seus lábios.
— Me mostre mais... se você puder — provocou, deixando a porta do carro se fechar com um leve estalo antes de se afastar, me deixando sozinha.
Observei-a enquanto se afastava, com um sorriso vitorioso no rosto, ciente de que, mais uma vez, ela estava um passo à frente, deixando-me presa entre o desejo e a frustração.
Suspirei, pegando meu celular e abrindo o grupo de mensagens com meus capangas. Digitei rapidamente:
"Jennie tá de volta à mansão. Podem deixá-la livre, mas mantenham os olhos nela em tempo integral. Qualquer movimento suspeito, quero ser a primeira a saber."
Enviei a mensagem e, em poucos segundos, recebi algumas confirmações de que todos estavam a postos. Guardei celular, ainda com a imagem de Jennie na mente, aquele sorriso provocador brincando em seus lábios.
Liguei o carro e fui em direção à farmácia.
Não é possível que eu tenha dormido com aquela maldita! Droga! Por que ela tinha que ser tão sedutora, tão atraente, tão irresistível e... Eu estou ficando louca. Ela é uma assassina psicopata. Não podemos ficar juntas! Eu não quero... Ou talvez queira?
Assim que entrei na mansão, levei um susto com Nayeon, que apareceu do nada na minha frente com um sorriso malicioso. Levei a mão ao peito, tentando acalmar a respiração.
— Que susto, Nayeon!
— Por que vocês passaram a noite fora? A festa durou tanto assim? Nem imagino o quão “entediante” deve ter sido, né? — perguntou sarcasticamente.
— Não enche! — retruquei, subindo as escadas.
— A Lisa te liberou. Pode sair do seu quarto quando quiser agora! — gritou, correndo atrás de mim.
Eu parei no meio da escada, tentando processar o que Nayeon acabara de dizer. Lisa me liberou? Depois de tudo? Era estranho sentir um peso aliviado e, ao mesmo tempo, uma pontada de frustração. Olhei para Nayeon, que continuava com aquele sorriso malicioso.
— Parece que você ganhou uns privilégios novos, hein, Jennie? — ela provocou, dando uma risadinha.
— Privilégios? É só uma forma de me agradecer por ter ajudado ela ontem — respondi friamente, retomando o caminho até meu quarto. Mas a verdade era que minha mente ainda estava embaralhada. A noite passada, as palavras de Lisa, o jeito como ela me olhava...
— Eu vou tomar um banho — avisei, vendo Nayeon assentir e ir em direção ao Jungkook e ao Jimin.
Assim que cheguei ao quarto, fechei a porta e me apoiei nela, soltando um suspiro frustrado. "Não podemos ficar juntas," pensei. Mas, ao mesmo tempo, não consegui parar de lembrar da intensidade daquele beijo, da forma como ela me segurava como se eu fosse dela.
"Eu só preciso de um banho frio", murmurei para mim mesma, tentando afastar qualquer resquício de desejo que insistia em se manter vivo dentro de mim.
Tomei um banho e me arrumei, colocando um roupa mais confortável: uma calça moletom cinza e um cropped branco, não muito curto. Deixei meu cabelo molhado mesmo e caminhei até a porta.
Assim que cheguei ao corredor, trombei com Nayeon, Jimin e Jungkook, que estavam conversando animadamente.
— Bom dia, Jennie! — Jimin sorriu maliciosamente para mim, sendo acompanhado de Jungkook.
— Nem pensem em abrir a boca! — falei, fria.
Os dois trocaram olhares, tentando conter as risadas e, por canto de olho, vi Nayeon sorrir.
— Não estamos aqui pra fofocar — Jungkook disse, levantando as mãos em sinal de rendição.
— É, longe de nós fazer isso — Jimin disse, segurando o sorriso, deixando claro sua mentira.
— Espero que não — retruquei, já caminhando em direção à cozinha, sem olhar para trás, mas sentindo Nayeon me seguir.
Ao chegarmos, nos deparamos com Jeongyeon, que estava preparando um café para ela na máquina. Ela se virou, e seu sorriso rapidamente desapareceu ao me ver.
— Jennie, você por aqui uma hora dessas. Como foi... — começou ela, mas antes que pudesse continuar, eu a interrompi.
— Não te interessa como foi a minha noite, Jeongyeon? — perguntei, tentando manter um tom neutro.
— A Lisa te mordeu ontem à noite? Ela não é vacinada contra a raiva. Cuidado! — disse, com um sorriso travesso.
Nayeon começou a rir, mas eu não pude evitar de revirar os olhos novamente.
— Muito engraçada você, Jeongyeon — respondi secamente, tentando ignorar o calor que subia ao meu rosto. — Agora, se me der licença, vou tomar meu café em paz.
Caminhei até a máquina de café, evitando olhar para Jeongyeon, mas não pude deixar de notar como Nayeon ainda ria da situação. A tensão da noite anterior parecia se dissipar, mas a confusão em meu coração permanecia.
A verdade é que, por conta do calor que ainda habitava em mim, eu fazia tudo naquela mansão sem medo de receber alguma punição. Lisa ter me liberado não significava que eu poderia fazer tudo o que quisesse assim, sem permissão. Mas, ontem percebi que tinha Lisa nas palmas das minhas mãos, e era fácil fazê-la me obedecer.
— Acha que café vai conseguir esconder suas olheiras? — ela provocou, cruzando os braços.
Revirei os olhos, ignorando o comentário, enquanto pegava a manteiga da geladeira.
— Se você continuar com essas piadas, vou fazer uma máscara facial de café quente e colocar em você — respondi, tentando manter um semblante sério.
Jeongyeon riu, aproximando-se da cafeteira.
— Olha, eu só estou tentando ajudar! Mas se você quiser, posso deixar uma receita de café bem forte para suas olheiras. Uma dose extra de amor, sabe?
— Ah, é? Então, o que você vai me dar em troca? Uma consulta de beleza? — eu retorqui, abrindo a porta da despensa para pegar um pouco de açúcar.
— Quem precisa de beleza quando se tem humor? — ela respondeu, com um sorriso malicioso.
— Humor? Você realmente acha que essas piadas funcionam? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.
— Claro que sim! Se não funcionam, ao menos me dão risada de graça — disse, piscando um olho.
— Um dia você vai se meter em encrenca com essas piadas, Jeongyeon — eu avisei, tentando me segurar para não rir.
— Só uma dúvida, como você sabia onde ficava o açúcar, sendo que você estava presa dentro do quarto, Jennie? — Nayeon perguntou, semicerrando os olhos.
— Nayeon, o seu sono é muito pesado. E, de noite, só ficam capangas do lado de fora da mansão — respondi, cruzando os braços com um sorriso divertido.
— Olha, não é que você sabe pensar às vezes — Jeongyeon comentou, surpresa, e eu ameacei dar um tapa nela, que recuou rapidamente.
— De madrugada, realmente, todos estão dormindo. Você foi inteligente e corajosa, Jennie — Nayeon afirmou, me lançando um olhar de aprovação.
— Agora voltando ao assunto de ontem à noite... A Lisa beija bem?
— Por que você mesma não vai descobrir? — peguei meu café, que já estava pronto. — Eu vou tomar meu café em paz no meu quarto antes que vocês duas me façam surtar!
— Mas eu nem disse nada — Nayeon falou.
— Esse seu sorriso malicioso diz mais que mil palavras, Im Nayeon. Tchau pra vocês! — saí da cozinha e caminhei até meu quarto.
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