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Tryna find the right time to tell you what you might not like to hear
Entrei no carro e esperei pacientemente enquanto Lisa tomava seu lugar no banco do motorista. No caminho, a música suave de Chase Atlantic preenchia o silêncio, o som não muito alto, mas o suficiente para manter o ambiente vivo. Olhei de relance para Lisa e a vi com uma mão firme no volante, enquanto a outra descansava em seu queixo, massageando-o levemente. Era difícil não reparar no porte dela, a postura sempre confiante e o relógio de ponteiro que a tornava ainda mais atraente.
Suspirei, tentando acalmar meus pensamentos, mas meus olhos insistiam em se desviar para a estrada e, em seguida, para ela. Minha bissexualidade estava gritando sinais que eu tentava, a todo custo, ignorar. Não, Jennie, calma! Com a Lalisa não! Repeti mentalmente, como se aquilo fosse resolver alguma coisa.
Sem querer, deixei escapar as palavras que eu deveria ter guardado para mim.
— Você ficou bonita com esse cabelo — falei, e, assim que as palavras saíram, me arrependi imediatamente. Droga!
Lisa apenas virou a cabeça levemente para mim e respondeu com simplicidade:
— Obrigada!
Tentei manter a compostura, mas o novo corte de cabelo dela estava me deixando desconfortavelmente atraída. O comprimento abaixo dos ombros, a franja agora mais longa, dividida ao meio, e os fios com aquele tom de marrom escuro... era inegável que o visual a deixava ainda mais sexy.
Merda! Minha mente estava me traindo. Eu não estava me controlando!
Tentei focar meus pensamentos em qualquer outra coisa, olhando pela janela, contando as árvores que passavam. Mas minha mente teimava em voltar para ela, para o modo como seu cabelo caía perfeitamente sobre seus ombros, como sua presença parecia dominar o espaço mesmo sem esforço.
Lalisa parecia alheia ao meu conflito interno, ou pelo menos estava fingindo muito bem. A mão dela ainda estava no queixo, e seu olhar concentrado na estrada à frente. O silêncio entre nós não era exatamente desconfortável, mas eu podia sentir uma tensão no ar, uma espécie de energia estranha que me fazia querer dizer algo para quebrá-la. Mas ao mesmo tempo, não sabia o que dizer.
— Tá nervosa? — a voz dela cortou o silêncio, sem desviar os olhos da estrada.
Pisquei, tentando me recompor.
— Nervosa? Por quê?
Ela deu uma pequena risada, sem humor, mexendo no volante.
— Porque essa não é apenas uma festa na balada. Você vai estar rodeada por gente que não liga pra quem você é, mas sim pelo que pode ganhar com isso.
Fiz uma careta, lembrando do motivo de estarmos indo até lá. Eu estava basicamente sendo usada como isca. E, por mais que eu odiasse admitir, isso me deixava um pouco nervosa, sim. Mas jamais daria o gosto a ela de perceber isso.
— Eu consigo me virar — respondi, tentando soar mais confiante do que realmente estava.
Ela me lançou um olhar rápido, uma sobrancelha levemente arqueada.
— Só não esquece... se algo der errado, você vai ter que confiar em mim.
Aquelas palavras me atingiram de um jeito estranho. Confiar nela? Lalisa, a mulher que matou o Taehyung e que me manteve prisioneira por tanto tempo? A ideia parecia absurda, mas parte de mim sabia que, se algo desse errado naquela festa, eu realmente não teria outra escolha.
Sem contar que Lisa tem sido um ponto sensível para mim. Eu busco proteção nela, e sempre que estou em uma enrascada, é nela que penso para me proteger.
De repente, o carro parou em um estacionamento vazio e deserto; não havia ninguém ali. Lalisa desligou o veículo, suspirou e olhou para mim, tirando o cinto.
— Chegamos. A balada é na quadra de baixo. Eles conhecem meu carro, então é melhor eu ficar aqui. Você consegue chegar lá sozinha?
— Consigo — respondi, abrindo a porta para sair.
— Jennie, lembre-se: se algo acontecer, grite, mas não o meu nome. Grite por socorro. Se você gritar meu nome, só vai piorar a situação.
— Tá bom. Eu já vou. Tchau!
— Tchau! E vê se toma cuidado! Toma seu celular, se a coisa ficar feia, fuja e me liga assim que possível.
Saí do carro e respirei fundo, sentindo a adrenalina aumentar. A balada estava a poucos passos, e a música já pulsava forte lá dentro. Caminhei apressada, tentando parecer confiante, mas meu coração disparava a cada passo.
Assim que entrei, o ambiente estava iluminado por luzes coloridas, e a batida da música fazia tudo vibrar. O cheiro de suor e perfumes misturados preenchia o ar, e as pessoas dançavam em uma energia contagiante. Olhei em volta, tentando me situar, e logo avistei a irmã de Jimin, Rosé, em uma mesa próxima, servindo algumas pessoas.
— Kim Jennie! — ela acenou, sorrindo, vindo até mim. — Jimin me falou de você. Pode me chamar de Rosé, ok?
— Oi, Rosé! — respondi, sorrindo. — Eu preciso da sua ajuda.
— Claro! O que você precisa?
— O que eu preciso fazer pra entrar na sala do Shin Donghee?
— É Donghee — corrigiu, rindo. — Você só precisa chamar a atenção dele. Olha, tá vendo aquele vídeo lá em cima? — Ela apontou para uma sala no andar superior. — Se ele te ver de lá e você chamar a atenção dele, um segurança vai vir te chamar.
— Obrigada, Rosé! — sorri, sentindo-me um pouco mais confiante.
Ela me deu um tapinha nas costas e eu me movi para a pista de dança. A música vibrava nas minhas veias, e comecei a me deixar levar, soltando os ombros e balançando os quadris. O olhar de algumas pessoas se voltou para mim, e o nervosismo começou a se transformar em empolgação.
Fazia tanto tempo que eu não aproveitava em uma balada. Lembrei-me de quando costumava ficar embriagada frequentemente com as minhas colegas de faculdade.
Dancei livremente, lembrando do passado e tentando não pensar no que estava por vir. Cada movimento era uma forma de me destacar, de me fazer notar.
Depois de um tempo, quando eu já estava pegando o ritmo, um segurança veio me chamar. Apenas o segui, sendo guiada até uma sala cheia de seguranças. Ele bateu na porta, e ao abrir, mandou-me entrar.
Assim que atravessei a porta, uma onda de ansiedade me atingiu. O ambiente era opulento, decorado com luzes suaves e móveis luxuosos. No centro da sala, Shin Donghee estava sentado em um sofá, cercado por homens que pareciam influentes, mas seus olhos estavam fixos em mim.
— Você é a que estava dançando lá embaixo? — perguntou ele, um sorriso malicioso.
Ele era um velho!
— Sou eu, Kim Jennie — respondi, tentando parecer confiante.
— Então, você sabe como chamar atenção. Sente-se aqui. — Ele apontou para o espaço ao seu lado.
Tentei ignorar a sensação de estar sendo observada, e caminhei até ele. O olhar dele era penetrante, e eu sabia que tinha que ser cuidadosa.
— O que é isso no seu ouvido? — perguntou, tentando pegar o aparelho, mas eu rapidamente impedi.
— Se eu tirar ele eu não escuto. É um aparelho auditivo — respondi, sentimente e ele pareceu entender.
— O que trouxe você aqui? — ele perguntou, inclinando-se para frente para pegar sua cerveja que estava em uma pequena mesa.
— Eu tô apenas aproveitando a noite — disse, tentando manter a conversa leve.
— E você não tem medo do que pode acontecer em uma noite como esta? Uma mulher como você não pode ficar em balada essas horas. É perigoso...
Eu segurei a respiração, sabendo que o jogo estava apenas começando. A sala estava cheia de seguranças, mas o poder e a tensão no ar me deixaram alerta.
— A vida é feita de riscos — respondi, com um sorriso desafiador.
Ele arqueou uma sobrancelha, parecendo impressionado.
— Gosto da sua atitude. — Ele gesticulou para uma garrafa de bebida na mesa. — Quer um drink?
Olhei ao meu redor, percebendo que aquela era a chance que eu precisava. A festa estava apenas começando, e eu estava determinada a sair dali com informações que poderiam mudar tudo.
— Só um pouco — aceitei, sorrindo sem jeito.
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