014
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The same way that my daddy did
Mama told me not to try
— Pronto, senhorita Manobal. Aqui está a nova chave — o chaveiro me entregou o objeto que abriria o quarto de Jennie.
Mandei trocar a fechadura. Agora sim, ela não conseguiria fugir. Somente eu tinha a nova chave, e não havia tempo de fazer uma cópia.
— Pode se retirar! — ordenei, observando o chaveiro se curvar e sair, acompanhado por Jimin e Jungkook.
Entrei no quarto de Jennie, encontrando-a deitada na cama, usando um short curto e uma camiseta larga. Ela estava de barriga para cima, lendo um livro que eu não fazia ideia do que tratava.
— Kim Jennie — chamei-a, mas fui ignorada. Aproximei-me dela e arranquei o livro de suas mãos, recebendo um olhar furioso em troca. — Estou falando com você.
— E eu estava lendo um livro — ela se ajoelhou na cama. — O que é muito melhor do que ouvir você falando sobre o quão perigosa é, e que com um estalar de dedos pode me matar e blá blá blá — revirou os olhos, levantando-se e vindo em minha direção.
A camiseta cobria seu short curto, fazendo parecer que ela usava um vestido. Seus cabelos estavam um pouco bagunçados, fruto de estar deitada, mas isso só a tornava mais atraente.
— Você adora me enfrentar, não é? — perguntei, com um sorriso cínico, semicerrando os olhos.
— E você ama tirar minha paciência, não é? — respondeu no mesmo tom, tentando pegar o livro da minha mão, sem sucesso.
Como eu estava usando coturnos, fiquei mais alta, o que dificultou para Jennie recuperar o livro. Mas, como esperado, ela não desistiu. Afastei-me, olhando a capa do livro.
— Obsession — li o título, virando o livro para ler a sinopse. Um sorriso perverso surgiu em meus lábios. Parei de andar e me virei para encará-la, vendo-a com os braços cruzados, me fuzilando com o olhar. — Então você gosta de dark romance? — perguntei, sorrindo de canto.
— Não é da sua conta. Me devolve — tentou pegar o livro novamente, falhando miseravelmente quando eu levantei o braço. — Lalisa, me devolve essa porra antes que eu esfregue esse livro na sua cara, sua idiota.
Ela se colocou nas pontas dos pés, tentando pegar o livro, mas acabou perdendo o equilíbrio. Com isso, me empurrou, me fazendo cair deitada na cama. Jennie caiu junto, soltando um grito fino. Quando nossos olhares se encontraram, o tempo pareceu parar.
Seu corpo estava sobre o meu, a mão dela repousando entre meus seios. Sua boca estava tão próxima da minha, e algo dentro de mim começou a se agitar. Meu estômago revirava, meu coração batia descompassado, e uma sensação desconhecida crescia em mim, algo que eu não podia controlar.
A realidade voltou quando bateram na porta. Empurrei Jennie para o lado e me levantei rapidamente, sentindo o peso das minhas ações. Eu não deveria ter tomado o livro dela.
Entreguei o objeto de volta e caminhei em direção à porta, sem dizer uma palavra. Ao abrir, dei de cara com Changbin, prestes a bater novamente.
— Vamos nos atrasar, senhorita!
— Certo. Vão na frente, escolham entre a van ou o carro, mas diga a Jungkook, Nayeon, Jeongyeon e Jimin para me esperarem no meu carro. Preciso ir ao banheiro antes.
— Entendido. Com licença — ele se curvou e saiu.
Fechei a porta do quarto de Jennie com a chave e caminhei até meu quarto. Ao entrar, fui direto ao banheiro. Fechei a porta e me escorei contra ela, olhando para baixo com o olhar confuso.
— O que foi isso, Lalisa? — murmurei para mim mesma, encostando a cabeça na porta. — Você ficou excitada por aquela garota idiota que ainda tem sentimentos pelo ex-namorado morto?
Fui até o espelho, fitando meu próprio reflexo.
— Se você se apaixonar por ela, eu mesma faço questão de te matar — falei, sentindo-me uma idiota por isso. — O que eu tô dizendo? — bufei, ligando a torneira.
Lavei o rosto várias vezes, mas a lembrança daquele momento continuava martelando em minha mente. Levei a mão ao peito, sentindo meu coração ainda acelerado. Suspirei fundo antes de ignorar o que sentia e sair do banheiro.
[...]
Eu estava sentada no banco do motorista do carro, meus dedos criavam um ritmo impacientemente no volante enquanto esperava. Do lado de fora, o casamento de Lee Minho estava em pleno andamento, e a tensão no ar era palpável. Jungkook, que estava no banco do passageiro, olhava atento para o seu computador, observando as câmeras do local. Jeongyeon, Nayeon e Jimin estavam no banco de trás, se preparando para caso eu precisasse de reforços.
— Quanto tempo até o Bangchan e o Changbin darem o sinal? — perguntei, minha voz saindo fria e controlada.
— Eles estão posicionados, senhorita Manobal. O Bangchan disse que vai distrair os seguranças perto do altar, e o Changbin vai cuidar da entrada principal. Só precisamos esperar o momento certo — respondeu Jimin, sem desviar os olhos da entrada do salão.
— Por que um lixo como ele precisa de seguranças? — murmurei, não acreditando no que havia escutado.
Nayeon revisava a arma silenciosamente, seu rosto sério. Jimin, ao lado dela, parecia mais descontraído, mas seus olhos estavam alertas. Jeongyeon estava recarregando sua arma.
— Nayeon, Jimin, quando entrarmos, fiquem ao redor. Não queremos chamar atenção desnecessária até que eu tenha uma linha clara pra atirar no Lee Minho. Entendido? — disse, minha voz firme.
— Sim, chefe — respondeu Nayeon prontamente, colocando a arma de volta no coldre.
— Pode deixar, senhorita. Cuidamos disso — Jimin acrescentou, cruzando os braços.
Meu rádio comunicador fez um ruído baixo, e logo a voz de Changbin ecoou.
— Senhorita Manobal, estamos a postos. Vamos começar a distração em 3 minutos. Tem uma entrada pelos fundos que está aberta, você pode usá-la pra não chamar atenção. — Sua voz era calma, mas eu sabia que ele estava tenso.
— Certo. Mantenham tudo sob controle. Lee Minho não pode perceber nada. — Peguei minha arma e a coloquei no bolso interno do casaco. — Quando eu entrar, me deem cobertura. Se algo der errado, vocês sabem o que fazer.
Nayeon e Jimin assentiram, suas expressões sérias. Eu sabia que eles estavam prontos, mas algo dentro de mim ainda mantinha uma inquietação que eu não podia ignorar. Minho era esperto, e qualquer erro aqui poderia ser fatal.
— Não se preocupe, chefe — Jungkook disse, quebrando o silêncio no carro. — Lee Minho vai pagar por tudo o que ele fez para o seu pai hoje. Não importa o que aconteça.
— Ele vai — respondi, minha voz baixa, mas cheia de determinação. — Ele vai pagar pelo que fez à minha família.
Olhei para o relógio mais uma vez, ouvindo ao longe os murmúrios da festa. O momento estava chegando. Minha respiração ficou mais lenta, concentrada. O plano tinha que ser perfeito.
De repente, os gritos começaram. Eram altos e intensos, ecoando pelo local. A primeira parte do plano estava em andamento. E, pelo visto, meus capangas ensenavam uma briga. De longe, eu observava tudo.
— O quê?! Tá dizendo que eu sou o culpado por isso? — a voz de Changbin cortou o ar, carregada de raiva. Ele se aproximou de Bangchan, os dois batendo os ombros com agressividade.
— Você ouviu o que eu disse! Não tenho tempo pra lidar com um imbecil como você — retrucou Bangchan, empurrando Changbin de volta, como se estivesse prestes a socá-lo.
Os convidados rapidamente se aglomeraram ao redor deles, tentando entender o que estava acontecendo. Os seguranças começaram a se aproximar para intervir, e agora todas as atenções estavam voltadas para os dois, que continuavam a trocar empurrões e xingamentos.
— É agora. Vamos — murmurei para Nayeon e Jimin.
Saimos do carro ao mesmo tempo, indo em direção aos fundos, o caminho que Changbin havia indicado. A entrada dos fundos estava aberta, como ele falou. Ao entrar no salão por trás, pude ouvir o barulho crescente da briga, abafado pelas paredes do corredor. Cada passo que dava me trazia mais perto do meu alvo.
— Fiquem atentos — sussurrei para eles, meus olhos varrendo o local enquanto nos aproximávamos do salão principal. Nayeon e Jimin seguiram ao meu lado, prontos para agir se algo desse errado.
Chegamos até uma pequena abertura que dava visão direta para o altar. Ali estava Minho, rindo, completamente alheio ao caos que se desenrolava a poucos metros de distância. Seu olhar estava fixo no noivo, o que me dava uma linha clara para atirar.
— Ele é gay? — Jimin perguntou, chocado.
— Pelo visto, sim.
— Dá pra vocês dois calarem a boca? — mandei e eles se desculparam.
Respirei fundo. Era agora. Peguei a arma, sentindo o peso frio nas minhas mãos, e mirei cuidadosamente. Minho estava de costas para mim, vulnerável. Arrumei minha postura e fechei um olho, mirando perfeitamente na cabeça dele.
— Tá tudo limpo. Pode atirar — sussurrou Jimin ao meu lado.
Meus dedos se apertaram em torno do gatilho. Meu coração batia mais rápido do que eu gostaria de admitir, mas meu foco estava intacto. Era só um tiro. Um tiro para acabar com tudo. Mesmo que a minha vontade fosse o torturar até a morte, atirar nele era o mais seguro a se fazer.
Apertei o gatilho.
Bang!
O som ecoou mais alto do que eu esperava, mas o tiro não acertou Minho. Ele se virou no último segundo, a bala passou raspando sua cabeça, e antes que eu pudesse reagir, vi ele correr para longe, junto com seu marido. Ele desapareceu.
— Merda! Eu errei essa porra! — gritei, sentindo a frustração subir.
— Ele viu você! — Nayeon alertou, sacando a própria arma, os olhos varrendo o salão. — Temos que sair daqui agora!
— Não! Lee Minho precisa morrer hoje!
Eu estava furiosa. Como pude perder a oportunidade?
Minho havia desaparecido entre os convidados, mas eu sabia que ele não fugiria tão facilmente. Meu instinto dizia que ele estava mais perto do que parecia.
— Lalisa, precisamos ir — Jimin insistiu, olhando ao redor, aumentando o tom de sua voz para me alertar.
Eu ignorei suas palavras e comecei a me mover devagar, varrendo o salão com os olhos, procurando qualquer sinal dele. E então, antes que eu pudesse reagir, senti algo frio encostar na parte de trás da minha cabeça.
— Surpresa, Lalisa. — A voz de Minho soou baixa e mortal no meu ouvido. — Quanta tempo!
Meu corpo congelou. Minho estava atrás de mim, uma arma apontada diretamente para a minha cabeça.
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