012
Eu amo ver os comentários de vcs
I put you on top, I put you on top
Assim que destranquei o quarto de Jennie, entrei no cômodo, puxando-a pelo braço. Aproximei-me da cama e joguei seu corpo brutalmente sobre ela, vendo-a cair deitada, pois perdeu o equilíbrio. Seus olhos logo se focaram em mim enquanto ela se sentava, toda machucada pela queda que levou mais cedo, quando um dos capangas a empurrou.
— Você perdeu a noção, garota? Tá com merda na cabeça? Quem foi que te deu essa ideia de fugir no porta-malas do meu carro? — perguntei, gritando.
Coloquei as mãos na cintura e comecei a andar de um lado para o outro, em frente a ela, sem acreditar que fosse Im Nayeon. Mesmo sem Jennie ter admitido, seu olhar não me enganou. Suas lágrimas escorreram, entregando a responsável.
— Foi a Im Nayeon, né? — parei de andar e fiquei em frente a ela, ainda com as mãos na cintura. — Me responde, Kim Jennie! — gritei, vendo-a abaixar a cabeça, evitando meu olhar.
Aproximei-me mais dela e, mantendo uma mão na cintura, usei a outra para segurar seu queixo, levantando sua cabeça de forma brusca, mas cuidadosa o suficiente para não machucá-la. Seus olhos marejados encontraram os meus, e por um instante, quase me convenceram a deixá-la em paz, sem escutar minhas reclamações.
— Você sabe que eu não gosto quando falam comigo sem olhar nos meus olhos — afirmei, com a voz grossa e fria. — Tem noção que poderia ter morrido? — afastei-me, colocando as mãos nos bolsos.
— Eu não tive escolha.
— Não teve? — perguntei, sarcástico, sorrindo para ela. — Claro que teve. Você tinha que ficar aqui, Kim Jennie. Não era nem uma escolha, era uma obrigação, porra — aumentei o tom de voz e afrouxei minha gravata, virando de costas para ela.
— Por que você simplesmente não me deixa ir? — sua voz saiu baixa, quase um sussurro. — Por que continuar me mantendo aqui, se me odeia tanto?
— Você acha que eu te odeio? — perguntei, virando-me. — Se eu te odiasse, já teria te matado no momento em que te capturei. Você sabe disso. Você viu do que sou capaz. Além disso, se eu te odeio, por que te salvei daquele idiota, quando eu poderia simplesmente deixar você ir com ele?
Um silêncio pesado reinou no quarto, e o clima ficou ainda mais tenso com a troca de olhares entre nós. As lágrimas nos olhos dela lutavam para não cair.
— Então por quê? Por que eu? — uma lágrima escapou. — Você já matou pessoas por menos. O que eu tenho de diferente? — gritou, liberando mais lágrimas.
— Porque futuramente você pode ser útil — expliquei.
— Útil? Se for pela minha família, desiste. Nem sei se é aceitável chamá-los de família. A única que presta é minha irmã.
— Como assim? — questionei.
— Minha família tá envolvida em um assassinato. Além disso, eles são machistas, homofóbicos, racistas, e mais um monte de coisas ruins. Se você quer fazer algo útil na vida, mata eles. Eu posso até te ajudar a chegar neles. Serei bem útil se for fazer isso. Caso contrário, me mata logo de uma vez. Isso aqui é pior que o inferno, sabia?
— Eu não preciso de dinheiro e não vou te matar.
Ela suspirou profundamente, demonstrando raiva. Provavelmente se estressou com minhas palavras e então se jogou na cama. Aproximei-me dela, vendo seu rosto iluminado pela luz do quarto. Seus olhos fechados, suas lágrimas secando no rosto.
— Por que você entrou no porta-malas do meu carro? Sabe que Im Nayeon vai sofrer as consequências por sua culpa, não sabe?
— Você não vai machucar a Nayeon! — gritou, com a voz firme.
Eu a encarei sem expressão, cruzando os braços.
— E quem você pensa que é pra dizer o que eu vou ou não vou fazer? — respondi em tom baixo, mas ameaçador. — Im Nayeon me desobedeceu. Você sabe muito bem como as coisas funcionam aqui, Jennie. Quem erra, paga. Inclusive, não ache que vai se safar dessa.
— Eu tô nem aí se eu vou pagar por isso também. Ela fez isso por mim! — Jennie berrou, o peito subindo e descendo com a respiração pesada. — Fui eu quem pediu pra ela me ajudar! Se você vai punir alguém, então me puna por tudo, porra!
Eu soltei uma risada curta, cheia de desdém.
— Você tá me pedindo pra fazer algo estúpido, Kim Jennie. Não estou interessada em punir alguém que já sabe que perdeu. — Aproximei-me dela, desafiando-a com o olhar. — Mas Im Nayeon? Ela precisa aprender uma lição. E você não tem o poder de impedir isso.
Jennie se levantou rapidamente, ficando tão próxima que eu podia sentir a tensão em seu corpo.
— Ela não merece isso, caralho! — Jennie gritou. — Eu vou assumir a culpa. Me machuque, me puna, mas não toque nela!
O eco da última frase encheu o quarto, e por um segundo, percebi que a raiva de Jennie escondia algo mais profundo. O que essa duas tinham para ela ficar tão preocupada assim com Im Nayeon?
— Então é isso. Você está tentando proteger Nayeon? Como se isso fosse mudar alguma coisa — Minha voz ficou ainda mais baixa e afiada. — Está disposta a sofrer por ela? — assentiu. — Sua disposição não vai me fazer mudar de ideia.
— Suas regras são uma merda! Uma pessoa que nem você deveria estar morta — Jennie entre dentes, e antes que eu pudesse reagir, ela me empurrou com força no peito. Recuou um passo, surpresa, mas logo a surpresa deu lugar à fúria.
Agarrei seu braço e puxei-a de volta com força, batendo seu corpo no meu, nossos rostos agora a meros centímetros de distância.
— Você tá pensando que é quem pra fazer isso em mim? — perguntei, minha voz carregada de ameaça. — Eu poderia acabar com você agora mesmo. Mas quer saber o que é realmente engraçado? Essa sua necessidade patética de proteger Nayeon. Por que acha que ela vale tanto a pena?
— Porque, ao contrário de você, ela tem algo que você nunca vai ter: humanidade. — Jennie disse entre dentes, sua respiração pesada batendo no meu rosto. Seus olhos perfuravam os meus, e por um momento, a proximidade parecia quase insuportável.
A atmosfera ficou sufocante, e nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir o calor do ódio em sua respiração. Mas antes que qualquer uma de nós pudesse fazer algo, a porta se abriu com um estrondo. Im Nayeon entrou apressada, arregalando os olhos ao me ver.
Afastei-me de Jennie e encarei Im Nayeon profundamente, que, apesar do medo evidente, não desviou o olhar dos meus. Caminhei até ela, parando bem em sua frente, sentindo o nervosismo em sua postura.
— Cuide dos ferimentos de Kim Jennie. E certifique-se de que ela não tente fugir outra vez. Se isso acontecer de novo, pode ter certeza de que você vai sofrer o dobro do que sofreria hoje.
Após minhas palavras, saí do quarto sem olhar para trás. Segui para o meu quarto, batendo a porta atrás de mim. Tomei um banho, coloquei um short preto folgado e um suéter branco largo, afim de ficar confortável e livre. Me joguei na cama, exausta, mas o sono não vinha, sempre quando eu estava quase dormindo, lembrava de quando Jennie e eu quase nos beijamos por conta da proximidade. Fechei os olhos, tentando bloquear o que aconteceu há pouco, mas era impossível. O calor do momento, a raiva misturada com algo que eu não queria nomear, tudo aquilo estava latejando na minha cabeça.
— Eu quase beijei ela — murmurei, irritada, me virando de um lado para o outro na cama. — Eu tava a segundos de cometer a maior idiotice da minha vida — levei minhas mãos até meus olhos. — Ah, que merda! Vou fumar — levantei-me da cama e fui para a sacada onde eu sempre ia fumar.
O vento estava frio, mas ajudava a clarear minha mente. Peguei um cigarro do bolso, acendi e dei uma longa tragada, sentindo a fumaça preencher meus pulmões e, de alguma forma, acalmar a tempestade que se formava dentro de mim.
Enquanto o fumo escapava dos meus lábios, a imagem de Jennie ainda pairava na minha cabeça, como se estivesse gravada em minha pele. Seus olhos... aquele olhar cheio de ódio.
— Que merda, Jennie — murmurei para mim mesma, olhando para o horizonte escuro. A fumaça subia no ar, assim como os pensamentos que eu não conseguia evitar. Tentava manter o controle, mas pela primeira vez em muito tempo, sentia que estava perdendo. — Você conseguiu mexer comigo em muito pouco tempo de convivência. Vadia! — murmurei, levando o cigarro a boca novamente.
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