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Como no capítulo 8 vocês ultrapassaram legal a meta, nesse capítulo a meta vai ser 30 votos e 40 comentários, só que, dessa vez, o capítulo sai hoje mesmo, assim que bater a meta (estou fazendo essas metas porque elas me ajudam a enganar)

Just can't believe this man

Quando meu relógio marcou 19h, mandei uma mensagem para meus capangas se prepararem ao lado da van. O grande momento estava chegando.

Caminhei até o quarto de Jennie e, ao chegar lá, entrei sem nem mesmo bater na porta, já que estava com pressa. Não encontrei Jennie, o que me deixou intrigada. Procurei-a pelo quarto até que ouvi sua voz vinda do banheiro.

— Nayeon, é você? Me empresta um absorvente? — pediu, falando alto. Ao ouvir isso, fiquei sem saber o que fazer, já que eu não menstruo. — A imprestável da sua chefe não teve nem a decência de pegar o pacote de absorventes que tava na minha casa — reclamou.

Franzi o cenho, incrédula com o fato de ela estar brava porque eu esqueci o absorvente, sendo que trouxe até um porta-retrato com a irmã mais velha dela. Minha vontade era deixá-la ali até eu voltar, mas não queria o banheiro sujo de sangue.

Antes de começar a procurar um absorvente, Nayeon entrou no quarto com cuidado, andando de costas e espiando pelo corredor. Olhei para ela, tentando entender o motivo de tanta cautela. Ela fechou a porta, suspirando aliviada, e ao olhar para trás, deu um pulo ao me ver e colocou a mão no peito.

— Que susto, senhorita Manobal! — exclamou, ofegante. — Por que não avisou que estava aqui? Quase perdeu uma de suas capangas!

— Pra que essa cautela toda pra entrar no quarto da Jennie? — perguntei, me aproximando dela.

— É que... — ela engoliu seco. — Fiquei com medo de esbarrar em você e levar uma bronca. Era pra eu estar na van agora, né? — sorriu sem jeito. — Já vou indo!

— Nayeon! — Jennie exclamou, impaciente.

— Antes de ir, Jennie precisa de absorventes — avisei. — Vá buscar isso pra ela!

— Ok! Vou buscar, Jennie — gritou, e logo saiu. 

— Eu vou me atrasar por causa dela — murmurei, irritada.

Quando Nayeon saiu correndo para cumprir a ordem, respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos.

Passei a mão pelos cabelos, irritada. Jennie tinha esse talento de bagunçar minha mente, sempre me puxando para suas provocações, me obrigando a dar atenção a ela, mesmo quando eu não queria. A verdade é que, apesar do sequestro, eu não a via apenas como uma refém comum. Havia algo nela — algo que eu ainda não havia conseguido identificar completamente — que a tornava mais perigosa do que qualquer prisioneira que já mantive.

De repente, Nayeon voltou com um pacote de absorventes. Antes que ela pudesse entregar a Jennie, falei:

— Deixa que eu entrego. Verifique se está tudo certo com os outros. Quero todos prontos pra quando eu descer.

— Claro! — se curvou e saiu, deixando-me com o pacote em mãos.

Respirei fundo e caminhei até a porta do banheiro. Fiquei encarando-a por alguns segundos antes de bater. Logo, Jennie abriu uma fresta, esticando a mão. Entreguei o pacote a ela, que fechou a porta em seguida.

Quando Jennie saiu do banheiro, o sorriso aliviado que estava em seu rosto murchou ao me ver. Eu estava de pé no meio do quarto, observando cada movimento seu. A mulher cruzou os braços e parou de andar.

— Cadê a Nayeon? Você me deu o absorvente? — franziu o cenho e eu assenti sem desviar o olhar, tentando disfarçar o meu desconforto.

— Im Nayeon está se preparando pra uma possível batalha. E eu não só te dei os absorventes, como também escutei bem quando você me chamou de imprestável — não desviei o olhar dela, vendo suas bochechas corarem, mas ela tentou disfarça.

— Bem feito! Era pra ter escutado mesmo — falou, sua voz limpa. — Tá me olhando por quê? Vai me prender de novo? — perguntou, com a mesma postura desafiadora de sempre.

— Bingo — respondi, sorrindo. — Não posso arriscar você tentando fugir enquanto eu estou fora.

Ela revirou os olhos e soltou um riso sarcástico.

— E pra onde eu iria? Eu tô cercada de seus capangas. Você acha mesmo que eu sou uma ameaça tão grande assim?

Me aproximei dela, sentindo o peso daquele olhar que sempre buscava me desestabilizar. Jennie era mais esperta do que qualquer um que já conheci. Se eu a deixasse livre, ela encontraria um jeito de escapar. Eu sabia disso.

— Eu não sou idiota, Kim Jennie. Vou garantir que você fique exatamente onde está.

— E depois? Vai me manter presa pra sempre? — sua voz estava carregada de veneno, mas havia algo mais ali, algo que ela tentava esconder.

— Não estou preocupada com o "depois", apenas com o agora. E agora, você fica trancada até eu voltar.

Caminhei até a porta, mas antes de sair, virei-me para olhá-la mais uma vez. Jennie estava parada, seu rosto tranquilo, mas eu podia ver a tempestade de raiva em seus olhos. Ela odiava estar ali, sob meu controle.

— Por que você me mantém aqui, Lalisa Manobal? — ela perguntou, sua voz um pouco mais baixa, quase hesitante.

Seus olhos, sombrios e intensos, encontraram os meus, e por um momento, me perdi em suas pupilas.

Sem responder, girei a chave na fechadura, trancando-a. Era o único jeito de garantir que, enquanto eu estivesse fora, Jennie não encontraria uma brecha. Precisava resolver o problema com Kim Jongin, e não podia me distrair com ela.

Saí do quarto, e enquanto caminhava pelos corredores da mansão, o silêncio era cortado apenas pelo som dos meus passos. Lembrei que precisava pegar minha arma, então fui até o meu quarto, que ficava um pouco mais do que o de Jennie.

                                Assim que Lalisa saiu, peguei a mochila que Nayeon me emprestou e a coloquei nas costas, apenas aguardando que Nayeon abrisse a porta para mim. O coração estava acelerado e as mãos tremiam de nervosismo.

Confesso que, quando saí do banheiro e vi Lalisa bem na minha frente, meu coração deu um pulo. Era para Nayeon estar ali, e a presença de Lalisa quase fez nosso plano ir por água abaixo.

De repente, escutei a porta abrir, e lá estava Nayeon, seu rosto aliviado ao me ver. Saí do quarto rapidamente, mal conseguindo acreditar que estava prestes a sair daquela casa. O plano era simples: eu iria com ela e os outros na van, e eles me deixariam no hotel mais próximo. Eu só precisava ser rápida.

— A gente tá arriscando nossas vidas por você, Jennie — sussurrou Nayeon, fechando a porta com a chave novamente. — Lalisa tá no quarto dela. Temos cinco minutos pra você entrar na van. Vem! — ela pegou minha mão e começou a correr pelo corredor, tentando não fazer barulho.

A mansão estava estranhamente silenciosa, cada passo parecia ecoar, e a adrenalina pulsava nas minhas veias. Ao chegarmos ao estacionamento, vi Changbin mexendo no porta-malas de um carro preto. Mais à frente, estava a van que representava a minha liberdade. Mas, enquanto corríamos em direção a ela, ouvimos passos vindo da escada, seguidos pelo grito de Jungkook: — Senhorita Manobal, já estamos prontos!

Ele gritou para nos alertar que ela estava chegando.

— Merda — Nayeon murmurou, seu tom carregado de preocupação.

Não iríamos conseguir chegar até a van a tempo.

— Entra aqui! — Changbin apontou para o porta-malas do carro. Mesmo contra a minha vontade, Nayeon praticamente me empurrou para dentro do porta-malas. O espaço era apertado e escuro, e o cheiro do carro era forte e abafado.

— A gente precisa tirar ela daqui depois! Se esse seu plano der errado, eu juro que te mato, Im Nayeon — Changbin falou, sua voz irritada e nervosa.

— Ele vai dar certo. Ele tem que dar certo — Nayeon afirmou, tentando manter um pensamento positivo.

— Todos prontos? — gritou Lalisa, se aproximando rapidamente.

Todos responderam com um sim, e logo escutei a porta do carro se fechando com um baque. Fechei os olhos, sentindo o veículo se movimentar lentamente. O arrependimento me atingiu em cheio, como um soco no estômago. Eu realmente não tinha certeza se sairia viva dessa. Enquanto o carro começava a acelerar, a realidade do que estava fazendo se instalou em mim: eu conseguiria fugir ou morreria antes de conseguir?

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