002
Never been so busy in my life
Cheguei em casa depois de resolver alguns assuntos pendentes que meu pai deixou antes de falecer. Estacionei na garagem e percebi que meus capangas já haviam chegado, pois todos os meus carros estavam no local.
Antes de sair do carro, peguei meu celular e minha carteira, verifiquei se havia puxado o freio de mão e, só então, abri a porta para sair. Travei o carro apertando um botão na chave e ajeitei meu sobretudo preto, sentindo o frio arrepiar meus pelos.
Eu vestia um coturno alto e preto, uma calça social preta de boa qualidade, que estava por dentro do coturno. Na parte de cima, usava uma blusa de manga longa e gola alta, também preta, por dentro da calça. Um sobretudo preto acentuava meus ombros largos. No pescoço, tinha uma corrente de prata; no pulso, um relógio, e nas mãos, anéis da mesma cor. A única cor em minha vestimenta vinha dos acessórios; de resto, eu estava toda de preto.
Fui até a porta da garagem e, assim que entrei em casa, observei Seo Changbin caminhar em minha direção, com seu semblante sério como sempre. Dizem que o rapaz é uma réplica de mim, pois se porta e se veste como eu. Changbin também vestia roupas pretas, mas todos estavam assim, já que tinham acabado de voltar de uma missão.
Ele parou à minha frente, curvou-se e focou seus olhos nos meus, aguardando minha permissão para falar.
— Como foi a missão? — perguntei.
— Matamos Jung Hoseok, conforme ordenado. Porém, uma mulher testemunhou o ocorrido — afirmou, sem desviar o olhar do meu. Pude perceber o medo em suas pupilas, embora não fosse muito aparente.
Nenhum dos meus capangas tem permissão para falar comigo sem olhar em meus olhos. Se o fizerem, demonstram fraqueza, e ninguém que trabalha para mim é fraco. Sempre os obrigo a me encarar, independentemente do que tenham a dizer, e também os ensino a não demonstrar fraqueza.
— Como é que é? — encarei-o com raiva, sem desviar o olhar, e vi seu corpo tremer levemente, mas em hipótese alguma ele desviou os olhos. — Deixei claro que não queria imprevistos, e isso incluía evitar testemunhas. Está ciente do seu erro, Seo Changbin?
— Sinto muito, senhorita Manobal! — ele se curvou novamente e voltou a me encarar. — Estou ciente dos meus erros e não os repetirei. Foi um descuido da minha parte; acreditei que a rua estava vazia e ordenei que o matassem.
— Há anos fazemos isso e você ainda não aprendeu que uma rua vazia não significa que não está sendo vigiada? — aproximei-me dele.
— Mais uma vez, sinto muito, senhorita Manobal. Sequestramos a garota para que você decida o que fazer com ela.
— Só ela viu? — perguntei, e ele assentiu. — Há mais alguma coisa que eu deva saber?
— Sim. — Ele tirou um celular do bolso da calça e me entregou. — Este é o celular da mulher. Ela não tinha identidade nem nada, apenas o celular e dinheiro. Quando a encontramos, ela também carregava três garrafas de soju na sacola.
Assenti, tentando ligar o celular, mas percebi que estava descarregado.
— Onde ela está?
— No porão.
— Ok. Está dispensado, Seo Changbin. Reflita sobre o seu erro — falei, observando-o se curvar à minha frente.
— Pode deixar.
Coloquei as mãos nos bolsos da calça e fui até o porão, passando por alguns seguranças que estavam na porta das escadas que levavam ao local. Ambos se curvaram para mim, e um deles abriu a porta para que eu pudesse entrar. Assim que entrei, percebi que alguns dos meus capangas já estavam com a tal mulher: Jeon Jungkook, Bangchan, Yoo Jeongyeon, Park Jimin e Im Nayeon. Eles estavam ao redor da mulher, tentando obter informações.
Limpei a garganta, e eles imediatamente se afastaram, permitindo-me ver a pequena mulher sentada em uma cadeira, amarrada e machucada. Receio que meus capangas a tenham agredido para extrair alguma informação.
Todos se curvaram para mim e endireitaram a postura, mantendo as cabeças erguidas enquanto abriam um pequeno corredor para que eu passasse sem dificuldade e me aproximasse da garota. Assim fiz, aproximando-me dela, que estava com a cabeça baixa.
— Como se chama? — perguntei com a voz firme, mas ela não respondeu. — Eu perguntei como se chama — tirei a mão do bolso e a levei até o seu queixo, levantando sua cabeça sem cuidado algum, obrigando-a a olhar nos meus olhos. — Não vai me responder?
Seus olhos felinos não demonstravam qualquer emoção. Nem medo, nem confusão, nem nada. Seu olhar feroz me encarava com raiva, como se eu fosse a maior ameaça do mundo.
Sorri de canto, soltei seu queixo e coloquei a mão de volta no bolso. Comecei a caminhar em direção à porta, então parei ao lado dela, indicando para que meus capangas saíssem. Eles entenderam o recado e logo se dirigiram à saída.
— Jeon — chamei. — Carregue esse celular e descubra as informações dela — ordenei, entregando-lhe o celular da mulher. Ele assentiu, sendo o último a sair da sala.
Fechei a porta e, antes de me virar novamente para a mulher, falei:
— Todos que veem demais e entram neste porão não saem vivos, sabia? — perguntei, na esperança de que ela falasse algo, mas o silêncio foi a única resposta que recebi.
Virei-me para ela, observando-a me encarar com um olhar cheio de ódio do outro lado do porão. Sorri sem mostrar os dentes e caminhei lentamente até ela. Peguei uma cadeira, coloquei-a em sua frente, sentei-me, cruzei as pernas e os braços, e suspirei pesadamente, examinando seu rosto machucado.
— Você é linda demais pra morrer jovem. Por que não fugiu? — perguntei, sem receber resposta. — Se não me disser ao menos o seu nome, terei que tomar a pior decisão da minha vida e acabar com a sua.
Ela permaneceu sem expressão.
— Qual o seu nome? Ou vou precisar te apelidar? — arqueei uma sobrancelha, sorrindo maliciosamente. — Vou encarar seu silêncio como uma resposta — inclinei-me um pouco em sua direção —, gatinha — sussurrei.
— Não me chame assim — respondeu, fazendo-me arquear as duas sobrancelhas. — Me deixe ir embora e eu não conto nada pra polícia.
Acabei rindo de seu pedido, o que só aumentou o ódio em seu olhar.
— Qual é o seu nome, gatinha? Ou não se importa que eu te chame assim? — notei a mudança em sua respiração, indicando claramente que ela estava extremamente irritada.
— Não é da sua conta, gatinha — debochou.
— Claro que é da minha conta — levantei-me e caminhei ao redor de sua cadeira, parando atrás dela. — Como posso dormir sem saber o nome da mulher que presenciou um assassinato? Preciso dos seus dados, gatinha — disse, pousando minhas mãos em seus ombros.
— Tire as mãos de mim, sua imunda!
— Você não faz ideia de com quem está se metendo, não é? — perguntei sarcasticamente, olhando para suas mãos amarradas. — Com um estalar de dedos, posso acabar com você — agachei devagar, tocando sua mão e observando a aliança que brilhava em seu dedo anelar. — Tem um namorado?
— Não é da sua conta.
— Me responda! — ordenei, com a voz firme e em um tom elevado. Levantei-me e fui até sua frente, ficando em pé e fazendo-a levantar a cabeça para me encarar. — Me responda antes que eu cometa um absurdo!
— Eu não tenho medo de você.
— Mas deveria começar a ter — segurei seu rosto com a mão direita, deixando a esquerda no meu bolso. — Aqui tem tantos objetos que podem acabar com a sua vida. Quer conhecer algum deles de perto? — ameacei, mas ela apenas continuou me encarando. — Não tem medo da morte? — ela negou. — Não vai implorar pra viver? — ela negou novamente.
Escutei algumas batidas na porta e logo ela foi aberta. Olhei por cima do ombro, vendo Jeon Jungkook entrar com o celular da mulher. Virei-me para ele enquanto ele se aproximava.
— Carreguei um pouco, acho que a bateria que tem nele dá pra descobrir algumas coisas. A senha é dezesseis, zero, um — ele me entregou o celular. — Com licença! — curvou-se e caminhou em direção à porta.
— Jeon Jungkook — chamei, e ele se virou para mim. — Chame os outros, quero esta mulher morta em vinte minutos — ordenei, e ele assentiu, saindo imediatamente do porão.
Sentei-me na cadeira para verificar o celular da mulher, e de repente, a tela acendeu com uma ligação. "Amor" era o nome salvo no contato. Sorri e virei a tela para ela, vendo seus olhos expressarem medo pela primeira vez. Deslizei meu dedo pela tela e levei o celular à orelha. Levantei-me e fui até a cadeira dela, colocando minha mão em sua boca para impedir qualquer grito.
— Amor, onde você tá? Estou aqui no seu apartamento e o porteiro disse que você saiu — ouvi a voz de um homem, o que fez meu sorriso diminuir um pouco.
— Ela está na minha casa.
— Quem tá falando? Cadê a Jennie?
Meus lábios se curvaram ao escutar o nome da garota. Agradeci silenciosamente ao namorado dela e logo olhei para Jennie, que mantinha a cabeça erguida, sem tentar gritar.
— Aqui é a namorada da Jennie. Quem é você? — após a minha pergunta, senti os dentes da garota cravarem com força em meus dedos, mas não demonstrei nenhuma reação de dor.
— Eu sou o Kim Taehyung, o namorado da Jennie. Onde ela está? Quero falar com a minha namorada! — ele gritou.
— A sua namorada agora é a minha namorada, Kim Taehyung — falei e desliguei em seguida.
Guardei o celular de Jennie no bolso. Ao tirar minha mão de sua boca, observei atentamente as marcas de seus dentes em meus dedos, agora sangrando.
— Você é bem agressiva — comentei, caminhando até sua frente. — Igual a uma gatinha selvagem — peguei minha cadeira e a movi um pouco mais para longe, sentando-me novamente.
— Por que disse que eu sou sua namorada?
— Porque, dependendo do meu humor na hora de te matar, posso mudar de ideia e te deixar viver como minha namorada.
— Eu prefiro morrer a ser sua namorada. Você é tão nojenta quanto um homem, sabia? — ela semicerrrou os olhos, fazendo-me sorrir levemente, sem mostrar os dentes.
— Não me compare a um homem. Eu sou melhor do que eles — ouvi a porta se abrir atrás de mim. — Se você viver, vou te mostrar o quanto sou melhor que um homem — encarei seus olhos firmemente, sentindo a presença dos meus capangas atrás de mim. — Matem-na lentamente! — ordenei.
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