Clary Narrando
Corro o mais rápido que posso como se minha vida dependesse disto.
Enfim livre.
Após hackear algumas contas descobri que Robson e Murilo estão em uma propriedade minha.
Nesse momento estou há três quarteirões da mansão de Fernando. Aquele babaca me subestimou. Aproveitei o intervalo que os homens de Fernando davam de madrugada e agi por impulso sem pensar em procurar uma arma sequer e fugi. Ele deve estar se divertindo com aquela vadia.
Preciso arrumar um carro urgentemente.
O vento gélido se choca com minha pele, mas a alegria de sentir a tão famosa liberdade faz com que eu sinta pouco frio.
Desta vez Fernando não me encontrará, antes duvidava da capacidade dele, mas agora sei com quem estou lidando.

•••

Sou acordada com a aeromoça avisando que já chegamos ao Brasil.
Sim, eu voltei para o Brasil. Descobrir que Robson e Murilo estavam em uma propriedade minha próxima do Rio de Janeiro.
Talvez eu até me reencontre com Breno novamente.
Me levanto e saio para fora do avião. O sol ao tocar minha pele faz com que eu me sinta bem de uma certa forma.
Tenho um recomeço pela frente, desta vez terei mais cuidado e não chamarei tanta atenção. Eu acho.
Assim que saio do aeroporto procuro um táxi.
Arrumo meus cabelos dentro da toca novamente e coloco um óculos de sol.
As pessoas devem me achar uma louca por estar de toca nesse calor infernal e estar usando uma jaqueta de couro preta, calça jeans e bota.
Após algum tempo enfim consigo um táxi, informo o endereço ao motorista e rapidamente ele dirige até meu destino.
Claro que não dei o endereço em si, irei ficar a cinco quadras anteriores a minha propriedade pois hoje não estou afim de matar ninguém.
Assim que chego aonde pedi pro motorista parar jogo o dinheiro na direção dele e saio rapidamente do taxi. Vejo ele revira os olhos e logo sair apressadamente.
Olho para onde estou vendo apenas árvores e de longe minha mansão. Bom será uma boa caminhada.
Próximo a minha nova casa, nem tão próximo tem apenas uma fazenda e apenas árvores e mais árvores.

Depois de caminhar um pouco enfim paro no portão. Um dos meus homens assim que me vê fica surpreso mas logo em seguida abre o portão para eu entrar. Vejo uma camionete prata me aguardando.
Assim que entro o enorme portão é fechado.
-Madame. -Cumprimenta um de meus homens em sua pose de segurança, ou seja pose de armário.
Como senti falta de estar no poder.
Entro no lado do motorista e rapidamente começo a dirigir.
Sigo por uma estrada até a mansão. Não aguentaria andar mais.
De longe vejo Robson e Murilo me aguardando na porta. Sorrio alegre por vê-los. Enfim tudo vai voltar ao normal.

Estaciono e logo saio da camionete.
Tiro a toca e o óculos de sol e jogo dentro da camionete devido ao calor.
Sigo até Robson e Murilo e apesar de aparentarem estar em suas poses frias e calculista eu sei que eles estavam com saudades de mim.
-Madame. -Fala Murilo. O abraço primeiro. Após um tempo ele retribui o abraço um pouco surpreso. O solto e sorrio para ele.
Depois abraço Robson, ele logo retribui o abraço.
O solto e olho para ele.
Continuam os mesmos gatos de sempre.
Me recomponho, não sei o que houve comigo para abraçá-los. Talvez fora a saudade apenas.
-Como andam os negócios? -Pergunto seria e entro pela porte da frente.
Olho a sala principal que é de cair o queixo, bem organizada e linda eu diria.
-Está tudo como antes, os negócios estão do jeito que a madame deixou. -Se pronuncia Robson fazendo eu os olhá-los.
-Perfeito, ainda bem que tenho vocês. -Digo e vejo os dois contentes pelo quase elogio. Talvez eu tenha mudado enquanto eu estivesse longe, mas não sei dizer se foi para melhor.
Me lembro de Fernando e sorrio internamente por saber que nesse momento ele deve estar furioso, pois já deve saber que fugi.
Minha vingança não foi como nos conforme, mas ainda tenho a empresa de meus pais para assumir.
Talvez eu deva manter um pouco de distância de Fernando e deixar para recuperar a empresa daqui um mês, até lá eu já vou estar recuperada fisicamente e emocionalmente.
Não posso permitir que ele me veja fraca novamente.