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1-Antes

Clary Narrando
Acordo com um barulho irritante do meu despertador.
Abro os olhos com certa preguiça e estendo o braço até a mesa ao lado de minha cama para desligar o bendito despertador.
Me levanto brava e olho para o despertador, tenho certeza que hoje é sábado e não coloquei o despertador para despertar 6h pleno sábado.
Decido tomar um banho já que não vou conseguir voltar a dormir.
Deixe-me descrever-me: Tenho 15 anos, 1,72 de altura, cabelos pretos que vão até os ombros, olhos azuis, magra. Me considero uma garota mediana, nem feia nem bonita.
Vou até o closet e pego uma jardineira jeans, blusa branca de manga, calcinha e sutiã preto, Al Star branco. Pego uma toalha e vou até o banheiro.
Após um banho de banheira para melhorar meu humor me enxugo e visto a roupa.
Faço minhas higiene matinais e decido deixar meu cabelo solto. Paço meu creme e perfume.
Saio do banheiro e sigo até minha escrivaninha para pegar meu celular, pego meu celular e saio do quarto para comer algo pois estou com fome.
Vou até a cozinha e vejo a mesa posta, vejo minha mãe e meu pai e vou até eles e depósito um beijo na cabeça dos dois como sempre faço.
Me sento ao lado de minha mãe, meu pai está na ponta da mesa como de costume. Começo a comer e permaneço em silêncio pois a cara do meu pai não está das melhores.
Minha mãe é morena clara com cabelos pretos longos que vai até a bunda, olhos verdes, corpo perfeito com curvas, e linda devo admitir. Ela está usando um vestido palha social de manga.
Meu pai é alto forte, cabelos loiros, olhos azuis e lindo também. Puxei o cabelo de minha mãe e olhos dos meus pais e me pareço com os dois posso assim dizer. Ele está usando um dos seus ternos italianos.
Meu pai é um mafioso, ele é melhor no que faz e um dia herdarei seu império e espero fazer o melhor. Ele pode não saber, mas treino boxe e muay tay. Se ele soubesse certamente me proibiria, ele sempre fala que as mulheres da máfia devem ser damas e não armas para matar como os homens, mas ainda o deixarei orgulhoso de mim.
Termino de comer e percebo que o clima está estranho.
-Mamãe. -A chamo e ela me olha com um sorriso lindo de sempre. -Por a caso foi a senhora que colocou meu celular para despertar tão cedo hoje? -Pergunto e ela olha para o meu pai e vejo que tem algo sério acontecendo e eles não querem me contar.
-Filha foi eu quem pediu. -Fala meu pai e o olho me perguntando o porque pois meu pai sempre deixou eu dormir a hora que quisesse. -Filha está prestes a fazer 16 anos. -Começa meu pai a falar e o olho em silêncio apenas escutando. -O filho do Julio tem 21. -Júlio é um "sócio" de negócios de meu pai e seu filho Octávio é um babaca que não gosto. -Filha para que nossos impérios e negócios continuem forte chegamos a um acordo. -Meu pai dá uma pausa e meu coração acelera com medo do que está por vir, olho para minha mãe pedindo socorro e ela me olha angustiada por não poder me tirar dessa, volto a olhar para meu pai. -Um casamento é o que é preciso. -Fala meu pai e fico em choque.
-Filha calma. -Pede minha mãe. -Vocês iram se casar agora no cartório apenas, mas vocês só poderão ser apresentados oficialmente quando você tiver 21 anos. -Ela tenta me acalmar, mantenho minha postura à frente de meus pais para não começar a chorar feito uma criança, não fui criada para isso e não quero desapontar meu pai.
-Mãe é um casamento de aparências apenas, ambos iremos continuar com o império e eu entendo isso. -Falo segurando o choro e olho para meus pais que estão orgulhosos de minhas palavras. Mas de um jeito ou de outro isso iria acabar acontecendo mesmo. Me levanto da mesa segurando minhas lágrimas. -Licença. -Falo e me retiro da mesa e saio indo para meu quarto.
Assim que chego no meu quarto me deito na cama e fico olhando o teto a chorar. Escuto batidas na porta do meu quarto. Enxugo as lágrimas rapidamente.
-Entre. -Falo e olho para a porta e vejo Maisa minha segunda mãe entrar. Ela fecha a porta e vem até mim, me levanto e a abraço e começo a chorar junto com ela.
-Criança calma. -Pede ela assim que me solta e sentamos na cama uma de frente para outra. Maisa tem por volta dos 50 anos, ela é baixinha, magra e seus cabelos grisalhos já dão sinal de vida entre os fios castanhos escuro. -Eu sinto muito. -Fala ela. Maisa sabe de tudo sobre mim, ela me criou desde pequena, ela sabe que apesar de aparentar durona por fora, por dentro sou um turbilhão de sentimentos.
-Queria poder assumir esse império sozinha. -Falo e paro de chorar. -Queria ter tido um irmão mais velho, ele poderia assumir tudo e eu não precisaria fazer nada. -Falo triste e vejo Maisa cabisbaixa.
Era para mim ser a mais nova, minha mãe perdeu meu irmão 2 anos antes de eu nascer. Pelo que Maisa me contou meu pai era obcecado por minha mãe, achava que ela o traia no começo pois ela fora obrigada a se casar com ele, e uma noite ele chegou bêbado e a espancou e ela perdeu o bebê que ainda estava em seu ventre no seu quarto mês de gestação. Minha mãe demorou um tempo para se recuperar e apenas após um ano depois minha mãe permitiu ser tocada novamente, acho que depois disso ele nunca mais chegou ao ponto de matá-la, mas as agressões não cessaram  até meus 10 anos. Atualmente eles se amam, dá para ver no olhar, mas não foi fácil chegar até nesse ponto, e sei que meu pai ama minha mãe do jeito dele.
Voltando ao presente olho para Maisa a minha frente, vejo que ela quer me contar algo. Escuto batidas na porta e vejo minha mãe entrar por ela.
-Filha eu sinto muito. -Fala ela e sorrio forçado para ela. -Maisa pode nos deixar a sos fazendo favor. -Pede minha mãe e Maisa se retira nos deixando a sos. -Filha iremos ao cartório daqui duas horas para você se casar, mas calma você não irá precisar fazer nada que não queira, apenas assinar os papéis e só quando você estiver com 21 que vocês iram oficializar. -Explica minha mãe e me assusto por tudo ser tão rápido.
-Mãe. -Falo e vejo lágrimas em seus olhos e ela começa a chorar e a abraço.
-Filha. -Começa ela a dizer chorando entre o abraço. -Não queria que você sofresse igual sofri no início. -Fala ela e me solta, ela coloca a mão no meu rosto. -Seja forte, se supere, mostre que nada a enfraquecerá. -Aconselha ela. -E haja o que houver comigo e com seu pai saiba que a amamos. -Fala ela e essas últimas palavras me preocupam.
Somos interrompidas por meu pai entrando no quarto.
-Filha. -Fala meu pai tentando esconder seus sentimentos, mas sei que apesar da pose de durão ele está mal por dentro. -Você deveria se arrumar para irmos logo. -Fala meu pai sério e balanço a cabeça num sinal de sim.
Minha mãe se levanta e vai até ele e os dois saem do meu quarto juntos, logo em seguida Maisa entra e vai em direção ao closet, ela volta segurando um vestido branco tomara que caia que vai até o joelho, ele é solto e fica legal em mim. Tiro a roupa que estava vestindo e coloco o vestido e uma sandália. Passo uma maquiagem simples e saio do meu quarto para ir até meus pais.
Os encontro me esperando na sala, seguimos em silêncio até a frente da mansão onde o motorista já nos espera, ele abre a porta para entrarmos, fico sentada no meio dos meus pais.  O motorista liga o carro e começa a dirigir, na nossa frente tem dois carros pretos para nossa segurando e atrás também.
40 minutos depois chegamos em frente do Cartório, para não chamar tanta atenção os seguranças ficaram um pouco afastados, entramos apenas com dois seguranças. Seguimos até a recepcionista e ela nos leva até uma sala. Na sala já se encontra Júlio sócio de meu pai e Octávio seu filho. Julio tem na faixa dos 40 anos, a mesma idade que meu pai. Os dois se comprimentam com a cabeça e ficamos de um lado da sala. Sinto o olhar de Octávio sobre mim, levanto meu olhar para olhá-lo e nossa ele é lindo. (Foto a baixo ⬇️ )

Ele tem cabelos num tom loiro escuro e olhos castanhos, sua barba a fazer o deixa encantador, seu corpo parece perfeito sobre o terno sobre medida. Mas seu olhar tem algo que me deixa com certo medo, ele me olha com  certa raiva. Como se eu tivesse culpa.
Após esperarmos um tempo chega o juiz que irá fazer a cerimônia, certamente ele deve ter recebido alguma quantia para fazer este casamento.
-Vamos começar. -Fala o Juiz com um sorriso no rosto. Me aproxima da mesa a qual ele está atrás, logo em seguida Octávio se aproxima ficando ao meu lado. Sinto seu olhar de raiva sobre mim e decido ignorar. -Vou pular a ladainha da cerimônia. -Fala ele e continua apenas quieta olhando o papel sobre a minha frente. Ele aproxima o papel de mim. -Assina aqui por favor. -Fala ele apontando para uma linha. Pego a caneta e assino. -Agora você aqui. -Fala ele estendo o papel para Octávio, ele assina rapidamente. -Agora os pais. -Fala ele e meus pais e o pai de Octávio se aproxima e aproveito para sair do lado de Octávio. -Pronto, agora vocês estão casados. -Fala o juiz com um sorriso falso no rosto e me dá uma vontade de socar a cara dele para ele parar de sorrir.
Meus pais ficam do meu lado e Octávio se aproxima com o pai dele.
-Bom caro amigo vamos jogar um pouco? -Fala Júlio convidado meu pai com um sorriso no rosto.
-Vamos caro amigo, querida porque você e Octávio não vão dar uma volta para se conhecerem um pouco. -Sugere meu pai.
-Por mim tudo bem. -Falo tentando mostrar que tá tudo bem, mas minha vontade é de fugir. Meu estômago embrulha de nervosismo.
-Octávio meu filho leve a moça para um cinema. -Pede Júlio olhando sério para Octávio e vejo que Octávio alto se controlando para não responder seu pai.
-Certo. -Fala Octávio. -Vamos. -Fala ele se referindo a mim e faço que sim com cabeça e ele sai andando e o sigo.
O sigo até uma bmw preta, o motorista abre a porta para mim e entro, logo em seguida Octávio entra atrás de mim.
O motorista liga o carro e começa a andar. Vejo o olhar de raiva de Octávio sobre mil e chega a causar calafrios.
-Algum problema? -Pergunto irritada o olhando.
-Como ousa usar esse tom comigo, você não é nada para falar assim, se não tivesse tanto dinheiro e negócios envolvidos a matava logo. -Fala ele me puxando pelo braço, o olho e seguro as lágrimas que estão por vir, não darei o privilégio dele me ver chorando, ele me solta e pega seu celular e começa a mexer, como sou muito pálida vejo a marca de seus dedos no meu braço e coloco a mão por cima.
-Passa na minha casa por favor. -Peço ao motorista.
-Posso saber por que? -Pergunta Octávio com indiferença sem me olhar.
-Quero trocar de roupa. -Falo com a mão sobre a marca dos dedos dele e segurando as lágrimas. Olho à vista pela janela e decido não questionar Octávio novamente.
Após um tempo chego a minha casa, o motorista para em frente à minha casa.
-Rápido pirralha, tenho compromissos e não quero passar o dia inteiro com você. -Fala ele ainda mexendo no celular. Saio do carro e sigo até a entrada da mansão em que moro. Corro para meu quarto rapidamente, vou até o closet e tiro o vestido. Coloco um sutiã branco e pego uma regata de manga comprida e uma calça jeans escura e um coturno. Pego minha bolsa e meu celular e saio do quarto.
Entro novamente no carro de Octávio, pego meu celular e começo a mexer no face. O motorista liga o carro e começa a dirigir.
Enquanto o motorista está dirigindo meu celular toca atraindo a atenção de Octávio. Decido atender.
Ligação on
-Alo. -Falo.
-Senhorita Clary Fox. -Fala um homem do outro lado da linha.
-Sou eu. -Falo enfim.
-Seus pais sofreram um acidente junto de um outro homem. -Fala o homem. Lágrimas saem dos meus olhos.
-Isso é mentira, meus pais estão bem. -Falo histérica, antes de eu protestar Octávio toma o celular de minhas mãos e começa a falar com alguém do outro lado da linha.
Após conversar um tempo no meu celular Octávio ainda não me disse o que houve, ele diz algo para o motorista e rapidamente o motorista sai cortando entre os carros e percebo que a coisa é séria.
-Octávio. -O chamo e ele parece me ignorar. -Por favor me diz o que houve? -Pergunto desesperada. Ele me olha abaixando a guarda de durão e vejo que é coisa séria e choro mais.
Não pode ser! Meus pais estão vivos, deve ser engano!

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