Maria amava viver no prédio azul da colina com a sua família, gatos e ler romances. Evitava o terror, pois os pesadelos atrapalhavam seus pais que dormiam no quarto ao lado.

Toda noite orava pela proteção e dormia. Tudo ia bem, até que em uma noite de sexta, sem preludio ou destaque sentiu que uma arvore batia sem dar trégua na janela. Batidas noturnas poderiam atrapalhar o sono de qualquer um. A ira preencheu o semblante da jovem. Que determinada se convenceu de que no dia seguinte pediria para o pai cortar a arvore, ou pelo menos os galhos.

Amanheceu e a sua surpresa foi que não havia arvore alguma. Deu leves batidas na nuca e sentiu-se envergonhada. Deveria ser mais um pesadelo.

Anoiteceu e o som de galhos voltaram a invadir o quarto. A janela. Maldita janela. Prontificou a olhar em direção da persiana e viu uma mão velha e enrugada, com unhas longas e curvas. Maria morava no quinto andar.