Gustavo exibia sua grande sorte; dinheiro, mulheres e fama. Tinha o que queria e tudo graças ao seu amuleto. Um pé de coelho que ele sempre levava no bolso da calça. Não acreditava em superstição. Então o crédito era sempre dado ao seu empenho. Numa noite sem luar decidiu ir à casa de alguns amigos que moravam na parte leste da cidade.

- Sandra. Flavio! – chamou batendo na porta. – É o Gustavo, desculpem a minha demora.

- Gustavo, já era tempo – disse Flavio ao abrir a porta. – Entre. Você sabe realmente escolher um vinho!

- Uma das minhas inúmeras qualidades, mas sabe a melhor de todas é a minha humildade. – disse aos risos.

Após comerem e beberem. Gustavo exibiu o seu amuleto. E depositou na mão de Sandra.

- Um presente para vocês, sinto que vai ser útil. – disse e ao ver isso Flavio ergueu as sobrancelhas. E tentou negar com a mão, mas foi abafado pelo sorriso do amigo.

- Se nos der isso, tudo que lhe restara será azar! – Flávio sabia sobre a lenda do pé de coelho.

- Tudo bem. Eu vou ficar bem. – e saindo acenou para o casal e ao se dirigir para o seu carro surgiu um monstro do matagal. O cheiro nauseabundo grudou nas narinas de Gustavo que sentiu as mãos frias e grudentas que o puxaram para longe. Os olhos marejados de Flavio seguiram a imensidão de onde o ser asqueroso havia levado seu amigo. Maldito pé de coelho.