Christopher tinha sete anos quando viu um filme que o marcou, havia palhaços nele. Daqueles com o nariz vermelho, maquiagem forte e pés grandes. Não eram os hobits que aprendera a amar em Senhor dos Anéis. Eram detestáveis. Seu pai não compreendia o pavor e decidiu convencer o pobre rapazinho que não havia magia alguma nos bobos que contavam piadas em circos. Foi quando comprou um pequeno boneco.

Nada de sorriso odioso, ou sensação tortuosa. Nada de gritos, assobios ou batidas. Apenas o sorriso contente de um boneco de quarenta centímetros. Os olhos do garoto se acostumaram com o amiguinho que de maneira profunda se tornou seu fiel confidente. Aos doze anos foi convidado para uma festa de aniversário. Disse para o seu amigo inanimado, que agora já estava com ele por anos, que o esperasse para que pudessem brincar.

As horas se passaram e ao chegar. O cheiro de ferro, enxofre e mostrada impregnavam o lugar. As náuseas preencheram o seu ser. Que relutante subiu degrau por degrau até o quarto dos pais. O cheiro de podridão invadia o amago do jovem que ao abrir a porta do quarto onde os pais estavam se deparou com a cena mais vil e perturbadora, entre miolos e pasta do cérebro que flutuava em uma poça de sangue. O cheiro triplicou e os olhos que insistiram em percorrer por todo o cômodo preenchido com o vermelho. O sorriso maligno permeava pela ampla face do bobo. Que resultou na frase perdida de uma criança.

- Você nem me esperou para a brincadeira. Plimplim.