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FAMÍLIA PALAVRÃO



O dia transcorreu perfeito.

As melhores férias que tive foram ao lado dela.

Madá era conselheira, tutora, amiga e avó. Uma mulher sábia e de personalidade forte, sempre com uma gargalhada pronta para presentear a quem quer que fosse.

Essa era Madalena e desde aquela época eu já sabia de tudo isso. Contudo, foi somente lá que aprendi que Madá era uma verdadeira educadora...

"Wan?" — Chamou-me Madá, enquanto preparava um saboroso cuscuz para mim e meus primos.

Éramos seis e todos estavam com uma fome voraz.

"Senhora?" — respondi respeitosamente enquanto entrava na cozinha.

Madá apreciava muito a educação, ainda mais servidas por um jovem.

Estavam todos sentados, salivando nos pratos vazios sobre a mesa, ansiosos pelo cuscuz feito com todo amor.

"O que foi Vó?"

"Te senta, porque vamos todos comer"

Assim fiz. E me alegrei quando tia Marta fez o favor de pedir a continuação tão aguardada sobre a entrega de fumo e cachaça ao Currupira.

Era gratificante ver o interesse dela, já que era bem mais nova do que Madá e não eram irmãs de sangue. Isso apenas evidenciava o poder que minha grande Madalena possuía em inundar a mente de todos com histórias.

"E então Mana? — perguntou tia Marta, olhando o cuscuz ser servido a seus filhos e posteriormente a ela — Pra onde foi?"

E quando eu finalmente pensei que saberia o fim daquela pequena aventura na mata, um dos meus primos soltou um palavrão em pleno café da manhã por ter queimado a boca com o cuscuz recém-saído do fogo. Eu estava ansioso, mas ao olhar os olhos faiscantes de minha vó, percebi que ainda não seria aquele o momento que ouviria o resto daquela história.

"Bom, Marta... não sei como você não se lembra dessa história.

Então vou aproveitar o momento e contar uma sobre a Família dos Palavrões... — Madá, andou em volta da mesa e puxou uma das cadeiras, sentando calmamente. Querem ouvir?"

Todos disseram em uníssono:

"SIIIIIIIIMMMMM!"

Madá deu mais uma olhadela pra meu primo e o fuzilou com seu olhar. Ele se encolheu, tentando sumir dentro de si mesmo, devorado por sua vergonha. Mas era impossível. Madalena odiava palavrões e isso estava impresso naquele olhar...

"Certo — disse Madá — Sigamos então... Há muito tempo atrás, houve uma família grande e desunida em algum lugar do Maranhão ou aqui do Piauí.

Ninguém sabe ao certo em que lugar se passou o acontecimento estranho que contarei pra vocês."

Estávamos todos em silêncio absoluto, imersos nas palavras de minha vó, enquanto ela mesma viajava nas recordações...

"Havia o pai, três casais de filhos, a madrasta e uma avó.

Nenhum deles se amava realmente.

O desemprego e a fome assolavam a família, causando ainda mais desavenças e discórdias.

Palavrões eram ditos por tudo e por qualquer coisa que acontecesse, o que atraía ainda mais brigas para dentro daquele lar.

Aos poucos, agressões verbais foram somadas às físicas e os familiares com o tempo foram esquecendo-se dos nomes uns dos outros, até dos seus próprios nomes, no fim das contas.

A sujeira se alojou na residência e o fedor era insuportável.

Do lado de fora, os vizinhos se amedrontavam a cada grito e xingamento dito pelos lunáticos, as crianças não se atreviam nem a passar pela calçada e os cães uivavam como lobos ao ouvir as discussões.

Então, certo dia, assim como chegaram à vizinhança resolveram se mudar.

Arrumaram as caixas e os trapos, embalaram tudo, de sandálias às lâmpadas, essas roubadas do local descaradamente.

Chamaram um pequeno caminhão e transportaram todo o conteúdo encaixotado para o veículo.

Sempre xingando, sempre lambuzando suas línguas em palavras criadas pelo próprio Diabo!

Estava tudo arrumado e preparado, mas o pai sentiu algo o consumir por dentro. Enquanto seus familiares faziam os últimos ajustes, ele voltou para dentro da casa prestes a ser abandonada.

Ele vasculhou cada cômodo e canto, mas não havia nada lá.

A agonia continuava; o vazio no estômago ainda machucando com a sensação de que ele estava esquecendo algo.

Mas, o que?

O pai revisou tudo novamente e então desistiu de procurar a agulha no palheiro.

Fechou todas as portas e se encaminhava pra porta de saída quando ouviu um som minúsculo, mas que quase lhe perfurou os tímpanos:

'Psiuuuuuuuuu!'

Girou sobre os calcanhares, mas não encontrou o autor do chamado.

Os olhos percorriam cada canto, porém nada existia ali.

'Ei... Ei ...Ei!'

O pai olhou para os lados e para frente, pra trás e pro lado novamente.

Parecia, inconscientemente, se recusar a olhar para a direção correta.

'Ei! Aqui em cima!'

O pai olhou para cima e viu, pendurados pelo rabo na viga central da casa, inúmeros demônios.

Debatiam-se disputando por cada milímetro da viga de sustentação do telhado. Centenas de olhos e presas como um ninho de ratos demoníacos.

O pai estremeceu da cabeça aos pés, mordeu a própria língua e desmaiou quando um dos pequenos demônios arregalou os olhos e sussurrou bem próximo ao seu ouvido:

'Somos nós que procuras. Já ias embora? Nos abandonaria?'

A história acabou, mas meu primo ainda parecia ver aqueles demônios de olhos mirabolantes dentro de sua cabeça.

Ele tinha dezesseis anos, mas aquilo o afetou como se ainda fosse uma criança.

Todos estavam espantados e desconfiados, olhávamos para todos os cantos... menos para o teto.

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