Prólogo
Inglaterra, 31 de Outubro de 1750
Dois anos atrás
O meu corpo estava coberto por poeira, e tinham machucados ardentes na perna. Doía mais a cada passo que dois homens brutos me obrigavam a dar. Eles seguravam meus braços forte, e provavelmente iria ficar a marca.
Para onde estão levando Elize? Por que essa indelicadeza? Era como uma Margarida tendo o caule esmagado por dois ursos. Olhei para trás e só vi ruínas, memórias e almas indo embora.
Casa? Elize não sabe. Elize não sabe de onde veio, para onde está indo, quem era e quem é agora. Se é que alguma coisa realmente mudou.
Acho que sim, tudo muda. Tudo passa. Infelizmente. O tempo? O tempo. Ele faz tudo girar. Ele faz as pessoas morrerem, putrefarem, serem esquecidas e desaparecerem. Elize não queria morrer, nem putrefar, nem ser esquecida. Mas desaparecida ela já parecia estar. Ou pelo menos desnorteada.
Oh senhor tempo. Cruel.
Após muito andar, estava de frente com uma grandiosa construção. Onde seria? Gostaria tanto que fosse uma passagem para algum lugar. Uma passagem para fugir. Para o país das maravilhas. Mas Elize nunca vai fugir! Elize é tão boba! Deixou esses ursos te levarem até aqui, e não fez nada. Não mordeu, não machucou, não retrucou. Abaixou a cabeça.
Um homem inteiramente vestido de branco abriu a porta a minha frente, e ele me observava. Como se Elize fosse uma criatura indefesa, e ele um caçador.
Dr. Saether — Bem vinda ao Winston Asylum. Sou o Dr. Saether e sou o responsável pelo seu caso. Você será despida de todos os bens materiais e usará nosso uniforme. O seu quarto será dividido com outros inicialmente, mas caso apresente algum comportamento nocivo iremos dirigir você a um quarto individual. Temos regras e horários que devem ser cumpridos. – O homem, o homem falava muito friamente. Me deixou com medo, como se eu fosse realmente um animal indefeso.
Eu não respondi nada. O que deixou ele mais nervoso. Saterer soltou uma lufada de ar e pegou meu braço, também com força. São todos ursos.
Os corredores eram escuros, assustaram Elize. De cada porta, era possível ouvir diferentes peculiaridades. Não era engraçado. Não, não, não.
Após pouco tempo percorrendo os corredores cheios de pedidos por ajuda, Saether abriu a porta de um quarto diferente dos outros onde um homem barbudo estava sentado. Ele era alto fez me sentir um inseto pronto para ser esmagado. Encarei ele com meus pequenos olhos, e ele se aproximou de mim. Saether e eles trocaram palavras sobre ele me dar um uniforme.
Elize — Uh. O-onde eu estou? - Eu perguntei, baixinho.
Dr. Saether — Eu já te disse garota. Winston Asylum. Um hospício. Para loucos. Loucos como você. — Saterer respondeu.
Elize — Saterer, eu vou gostar daqui, não é? — Elize tão inocente.
Dr. Saether — Elize, querida... Depois de uma semana aqui, você não vai mais gostar de nada, boneca. E meu nome é Saether. — Ele foi sádico.
Elize — Mas...
O homem, Saether, se aproximou do meu rosto, e o segurou com a mão direita.
Dr. Saether — Shh! Cale a boca. Você não quer ser punida no seu primeiro dia aqui. Quer? — Seu tom de voz agora se tornou firme.
Elize negou com a cabeça. Eli... E... Elize está com medo.
Dr. Saether — Leve a garota para se trocar Leon, depois deixe ela no quarto 214. E se ela não te obedecer não tenha dó.
Leon — Certo. Senhor.
Leon... Se parece com Leão. Haha. Elize gosta deles, Elize gosta de todos os animais. A não ser os ursos, é claro.
Ele me levou até um quartinho, pequeno e úmido. Leão não não bruto e nem delicado. No quartinho ele pegou uma calça branca e uma camisa meio grande demais para mim, deixou-as em cima de uma cômoda. Leão abriu a cortina de pano mofada de uma cabine que lá havia e me empurrou para dentro de lá, onde ele me deu um balde cheio de água.
Leon — Vamos tome seu banho e depois se vista. Rápido. Estarei te esperando ali fora.
Ele se retirou, esperando que eu me lavasse logo. Após me despir de meu vestido empoeirado peguei o balde e joguei a água aos poucos sobre meu corpo, observando toda a poeira cinza ir embora de Elize. Agora Elize estava limpa. Afinal, esse lugar era mesmo tão horrível? Não aos olhos de Elize. Vesti a roupa que havia em cima da cômoda. Bem melhor, acho. Me dirigi até fora do quarto, Leão estava lá.
— An... Leão?
Leon — Leão. - Ele repetiu meio que rindo, não sei porque - Bom, vamos para o quarto que vai ficar.
Elize - Eu... Elize vai gostar daqui? - Perguntei docente, enquanto caminhávamos novamente pelos corredores assustadores.
Leon - Gostaria de dizer que sim, mas não vou mentir para você. O que Dr. Saether disse é verdade, em breve você não vai gostar de mais nada aqui.
Elize — E os meus novos amigos? Do quarto que Elize vai ficar?
Leon — Não sei se eles vão ser seus amigos. Mas eles são uns dos mais calmos daqui. A não ser aquele dois gêmeos que não sei o nome... Não fale com eles.
Após alguns minutos, eu... Elize... foi deixada em seu quarto. Com um sorriso no rosto. Leão não foi assim tão mau com ela. Passarinhos...
Tic tac, Tic tac, Tic tac.
No quarto haviam muitas pessoas, me deixou feliz! Ter amigos de carne e osso deve ser legal. Deve ser. Uma garota de cabelo preto e pupilas muito dilatadas e dois gêmeos albinos - que aliás peculiariamente disputavam um pássaro morto, o qual emanava cheiro de carniça - ocupavam o quarto.
Porém haviam cinco camas. Uma para a garota, duas para os gêmeos, uma para mim e outra sobrava. Mas... Não sei. Elize não deve saber contar... Ou...
Garota — Olha! Uma intrusa! Hey! Você menina. Você não vai ficar aqui por muito tempo. Eles estão com fome. - Disse ritmada.
Elize — An... Elize, Elize não quer brigar... Elize quer ser sua amiga.
Garota — Mas eu já tenho a Mary! Ela sim presta como amiga!
Elize — Quem é Mary?
A garota tirou de trás de si uma ratazana morta, em estado de putrefação. Elize teve vontade de vomitar.
Elize — O-oi Mary. Mas qual seu nome menina?
Garota/Judy — nome é Joana D'arc, Maria Antonietta ou o Batman. Mas pode me chamar de Judy. Bobinha!
Elize — Você não é Joana D'arc e nem Maria Antonietta! E quem é Batman? Você mente. Eu não gosto de quem mente.
Judy mostrou a língua para mim, parecia uma criança! Jogou a tal Mary em cima de mim. Eu atirei ela longe, mas Judy não pareceu se irritar mais com Elize.
Elize — Judy, eu vou gostar daqui?
Judy - Não! Meus irmãos vão te pegar quando puderem, e você está presa! Hahaha!
Judy estava falando a verdade? Não sei. Queria que não. Queria gostar daqui. Não quero ficar presa. Já estou presa? Aqui não é a minha casa?
Tic tac
Elize, um passarinho na gaiola...
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